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DIVÓRCIO HOJE Temos que ensinar de forma ousada, mas com amor o que a Bíblia ensina sobre este assunto a fim de levar os crentes a fundamentar as suas convicções na verdade. Em primeiro lugar convém dizer que o divórcio é uma armadilha diabólica que as pessoas devem evitar. Não devemos estar preocupados com o que a lei civil permite, ou o que algumas igrejas permitem, ou, ainda, o que alguns psicólogos aconselham. Devemos, antes, estar interessados em saber o que as Escrituras dizem ser a vontade de Deus com referência ao casamento, divórcio e recasamento. Introdução O casamento é um assunto tão importante que, depois de uma palestra do Senhor Jesus sobre este assunto os discípulos concluíram que, «Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar.» (Mateus 19:10) E, assim deveria ser: aqueles que não têm consciência do que o casamento é, melhor seria que se não casassem. Entretanto, o Senhor dá uma explicação que poderíamos defini-la como uma combinação de razões naturais, pessoais e espirituais, quando disse: «Nem todos podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido. Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos por causa do Reino dos céus. Quem pode receber isso, que o receba.» (Idem, v. 11-12) 1

Ou seja, o casamento deve ser encarado primeiramente como uma vocação natural da pessoa, que passa pelo propósito de Deus para ela nessa circunstância. E, neste sentido o Apóstolo Paulo reforça com a revelação que recebera de Deus: «Porque quereria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira, e outro de outra.» «E, assim, cada um ande como Deus lhe repartiu, cada um, como o Senhor o chamou.» «Cada um fique na vocação em que foi chamado.» «Irmãos, cada um fique diante de Deus no estado em que foi chamado.» «A mulher casada está ligada pela lei todo o tempo em que o seu marido vive; mas, se falecer o seu marido, fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor.» (I Coríntios 7:7, 17, 20, 24 e 39). Entretanto, aqueles que se acham vocacionados para contrair matrimónio ou se propõem casar devem saber o seguinte: A Permanência do Casamento. O casamento é uma união que é feita diante de Deus, dos anjos e dos homens. É uma união que tem a bênção natural de Deus, lavrada com a primeira união matrimonial realizada por Ele e que é transmitida a toda a descendência de Adão e Eva. Nesta circunstância nada pode quebrar esta união. Muitos poderão quebrar os votos da união, podem ser infiéis ao seu cônjuge, podem violar os seus compromissos matrimoniais, mas nunca quebrar esta união. Diante de Deus é uma união indissolúvel. Assim, todos aqueles que quebram estes elos e violam os votos feitos diante de Deus, responderão por isso no tempo oportuno: «Venerado seja entre todos o matrimónio e o leito sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os julgará.» (Hebreus 13:4) Questionado sobre esta questão o Senhor Jesus respondeu e disse: «O que Deus ajuntou não o separe o homem». (Mateus 19:6) O Senhor ensinou a permanência do casamento e refutou toda e qualquer eventualidade de separação ou divórcio. Na revelação que o Senhor glorificado deu ao Apóstolo Paulo para a sua Igreja, que é o seu Corpo, disse: «Porque nunca ninguém aborreceu a sua própria carne; antes, a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja; porque somos membros do seu corpo.» 2

«Por isso, deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e serão dois numa carne.» «Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja.» (Efésios 5:29-32) Neste texto sagrado nós temos dito que o fundamento do casamento é a relação espiritual existente entre Cristo e a Igreja. E, neste paralelismo é citado Génesis 2:24 como uma figura da relação planeada por Deus desde antes da fundação do mundo: Cristo e a Igreja Seu Corpo místico, o grande mistério. Repetimos: «Porque somos membros do seu corpo» (v. 30). O relacionamento de Cristo e Sua Igreja é facto indissolúvel e inviolável. É o elemento fundamental da Promessa eterna de Deus (Tito 1:1-4), que garante a segurança de todos os remidos do Senhor em todos os tempos. «Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus» «Quem nos separará do amor de Cristo?» «Nada nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor!» (Romanos 8:1, 35, 39). O Senhor afirmou isso quando declarou: «As minhas ovelhas ou vem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; e dou-lhes a vida eterna, e nunca hão-de perecer, e ninguém as arrebatara da minha mão» (João 10:27-28). Desta forma o Senhor está a ensinar a segurança eterna. Em Efésios 5 Paulo ilustra essa segurança eterna com o relacionamento do casamento. E, como a relação eterna de Cristo e da Igreja o casamento deve ser uma relação permanente. «Porque a mulher que esta sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, esta livre da lei do marido. De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera, se for doutro marido» (Romanos 7:2-3). «A mulher casada está ligada pela lei todo o tempo em que o seu marido vive; mas, se falecer o seu marido, fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor.» (I Coríntios 7:39) 3

