Aula Demonstrativa. Processo do Trabalho Professora Déborah Paiva. Profª Déborah Paiva 1

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Transcrição:

Processo do Trabalho www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 1

Olá Pessoal, As oportunidades para os concursos dos Tribunais Regionais do Trabalho são diversas! É com grande satisfação que apresento para vocês um curso de Direito Processual do Trabalho focado no edital do concurso do TRT da 20ª Região! Estamos aguardando mais quatro editais: TRT CEARÁ, TRT Santa Catarina, TRT RIO e TST. Portanto, o melhor investimento que vocês podem fazer, no momento, é não desanimar e sim seguir em frente, sempre, pois as oportunidades não cessaram! Para aqueles que não me conhecem, irei apresentar um pouco do meu currículo! Nos últimos anos, ministrei vários cursos na área dos Tribunais Regionais do Trabalho, AFT, MPU, AGU, PFN e TST. Há mais de dez anos trabalho com cursos organizados pela FCC! Sou autora de um livro de provas comentadas da FCC (3ª edição). www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 2

Processo do Trabalho Teoria e Questões Objetivas TRT 20ª Região Vejamos a apresentação do curso: Apresentação do curso: O curso será dividido em 08 aulas Aula 01: 10/08 Aula 06: 13/09 Aula 02: 17/08 Aula 07: 13/09 Aula 03: 24/08 Aula 08: 20/09 Aula 04: 31/08 Aula 05: 06/09 AULA 01: Da Justiça do Trabalho: organização e competência. Das Varas do Trabalho, dos Tribunais Regionais do Trabalho e do Tribunal Superior do Trabalho: jurisdição e competência. Jurisdição e Competência. Dos serviços auxiliares da Justiça do Trabalho: das secretarias das Varas do Trabalho; dos distribuidores; dos oficiais de justiça e oficiais de justiça avaliadores. Do Ministério Público do Trabalho: organização. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 3

AULA 02: Dos atos, termos e prazos processuais. Da distribuição. Das custas e emolumentos. Das partes e procuradores; do jus postulandi; da substituição e representação processuais; da assistência judiciária; dos honorários de advogado. Das nulidades. Das exceções. AULA 03: Das audiências: de conciliação, de instrução e de julgamento; da notificação das partes; do arquivamento do processo; da revelia e confissão. Das provas. Dos dissídios individuais: da forma de reclamação e notificação; da reclamação escrita e verbal; da legitimidade para ajuizar. AULA 04: Provas no Processo do Trabalho. AULA 05: Procedimento ordinário e sumaríssimo. AULA 06: Sentença e coisa julgada; liquidação da sentença: por cálculo, por artigos e por arbitramento. AULA 07: Recursos. AULA 08: Execução. ----------------------------------------------------------------------------------------- : Princípios gerais do processo trabalhista (aplicação subsidiária do CPC). Conceituamos o direito processual do trabalho como ramo da ciência jurídica, constituído por um sistema de princípios, normas e instituições próprias, que tem por objeto promover a pacificação justa dos conflitos decorrentes das relações jurídicas tuteladas pelo direito material do trabalho e regular o funcionamento dos órgãos que compõe a Justiça do Trabalho. (Carlos Henrique Bezerra Leite) www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 4

Vamos entender o conceito acima: Processo do Trabalho Ramo do Direito Público Facultas Agendi Direito Subjetivo Conceito Direito Processual do Trabalho: O Direito Processual do Trabalho pertence ao ramo do direito público, sendo suas normas cogentes, isto é, não podem ser alteradas pela vontade das partes. A União possui competência privativa para legislar sobre Direito Processual do Trabalho, conforme o art. 22, I da CRFB/88. Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho. O Processo do Trabalho é um ramo do direito público, sendo considerado direito subjetivo. Por Direito Subjetivo entende-se a faculdade, ou seja, a facultas agendi que o sujeito de direito tem de invocar a norma ao seu favor. Como exemplo, podemos citar a relação jurídica em que o credor tem a faculdade de exigir do devedor o cumprimento da prestação, ou seja, o cumprimento do direito objetivo. O Direito Objetivo é considerado uma norma agendi, porque são normas que disciplinam a ação do homem. Assim, o direito objetivo é qualificado como sendo uma norma de ação ditada pelo poder público. Logo, o direito processual é o instrumento que está a serviço do direito material (direito do trabalho, por exemplo). www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 5

Quando o direito material for violado entra em cena o direito processual e a parte, que teve o seu direito violado, deverá ingressar com uma ação pedindo ao Estado-juiz que resolva o conflito de interesses. Fiquem atentos com os conceitos de direito material e direito processual dos juristas: Ada Pelegrini Grinover, Cândido Rangel Dinamarco e Antônio Carlos Cintra. Chama-se direito processual o complexo de normas e princípios que regem tal método de trabalho, ou seja, o exercício conjugado da jurisdição pelo Estado-juiz, da Ação pelo demandante e da defesa pelo demandado". Demandante é o autor da ação. Também denominado de reclamante no processo do trabalho. Demandado é o réu. Denominada reclamado no processo do trabalho. Outros conceitos: " Direito Processual do Trabalho é o ramo do Direito Processual destinado a solução judicial dos conflitos trabalhistas. As normas jurídicas nem sempre são cumpridas espontaneamente, daí a necessidade de se pretender, perante os tribunais, o seu cumprimento, sem o que a ordem jurídica tornar-se-ia um caos. A atuação dos tribunais também é ordenada pelo direito, mediante leis coordenadas num sistema, destinadas a determinar a estrutura e o funcionamento dos órgãos do Estado, aos quais é conferida a função de resolver os litígios ocorridos na sociedade, bem como os atos que podem ser praticados não só por esses órgãos mas também pelas partes do litígio. O direito processual tem por finalidade principal evitar, portanto, a desordem e garantir aos litigantes um pronunciamento do Estado para resolver a pendência e impor a decisão" (Amauri Mascaro Nascimento). " Direito Processual do Trabalho é o conjunto de princípios, regras e instituições destinado a regular a atividade dos órgãos jurisdicionais na solução dos dissídios individuais ou coletivos pertinentes à relação de trabalho" (Sérgio Pinto Martins). " O Direito Processual do Trabalho conceitua-se como o conjunto de princípios, normas e instituições que regem a atividade da Justiça do Trabalho, com o objetivo de dar efetividade à legislação trabalhista e social e assegurar o acesso do trabalhado à Justiça" (Mauro Schiavi). www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 6

