EMPREGO DE HERBICIDAS NA IMPLANTAÇÃO DE POVOAMENTOS DE Eucalyptus saligna Sm.

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Transcrição:

IPEF, n.13, p.123-134, 1976 EMPREGO DE HERBICIDAS NA IMPLANTAÇÃO DE POVOAMENTOS DE Eucalyptus saligna Sm. O. D. C. - 232.214:176.1 Eucalyptus saligna SUMMARY Ubirajara Melato Brasil (*) Plínio de Souza Fernandes (**) João Walter Simões (***) José Emídio Farias Ferreira (****) An essay dealing with herbicide applied on a poor and sandy soil planted with Eucalyptus saligna Sm was carried out in the Horto FIorestal de Itirapina, SP. Results of phytotoxicity to eucalypts, total plant high and percentage of weed control were collected at 80 and 173 days after herbicides applications. The following conclusions can be drawn: 1. For both phytotoxicity and efficiency of weed control, the most indicated herbicides are: (1) Diuron 80% (3-3-4 diclorofenil-1-dimetiluréia) at 2.4 kg a.p./ha; (2) 2,4 D Salt Dimetilamina + Diuron at 1.35 and 1.94kg/há respectively and (3) 2,4 D amina + Diuron at 1,2 and 2,lkg/ha. (2) Linuron 50% (3-3-4 diclorofenil-1-metoxi-1-metiluréia) should be tested at a dosage higher than 1,5kg/ha. (3) Bromacil 80% (5-bromo-3-secbutil-6-metil uracil) at 3.2 kg/ha injured severely eucalypts plants. (4) Simazina 50% (2-cloro-4-6-bis-S-etiloamino-triazina) at 2.0kg/ha, Atrazina 50% (2-cloro-4-etilamina-6-isopropilamina-S-triazina) at 2.0kg/ha and Bromacil should be tested at lower rates. 2. Survivor plants from application of these herbicides are healthy and growing well. 1. INTRODUÇAO A cultura do eucalipto deverá ter, num curto espaço de tempo, talvez o maior impulso que já se observou como reflorestamento em nosso País. Em termos de área a ser ocupada, só no P.N.P.C. (Programa Nacional de Papel e Celulose) onde o eucalipto participa em alta porcentagem, se prevê a implantação de 4,2 milhões de hectares de novas florestas, num ritmo de 200 mil hectares por ano. Com a concentração dos plantios, a atividade de reflorestamento poderá ser bastante racionalizada, com resultados positivos no incremento do ritmo de implantação e na diminuição dos custos operacionais. A necessidade de inversão de capital em tratos (*) Técnico do IPEF - Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (**) Responsável pela Estação Experimental de Itirapina - Inst. Florestal, SP (***) Departamento de Silvicultura - ESALQ - USP (****) Estagiário do IPEF e Bolsista da Diamond e Shamrock do Brasil

