MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS EM GUARULHOS 1. O Manejo de Águas Pluviais compreende: quantidade, qualidade e ecossistema aquático.

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Transcrição:

MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS EM GUARULHOS 1. O Manejo de Águas Pluviais compreende: quantidade, qualidade e ecossistema aquático. 2. Em áreas privadas, para lotes com área de bacia menor ou igual a 75.000m 2 o volume de detenção deverá ser o maior dos dois métodos: a) Taxa de 12 Litros/m 2 de área total b) Lei Estadual 12.526/07 V=0,15xAixIPx t V= volume (m 3 ) Ai= área impermeabilizada (m 2 ) IP= índice pluviométrico= 0,06 m/h T= tempo de duração da chuva = 1h 3. São usados os conceitos de pré-desenvolvimento e pósdesenvolvimento. Pré-desenvolvimento é a situação inicial quando havia pastos e florestas. Pós-desenvolvimento é a situação futura com 30 anos de horizonte de projeto.

4. Período de retorno (Tr) é o período de tempo médio que um determinado evento hidrológico é igualado ou superado pelo menos uma vez. 5. Para áreas de bacias privadas maiores que 75.000m 2 o período de retorno deverá ser de 25 anos. V= 5,42 x AI x A para áreas até 1km 2 (100ha) V= volume de detenção (m 3 ) AI= área impermeabilizada (%) A= área da bacia (ha) O pré-desenvolvimento será: Qpré= 28 x A Qpré= vazão de pré-desenvolvimento (L/s) A= área da bacia (ha) 28= taxa em L/s x ha

6. Para áreas de bacias públicas até 1km 2 (100ha) o período de retorno é de 100 anos. V= 6,78 x AI x A para área até 1km 2 (100ha) V= volume de detenção (m 3 ) AI= área impermeabilizada (%) A= área da bacia (ha) A vazão de pré-desenvolvimento será: Qpré= 36 x A Qpré= vazão de pré-desenvolvimento (L/s) A= área da bacia (ha) 36= taxa em L/s x ha 7. Para áreas públicas de bacias acima de 1km2 (100ha) o volume será calculado da seguinte maneira: V= 0,5 x (Qpos-Qpre) x tb x 60 V= volume de detenção (m 3 ) Qpré= vazão de pré-desenvolvimento para Tr=100 anos Qpós= vazão de pós-desenvolvimento para Tr=100 anos tb= tempo base (min)= 2,67 x tc tc= tempo de concentração (min)

8. Os vertedouros serão calculados para período de retorno mínimo de 100 anos obedecendo os padrões do DAEE SP. 9. Em casos especiais deverá ser feito o Routing de Reservatório usando o Método modificado de Pulz.

10. Para aproveitamento de água de chuva de coberturas é obrigatório quando a mesmo tiver mais que 250 m 2 11. As tubulações de drenagem deverão ser dimensionadas para y/d=0,8 em tubos de concreto podendo chegar a y/d=1 em tubos de plásticos. 12. A velocidade mínima das águas pluviais é de 0,75m/s e a máxima de 5,0 m/s podendo a mesma em trechos até 50m adotar 6m/s ou 7m/s para tubos de concreto. 13. A velocidade da água na sarjeta não será menor que 3,5 m/s e será determinada da seguinte maneira: L= valor do produto L= VxD V= velocidade média da água (m/s) D= altura da água na sarjeta (m) Para evitar aquaplanagem e a vida humana o valor de L deverá ser menor que 0,5 m 2 /s. 14. A declividade lateral das ruas é de 2%. 15. A boca de lobo deverá ter abertura menor que 15cm.

16. Poderá ser agrupado no máximo 3 bocas de lobo em série ou 3 grelhas. 17. Em boca de lobo para evitar entupimentos adotar-se-á multiplicar a capacidade teórica por 0,8 e no caso de grelha multiplicar por 0,7. 18. O escoamento das águas pluviais não poderá passar para outra rua, devendo haver bocas de lobo ou grelhas para captação.

19. As tubulações serão calculadas como condutos livres usando a fórmula de Manning e no caso de condutos forçados será usada a fórmula de Hazen-Willians, limitando-se a velocidade máximo a 1,5 m/s. 20. O período de retorno em microdrenagem é de 25 anos e em canais e rios e córregos de 100 anos. 21. Em microdrenagem em casos de haver edifícios públicos importantes, a microdrenagem será feita com Tr= 50 anos. 22. Os bueiros são travessias de ruas e serão dimensionados para período de retorno Tr= 100 anos e dimensionados pelo método semi-empírico do Federal Highways Administration. 23. Em caso de bombeamento de águas pluviais, o período de retorno é de 50 anos para dimensionamento e verificação para 100 anos. 24. Os canais e rios serão dimensionados com fórmula de Manning para período de retorno de 100 anos. 25. O número de Froude em canais deverá ser menor que 0,86 ou maior que 1,13. 26. Em canais com grande velocidade o número de Vedernikov deverá ser menor que 1 para evitar extravasamento.

27. É proibido tapar os canais, a não ser em casos autorizados pelo DAEE. 28. Pontes são estruturas cuja largura é maior que 6,00m 29. As pontes serão dimensionadas para Tr= 100 anos, 30. Em caso de transporte de sólidos poderá ser usado o método simples de Schueler para áreas até 2,54 km 2 e para áreas superiores o Método de Yang 31. No que se refere a melhoria da qualidade das aguas pluviais as ações não são obrigatórias e ficam aos cuidados do projetista. 32. Para a melhoria da qualidade das águas pluviais será usado o volume WQv. WQv= (P/1000) x Rv x A WQv= volume para melhoria da qualidade das aguas pluviais (m 3 ) P= 25mm= first flush Rv= 0,05 + 0,009 x AI AI= área impermeável (%) A= área da bacia (m 2 ) A<= 2Km 2. O esvaziamento do reservatório WQv é de 24h.

33. Poderá ser feito reservatório de detenção estendido, que inclui o volume de enchente e volume de melhoria da qualidade das águas pluviais WQv.

34. A execução de trincheiras de infiltração, filtros de areia, rain garden, faixa de filtro gramada e pavimento permeável ficam a critério do projetista.

Guarulhos 21 de setembro de 2015 Engenheiro civil Plinio Tomaz