Para simplificar, elaborei o seguinte conceito de processo do trabalho: O Processo do Trabalho é um ramo do direito público/subjetivo que tem por escopo disciplinar as atividades dos órgãos da Justiça do Trabalho para a solução dos conflitos individuais e coletivos de trabalho entre empregados e empregadores, entre Sindicatos, entre Sindicatos e empresas e, ainda, conflitos oriundos de lides decorrentes da competência ampliada da Justiça do Trabalho estabelecida no art. 114 CF/88. É importante frisar que o Direito Processual do Trabalho é um direito instrumental porque a sua finalidade é atuar para tornar efetivo o Direito Material do Trabalho em caso de desrespeito às normas trabalhistas e lesão ao direito de uma das partes. Há um ponto polêmico na doutrina que é a questão da autonomia do Processo do Trabalho. Podemos destacar três posições sobre o tema: 1. Monista: O Direito Processual do Trabalho não tem autonomia em face do Direito Processual Civil sendo um simples desdobramento deste. 2. Dualista: O Direito Processual do Trabalho é autônomo em relação do Direito Processual Civil porque possui um ramo especializado do Poder Judiciário para dirimir lides trabalhistas, uma legislação própria que disciplina o Processo do Trabalho (CLT, Lei 5584/70 e Lei 7701/88), objeto próprio de estudo e vasta bibliografia sobre a matéria. 3. Autonomia Relativa: Há autores que sustentam a autonomia relativa do Direito Processual do Trabalho, em razão do art. 769 da CLT que possibilita a aplicação subsidiária do Direito Processual Comum na fase de conhecimento e do art. 889 da CLT possibilitar a Aplicação da Lei dos Executivos Fiscais na fase de execução e, também, do CPC para preencher lacunas da CLT. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 7

O Novo Código de Processo Civil estabelece o seguinte: Art. 15 NOVO CPC Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. Na fase de conhecimento a principal fonte de direito processual do trabalho será a CLT e Leis esparsas e a fonte subsidiária será o Novo Código de Processo Civil. Na fase de execução a fonte principal do processo do trabalho será a CLT e Leis esparsas, em seguida a Lei de Execuções Fiscais e depois o Novo Código de Processo Civil. De acordo com o artigo 769 da CLT, o processo comum (Processo Civil) será fonte subsidiária do Processo do Trabalho em caso de omissão do direito processual do trabalho e de compatibilidade das normas do processo civil com as normas e princípios fundamentais do processo do trabalho. Art. 769 da CLT Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título. Art. 15 NOVO CPC Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. Em relação ao Processo de Execução, o artigo 889 da CLT estabelece que seja aplicada a Lei de Execução Fiscal (6.830/80) antes da aplicação do CPC. Porém, há exceções em relação à ordem de aplicação dessas normas quando a própria CLT estabelecer outra ordem, observem o que dispõe o art. 882 da CLT. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 8

Art. 889 da CLT Aos trâmites e incidentes do processo da execução são aplicáveis, naquilo em que não contravierem ao presente Título, os preceitos que regem o processo dos executivos fiscais para a cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública Federal. Art. 882 da CLT O executado que não pagar a importância reclamada poderá garantir a execução mediante depósito da mesma, atualizada e acrescida das despesas processuais, ou nomeando bens à penhora, observada a ordem preferencial estabelecida no art. 655 do Código de Processo Civil. (Artigo 835 do Novo CPC) O artigo 882 da CLT estabelece a aplicação do art. 655 do CPC, que atualmente é o art. 835 do Novo CPC, antes da aplicação da lei de Execução Fiscal. A título de ilustração segue o teor do art. 835 do Novo CPC. Estudaremos o tema "penhora" no momento próprio. Art. 835 NOVO CPC A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira; II - títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em mercado; III - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado; IV - veículos de via terrestre; V - bens imóveis; VI - bens móveis em geral; VII - semoventes; VIII - navios e aeronaves; IX - ações e quotas de sociedades simples e empresárias; X - percentual do faturamento de empresa devedora; XI - pedras e metais preciosos; XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária em garantia; XIII - outros direitos. 1 o É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais hipóteses, alterar a ordem prevista no caput de acordo com as circunstâncias do caso concreto. 2 o Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro a fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 9

3 o Na execução de crédito com garantia real, a penhora recairá sobre a coisa dada em garantia, e, se a coisa pertencer a terceiro garantidor, este também será intimado da penhora. Até a entrada do novo Código de Processo Civil em vigor, ocorria a aplicação subsidiária do processo comum ao processo do trabalho em caso de omissão e compatibilidade. O art. 15 do Novo CPC menciona que a aplicação do CPC ao processo do trabalho será supletiva e subsidiária, nada mencionando sobre a compatibilidade. Vocês sabem qual a diferença entre aplicação subsidiária e aplicação supletiva? Aplicação Subsidiária será aquela que ocorrerá quando a legislação processual do trabalho nada disciplinar sobre o instituto. Podemos exemplificar com a inspeção judicial em caso de "provas no processo do trabalho", que estudaremos no momento próprio. Aplicação Supletiva será aquela que ocorrerá quando a legislação processual do trabalho não disciplinar o instituto por completo. Podemos citar a aplicação do art. 373 do Novo CPC combinado com o art. 818 da CLT em caso de "ônus da Prova". Princípios: Para o jurista Norberto Bobbio os princípios são normas, observem: normas fundamentais ou generalíssimas do sistema, as normas mais gerais. A palavra princípios leva a engano, tanto que é velha questão entre os juristas se os princípios gerais são normas. Para mim não há dúvida: os princípios gerais são normas como todas as outras. Para sustentar que os princípios gerais são normas os argumentos são dois, e ambos válidos: antes de mais nada, se são normas aquelas das quais os princípios gerais são extraídos, através de um procedimento de generalização sucessiva, não se vê pó que não devam ser normas também eles: se abstraio da espécie animal obtenho sempre animais e não flores ou estrelas. Em segundo lugar, a função para a qual são extraídos e empregados é a mesma cumprida por todas as normas, isto é a função de regular um caso. E com que finalidade são extraídos em caso de lacuna? Para regular um comportamento não-regulamentado: mas então servem ao mesmo escopo a que servem as normas expressas. E por que não deveriam ser normas? www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 10

Os Princípios são formas de integração da norma jurídica, isto porque eles atuam como fonte de integração das normas jurídicas objetivando suprir as lacunas existentes, uma vez que o juiz não poderá eximir-se de sentenciar alegando omissões ou lacunas nas normas jurídicas. DICA: O art. 769 da CLT, muito abordado em provas de concursos, autoriza a aplicação subsidiária do Direito Processual Civil ao Direito Processual do Trabalho, como fonte subsidiária para suprir lacunas ou omissões, ressaltando que a aplicação somente será possível quando não colidir com os princípios e com as normas de Direito Processual do Trabalho. Art. 769 da CLT Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título. (FCC- Técnico Judiciário TRT 1ª Região 2013) A matéria relativa ao processo do trabalho encontra-se plenamente regulamentada pela CLT Consolidação das Leis do Trabalho? (A) Em termos, porque o direito processual comum deve ser aplicado como regra geral e na sua omissão é que se aplica o direito processual do trabalho. (B) Sim, porque há um título específico na CLT denominado processo judiciário do trabalho que contempla todas as normas processuais necessárias. (C) Sim, em razão da especificidade do processo do trabalho que não admite aplicação de outras normas processuais. (D) Não, porque há previsão na CLT determinando que, nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas do Título denominado processo judiciário do trabalho. (E) Não, porque não há regulamentação específica na CLT sobre matéria processual, devendo assim ser aplicado o direito processual comum para solucionar todas as ações trabalhistas. Comentários: Letra D (art. 769 da CLT). www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 11

