A PRODUÇÃO DE DOCUMENTÁRIOS NA AGÊNCIA DE JORNALISMO: O AUDIOVISUAL ALÉM DA SALA DE AULA

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Transcrição:

1 ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções) (X ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( ) SAÚDE ( ) TRABALHO ( ) TECNOLOGIA A PRODUÇÃO DE DOCUMENTÁRIOS NA AGÊNCIA DE JORNALISMO: O AUDIOVISUAL ALÉM DA SALA DE AULA Adrian Delponte dos Santos 1 Diandra Daniela Nunes da Silva 2 Mariane Nava 3 Karina Janz Woitowicz 4 Paula Melani Rocha 5 RESUMO O presente trabalho apresenta a experiência dos alunos no Núcleo de Audiovisual do projeto de extensão Agência de Jornalismo, da Universidade Estadual de Ponta Grossa. O núcleo tem o objetivo de produzir documentários jornalísticos com a finalidade de atender as demandas sociais que chegam para o projeto. Para fazer os documentários, as equipes formadas por alunos do 2º, 3º e 4º ano devem possuir noções de pauta, apuração, edição, filmagem, enfim, toda a técnica necessária para todos os níveis de produção de um documentário. O processo também perpassa pelas teorias do Jornalismo que são necessárias para que as demandas sejam atendidas de maneira coerente com o que um documentário pode proporcionar para quem está assistindo. Quando é possível, os alunos veiculam as produções na TV Comunitária de Ponta Grossa, ocasionando uma maior visibilidade sobre o tema social que está sendo exposto e debatido. Todas as fases de produção, desde a roteirização do tema, são analisadas e discutidas entre alunos de diferentes turmas e professores, com o pressuposto de fazer uma produção audiovisual que possa abranger o público para o qual ela está destinada. A proposta do núcleo é fazer produções que consigam mesclar prática e teoria, em que os alunos possam utilizar o que aprenderam em várias outras disciplinas produzindo documentários. PALAVRAS CHAVE Extensão acadêmica; documentário; produção jornalística. Introdução O Núcleo de Audiovisual pertence ao Departamento de Mídia Eletrônica do projeto de extensão Agência de Jornalismo (curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa), criado no segundo semestre de 2003. O objetivo do projeto é atender as demandas sociais de comunicação comunitária em localidades carentes, instituições sem fins lucrativos, entidades 1 Estudante de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa e-mail: ad_rds@hotmail.com 2 Estudante de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa e-mail: diandra_daniela@hotmail.com 3 Estudante de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa e-mail: mariane.nava@yahoo.com 4 Professora Dra. do curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa, supervisora da Agência de Jornalismo. E-mail: karinajw@gmail.com 5 Professora Dra. do curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa, coordenadora do Núcleo de Audiovisual da Agência de Jornalismo. E-mail: pmrocha@uepg.br

