FLUXO DE SEIVA DE PIMENTA TABASCO SUBMETIDA A DÉFICIT HÍDRICO NO CICLO DE PRODUÇÃO E APÓS PERÍODO SEM RESTRIÇÃO HÍDRICA *

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FLUXO DE SEIVA DE PIMENTA TABASCO SUBMETIDA A DÉFICIT HÍDRICO NO CICLO DE PRODUÇÃO E APÓS PERÍODO SEM RESTRIÇÃO HÍDRICA * L. B. Marinho 1 ; L. M. Vellame 2 ; J. B. Tolentino Júnior 3 ; E. F. Fraga Júnior 4 ; J. A. Frizzone 5 RESUMO: O objetivo do estudo foi avaliar o fluxo de seiva de plantas de pimenta cv. Tabasco sob influência do déficit de irrigação iniciado em duas épocas no ciclo anterior de cultivo, após irrigação plena. O experimento foi conduzido em ambiente protegido no Departamento de Biossistemas na Esalq/USP, em Piracicaba-SP. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, esquema fatorial, em quatro repetições. Utilizaram-se plantas que tiveram lâminas de irrigação a 100, 80, 60 e 40 % da Evapotranspiração da cultura aplicadas em duas épocas, a partir da fase vegetativa e na fase de floração-frutificação. Após a redução da colheita (15 o colheita), fez-se a irrigação das pimenteiras a manter o solo à capacidade de campo e inseriramse sondas de dissipação térmicas a fim de determinar o fluxo de seiva. Determinou-se o fluxo de seiva pela equação de Granier calibrada para pimenta. As plantas que tiveram a diferenciação da irrigação realizada a partir da fase de floração no ciclo anterior apresentaram redução do fluxo de seiva, após 14 dias de irrigação. PALAVRAS-CHAVE: Capsicum frutescens, transpiração, estresse hídrico, SAP FLOW PEPPER TABASCO UNDER DEFICIT WATER IN PRODUCTION CICLO AND AFTER WITHOUT WATER LIMITATION PERIOD ABSTRACT- The aim of this study was to evaluate the influence of deficit irrigation started in two different periods in sap flow pepper cv. Tabasco in the previous cycle of cultivation, after full irrigation. The experiment was conducted in a greenhouse at the Department of Biosystems at Esalq / USP, in Piracicaba-SP. The experimental design was randomized blocks in factorial design with four replications. We used plants that had irrigation water to 100, 80, 60 and 40% of crop evapotranspiration and two application times, from the vegetative stage and at floweringfruiting. After reduction of harvesting (harvesting 15th), made up of irrigation pepper to keep * Extraído da tese em Irrigação e Drenagem, Esalq/USP do primeiro autor. 1 Bolsista PNPD, UFRB, Rua Rui Barbosa, 710, Centro, CEP 44.380-000, Cruz das Almas-BA. (75) 36212798. E- mail: ligia.bmarinho@gmail.com 2 Professor, IF Sertão Pernambucano, Ouricuri, PE. 3 Analista, Embrapa Soja, Londrina, PR 4 Mestre em Ciências, Irrigação e Drenagem, Esalq/USP 5 Professor, Dpto. de Biossistemas, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, SP