A seguir apresentarei a classificação dos princípios adotada por Carlos Henrique Bezerra Leite. A) Princípios Gerais do Processo: A.1. Princípios Informativos: Lógico Jurídico Político Econômico A. 2. Princípios Fundamentais: Princípio do Devido Processo Legal Princípio do Contraditório Princípio do Juiz Natural Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição Princípio da Ampla Defesa Princípio da Fundamentação das decisões B) Princípios Peculiares do Processo do Trabalho: Princípio do Dispositivo Princípio do Inquisitivo ou Inquisitório Princípio da Oralidade Princípio da Identidade física do juiz (A SÙMULA 136 DO TST FOI CANCELADA) Princípio da Irrecorribilidade Imediata das Decisões Interlocutórias Princípio do Jus Postulandi das partes Princípio da conciliação Princípio da Concentração dos Atos Processuais Princípio da Imediatidade ou Imediação Princípio da Extrapetição Vamos então aos conceitos dos princípios! www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 12

A) Princípios Gerais do Processo: A1) Princípios Informativos: Lógico: Caracteriza-se pela seleção dos meios mais eficazes e rápidos para descobrir a verdade e evitar o erro. Jurídico: è a garantia de igualdade de tratamento às partes e Justiça nas decisões. Político: Caracteriza-se por objetivar a máxima garantia social com o mínimo de sacrifício à liberdade individual. Econômico: Objetiva fazer com que as lides não sejam tão dispendiosas ou demoradas e em propiciar o acesso do hipossuficiente (parte mais fraca da relação jurídica) ao Poder judiciário através dos institutos da assistência judiciária e justiça gratuita. A2) Princípios Fundamentais: PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL: Pelo princípio do devido processo legal, ao cidadão deve ser concedido um conjunto prévio de regras processuais, previstas na lei a fim de que ele possa postular sua pretensão em juízo e o réu possa apresentar seu direito de defesa, valendo-se dos instrumentos processuais previstos em lei, não podendo ser surpreendido pela arbitrariedade do julgador. O devido processo legal consiste no direito que tem o cidadão de ser processado por regras já existentes e que sejam devidamente observadas pelo Poder Judiciário. O princípio em tela está contido no art.5º, LIV da CF/88, observem a literalidade do artigo. Art. 5º da CF/88 Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 13

PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO: É um princípio fundamental que assegura às partes a garantia de serem ouvidas no processo sobre a manifestação da outra parte e expor argumentos contrários a seu favor. Art.5º LV CRFB/88 Aos litigantes em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. Art. 4 da Instrução Normativa 39/2015 Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do CPC que regulam o princípio do contraditório, em especial os artigos 9º e 10, no que vedam a decisão surpresa. 1º Entende-se por decisão surpresa a que, no julgamento final do mérito da causa, em qualquer grau de jurisdição, aplicar fundamento jurídico ou embasar-se em fato não submetido à audiência prévia de uma ou de ambas as partes. 2º Não se considera decisão surpresa a que, à luz do ordenamento jurídico nacional e dos princípios que informam o Direito Processual do Trabalho, as partes tinham obrigação de prever, concernente às condições da ação, aos pressupostos de admissibilidade de recurso e aos pressupostos processuais, salvo disposição legal expressa em contrário. PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL: Todos têm direito de ser julgados por juiz independente e imparcial, como órgão legalmente criado e instalado antes do surgimento da lide. A própria Constituição Federal como forma de garantir o Princípio do juiz natural proíbe tribunal de exceção que são aqueles que são instituídos para o julgamento de determinadas pessoas ou crimes. Art.5º LIII CRFB/88 Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente. PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE/INDECLINABILIDADE: Está expresso no art. 5º XXXV da CRFB/88 A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. A jurisdição não poderá ser transferida e nem delegada a outro órgão ou Poder. PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA: Assegura às partes envolvidas no processo a produção de provas de maneira ampla, desde que lícitas. Está expresso no art. 5º LV CRFB/88. PRINCÍPIO DA FUNDAMENTAÇÃO DAS DECISÕES: Segundo este princípio, todas as decisões precisam ser fundamentadas sob pena de nulidade (art. 93 IX CRFB/88). www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 14

PRÍNCIPIO DA PUBLICIDADE: O Princípio da publicidade não é absoluto e poderá ser afastado quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem (art. 5, LX da CF/88). Art. 93 IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação. Art. 770 da CLT Os atos processuais serão públicos salvo quando o contrário determinar o interesse social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. Parágrafo único - A penhora poderá realizarse em domingo ou dia feriado, mediante autorização expressa do juiz ou presidente. B) Princípios Peculiares ao Processo do Trabalho: Princípio do Dispositivo: O princípio do dispositivo, também chamado de princípio da demanda ou da inércia da jurisdição é a emanação do princípio da livre-iniciativa. Consiste na liberdade concedida às partes de provocar o poder judiciário. No direito processual do trabalho, há exceção ao princípio do dispositivo, uma vez que há previsão de execução promovida ex officio pelo juiz ( art. 878 da CLT). Art. 2 o Novo CPC O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. Princípio do Inquisitivo ou Inquisitório: O princípio do inquisitivo consiste no fato de o juiz dar impulso oficial, ou seja, andamento ao processo e na justa composição.no processo do trabalho o art. 765 da CLT permite ao juiz determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento das causas, o que caracteriza o impulso oficial. Art. 2o Novo CPC O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 15

Art. 765 da CLT Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas. Princípio da Oralidade: Caracteriza-se pela prática de atos processuais verbais, ou seja, pelo uso da palavra oral, principalmente nas audiências, seja pelo Juiz ou pelas partes. Exemplos de manifestação deste Princípio: a) a leitura da reclamação trabalhista: (art. 847 da CLT); b) a defesa oral/20 minutos; c) as duas propostas de conciliação consubstanciadas nos artigos 850 e 846 da CLT, que será a primeira proposta oferecida antes de receber a contestação e após a abertura da audiência e a segunda proposta oferecida após as razões finais de 10 minutos para cada parte. d) oitiva de testemunhas (art. 848 2º CLT) e) razões finais em 10 minutos (art. 850 CLT) f) protesto em audiência (art. 795 CLT) Todos os exemplos dados no quadro acima serão estudados de forma aprofundada no momento próprio, por ora quero que vocês apenas guardem que eles são exemplos de atos praticados com através da manifestação verbal. Princípio da Irrecorribilidade Imediata das Decisões Interlocutórias: No Processo do Trabalho as decisões interlocutórias não serão recorríveis de imediato, conforme estabelece o art. 893 1º da CLT, que somente permite apreciação das mesmas no recurso da decisão definitiva, geralmente no recurso ordinário. Decisão Interlocutória é o ato pelo qual o juiz no curso do processo resolve questão incidente. Art. 893 da CLT Das decisões são admissíveis os seguintes recursos: I - embargos; II - recurso ordinário; III- recurso de revista; IV- agravo. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 16

1º - Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva. A Súmula 214 do TST traz hipóteses de exceção ao princípio da irrecorribilidade das decisões interlocutórias, quando o TRT proferir decisão interlocutória contrária a alguma Súmula e OJ do TST a parte poderá recorrer desta decisão. Quando a decisão interlocutória for passível de recurso para o mesmo Tribunal a parte prejudicada poderá recorrer desta decisão e quando for acolhida exceção de incompetência territorial relativa (estudaremos na aula sobre exceção, contestação e reconvenção) com remessa do processo para outro TRT a parte poderá recorrer da decisão interlocutória. Neste sentido a Súmula 214 do TST! Súmula 214 do TST Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, 2º, da CLT. Princípio do Jus Postulandi das partes: Empregados e empregadores poderão reclamar pessoalmente na Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final. DICA: A recente Súmula 425 do TST é tema certo de cair em prova, observem as explicações abaixo: É oportuno frisar, que somente no âmbito da Justiça do trabalho eles poderão postular sem advogados (Varas de Trabalho/Tribunais Regionais do Trabalho). www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 17