2 filantrópicas, organizações não-governamentais e movimentos populares. A produção é oferecida a todas as entidades e grupos que não requerem com o propósito para fins comerciais e que visem o lucro, sendo assim, o objetivo principal de todas as produções é a divulgação de algo, e a maior visibilidade de temas que necessitam ser discutidos socialmente. Atualmente, participam da Agência, seis professores - o coordenador Sérgio Luiz Gadini, Carlos Alberto Sousa, Karina Janz Woitowicz, Marcelo Engel Bronoski, Paula Melani Rocha e Rafael Schoenherr, e os alunos Diandra Nunes, Amanda Cruz, Laís Ribeiro, Juliana Spinardi, Rubens Anater e Gildo Vicente da Silva como bolsistas e os alunos Adrian Delponte e Mariane Nava e 20 alunos do primeiro ano do curso de Jornalismo como voluntários do projeto. Todos os alunos são supervisionados pelos professores responsáveis por cada setor da Agência (Núcleo de Audiovisual, Divulgação Científica e Assessoria de Comunicação). Atualmente, a professora responsável pelo núcleo audiovisual é a Paula Melani Rocha. O núcleo atende as demandas de documentários e vinhetas, e a professora auxilia nos dois tipos de produção. Ao todo, sete alunos participaram da produção dos documentários no período de 2010 a 2011. Desses sete, dois eram do segundo ano e cinco do terceiro ano do curso de Jornalismo. Os grupos produziram ao todo quatro documentários, cada um com uma proposta e com um propósito diferente. Os alunos participam de todo o processo desde a apuração e produção, passando pelo roteiro, filmagem até a edição. A rotina produtiva dos documentários segue o mesmo procedimento adotado pelas outras atividades desenvolvidas pela Agência. O solicitante procura a Agência de Jornalismo e o pedido é registrado. Em seguida é feita uma reunião com toda a equipe para discutir sua viabilidade e após aprovação inicia-se a execução do produto jornalístico. Objetivo O objetivo da produção de documentários é atender as demandas sociais de comunicação comunitária de instituições, entidades, organizações não governamentais e movimentos populares. Além de atender aos pedidos encaminhados ao projeto, a produção de documentários é uma oportunidade dos graduandos aprenderem o jornalismo na prática. O projeto aliado à teoria possibilita a análise das especificidades da produção de vídeo e sua aplicação nas atividades fora da sala de aula. Oferece oportunidade de aprender as etapas de produção de documentário desde produção, passando pelo roteiro e filmagem até edição. Possibilita o trabalho em equipe e com integrantes que compõem todos os quatro anos de graduação em jornalismo. Trabalha com as regras da atividade profissional, com o estabelecimento de um prazo, para que o material seja entregue. Auxilia no cultivo das fontes, essencial para a atividade jornalística, também para a produção de roteiros e realização das entrevistas. O objetivo deste texto é apresentar a experiência do Núcleo de Audiovisual da Agência de Jornalismo, com enfoque na produção de documentários, de modo a refletir sobre as contribuições do projeto para a comunidade local e para a formação em jornalismo. Metodologia Para atender a demanda dos documentários, os alunos que participam do projeto de extensão Agência de Jornalismo, sendo estes alunos estagiários ou voluntários, são divididos em grupos de três ou quatro pessoas. Primeiro, é realizada uma discussão entre alunos e professores sobre a viabilidade dos pedidos que foram encaminhados. Após a discussão, cada grupo é designado para a realização de um documentário. Os vídeos têm aproximadamente 10 minutos de duração. Durante o período de fevereiro de 2010 a dezembro de 2011, foram realizados cinco documentários (25 anos do curso de Jornalismo da UEPG, Crack, Movimento Transporte, 20 anos do EAIC e C.E.U.P. Casa do Estudante). Neste período, o núcleo teve a participação dos estagiários da agência, Liandra Cordeiro e Érik Gasparetto, e oito estudantes do segundo e terceiro ano do curso de Jornalismo. Desses alunos, sete participaram da produção de documentários. A estudante Diandra Daniela Nunes da Silva, atualmente cursando o 3ºano de Jornalismo, ficou responsável pela a produção do vídeo das manifestações contra o aumento do valor da passagem do transporte coletivo de Ponta Grossa. O solicitante do documentário foi o Movimento do Transporte Coletivo e o Fórum Social de Políticas Públicas. Amanda de Fátima Rosa da Cruz, Marco Antonio Furstenberger Favero, Laís Franco Ribeiro, estudantes do 4º ano de jornalismo e Mariel Salgado Riveros, Marina Lemos Demartini, 2º ano, realizaram a produção documentário Os perigos do Crack, pedido pela Promotoria de Justiça de Ponta Grossa e que possuía como público alvo os usuários de crack. Érik Gasparetto, 4º ano, produziu o documentário sobre a Casa do Estudante Universitário Ponta-grossense (C.E.U.P). E os alunos Amanda de Fátima Rosa da Cruz, Marco Antonio

