Barroco Local / Espaço, Versalhes



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Transcrição:

Barroco Local / Espaço, Versalhes

O local Os palcos: a corte, a igreja, a academia

O palco no reinado de Luís XIV Os palcos : a Corte, a Igreja e a Academia. A morada do rei - A Corte - tornou-se por isso o local mais importante de cada reino.

A centralização das funções e das decisões mais importantes da vida pública na corte fez dela um pólo de atração para todos os que dependiam e colaboravam com o poder real ou nele procuravam favores e mercês. Constituíam uma verdadeira sociedade de corte, que viviam na corte ou frequentavam regularmente (Ex. diplomatas, aios, criados, etc.).

No âmbito da sua política absolutista, Luís XIV pretendeu igualmente estabelecer normas para a arte. A Academia Real de Pintura e Escultura, seguiu os modelos clássicos que de resto se revelou na arquitetura.

Mais tarde a academia dividia-se entre os que privilegiavam o desenho e os que optavam pela pintura. A igreja cobria-se de pintura nos tetos, frescos e paredes, tendo como reflexo a da sua cultura e poder (Reforma e Contrarreforma).

Na época barroca, a corte, a igreja e a academia foram os palcos onde os poderes se mostravam aos seus públicos.

Quando Luís XIV entrava num lugar público ou quando, no palácio, uma multidão de cortesãos o aguardava, ele assumia outra expressão como se devesse comparecer num palco.

A igreja, como instituição e construção arquitetónica, foi outro dos palcos que apoiou a contrarreforma na luta contra o protestantismo.

O espaço A Europa da corte. O modelo de Versalhes.

O palácio de Versalhes, apreciada como a cidade dos ricos, foi o cenário físico da obra de Luís XIV, localizado na cidade de Versalhes, uma aldeia rural à época de sua construção, mas atualmente um subúrbio de Paris. Desde 1682 quando Luís XIV se mudou de Paris, até a família Real ser forçada a voltar à capital em 1789, a Corte de Versalhes foi o centro do poder do Antigo Regime em França.

Corte: círculo de pessoas que rodeiam um grande senhor, um príncipe, um bispo, um aristocrata.

Aliada às tendências absolutistas surgiu a corte régia feita à semelhança de Luís XIV que a partir do seu palácio regulamentou as dependências sociais da aristocracia através de um código de comportamento e de etiqueta, orientado a corte para a obediência e culto à pessoa do rei, através de cerimónias e rituais próprios.

A corte de Luís XIV, símbolo do poder real exibiu luxo e pompa, um ambiente requintado de aparência sedutora que alimentava uma nobreza acrítica, fútil e sem profissão, ocupada por uma vertigem de diversões: festas e bailes galantes, sessões de leitura, representações teatrais com ballet de cour, cerimonias e jogos esplendorosos, paradas, caçadas e torneios.

Os homens pretensiosos e emproados, vestidos de sedas e ricamente adornados de laços, fivelas e diamantes, calçados com sapatos de tacão alto e acompanhados pelas suas belas damas, mais excêntricas ainda, cobertas de pó-de-arroz e perfumes, povoavam a corte e eram copiados pelos demais.

O palácio de Versalhes, apreciada como a cidade dos ricos, foi o cenário físico da obra de Luís XIV, localizado na cidade de Versalhes, uma aldeia rural à época de sua construção, mas atualmente um subúrbio de Paris. Desde 1682 quando Luís XIV se mudou de Paris, até a família Real ser forçada a voltar à capital em 1789, a Corte de Versalhes foi o centro do poder do Antigo Regime em França.

Palácio de Versalhes

Galeria dos espelhos

Quarto da rainha

Sala dos guardas da rainha

Capela de Versalhes

Universalmente admirado albergou, em 1744, 10 000 habitantes. Embora construído dentro do espírito barroco (fachadas, jardins, espelhos de água, pavilhões, terraços, cenários teatrais), é igualmente uma fortificação do classicismo pela regularidade, harmonia e simetria das suas formas.

O barroco, enquanto arte da sedução e dos sentidos, serviu para dar conteúdo estético aos ideais da contrarreforma.