SÚMULA 425 do TST O Jus Postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho. Princípio da conciliação: O princípio da conciliação está contido no art. 764 da CLT que estabelece a obrigatoriedade de que todos os dissídios, sejam coletivos ou individuais, devem estar submetidos à conciliação na Justiça do Trabalho. São duas as propostas conciliatórias obrigatórias no procedimento ordinário: Antes de receber a contestação (art. 846 da CLT). Após as razões finais (art. 850 da CLT). No rito sumaríssimo o art. 852-E da CLT assim dispõe: Art. 852-E da CLT Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da conciliação e usará os meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do litígio, em qualquer fase da audiência. A jurisprudência tem entendido que, apenas a ausência da segunda proposta de conciliação gera a nulidade da sentença. Já no procedimento sumaríssimo, o juiz, logo que iniciar a audiência, esclarecerá às partes sobre as vantagens da conciliação e usará os meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do litígio, em qualquer fase da audiência. O Termo de Acordo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível, somente podendo ser atacado por ação rescisória, sendo considerado um título executivo judicial. Ressalta-se que para a Previdência Social, quanto às contribuições que lhe são devidas em face do acordo celebrado, o que for lavrado não valerá como decisão irrecorrível. Súmula 418 do TST A concessão de liminar ou a homologação de acordo constituem faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e certo tutelável pela via do mandado de segurança. As propostas são obrigatórias nestes dois momentos processuais, mas que a qualquer tempo, o juiz poderá tentar a conciliação sempre que possível. O Termo de Acordo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível, somente podendo ser atacado por Ação Rescisória, sendo considerado um título executivo judicial. Para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe são devidas em face do acordo celebrado, o que for lavrado não valerá como decisão irrecorrível. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 18

Princípio da Concentração dos Atos Processuais: Este Princípio objetiva a que a tutela jurisdicional seja prestada, no menor tempo possível, concentrando-se os atos processuais em uma única audiência. A audiência será contínua, porém o art. 849 da CLT preceitua que caso não seja possível concluí-la no mesmo dia o juiz poderá designar nova data para prosseguimento. Princípio da Imediatidade ou Imediação: Este princípio permite um contato direto do juiz com as partes, testemunhas, peritos e terceiros e com a própria lide objetivando formar o seu livre convencimento motivado determinado pelo Princípio da Persuasão Racional no que tange às provas. Princípio da Extrapetição: Em casos expressamente previstos em lei, o juiz poderá condenar o réu por pedidos não postulados expressamente pelo autor na petição inicial. Exemplificando: Como exemplo de aplicação deste princípio no âmbito laboral pode citar: a aplicação de juros e correção monetária (Súmula 211 do TST), a fixação de gozo de férias por sentença fixando pena diária de 5% do saláriomínimo (art.136 2º da CLT), dentre outros. Súmula 211 do TST JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA. INDEPENDÊNCIA DO PEDIDO INICIAL E DO TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL Os juros de mora e a correção monetária incluem-se na liquidação, ainda que omisso o pedido inicial ou a condenação. 3. Princípios do Processo Civil aplicáveis ao Processo do trabalho: Os princípios importantes do processo civil aplicados ao processo do trabalho são: Princípio Inquisitivo ou do Impulso Oficial: O princípio do inquisitivo consiste no fato de o juiz dar impulso oficial, ou seja, andamento ao processo e na justa composição.no processo do trabalho o art. 765 da CLT permite ao juiz determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento das causas, o que caracteriza o impulso oficial. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 19

Art. 2o Novo CPC O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. Art. 765 da CLT Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas. Princípio da Instrumentalidade: O processo não é um fim em si mesmo, mas um instrumento da Justiça. Assim, o processo deverá estar a serviço do direito material, sendo um instrumento para a realização deste. O princípio em questão impõe que a forma será um meio para alcançar o objetivo do ato processual e não um fim em si mesmo. Art. 188 do Novo CPC Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial. Princípio da Impugnação Especificada: Este princípio está presente no art. 341 do Novo CPC estabelecendo que caberá ao réu manifestar-se sobre os fatos narrados na petição inicial, sob pena de serem considerados verdadeiros os fatos não impugnados. O ônus atribuído ao réu somente não ocorrerá: Quando não for admitida a confissão a respeito dos fatos não impugnados. Quando a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considerar da substância do ato. Quando estiverem em contradição com a defesa considerada em seu conjunto. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 20

Art. 341 do Novo CPC Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se: I - não for admissível, a seu respeito, a confissão; II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do ato; III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial. Princípio da Estabilidade da Lide: Segundo Carlos Henrique Bezerra Leite, este princípio informa que se o autor já propôs a sua demanda e deduziu os seus pedidos, e se o réu já foi citado para sobre eles se pronunciar, não poderá mais o autor modificar a sua pretensão sem a anuência do réu e, depois de ultrapassado o momento de defesa, nem mesmo com o consentimento de ambas as partes isto será possível. (FCC- Técnico Judiciário área administrativa TRT 4ª Região 2011) Em determinada reclamação trabalhista, a empresa reclamada apresentou defesa em audiência. Após a apresentação da defesa, o advogado do reclamante pretende aditar o seu pedido, neste caso o aditamento a) não será mais possível em atenção ao princípio da perpetuatio jurisdictionis. b) não será mais possível em decorrência do princípio da estabilidade da lide. c) não será mais possível, obedecendo-se ao princípio da instrumentalidade. d) será possível se a parte reclamada for novamente intimada em obediência ao princípio do contraditório. e) será possível independentemente de nova intimação da parte reclamada, em obediência ao princípio da verdade real. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 21

A banca abordou o conceito do princípio da estabilidade da lide. O gabarito é a letra "b". Segundo Carlos Henrique Bezerra Leite, este princípio informa que se o autor já propôs a sua demanda e deduziu os seus pedidos, e se o réu já foi citado para sobre eles se pronunciar, não poderá mais o autor modificar a sua pretensão sem a anuência do réu e, depois de ultrapassado o momento de defesa, nem mesmo com o consentimento de ambas as partes isto será possível. Princípio da Eventualidade: Este princípio está consagrado no art. 336 do Novo CPC competindo ao réu alegar na contestação toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir. Art. 336 do Novo CPC Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir. Princípio da Preclusão: A nulidade dos atos deverá ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão. Este princípio encontra-se expresso no art. 795 da CLT. Preclusão é a perda da faculdade de praticar um ato processual. A preclusão poderá ser: Preclusão Temporal: quando a perda é consequência da não realização do ato em determinado prazo. Preclusão Lógica: quando a parte não poder praticar um ato posterior incompatível com um ato anterior. Preclusão Consumativa: quando o ato já foi realizado e por isso não será admitido que ele seja novamente realizado. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 22