the soil to field capacity and probes were inserted thermal dissipation to determine the flow of sap. It was determined the flow of sap through the equation of Granier calibrated for pepper. Plants that had held the distinction of irrigation from the flowering stage in the previous cycle had reduced the flow of sap, after 14 days of irrigation to maintain soil at field capacity. KEYWORDS- Capsicum frutescens, transpiration, water stress INTRODUÇÃO O déficit hídrico é uma estratégia de manejo de irrigação em que se busca economia de água e eficiência de uso de água ocorre, quando a quantidade de água aplicada é menor que a evapotranspiração da cultura, em toda a zona radicular, durante um período particular de crescimento ou durante todo o ciclo. Na planta, o déficit hídrico interno é controlado pela capacidade de absorção das raízes e pela redução da transpiração. Quando a transpiração excede a absorção, há o déficit hídrico interno, à noite pode ocorrer a redução ou até a eliminação do déficit (KOZLOWSKI, 1968). Contudo, quando o solo se encontra com baixa disponibilidade de água, não ocorre essa reidratação da planta, o que pode ocasionar ou não reduções na produção e/ou qualidade de frutos. Sabe-se que à medida que a disponibilidade de água no solo decresce, a taxa de transpiração reduz como resultado do ajuste estomático. As respostas relativas à transpiração das plantas, quando submetidas a estresse hídrico, são bastante dependentes do cultivar e da condição ambiental (CLAVEL et al., 2004). Visto que, sob condição de irrigação localizada, as perdas por evaporação e drenagem são reduzidas, transpiração é o principal elemento a ser determinado para o manejo de água em pomares (COELHO FILHO, 2002). Métodos com base em fornecimento de calor ao caule têm sido adotados para estimar a transpiração em plantas florestais e fruteiras. Estes pressupõem a equivalência entre o fluxo de seiva no caule e o fluxo transpiratório nas superfícies das folhas e possibilitam acompanhar em curtos intervalos de tempo o funcionamento hídrico das plantas, sem alterações fisiológicas relevantes, durante períodos prolongados, além de permitir automação de suas medidas. O método de dissipação térmica, desenvolvido por Granier (1985), permite a determinação de densidade de fluxo de seiva no caule, o que possibilita a estimativa de fluxo de seiva. Estudos sobre a utilização das sondas de dissipação térmica em plantas herbáceas com área de secção inferior a 4 cm e sob condições de déficit de irrigação e após novas irrigações a manter o solo em capacidade de campo são escassos. O objetivo desta pesquisa foi determinar o fluxo de seiva de pimenteiras Tabasco que tinham sido submetidas a déficit hídrico no ciclo de produção anterior, após irrigação plena, em ambiente protegido, observando a viabilidade de utilização dessa variável em estudos sobre as relações hídricas da cultura. MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi realizado em ambiente protegido no Departamento de Engenharia de Biossistemas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz ESALQ - USP, Piracicaba, São Paulo, de setembro de 2009 a agosto de 2010.

Foram testados oito tratamentos em delineamento experimental em blocos casualizados, em quatro repetições. Os tratamentos foram constituídos de quatro lâminas de irrigação (L) - 100% da Evapotranspiração da cultura (ETc) (L100), 80% (L80), 60% (L60) e 40% (L40) diferenciadas a partir da fase vegetativa (E1), aos 39 dias após transplantio (DAT) e na época de floração-frutificação (E2), aos 59 DAT. Cultivou-se a pimenta cv. Tabasco (Capsicum frutescens), no espaçamento de 1,10 m x 0,80 m, utilizando-se canteiros com 0,10 m de altura e 0,30 m de largura, espaçamento este utilizado, também, nos lisímetros de pesagem. Até o estabelecimento da cultura as irrigações foram realizadas com lâminas de 100% da Evapotranspiração da cultura. A partir daí, essas lâminas passaram a ser diferenciadas, cujos cálculos foram feitos com base nos valores de ETc determinados com lisímetro de pesagem ( Marinho, 2011). Os dados de evapotranspiração da cultura, em base de volume, foram utilizados para irrigação dos canteiros, convertendo-se o volume (L.dia -1 ) em lâmina (mm), considerando-se uma área disponível de 0,74 m 2 (lisímetro 100 kg) e de 0,78 m 2 (lisímetro 250 kg) e de 0,88 m 2 para as plantas dos canteiros (8 tratamentos). Uma semana após verificar o decréscimo da produção de pimenta (aos 217 DAT) as plantas submetidas à diferenciação hídrica foram irrigadas a 100% Etc, a fim de repor a água no solo à capacidade de campo. Aos 227 DAT foram inseridas sondas de dissipação térmica SDT (método Granier), em 31 plantas, 27 plantas dos tratamentos acima descritos e 2 plantas que foram utilizadas para correção de gradientes térmicos naturais. Após a inserção das sondas foram determinados os fluxos de seiva durante dez dias, a fim de determinar o estado hídrico destas plantas após a nova irrigação, mantendo o solo a capacidade de campo, mediante equação de Granier calibrada para pimenta cv. Tabasco conforme Marinho (2011) (Equação 1). 1,231 Tmax T F 0,0003823 AS T (eq.1) Onde: ΔT - diferença de temperatura entre as duas sondas; α e β - coeficientes empíricos; AS- Área da seção condutora da seiva. RESULTADOS E DISCUSSÃO As lâminas totais aplicadas variaram de 181 mm (tratamento E1L40) a 406,70 mm tratamentos sob irrigação plena (E1L100 e E2L100), considerando uma área de 0,88 m 2 (área do canteiro) (Tabela 1). A análise de regressão aplicada aos dados de fluxo de seiva (FS), em função das lâminas de irrigação diferenciadas em duas épocas distintas, no ciclo de produção anterior e após nova irrigação indica que houve efeito significativo (p<0,03) das lâminas aplicadas no ciclo anterior apenas quando a diferenciação da irrigação foi realizada na fase de floração (E2), aos quatorze dias após a nova irrigação. (Figura 1). O modelo que melhor se ajustou foi o linear, para o intervalo considerado, com um coeficiente de determinação de 0,393. Verificou-se em média uma redução de 26,9% no fluxo de seiva para as plantas que tiveram a irrigação diferenciada a 40% da lâmina no ciclo anterior.