A Proibição do Divórcio: Estamos a atravessar um período em que parece vergonhoso falar-se contra o divórcio. Há cerca de vinte anos o divórcio era considerado como um cancro na sociedade. Um divorciado era tido como uma pessoa marginalizada e mal sucedida. Hoje os tempos mudaram. Hoje fala-se e considera-se as coisas precisamente no seu contrário. É verdadeiramente escandaloso quando não proibitivo haver uma opinião formada em oposição ao divórcio. Recentemente, nos mais altos cargos da união europeia foi rejeitado um comissário porque tinha uma opinião desfavorável do divórcio. A Assembleia-geral pura e simplesmente o recusou como comissário europeu. De facto a sociedade hodierna está a preparar-se para entrar em colapso e o presente século encaminha-se para chegar ao seu fim. Vejamos o que a Escritura diz sobre o assunto. O Senhor Jesus declarou que nunca foi da vontade de Deus que os cônjuges se divorciassem. Assim foi desde o princípio. No entanto, na sua época a prática do divórcio estava a generalizarse, de forma que se estava a constituir um problema social entre os judeus e levou os fariseus a questionar o Senhor sobre esta matéria. Os Judeus tinham-se tornado muito negligentes quanto à opinião e princípios de Deus, de forma que tentaram envolver o Senhor Jesus num debate que tinha a ver com as práticas Judaicas. O Senhor ignorou completamente o que eles diziam sobre Moisés, e também ignorou o que eles diziam respeitantemente ao divórcio, e tendo-os conduzido ao princípio, mostrando-lhes que Deus não fez qualquer provisão para o divórcio. Isso aconteceu muitas vezes no ministério do Senhor, quando Ele ignorava o que os sábios antigos e as tradições judaicas diziam, e dava a sua própria interpretação, que era a interpretação autêntica, uma vez que foi o Senhor que fez e outorgou a Lei (Actos 7:38): «Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério.» «Eu porém, vos digo» (Mateus 5:27-28) Para reforçar o estava a ser a tendência daqueles dias é dito pelo profeta Malaquias: «Ninguém seja desleal para com a mulher da sua mocidade. Porque o Senhor Deus de Israel diz que aborrece o repúdio» (Malaquias 2:15-16). O que Era verdade no fim da era do Velho Testamento foi muito mais vezes verdade no começo da Era do Novo Testamento, e o Senhor enfrentou o mesmo problema que nós enfrentamos hoje em Portugal: o divórcio fácil e dominante. Malaquias enfrentou esse problema. O Senhor enfrentou esse problema. Nós enfrentamos esse problema. Que fazer? Ceder? Diremos que está demasiado entrincheirado para ser combatido? Em qualquer caso assiste-nos a obrigação de apresentar a verdade de Deus. 4