Preclusão pro iudicato: quando a preclusão é direcionada ao juiz. Como exemplo de preclusão pro iudicato podemos citar o caput do art. 836 da CLT que veda ao juiz conhecer de questões já decididas, salvo de ação rescisória. Preclusão Ordinatória: quando a validade de um ato pressupõe a existência de um anterior. Podemos citar como exemplo o caso dos embargos à execução que somente poderá ser recebido depois de garantido o juízo pela penhora. Preclusão Máxima: é aquela que ocorre nos casos em que a coisa julgada ocorreu. O caput do art. 795 da CLT, que estudaremos de forma aprofundada no tópico de nulidades processuais, traz a preclusão temporal, observem: Art. 795 da CLT As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão argüi-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos. Princípio da Economia processual: Consiste em obter da prestação jurisdicional o máximo de resultado com o mínimo de esforço, evitando-se gastos desnecessários para os jurisdicionados. Princípio da Perpetuatio Jurisdictionis: l O princípio em tela estava previsto no art. 87 do antigo CPC, segundo o qual a competência é fixada no momento em que a ação é proposta, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o órgão judiciário ou alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia. O novo CPC reproduziu o princípio no art. 43 passando a dispor que a competência será determinada no momento do registro ou da distribuição da petição inicial. Art. 43 do Novo CPC Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 23

(FCC Analista Judiciário - TRT 12ª Região 2010) O princípio que dispõe que a competência é fixada no momento em que a ação é proposta, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, exceto quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia, é especificamente o princípio a) da estabilidade da lide. b) da perpetuatio jurisdictiones. c) da inafastabilidade de jurisdição. d) do devido processo legal. e) do Juiz natural. A questão é anterior ao advento do Novo CPC e abordou a literalidade do art. 87. Este artigo reflete o princípio da perpetuatio jurisdictiones, sendo o gabarito a letra "b". Atualmente, vocês devem ficar atentos para uma possível questão abordando o art. 43 do Novo CPC. Princípio da oralidade: Caracteriza-se pela prática de atos processuais verbais, ou seja, pelo uso da palavra oral, principalmente nas audiências, seja pelo Juiz ou pelas partes. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 24

Exemplos de manifestação deste Princípio: a) a leitura da reclamação trabalhista: (art. 847 da CLT); b) a defesa oral/20 minutos; c) as duas propostas de conciliação consubstanciadas nos artigos 850 e 846 da CLT, que será a primeira proposta oferecida antes de receber a contestação e após a abertura da audiência e a segunda proposta oferecida após as razões finais de 10 minutos para cada parte. d) oitiva de testemunhas (art. 848 2º CLT) e) razões finais em 10 minutos (art. 850 CLT) f) protesto em audiência (art. 795 CLT) Princípio da Lealdade Processual: Impõe aos litigantes uma conduta moral, ética e de respeito mútuo. 4. Aplicação do Novo CPC ao Processo do Trabalho: O Tribunal Superior do Trabalho editou a Instrução Normativa 39 esclarecendo quais normas do novo Código de Processo Civil será aplicada ao Processo do Trabalho. Na Instrução o TST, considerando a vigência do Novo Código de Processo Civil (Lei 13.105 de 2015), posicionou-se sobre as normas de Processo Civil que são aplicáveis e sobre as normas que são inaplicáveis. O primeiro ponto considerado foi que as normas dos artigos 769 e 889 da CLT não foram revogadas pelo artigo 15 do Novo CPC. De acordo com o artigo 769 da CLT, o processo comum (Processo Civil) será fonte subsidiária do Processo do Trabalho em caso de omissão do direito processual do trabalho e de compatibilidade das normas do processo civil com as normas e princípios fundamentais do processo do trabalho. Em relação ao Processo de Execução, o artigo 889 da CLT estabelece que seja aplicada a Lei de Execução Fiscal (6.830/80) antes da aplicação do CPC. Porém, há exceções em relação à ordem de aplicação dessas normas quando a própria CLT estabelecer outra ordem, observem o que dispõe o art. 882 da CLT. Art. 15 NOVO CPC Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. Em relação ao Processo de Execução, o artigo 889 da CLT estabelece que seja aplicada a Lei de Execução Fiscal (6.830/80) antes da aplicação do CPC. Porém, há exceções em relação à ordem de aplicação dessas normas quando a própria CLT estabelecer outra ordem, observem o que dispõe o art. 882 da CLT. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 25

Art. 889 da CLT Aos trâmites e incidentes do processo da execução são aplicáveis, naquilo em que não contravierem ao presente Título, os preceitos que regem o processo dos executivos fiscais para a cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública Federal. Aspectos da Instrução Normativa 39 do TST: As normas dos arts. 769 e 889 da CLT não foram revogadas pelo art. 15 do CPC de 2015, em face do que estatui o art. 2º, 2º da Lei de Introdução ao Código Civil. Art. 2 o da CLT 2 o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. Segue a íntegra dos artigos da Instrução Normativa 39 do TST. Cada tópico será revisto no decorrer do curso quando forem tratados os temas abordados. Art. 1 Aplica-se o Código de Processo Civil, subsidiária e supletivamente, ao Processo do Trabalho, em caso de omissão e desde que haja compatibilidade com as normas e princípios do Direito Processual do Trabalho, na forma dos arts. 769 e 889 da CLT e do art. 15 da Lei nº 13.105, de 17.03.2015. 1º Observar-se-á, em todo caso, o princípio da irrecorribilidade em separado das decisões interlocutórias, de conformidade com o art. 893, 1º da CLT e Súmula nº 214 do TST. 2º O prazo para interpor e contra-arrazoar todos os recursos trabalhistas, inclusive agravo interno e agravo regimental, é de oito dias (art. 6º da Lei nº 5.584/70 e art. 893 da CLT), exceto embargos de declaração (CLT, art. 897-A). www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 26

Art. 2 Sem prejuízo de outros, não se aplicam ao Processo do Trabalho, em razão de inexistência de omissão ou por incompatibilidade, os seguintes preceitos do Código de Processo Civil: I - art. 63 (modificação da competência territorial e eleição de foro); II - art. 190 e parágrafo único (negociação processual); III - art. 219 (contagem de prazos em dias úteis); IV - art. 334 (audiência de conciliação ou de mediação); V - art. 335 (prazo para contestação); VI - art. 362, III (adiamento da audiência em razão de atraso injustificado superior a 30 minutos); VII - art. 373, 3º e 4º (distribuição diversa do ônus da prova por convenção das partes); VIII - arts. 921, 4º e 5º, e 924, V (prescrição intercorrente); IX - art. 942 e parágrafos (prosseguimento de julgamento não unânime de apelação); X - art. 944 (notas taquigráficas para substituir acórdão); XI - art. 1010, 3º(desnecessidade de o juízo a quo exercer controle de admissibilidade na apelação); XII - arts. 1043 e 1044 (embargos de divergência); XIII - art. 1070 (prazo para interposição de agravo). Art. 3 Sem prejuízo de outros, aplicam-se ao Processo do Trabalho, em face de omissão e compatibilidade, os preceitos do Código de Processo Civil que regulam os seguintes temas: I - art. 76, 1º e 2º (saneamento de incapacidade processual ou de irregularidade de representação); II - art. 138 e parágrafos (amicus curiae); III - art. 139, exceto a parte final do inciso V (poderes, deveres e responsabilidades do juiz); IV - art. 292, V (valor pretendido na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral); V - art. 292, 3º (correção de ofício do valor da causa); VI - arts. 294 a 311 (tutela provisória); VII - art. 373, 1º e 2º (distribuição dinâmica do ônus da prova); www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 27