Na figura 2 pode ser observada a variação horária do fluxo de seiva da pimenta Tabasco, média de três plantas, em função das lâminas de irrigação diferenciadas em duas épocas distintas, no ciclo de produção anterior e após nova irrigação, ao longo dos 230 DAT (14 dias depois da nova irrigação). Observa-se abaulamento das curvas da média do fluxo de seiva da pimenteira cv. Tabasco em escala horária, ao longo dos 230 DAT, no período de maior demanda de água da cultura (das 11 às 13 horas), em relação à radiação solar para todos os tratamentos. Contudo, verifica-se que as plantas que tiveram a diferenciação da irrigação realizada a partir da fase de floração (E2) no ciclo anterior apresentaram maior abaulamento quanto menor a lâmina aplicada no ciclo anterior. CONCLUSÕES O método da sonda de dissipação térmica, com calibração da equação de Granier é eficaz na estimativa da transpiração, fornecendo dados que possibilitam o estudo das relações hídricas de plantas de pimenta cv. Tabasco; As plantas que tiveram a diferenciação da irrigação realizada a partir da fase de floração (E2) no ciclo anterior apresentaram redução do fluxo de seiva, após 14 dias de irrigação a manter o solo à capacidade de campo. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pelo apoio financeiro a esta pesquisa, através do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Engenharia da Irrigação (INCTEI). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CLAVEL, D.; SARR, B.; MARONE, E; ORTIZ, R. Potential agronomic and physiological traits of Spanish groundnut varieties (Arachis hypogaea L.) selection criteria under end-of-cycle drought conditions. Agronomie, Paris, v. 24, p. 101-111, 2004. COELHO FILHO, M.A. Determinação da transpiração máxima em um pomar jovem de lima ácida Tahiti (Citrus latifólia Tan.) e sua relação com a evapotranspiração de referência, 2002. 91 p. Tese (Doutorado em Irrigação e Drenagem) Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2002. GRANIER, A. Une nouvelle method pour la mesure du flux de seve brute dans le tronc des arbres. Annales des Sciences Forestières, Versailles, v. 42, n. 2, p. 193-200, 1985. MARINHO, L. B. Irrigação plena e com déficit em pimenta cv. Tabasco em ambiente protegido 2011, 102p. Tese (Doutorado em Irrigação e Drenagem) Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2011 KOZLOWSKI, T.T. Introduction. In:. Water deficits and plant growth: development, control, and measurement. New York: Academic Press, 1968. v. 1, p. 1-21.

Tabela 1. Lâminas de irrigação total aplicada no ciclo fenológico da pimenta Tabasco e a redução da produção, em ambiente protegido, Piracicaba-SP, 2009. Lâminas de irrigação (% Etc) Época 40 60 80 100 Lâmina de irrigação total (mm) E1 180,6 255,9 331,6 406,7 E2 202,9 270,9 338,8 406,7 Figura 1 Fluxo de seiva em função das lâminas aplicadas nas épocas 1 e 2, no ciclo de produção anterior, após 14º dia de irrigação a 100% ETc. Figura 2 - Variação horária de Radiação solar e de Fluxo de seiva de pimenteiras em função das lâminas aplicadas nas épocas 1 e 2, no ciclo de produção anterior e 14⁰ dia após a nova irrigação, em ambiente protegido, Piracicaba-SP.