culturais e as dificuldades de toda ordem, que a mão de obra impõe, fazem com que os herbicidas sejam a solução mais viável e indicada para o problema. Neste trabalho propusemo-nos a dar uma pequena contribuição na área de capina química florestal, com o objetivo de observar o controle do mato e a tolerância da espécie aos produtos testados. 2. REVISAO BIBLIOGRAFICA No campo da agricultura, a capina química em culturas como a cana, algodão, soja, café, citrus e outras, já dispõe de indicativas respostas quanto a sua viabilidade. No meio florestal, entretanto, as informações são escassas. BAZAN & MINAMI (1974), testando Linuron, Bromacil, Etazin - 50, Atrazina, Corogard 50 e DCPA, com o objetivo de verificar o efeito sobre a germinação e plântulas de eucalipto, concluíram que os únicos produtos que não tiveram efeito fitotóxico foram o Linuron e o DCPA; os demais foram muito tóxicos. VEIGA (1969), testando Monuron, Diuron, EPTC e Dalapon em mudas de Eucalyptus saligna Sm, na pré-emergência do mato e pós-plantio das mudas, obteve melhor controle do mato (gramíneas e folhas largas) pela aplicação do Diuron, seguido pelo Monuron. Em condições de pré-emergência do mato na cultura do cafeeiro, FORSTER & ALVES (1975) recomendam a Simazina, o Diuron e o Alachlor, nas doses de 1,0 a 2,0 kg/ha e 1,9 a 2,9 kg/ha, respectivamente. TICKNOR (1975), testando o cloroprophar (7,2-9,0 kg/ha), EPCT (3,6-5,4 kg/ha), Diuron (0,9-1,35 kg/ha), Trifluralina (4,5-6,3 1/ha), Atrazina (1,8-2,7 kg/ha), Simazina (1,8-2,7 kg/ha) e Dichlobenil (1,7-4,5 kg/ha), em plantas ornamentais, verificaram que: o Populus sp é tolerante à Diphenamida e à Triazina; o Cupressus arizonica é tolerante à Simazina; o Eucalyptus grandis é tolerante à Diphenamida; o Larix sp é tolerante à Diphenamida e à Triflumlina; o Pinus sp foi tolerante ao EPTC, Diphenamida, Diuron, Atrazina, Simazina, e Dichlobenil, não tolerando a Trifluralina. O Podocarpus sp, resistiu ao EPTC. 3. MATERIAL E MÉTODOS O ensaio foi instalado na Estação Experimental de Itirapina, pertencente ao Instituto Florestal de São Paulo, em 29 de abril de 1976. O solo local é do tipo Latossol Vermelho Amarelo fase arenoso, ácido, de baixa fertilidade e com baixo teor de matéria orgânica, originalmente recoberto com vegetação do tipo cerrado". Visando a completa eliminação das formas vegetativas de mato, foram dadas duas gradagens cruzadas no terreno. Logo a seguir foram plantadas as mudas, e quatro dias depois, foi feita a aplicação dos produtos. Os herbicidas foram usados em pré-emergência das ervas daninhas e em pós-plantio das mudas. Empregou-se um delineamento experimental de blocos ao acaso, com 9 tratamentos e 3 repetições. Cada parcela constou de 10 plantas úteis, ao espaçamento de 3,0 x 2,0 m, com bordadura simples. A altura média das mudas, no plantio, era de 25 cm. Para a aplicação utilizou-se um pulverizador costal, equipado com manômetro, que indicava 401b de pressão; os herbicidas foram aplicados por via líquida, à base de 4001b/ha, em jato dirigido. A faixa de aplicação foi de 60 cm sobre a linha de plantio. Nas

3 últimas mudas de cada tratamento, aplicou-se o produto na folhagem, para se ter idéia da fitotoxidade foliar. Para a contagem das ervas daninhas, consideraram-se 2 amostras retangulares de 0,5 m 2 (0,5 x 1,0 m), por parcela, sendo que o local das amostras foi sorteado, na faixa, entre as plantas úteis. Os tratamentos e doses de princípio ativo (p.a.), foram os seguintes: 1 - SIMAZINA - 50% - (2-cloro-4,6-bis-s-etiloamino-triazina), a 2,0 kg de p.a./ha. 2 -BROMACIL -80% -(5-bromo-3-secbutil-6-metil uracil), a 3,2 kg de p.a./ha. 3 - DIURON + 2,4-D do sal dimetilamina (N'-(3,4-diclorofenil)-N, N-dimetiluréia + ác. 2,4-diclorofenoxiacético a 720 g de equivalente ácido/litro 43,2% +30%), a 1,94kg+1,35 kg de p.a./ha. 4 - DIURON + 2,4-D lamina -46,2% + 27%, a 2,1 + 1,2 kg de p.a./ha. 5 - ORIZALIN - 75% - (3,5-dinitro-dipropilsulfanilamina-s-triazina), a 2,25 kg de p.a./ha. 6 - ATRAZINA - 50% - (2-cloro-4-etilamina-6-isopropilamina-s-triazina), a 2,0 kg de p.a./ha. 7 - DIURON -80% -(3-3-4 diclorofenil-dimetiluréia), a 2,4 kg de p.a./ha. 8 - LINURON -50% -(3-3,4 diclorofenil-1-metoxi-1-metiluréia), a 1,5 kg de p.a./ha. 9 - TESTEMUNHA A infestação natural de ervas no local, foi estabelecida pela contagem das parcelas testemunhas que evidenciou os dados apresentados na relação seguinte: Planta invasora % de incidência 19/7/76 16/10/76 1. Guanxuma branca (Sida rombipholia) 64,0 42,0 2. Carrapichinho (Acanthospermum australe) 28,5 49,0 3. Navalha de mico (Cyperus sp) 4,0 3,0 4. Poaia (Diplodia teres) 1,5 5,0 5. Beldroega (Portulaca oleracea) 1,2-6. Serralha brava (Emilia sonchifolia) 0,8 1,0 Da primeira amostragem para a segunda, nota-se que houve uma maior germinação de sementes de carrapichinho em relação às de Guanxuma. Isto significa que para as condições do experimento (solo e clima, o Carrapichinho mostra-se mais agressivo que a Guanxuma, neste estágio de cobertura da área). Da aplicação dos produtos até a última contagem do mato, a precipitação hídrica na Estação Experimental, foi a seguinte: Mês Precipitação (mm) ABR 133 MAI 159 JUN 91 JUL 137 AGO 140 SET 150 OUT 161 A fitotoxidade pode ocorrer, de duas maneiras: por via radicular e por via foliar. A fitotoxidade via radicular nem sempre pode ser contornada, e, neste caso, as alternativas são duas: abaixar a dose, o que pode acarretar um mau controle do mato, ou mudar a época de