Malaquias disse que «Deus odeia o divórcio». Ele não disse que Deus odeia os divorciados. Nem nós os devemos odiar. Porém devemos pregar e ensinar a proibição Bíblica do divórcio. Temos de lutar contra a maré. Temos de estabelecer padrões pios para os cônjuges e princípios de moral Bíblica para os casamentos. Passemos em revista o que diz o chamado Novo Testamento. «Qualquer que deixar a sua mulher e casar com outra adultera contra ela. E se a mulher deixar a seu marido, e casar com outro, adultera» (Marcos 10:11-12) «Qualquer que deixa sua mulher e casa com outra, adultera; e aquele que casa com a repudiada pelo marido adultera também» (Lucas 16:18) «A mulher casada esta ligada pela lei todo o tempo que o seu marido vive; mas, se falecer o seu marido fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor» (I Coríntios 7:39). Em suma, temos diante de nós palavras sagradas e divinas que proíbem peremptória e claramente o divórcio. A Prostituição Versus Adultério Que dizer de Mateus 19:9, pois parece ser uma excepção aos textos supra citados. Consideremos, então, o texto: «Qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério». Em referência a esta declaração queremos apresentar-lhe uma explicação, um exemplo e uma exortação. Uma das regras básicas e mestras da interpretação da Bíblia que não deve ser violada se se quiser compreender as Escrituras é conseguir sempre o ensino de toda a passagem que é clara sobre determinado assunto e insistir que qualquer passagem vaga seja interpretada de tal maneira que seja consistente com todas as passagens claras sobre o mesmo assunto. Ora, é claro ao longo de toda a Bíblia que Deus odeia o divórcio. Todas as passagens do Novo Testamento que temos considerado proíbem o divórcio e o subsequente recasamento. Só há um livro que parece contradizer Marcos, Lucas, Romanos e 1 Coríntios 7. Esse livro é Mateus. O capítulo é o 19 e o versículo é o 9. Este versicu1o tem de encaixar consistentemente no resto da Bíblia, e pode! Temos de descobrir de que é que o Senhor esta a falar quando Ele diz excepto, e ao fazermo-lo teremos a explicação. 5

O Evangelho de Mateus foi escrito com os Judeus em mente. No Evangelho de Marcos o Senhor diz terminantemente que o divórcio e o recasamento constituem adultério. Ele não diz nada acerca da excepção em Marcos, Lucas, Romanos ou Coríntios. Porque aqueles livros não foram escritos tendo em mente os Judeus como Mateus. Porque é que é importante notar isso? Uma Explicação: É importante porque em Mateus o Senhor Jesus estava a falar a uma audiência Judaica acerca duma pratica Judaica conhecida como ESPONSAIS. Na Cultura Judaica, quando um jovem queria casar com uma rapariga, os pais reuniam-se e decidiam quando eles se deveriam tornar marido e mulher. Numa cerimónia onde se trocava dinheiro e se assinava um documento, o homem e a mulher eram declarados esponsais. No que dizia respeito à lei Judaica, eles estavam casados; mesmo apesar da filha voltar com os pais para casa. Ele passaria aproximadamente um ano a preparar o verdadeiro casamento público. Durante aquele tempo esponsal ou de noivado não haveria contacto sexual. Porém, aos olhos da lei, essa rapariga estava casada com esse homem exactamente como se eles tivessem consumado o relacionamento marital. Porque isto era verdade, os Judeus eram muito precisos no uso da sua linguagem. Prostituição e adultério eram dois pecados diferentes na cultura Judaica. O adultério era cometido por uma pessoa cujo casamento tinha sido consumado. O adultério não podia ser cometido por a1guém que apenas estivesse noivo. E o castigo para o adultério não era o repúdio; era o apedrejamento a morte! Assim, em Mateus 19:9 o Senhor não estava a falar do adultério da parte de alguém que estivesse casado. Ele estava a falar de prostituição, infidelidade sexual da parte de alguém que está noivo ou comprometido. Portanto, se o leitor quiser parafrasear Mateus 19:9, poderemos ler como se segue: Excepto por prostituição durante o período de noivado. O que Jesus ensinou em Mateus deveriam fazer os nossos jovens pensarem duas vezes antes de se comprometerem a nível esponsal. Nenhuma permissão é concedida pelo Senhor para o divórcio e o recasamento. Tal conduta é claramente definida por Ele como sendo adu1tério. Mais, se o adultério e a prostituição fossem termos sinónimos não seriam ambos listados quando as Escrituras os categorizam. Quando os pecados são listados em Mateus 15:19, tanto o adultério como a prostituição são ali referidos. O adultério refere-se invariavelmente a um pecado cometido por pessoas casadas. A prostituição refere-se sempre a um pecado cometido por pessoas solteiras ou esponsadas. O Senhor Jesus esta a dizer ali que ninguém pode repudiar o seu cônjuge 6