3 Furstenberger Favero, Laís Franco Ribeiro ficaram responsáveis pela produção sobre os 20 anos do EAIC, a pedido da Coordenação do curso de Jornalismo/UEPG e Pró-Reitoria de pesquisa e Pós- Graduação da UEPG PROPESP. A produção de documentários realizada pelos graduandos em jornalismo passa por várias etapas. Cada integrante dos grupos participou de todo o processo que envolve a montagem dos documentários. De acordo com Souza (2001), o documentário deve revelar um aspecto da realidade e produzir um conhecimento sobre esta. Para isso é necessário compreender o método de sua construção. O autor pontua quatro fases da realização: pré-produção, produção, pós-produção e distribuição. A pré-produção seria o desenvolvimento das pesquisas necessárias para a construção do vídeo, incluindo o levantamento das informações sobre o tema: imagens de arquivo, visita a campo, dados de pesquisas. Ao recolher os resultados dessas investigações, os alunos conseguem organizar as ideias, determinando um formato para o documentário. De acordo com Souza (2001, p. 265-266): Os manuais de produção dos filmes documentários consultados são semelhantes ao afirmar a importância da pesquisa preliminar e a organização do roteiro; há uma rigidez maior em se determinar as fases e a duração de cada fase do trabalho, nos documentários produzidos em estruturas de emissoras de televisão (...). As fases da realização documentária são semelhantes às fases de qualquer produção audiovisual, pois no documentário ao se elaborar o roteiro, a movimentação e os planos são previamente definidos, embora possam sofrer alterações no decorrer da gravação. Souza (2001) salienta que na etapa de produção, é realizada a execução do planejamento. Nesta etapa, os depoimentos serão gravados com a utilização dos recursos técnicos como, por exemplo, a câmera de vídeo, microfone, tripé e também elementos da gramática televisiva. A última etapa é o processo de edição, na qual é necessário o roteiro, porque dessa forma o processo de escolha das imagens será mais fácil, devido ao roteiro que já estava previamente definido. Souza (2001) completa que os recursos da edição nos documentários podem ser utilizados com mais liberdade. Resultados Os estudantes de Jornalismo podem participar do projeto de extensão da Agência desde o primeiro ano do curso, apesar da disciplina Telejornalismo, que trata da produção de reportagens, stand-up e documentários, estar na grade do 3º ano, a produção envolve outros conceitos discutidos já no primeiro ano do curso como: apuração, checagem de dados, fontes, entrevista entre outros. A produção de documentários auxilia o estudante também nos primeiros contatos com a linguagem audiovisual, de um modo que agrega noções práticas que dialogam com as teorias discutidas em sala de aula. No 2º ano, os alunos já têm uma prévia para a produção de TV com o programa Crítica de Ponta, que é da responsabilidade da disciplina Crítica de Mídia, na qual eles lidam com o processo de filmagem, produção e edição. O documentário sobre o EAIC foi apresentado na abertura do evento, organizado pela Pró- Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UEPG em 20 de outubro de 2011, o documentário Os perigos do crack foi entregue à promotoria de Ponta Grossa e também à Defensoria Pública de Uberaba/MG que mostrou interesse pelo vídeo. A apresentação do documentário 25 anos do curso de Jornalismo da UEPG ocorreu na 19º Semana de Comunicação, realizada em agosto de 2010. E o documentário sobre o aumento do valor do transporte foi exibido na TV Comunitária canal 96, a cabo em Ponta Grossa (TV COM PG). Foi realizada uma pesquisa com os estudantes que participam do Núcleo de Audiovisual, com apresentação de um questionário sobre em qual etapa de produção eles encontraram mais dificuldade. A primeira opção foi: encontrar pautas, e respectivamente: formular roteiro, captação de imagens, edição de imagens. Cinco estudantes da Agência de Jornalismo responderam a pesquisa, e todos eles assinalaram a edição como a fase mais complicada na produção de documentários. Neste sentido, a experiência de produção de documentários pelos alunos de Jornalismo reflete na formação profissional, de modo que a Agência de Jornalismo contribui para que os participantes pensem de forma diferente e sejam inovadores quando estão realizando os trabalhos em vídeo, em sintonia com as demandas de informação da comunidade. Conclusões

4 A partir da experiência exposta neste trabalho, pode-se inferir que as etapas de produção mobilizam diversos recursos que são inerentes ao Jornalismo. Por exemplo, o desenvolvimento de temas que rendam documentários, a apuração do conteúdo, captação de imagens e edição do material. O desenrolar destas etapas põe os estudantes em contato com as dificuldades presentes no dia a dia, estimulando o desenvolvimento de métodos para superar os obstáculos. O maior impedimento foi o aparato técnico oferecido pela universidade, que por vezes não funcionava plenamente, por esse motivo a maioria dos estudantes respondeu o questionário com a opção de edição como sendo a mais problemática. Outra questão mobilizada é o atendimento à demanda dos setores sociais e da comunidade. Os documentários, como dito, são feitos sob demanda. Souza (2001) classifica o documentário como meio de salientar um aspecto da realidade e produzir conhecimento sobre ela, sendo essa definição que orienta o trabalho dos acadêmicos da Agência de Jornalismo. Exemplo disso são os trabalhos desenvolvidos referentes à temática como Crack, o CEUP e atividades do curso, temas que foram contemplados pela produção de documentários. Além de desenvolver o trabalho em equipe, sendo que os alunos veteranos ensinam os mais novos sobre as técnicas de manuseio do equipamento e de produção de vídeos. Outra questão foi a veiculação dos documentários por meio da TVCOM Ponta Grossa, que estimula os acadêmicos, podendo observar a repercussão dos vídeos, não se limitando apenas à veiculação na universidade e cumprindo seu papel de informação à sociedade. Por meio da pesquisa foi possível constatar que os objetivos do Núcleo de Audiovisual foram atingidos. As demandas sociais foram atendidas, de acordo com as possibilidades técnicas da universidade, levando à comunidade conteúdos alternativos de informação. A meta de desenvolver o conhecimento e as habilidades inerentes à profissão também foi contemplada, possibilitando aos alunos do 2º e 3º ano que deem continuidade ao projeto, tendo aprendido as etapas (pré-produção, produção, pós-produção e distribuição) com os alunos do então 4º ano. Com base nesta experiência, o Núcleo de Audiovisual da Agência de Jornalismo pretende continuar e aprimorar o trabalho realizado no projeto, com a ampliação da participação dos estudantes e o atendimento a demandas de diferentes setores da comunidade de Ponta Grossa.

5 Referencias Agência de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Disponível em: http://www.uepg.br/agenciadejornalismo/. Acesso em 13/04/2012. SOUZA, Hélio Augusto Godoy de. Documentário, realidade e semiose: os sistemas audiovisuais como fontes de conhecimento. São Paulo: Annablume: Fapesp, 2001.