VIII - art. 485, 7º (juízo de retratação no recurso ordinário); IX - art. 489 (fundamentação da sentença); X - art. 496 e parágrafos (remessa necessária); XI - arts. 497 a 501 (tutela específica); XII - arts. 536 a 538 (cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer, de não fazer ou de entregar coisa); XIII - arts. 789 a 796 (responsabilidade patrimonial); XIV - art. 805 e parágrafo único (obrigação de o executado indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos para promover a execução); XV - art. 833, incisos e parágrafos (bens impenhoráveis); XVI - art. 835, incisos e 1º e 2º (ordem preferencial de penhora); XVII - art. 836, 1º e 2º (procedimento quando não encontrados bens penhoráveis); XVIII - art. 841, 1º e 2º (intimação da penhora); XIX - art. 854 e parágrafos (BacenJUD); XX - art. 895 (pagamento parcelado do lanço); XXI - art. 916 e parágrafos (parcelamento do crédito exequendo); XXII - art. 918 e parágrafo único (rejeição liminar dos embargos à execução); XXIII - arts. 926 a 928 (jurisprudência dos tribunais); XXIV - art. 940 (vista regimental); XXV - art. 947 e parágrafos (incidente de assunção de competência); XXVI - arts. 966 a 975 (ação rescisória); XXVII - arts. 988 a 993 (reclamação); XXVIII - arts. 1013 a 1014 (efeito devolutivo do recurso ordinário - força maior); XXIX - art. 1021 (salvo quanto ao prazo do agravo interno). Art. 4 Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do CPC que regulam o princípio do contraditório, em especial os artigos 9º e 10, no que vedam a decisão surpresa. 1º Entende-se por decisão surpresa a que, no julgamento final do mérito da causa, em qualquer grau de jurisdição, aplicar fundamento jurídico ou embasarse em fato não submetido à audiência prévia de uma ou de ambas as partes. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 28

2º Não se considera decisão surpresa a que, à luz do ordenamento jurídico nacional e dos princípios que informam o Direito Processual do Trabalho, as partestinham obrigação de prever, concernente às condições da ação, aos pressupostos de admissibilidade de recurso e aos pressupostos processuais, salvo disposição legal expressa em contrário. Art. 5 Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do art. 356, 1º a 4º, do CPC que regem o julgamento antecipado parcial do mérito, cabendo recurso ordinário de imediato da sentença. Art. 6 Aplica-se ao Processo do Trabalho o incidente de desconsideração da personalidade jurídica regulado no Código de Processo Civil (arts. 133 a 137), assegurada a iniciativa também do juiz do trabalho na fase de execução (CLT, art. 878). 1º Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente: I na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma do art. 893, 1º da CLT; II na fase de execução, cabe agravo de petição, independentemente de garantia do juízo; III cabe agravo interno se proferida pelo Relator, em incidente instaurado originariamente no tribunal (CPC, art. 932, inciso VI). 2º A instauração do incidente suspenderá o processo, sem prejuízo de concessão da tutela de urgência de natureza cautelar de que trata o art. 301 do CPC. Art. 7 Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do art. 332 do CPC, com as necessárias adaptações à legislação processual trabalhista, cumprindo ao juiz do trabalho julgar liminarmente improcedente o pedido que contrariar: I enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Tribunal Superior do Trabalho (CPC, art. 927, inciso V); II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Tribunal Superior do Trabalho em julgamento de recursos repetitivos (CLT, art. 896-B; CPC, art. 1046, 4º); III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; IV - enunciado de súmula de Tribunal Regional do Trabalho sobre direito local, convenção coletiva de trabalho, acordo coletivo de trabalho, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que não exceda à jurisdição do respectivo Tribunal (CLT, art. 896, b, a contrario sensu). www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 29

Parágrafo único. O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência. Art. 8 Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas dos arts. 976 a 986 do CPC que regem o incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR). 1º Admitido o incidente, o relator suspenderá o julgamento dos processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitam na Região, no tocante ao tema objeto de IRDR, sem prejuízo da instrução integral das causas e do julgamento dos eventuais pedidos distintos e cumulativos igualmente deduzidos em tais processos, inclusive, se for o caso, do julgamento antecipado parcial do mérito. 2º Do julgamento do mérito do incidente caberá recurso de revista para o Tribunal Superior do Trabalho, dotado de efeito meramente devolutivo, nos termos dos arts. 896 e 899 da CLT. 3º Apreciado o mérito do recurso, a tese jurídica adotada pelo Tribunal Superior do Trabalho será aplicada no território nacional a todos os processos, individuais ou coletivos, que versem sobre idêntica questão de direito. Art. 9º O cabimento dos embargos de declaração no Processo do Trabalho, para impugnar qualquer decisão judicial, rege-se pelo art. 897-A da CLT e, supletivamente, pelo Código de Processo Civil (arts. 1022 a 1025; 2º, 3º e 4º do art. 1026), excetuada a garantia de prazo em dobro para litisconsortes ( 1º do art. 1023). Parágrafo único. A omissão para fins do prequestionamento ficto a que alude o art. 1025 do CPC dá-se no caso de o Tribunal Regional do Trabalho, mesmo instado mediante embargos de declaração, recusar-se a emitir tese sobre questão jurídica pertinente, na forma da Súmula nº 297, item III, do Tribunal Superior do Trabalho. Art. 10. Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do parágrafo único do art. 932 do CPC, 1º a 4º do art. 938 e 2º e 7º do art. 1007. Parágrafo único. A insuficiência no valor do preparo do recurso, no Processo do Trabalho, para os efeitos do 2º do art. 1007 do CPC, concerne unicamente às custas processuais, não ao depósito recursal. Art. 11. Não se aplica ao Processo do Trabalho a norma do art. 459 do CPC no que permite a inquirição direta das testemunhas pela parte (CLT, art. 820). Art. 12. Aplica-se ao Processo do Trabalho o parágrafo único do art. 1034 do CPC. Assim, admitido o recurso de revista por um fundamento, devolve-se ao Tribunal Superior do Trabalho o conhecimento dos demais fundamentos para a solução apenas do capítulo impugnado. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 30