excepto durante o período de noivado. Antes do homem consumar o seu casamento, se a mulher lhe for infiel, então, e só então, ele tem o direito de a repudiar. Um Exemplo: Apresentaremos já o exemplo mais claro na Bíblia do que acabamos de explicar. «Ora o nascimento de Jesus Cristo foi assim; Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo» (Mateus 1:18). Maria e José encontravam-se naquele período esponsal de noivado. José tinha assinado a convenção nupcial, acordado com os pais de Maria e regressado a casa. Passado algum tempo, durante esse período esponsa1, Maria engravidou. E então, notemos o que o versículo 19 diz: «Então José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente». Este era o seu direito! José pensou que Maria o tinha traído durante o período esponsal, Assim pensaram também os seus vizinhos, que nunca aceitaram a história do nascimento virginal. E o que os Judeus chamaram a esse pecado ou que eles pensavam ter sido pecado? Temos a resposta em João 8:41: «Disseram-lhe pois: nós não somos nascidos de prostituição» O Senhor viveu toda a Sua vida na terra com essa implicação sórdida. Eles disseram prostituição, não adultério. Eles queriam dizer: Tu és filho duma mulher que traiu o noivo. Eles não queriam dizer: Tu és filho duma mulher casada que cometeu adultério. Uma Exortação: Esta é uma boa oportunidade para exortar o povo de Deus a fazer melhores casamentos, se quiserem ser bem sucedidos no estancar a actual grande onda de divórcios. Os anciãos devem aconselhar adequadamente os casais antes do casamento. Também é preciso aconselhar nas assembleias, com muito amor, os divorciados da proibição Bíblica do recasamento. Também temos de revelar muita compaixão para com os já recasados. Temos de ensinar-lhes, e a todo o povo de Deus, o que as Escrituras ensinam a respeito do divórcio. Em vez de cedermos e ca- 7

pitularmos perante o mal do divórcio, temos de concentrar a educação Bíblica dos nossos jovens no que concerne a relação sacra e permanente do casamento. Que o Senhor nos ajude a sermos-lhe fieis nestes dias tão difíceis. P.N.T. Adaptado por VPP 8

DIVÓRCIO NUMA PERSPECTIVA DISPENSACIONAL São poucos os crentes que estão cientes do facto de que as questões do casamento, divórcio e recasamento, encerram um aspecto dispensacional. As instruções originais de Deus a respeito do casamento (Génesis 2:24) foram emendadas por Ele com o decurso do tempo e com a alteração das circunstâncias. Diremos, instruções não ao nível da vontade primária, mas ao nível de uma vontade permissiva, tolerante ou secundária. SOB A LEI Sob a Lei Mosaica era relativamente fácil um homem obter o divórcio. Em certos casos, se ele meramente não se contentasse com sua mulher, podia rejeitá-la (Deuteronómio 21:10-14). Na verdade, sob a Lei era possível para qualquer homem divorciar-se de sua mulher meramente por esta não despertar graça a seus olhos ou porque esta era achada impura (Lit. algo ofensivo ) (Idem 24:1-4). Em tal caso o marido tinha meramente que escrever uma carta de divórcio (declarando as razões porque a não desejava conservar) e depois entregá-la e despedi-la de sua casa. Contudo, não deve ser ignorado o facto de que tudo isto era uma atitude permissiva de Deus, tolerante, admitida em casos excepcionais, por causa da dureza dos corações do povo. Mas o Senhor é claro na resposta que dá, à pergunta: porque mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la? «Disse-lhes Ele: Moisés, por causa da dureza vossos corações vos permitiu repudiar as vossas mulheres, mas ao princípio não foi assim» (Mateus 19:8). Que dureza de coração era esta? Uma dureza em relação ao matrimónio? Não. Esta dureza referia-se no entendimento e na aceitação de toda a Palavra de Deus para a Nação de Israel. Assim, a dureza do povo não era só contra as mulheres, mas mais que isso era uma dureza contra Deus. E, o relacionamento do homem/mulher em Israel não era mais que o reflexo do relacionamento que existia entre Israel e Deus. E, porque o povo era negligente em entender a Palavra de Deus e a aceitar a direcção de Deus, Ele permitiu que, em circunstâncias especiais, o homem repudiasse a sua mulher. No entanto, isso não era mais do que o Senhor previa que iria acontecer com a Nação de Israel no futuro. 9