aplicarão do produto. Quando a fitotoxidade é foliar, basta aplicar o produto por jato dirigido. O critério de avaliação foi o indicado pelo EWRC (European Weed Research Council), da seguinte forma: ÍNDICE SIMTOMA 0 - Sem injúria 1 - Leve 2 - Leve Folhas com clorose e manchas necrosadas. 3 - Leve 4 - Moderado 5 - Moderado Folhas com clorose, manchas necrosadas e quede de folhas. 6 - Moderado 7 - Severo 8 - Severo Folhas com clorose, manchas necrosadas, queda de folhas e morte de ramos 9 - Severo 10 - Morte - Injúrias irreversíveis 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. Fitotoxidade ao eucalipto - apresentada no quadro 1. QUADRO 1 - Índice atribuídos aos tratamentos, especificando o tipo de fitotoxidade (via radicular (R), ou via foliar (F)) aos 80 e 173 dias após a aplicação dos herbicidas. TRATAMENTO Aos 80 dias Aos 173 dias Índice % Mortes Índice % Morte 1. Simazina 7 (R) 0 0 0 2. Bromacil 10 (R) 100 - - 3. Diuron + 2,4-D 1,94 + 1,35 7 (F) 0 0 0 4. Diuron + 2,4-D 2,1 + 1,2 6 (F) 0 0 0 5. Orizalin 0 0 0 0 6. Atrazina 9 (R) 20 0 20 7. Diuron 0 0 0 0 8. Linuron 0 0 0 0 9. Testemunha 0 0 0 0 4.1.1. Fitotoxidade por via radicular Como se pode notar, o tratamento 2 (BROMACIL), na dose usada, foi altamente fitotóxico, exterminando todas as mudas por ele tratadas; o tratamento (SIMAZINA) que não chegou a matar nenhuma muda, talvez devido a sua menor solubilidade, só fez sentir seus efeitos nas folhas, provocando um amarelecimento, quando da primeira coleta de dados; na segunda, as mudas estavam recuperadas. O tratamento 6 (ATRAZINA), matou 20% das mudas, porém, as que sobreviveram, estavam totalmente recuperadas, na época do segundo levantamento de dados. Os demais produtos não apresentaram fitotoxidade por via radicular. 4.1.2. Fitotoxidade por via foliar Os únicos tratamentos que apresentaram este tipo de fitotoxidade, foram os tratamentos 3 e 4, à base de Diuron + 2,4-D. Observou-se, já no primeiro levantamento,