Art. 13. Por aplicação supletiva do art. 784, I (art. 15 do CPC), o cheque e a nota promissória emitidos em reconhecimento de dívida inequivocamente de natureza trabalhista também são títulos extrajudiciais para efeito de execução perante a Justiça do Trabalho, na forma do art. 876 e segs. da CLT. Art. 14. Não se aplica ao Processo do Trabalho o art. 165 do CPC, salvo nos conflitos coletivos de natureza econômica (Constituição Federal, art. 114, 1º e 2º). Art. 15. O atendimento à exigência legal de fundamentação das decisões judiciais (CPC, art. 489, 1º) no Processo do Trabalho observará o seguinte: I por força dos arts. 332 e 927 do CPC, adaptados ao Processo do Trabalho, para efeito dos incisos V e VI do 1º do art. 489 considera-se precedente apenas: a) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Tribunal Superior do Trabalho em julgamento de recursos repetitivos (CLT, art. 896-B; CPC, art. 1046, 4º); b) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; c) decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; d) tese jurídica prevalecente em Tribunal Regional do Trabalho e não conflitante com súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho (CLT, art. 896, 6º); e) decisão do plenário, do órgão especial ou de seção especializada competente para uniformizar a jurisprudência do tribunal a que o juiz estiver vinculado ou do Tribunal Superior do Trabalho. II para os fins do art. 489, 1º, incisos V e VI do CPC, considerar-se-ão unicamente os precedentes referidos no item anterior, súmulas do Supremo Tribunal Federal, orientação jurisprudencial e súmula do Tribunal Superior do Trabalho, súmula de Tribunal Regional do Trabalho não conflitante com súmula ou orientação jurisprudencial do TST, que contenham explícita referência aos fundamentos determinantes da decisão (ratio decidendi). III - não ofende o art. 489, 1º, inciso IV do CPC a decisão que deixar de apreciar questões cujo exame haja ficado prejudicado em razão da análise anterior de questão subordinante. IV - o art. 489, 1º, IV, do CPC não obriga o juiz ou o Tribunal a enfrentar os fundamentos jurídicos invocados pela parte, quando já tenham sido examinados na formação dos precedentes obrigatórios ou nos fundamentos determinantes de enunciado de súmula. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 31

V - decisão que aplica a tese jurídica firmada em precedente, nos termos do item I, não precisa enfrentar os fundamentos já analisados na decisão paradigma, sendo suficiente, para fins de atendimento das exigências constantes no art. 489, 1º, do CPC, a correlação fática e jurídica entre o caso concreto e aquele apreciado no incidente de solução concentrada. VI - é ônus da parte, para os fins do disposto no art. 489, 1º, V e VI, do CPC, identificar os fundamentos determinantes ou demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento, sempre que invocar precedente ou enunciado de súmula. Art. 16. Para efeito de aplicação do 5º do art. 272 do CPC, não é causa de nulidade processual a intimação realizada na pessoa de advogado regularmente habilitado nos autos, ainda que conste pedido expresso para que as comunicações dos atos processuais sejam feitas em nome de outro advogado, se o profissional indicado não se encontra previamente cadastrado no Sistema de Processo Judicial Eletrônico, impedindo a serventia judicial de atender ao requerimento de envio da intimação direcionada. A decretação de nulidade não pode ser acolhida em favor da parte que lhe deu causa (CPC, art. 276). Art. 17. Sem prejuízo da inclusão do devedor no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas (CLT, art. 642-A), aplicam-se à execução trabalhista as normas dos artigos 495, 517 e 782, 3º, 4º e 5º do CPC, que tratam respectivamente da hipoteca judiciária, do protesto de decisão judicial e da inclusão do nome do executado em cadastros de inadimplentes. A entrada em vigor do Novo Código de Processo Civil e a edição da Instrução Normativa 39 do TST ocasionou a necessidade de cancelamento de algumas Súmulas e Orientações Jurisprudenciais do TST, logo o TST editou a Instrução Normativa 40 em 15 de Março de 2016, observem os pontos principais: A Súmula 219 do TST passa a vigorar com nova redação A Instrução Normativa 40 do TST cancelou a Orientação Jurisprudencial 377 do TST e a Súmula 285 do TST. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 32

Nova redação da súmula 219 do TST, que será estudada no tópico próprio, assim como os artigos mencionados na IN 39/2016 do TST: HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CABIMENTO (alterada a redação do item I e acrescidos os itens IV a VI na sessão do Tribunal Pleno realizada em 15.03.2016) - Res. 204/2016, DEJT divulgado em 17, 18 e 21.03.2016 I - Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios não decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a parte, concomitantemente: a) estar assistida por sindicato da categoria profissional; b) comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família. (art.14, 1º, da Lei nº 5.584/1970). II - É cabível a condenação ao pagamento de honorários advocatícios em ação rescisória no processo trabalhista. III São devidos os honorários advocatícios nas causas em que o ente sindical figure como substituto processual e nas lides que não derivem da relação de emprego. IV Na ação rescisória e nas lides que não derivem de relação de emprego, a responsabilidade pelo pagamento dos honorários advocatícios da sucumbência submete-se à disciplina do Código de Processo Civil (arts. 85, 86, 87 e 90). V Em caso de assistência judiciária sindical, revogado o art. 11 da Lei nº 1060/50 (CPC de 2015, art. 1072, inc. III), os honorários advocatícios assistenciais são devidos entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa (CPC de 2015, art. 85, 2º). VI - Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, aplicar-se-ão os percentuais específicos de honorários advocatícios contemplados no Código de Processo Civil. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 33

6. Princípios do Novo CPC: 6.1. Princípio da Primazia da decisão de mérito: O princípio da primazia da decisão de mérito está consagrado, especialmente, no art. 4o do Novo CPC que determina que o órgão julgador deverá sempre ter como objetivo a decisão de mérito não se contentando com decisões meramente processuais que extinguem o processo sem resolução do mérito. O princípio da decisão de mérito deverá ser aplicado ao processo do trabalho em virtude da compatibilidade com os princípios do processo do trabalho. Art. 4o do Novo CPC As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. 6.2. Princípio da Cooperação: O princípio da cooperação está previsto no art.6o do Novo CPC. Os destinatários de tal princípio serão todas as partes envolvidas no processo, ou seja, o autor, o réu, respectivos advogados e órgão jurisdicional. Art. 6o do Novo CPC Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. 6.3. Princípio da boa-fé: O art. 5o do Novo CPC dispõe expressamente sobre o princípio da boa-fé que tem como origem o princípio da boa-fé objetiva preconizado pelo direito civil, cujo objetivo no caso do processo é coibir os abusos em sede de direito processual, impedindo que a parte assuma comportamentos abusivos e contraditórios no desenvolvimento da relação processual. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 34

Art. 5o do Novo CPC Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. O novo Código de processo Civil menciona de forma expressa o princípio da boa-fé, também, nos artigos 322, parágrafo segundo e 489, parágrafo terceiro. Art. 322. do Novo CPC O pedido deve ser certo. 1 o Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios. 2 o A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o princípio da boa-fé. Art. 489. do Novo CPC São elementos essenciais da sentença: I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo; II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem. 3 o A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com o princípio da boa-fé. 7. Artigos do Novo CPC: Considero importante colocar os novos dispositivos do Código de Processo Civil, referentes aos princípios, para memorização da literalidade dos artigos. Art. 1 o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código. Art. 2 o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. Art. 3 o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. 1 o É permitida a arbitragem, na forma da lei. 2 o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 35

3 o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. Art. 4 o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. Art. 5 o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. Art. 6 o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. Art. 7 o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. Art. 8 o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. Art. 9 o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: I - à tutela provisória de urgência; II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III; III - à decisão prevista no art. 701. Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público. Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. 1 o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 36

2 o Estão excluídos da regra do caput: I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido; II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos; III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas; IV - as decisões proferidas com base nos arts 485 e 932; V - o julgamento de embargos de declaração; VI - o julgamento de agravo interno; VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça; VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal; IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada. 3 o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as preferências legais. 4 o Após a inclusão do processo na lista de que trata o 1 o, o requerimento formulado pela parte não altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em diligência. 5 o Decidido o requerimento previsto no 4 o, o processo retornará à mesma posição em que anteriormente se encontrava na lista. 6 o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no 1 o ou, conforme o caso, no 3 o, o processo que: I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de complementação da instrução; II - se enquadrar na hipótese do art. 1040, incio II. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 37