SOB O PROGRAMA DO REINO Sob o programa do reino apenas havia uma justificação reconhecida para o divórcio. Tratava-se da prostituição: «Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério» (Mateus 19:9). Indubitavelmente este facto tinha um significado dispensacional, pois o Senhor Jeová estava em vias de se divorciar da Sua noiva, Israel, devido à sua prostituição, pois tinha sido infiel antes do momento das Bodas, e por isso lha chamava: Lo-ammi, não Meu povo (Oseias 1:2,9). À luz das muitas profecias do Velho Testamento e dos registos do Livro dos Actos, Jeová e Israel encontram-se agora divorciados e separados. Porém serão reconciliados e reunidos a Ele quando regressar como o Libertador de Israel no fim da Grande Tribulação (Ver Isaías 62:4,5; Zacarias 3:17; Romanos 11:25-27). SOB A GRAÇA Sob a presente dispensação da graça de Deus não existe qualquer fundamento na revelação do Mistério da Graça de Deus para os membros do Corpo de Cristo se divorciarem. Nesta revelação de Deus para a Igreja Corpo de Cristo não existe qualquer mandamento para os solteiros. Podemos dizer que há uma vontade permissiva de Deus em relação aos solteiros, deixando ao critério de cada um fazer o que propuser no seu coração, desde que com a dependência e direcção do Senhor (I Coríntios 7:39). Mas, para os casados, há mandamento específico do Senhor, e o mandamento é: «A mulher se não aparte do marido» (I Coríntios 7:10); E vice-versa, quanto ao marido: «o marido não deixe a mulher.» (v. 11). Estando consciente das grandes pressões que originam algumas vezes os divórcios, e reconhecendo o facto de que alguns se separam indiferentes ao que as Escrituras dizem, ele continua: «Se porém se apartar, que fique sem casar, ou que se reconcilie com o marido; e, (isto é, e da mesma maneira) que o marido não deixe a mulher» (Idem 7:11). 10

Assim, a pessoa casada que é infeliz e que procura o divórcio, deve ponderar as consequências mil vezes, pois a pessoa que se divorcia está pelas Escrituras proibida de se casar novamente. Estamos cientes que existem problemas de ordem técnica envolvidos, quanto a saber quem é o verdadeiro responsável pelo divórcio, e isto nos casos dos divórcios litigiosos, e em casos pontuais em que um cônjuge é descrente e pretende a separação. Mas, I Coríntios 7 responde a estas e a outras questões. No entanto, o imperativo para a dispensação da graça é claro: Não há divórcio. Em parte alguma das epístolas de Paulo encontramos uma justificação para a separação ou divórcio. A graça perdoará ao cônjuge faltoso e revelar-lhe-á o amor de Cristo. Ao cônjuge fiel o Senhor lhe dará a graça suficiente para perdoar eventuais faltas do cônjuge infiel, demonstrando o seu amor para com ele, à semelhança do que o Senhor fez com a sua Igreja: «Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo vos amou e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave.» (Efésios 5:1-2) «Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela» (Efésios 5:25); «Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo.» (II Timóteo 2:13); «Antes, sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.» (Efésios 4:32). «Suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos uns aos outros, se algum tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também.» (Colossenses 3:13). Esta é a forma mais correcta de viver o Evangelho da Graça de Deus: reflectir a atitude que deus teve para connosco em Cristo Jesus. Aqueles que procuram o divórcio e o recasamento na dispensação da Graça só estão a revelar que não conhecem nada do plano de Deus para a Época actual. Mais grave que isso estão a demonstração que a mensagem da graça de Deus não fez e não está a fazer nada na sua vida. Revelam, ainda, que o Espírito Santo de Deus não está a operar nada na sua vida. Podem demonstrar alguma aparência de piedade, mas negam a sua eficácia pela vida que optam viver: oposta à vontade de Deus (II Timóteo 3:5). Podem revelar «alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum, senão para a satisfação da carne.» (Colossenses 2:23). 11

«Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andam. Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O fim deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles é para confusão deles mesmos, que só pensam nas coisas terrenas.» (Filipenses 3:17-19). Mas, a nós resta-nos ir «instruindo com mansidão os que resistem, a ver se, porventura, Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade e tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em cuja vontade estão presos.» (II Timóteo 2:25-26) C.R.S. Adaptado por VPP 12