uma seca quase que total das mudas. No segundo levantamento, entretanto, algumas das tratadas rebrotaram, mas já tinham perdido muito em altura em comparação às outras. Como informação complementar de fitotoxidade, são apresentados dados das alturas, nos quadros 2 e 3, o que permite visualizar as diferenças de crescimento entre os tratamentos. QUADRO 2 - Altura das plantas aos 80 dias (em cm). BLOCOS TRATAMENTOS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 I 38,8-52,1 45,8 54,5 32,4 56,3 53,1 55,9 II 39,4-48,6 53,4 50,1 34,2 56,5 58,9 50,6 III 37,3-43,8 39,2 52,0 39,6 50,7 51,0 45,7 MÉDIA 38,5-48,2 46,1 52,2 35,4 54,5 54,3 50,7 QUADRO 3 - Altura das plantas aos 173 dias (em metros). BLOCOS TRATAMENTOS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 I 1,03-1,18 1,11 1,28 0,93 1,31 1,23 1,21 II 0,96-1,29 1,30 1,19 0,86 1,28 1,29 1,19 III 0,94-1,00 0,91 1,23 0,99 1,21 1,15 1,18 MÉDIA 0,98-1,16 1,11 1,23 0,93 1,27 1,22 1,19 Análise estatística: 1) Para 80 dias: Teste "F" A análise revelou, pelo teste "F", que existem diferenças significativas entre os tratamentos, ao nível de 1% de probabilidade. Teste de Tukey Tratamento 7 8 5 9 3 4 1 6 2 7 - - - - - * ** 8 - - - - * ** 5 - - - * * 9 - - - * 3 - - - 4 - - 1-6 2 Pelo teste de Tukey verifica-se que: 1 - As plantas das parcelas tratadas com SIMAZINA, mostraram crescimento inferior ao das tratadas com ORIZALIN, DIURON e LINURON, a 5% de probabilidade. 2 - As das parcelas tratadas com ATRAZINA, mostraram crescimento inferior ao das tratadas com DIURON e LINURON, a 1% de probabilidade. Foi inferior ainda ao das tratadas com ORIZALIN e ao das testemunhas ao nível de 5% de probabilidade.

3 - Os demais contrastes não foram significativos. 2) Para 173 dias: Teste "F. Pelo teste "F" constatou-se que existem diferenças significativas entre os tratamentos, ao nível de 1%. Teste de Tukey Tratamento 7 5 8 9 3 4 1 6 2 7 - - - - - * ** 5 - - - - * * 8 - - - - * 9 - - - * 3 - - - 4 - - 1-6 2 O teste de Tukey demonstrou que: 1) As plantas das parcelas tratadas com SIMAZINA tiveram crescimento inferior às tratadas com ORIZALIN e DIURON, ao nível de probabilidade de 5%, entretanto não houve diferença significativa quando comparada com a testemunha. 2) As plantas das parcelas tratadas com ATRAZINA apresentaram um crescimento inferior ao das tratadas com ORIZALIN e LINURON e a testemunha ao nível de 5%. No contraste entre a ATRAZINA e o DIURON, verificou-se uma diferença significativa ao nível de 1%. 3) Não houve significância na diferença de fitotoxidade ao eucalipto entre a ATRAZIN A e a SIMAZIN A. 4) Os demais tratamentos não mostraram diferenças significativas entre si. 4.2. Controle de ervas daninhas Após a aplicação dos dois produtos foram feitos dois levantamentos do mato existente no local: o primeiro aos 80 dias e o segundo aos 173 dias. Os resultados se encontram nos quadros 4 e 5.

QUADRO 4 - Contagem das ervas daninhas nas parcelas aos 80 dias TRATAMENTO NÚMERO MÉDIO DE ERVAS DANINHAS/M 2 Guanxuma Carrapichinho Navalha de Beldroega Serralha brava Poaia % Controle Mico 1. Simazina 0,33 6,0 1,66 0,33 0,0 0,0 96,0 2. Bromacil 0,0 4,33 0,0 0,0 0,0 0,0 93,0 3. Diuron + 2,4-D 1,94 + 1,35 1,0 7,33 0,0 0,0 0,0 0,0 93,0 4. Diuron + 2,4-D 2,1 + 1,2 1,0 4,66 1,0 0,0 0,66 0,33 94,0 5. Orizalin 8,0 20,33 0,33 0,66 1,33 0,0 76,0 6. Atrazina 0,0 2,66 0,33 0,0 0,0 0,0 97,0 7. Diuron 12,66 18,66 1,0 1,66 0,0 0,33 72,0 8. Linuron 16,0 31,0 0,33 0,0 1,0 0,33 61,0 9. Testemunha 77,33 33,33 4,33 1,66 1,0 3,33 0,0 QUADRO 5 - Contagem aos 173 dias TRATAMENTO NÚMERO MÉDIO DE ERVAS DANINHAS/M 2 Guanxuma Carrapichinho Navalha de Mico Serralha brava Poaia % Controle 1. Simazina 22 54 - - 10 67 2. Bromacil - 2 - - - 99 3. Diuron + 2,4-D 1,94 + 1,35 36 36 - - 8 69 4. Diuron + 2,4-D 2,1 + 1,2 46 34 - - 12 64 5. Orizalin 106 90 4 2 2 21 6. Atrazina 26 34 2-8 73 7. Diuron 32 30 2-6 72 8. Linuron 52 68 2-16 46 9. Testemunha 108 126 8 2 14 0 QUADRO 6 - Porcentagem de controle em diferentes épocas. Dias Tratamentos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 80 93 96 93 94 76 97 72 61 0 173 67 99 69 64 21 73 72 46 0 Observando-se os três últimos quadros, pode-se notar que: 1) Todos os herbicidas à exceção do LINURON (Trat. 8), apresentaram um controle de mato acima de 70% aos 80 dias; entretanto aos 173 dias, somente os tratamentos 2, 6 e 7, respectivamente Bromacil, Atmzina e Diuron, mantiveram esse nível de controle. 2) O Diuron (Trat. 7), embora não tenha dado um controle inicial tão bom quanto os outros aos 80 dias, conseguiu mantê-lo até aos 173 dias. 3) O Bromacil (Trat. 2), foi o produto que melhor controlou o mato desde o princípio até o fim do experimento. 5. RESUMO E CONCLUSOES Um experimento, no qual, diversos produtos herbicidas foram aplicados sobre mudas de Eucalyptus saligna Smith recém plantadas, foi conduzido em condições de solo arenoso de cerrado, nas dependências do Horto Florestal de Itirapina, SP.

Os resultados de fitotoxidade ao eucalipto, de crescimento em altura das plantas, assim como de eficiência no controle do mato, foram coletados aos 80 e aos 173 dias após a aplicação. Da discussão dos resultados pode-se tirar as seguintes conclusões: 1) Considerando-se conjuntamente a fitotoxidade e a porcentagem de controle do mato, os tratamentos mais indicados para as condições do experimento foram, em ordem decrescente: Diuron (Trat. 7), 2,4-D + Diuron a 1,35 + 1,94 kg/ha (Trat. 3) e Diuron + 2,4- D a 2,1 + 1,2 kg/ha (Trat. 4). 2) O Linuron (Trat. 8), tem condições de ser testado novamente, mas em dose maior. 3) O Bromacil (Trat. 2), a Simazina (Trat. 1), e a Atrazina (Trat. 6), devem ser testados numa dose menor para o mesmo tipo de solo arenoso. 4) O Bromacil (Trat. 2), na dosagem usada, tem condições de ser usado em aceiros devido a sua capacidade de esterilização temporária do solo. 5) As mudas sobreviventes aos produtos que se mostraram fitotóxicos, estão sadias e em desenvolvimento normal, embora seu crescimento tenha sido afetado no início. 6) As misturas de Diuron + 2,4-D, têm além de uma ação pré-emergente, uma ação de emergência, isto é, controlam mato com até 3 folíolos iniciais. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAZAN, L.A.C. & MINAMI, K. - 1974 - Resultados preliminares sobre testes de herbicidas em Eucalipto. IPEF, Piracicaba (8):47-8. FORSTER, R. & ALVES, A. - 1975 - Defesa sanitária vegetal: Inspeção e classificação agrícolas. Campinas, CATI, 34 p. TICKNOR, R. L. - 1975 - Tolerance of nursery plants to herbicides. Aurora, North Willamette Experiment Stations. 99 p. VEIGA, R. A. A. - 1969 - Fitotoxidade em plantações de eucaliptos pelos usos de herbicidas. O Solo, Piracicaba. (2):33-8.