Princípios Peculiares ao Processo do Trabalho Princípios são proposições genéricas e abstratas que buscam inspirar o legislador no momento em que ele elaborará a norma. Eles atuam como fonte de integração das normas jurídicas, pois visam suprir as lacunas existentes, uma vez que o juiz não poderá eximir-se de sentenciar alegando omissões ou lacunas nas normas jurídicas. O art. 769 da CLT autoriza a aplicação subsidiária do direito processual civil ao direito processual do trabalho como fonte subsidiária para suprir lacunas ou omissões, ressaltando que a aplicação somente será possível quando não colidir com os princípios e normas de direito processual do trabalho. A classificação dos princípios do direito processual do trabalho não é unânime na doutrina, por isso passaremos a explicar os que consideramos de maior relevância. Princípio da Proteção; Princípio da Conciliação; Princípio do Jus Postulandi; Princípio da Oralidade; Princípio da Irrecorribilidade Imediata das Decisões Interlocutórias; Princípio da Extrapetição; Princípio da Simplicidade; Princípio da Normatização Coletiva; Princípio da Concentração dos Atos Processuais; www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 38

1. Princípio da Proteção Segundo Carlos Henrique Bezerra Leite "o princípio da proteção ou tutelar é peculiar tanto do direito do trabalho quanto do direito processual do trabalho. Por meio dele, busca-se compensar a desigualdade existente na realidade socioeconômica (entre empregado e e empregador) com uma desigualdade jurídica em sentido oposto". Determinadas normas processuais de proteção ao trabalhador já existem: O autor cita: 1. A gratuidade do processo, com isenção do pagamento de custas e despesas que aproveitam aos trabalhadores. 2. A assistência judiciária gratuita que é fornecida ao empregado mas não ao empregador. 3. A inversão do ônus da prova por meio de presunções que favorece ao empregado. 4. A ausência dos litigantes à audiência trabalhista implica o arquivamento dos autos para o autor (geralmente empregado) e revelia e confissão para o réu (geralmente empregador). O tratamento legal diferenciado acima descrito constitui a exteriorização do princípio da proteção ao trabalhador no âmbito do processo do trabalho. Observem o exemplo do artigo 844 da CLT: Art. 844 da CLT O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato. Parágrafo único - Ocorrendo, entretanto, motivo relevante, poderá o presidente suspender o julgamento, designando nova audiência. O princípio da proteção não poderá ser utilizado em matéria probatória, ou seja, em relação às provas no processo do trabalho o juiz não poderá julgar favoravelmente ao empregado ao analisar as provas produzidas em relação aos fatos controvertidos apresentados na instrução processual. Nesse caso, será observado o ônus da prova que estudaremos no tópico "provas no processo do trabalho". www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 39

2. Princípio da Conciliação O princípio da conciliação está contido no art. 764 da CLT que estabelece a obrigatoriedade de que todos os dissídios, sejam coletivos ou individuais, devem estar submetidos à conciliação na Justiça do Trabalho. Mesmo após encerrado o juízo conciliatório e até mesmo quando a sentença do juiz já tenha sido proferida ou haja recurso interposto, as partes poderão celebrar acordos. São duas as propostas conciliatórias obrigatórias no procedimento ordinário: Antes de receber a contestação (art. 846 da CLT). Após as razões finais (art. 850 da CLT). Art. 846 da CLT Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação. 1º - Se houver acordo lavrar-se-á termo, assinado pelo presidente e pelos litigantes, consignando-se o prazo e demais condições para seu cumprimento. 2º - Entre as condições a que se refere o parágrafo anterior, poderá ser estabelecida a de ficar a parte que não cumprir o acordo obrigada a satisfazer integralmente o pedido ou pagar uma indenização convencionada, sem prejuízo do cumprimento do acordo. Art. 850 da CLT Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão. Parágrafo único - O Presidente da Junta, após propor a solução do dissídio, tomará os votos dos vogais e, havendo divergência entre estes, poderá desempatar ou proferir decisão que melhor atenda ao cumprimento da lei e ao justo equilíbrio entre os votos divergentes e ao interesse social. No rito sumaríssimo o art. 852-E da CLT assim dispõe: Art. 852-E da CLT Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da conciliação e usará os meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do litígio, em qualquer fase da audiência. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 40

A jurisprudência tem entendido que, apenas a ausência da segunda proposta de conciliação gera a nulidade da sentença. Já no procedimento sumaríssimo, o juiz, logo que iniciar a audiência, esclarecerá às partes sobre as vantagens da conciliação e usará os meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do litígio, em qualquer fase da audiência. O Termo de Acordo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível, somente podendo ser atacado por ação rescisória, sendo considerado um título executivo judicial. Ressalta-se que para a Previdência Social, quanto às contribuições que lhe são devidas em face do acordo celebrado, o que for lavrado não valerá como decisão irrecorrível. Art. 764 da CLT Os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação. 1º - Para os efeitos deste artigo, os juízes e Tribunais do Trabalho empregarão sempre os seus bons ofícios e persuasão no sentido de uma solução conciliatória dos conflitos. 2º - Não havendo acordo, o juízo conciliatório converter-se-á obrigatoriamente em arbitral, proferindo decisão na forma prescrita neste Título. 3º - É lícito às partes celebrar acordo que ponha termo ao processo, ainda mesmo depois de encerrado o juízo conciliatório. O art. 831 da CLT estabelece uma condição intrínseca para a validade da sentença trabalhista ao determinar que ela somente será proferida depois de rejeitar pelas partes a proposta de conciliação. Art. 831 da CLT A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta de conciliação. Parágrafo único. No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível, salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe forem devidas. Súmula 418 do TST A concessão de liminar ou a homologação de acordo constituem faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e certo tutelável pela via do mandado de segurança. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 41

As propostas são obrigatórias nestes dois momentos processuais, mas que a qualquer tempo, o juiz poderá tentar a conciliação sempre que possível. O Termo de Acordo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível, somente podendo ser atacado por Ação Rescisória, sendo considerado um título executivo judicial. Para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe são devidas em face do acordo celebrado, o que for lavrado não valerá como decisão irrecorrível. 3. Princípio do Jus Postulandi No processo do trabalho os empregados e empregadores poderão reclamar pessoalmente na Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final, ou seja, sem a necessidade de advogado, conforme o art. 791 da CLT. Trata-se do Jus Postulandi. É oportuno frisar que o TST não permite a aplicação do Jus Postulandi em alguns casos, conforme a súmula 425 do TST. Súmula 425 do TST O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 42

4. Princípio da Oralidade Caracteriza-se pela prática de atos processuais verbais, ou seja, pelo uso da palavra oral, principalmente nas audiências, seja pelo juiz ou pelas partes. São manifestações desse princípio: 1. A leitura da reclamação trabalhista (art. 847 da CLT). 2. A defesa oral em 20 minutos. 3. As duas propostas de conciliação consubstanciadas nos artigos 850 e 846 da CLT, sendo a primeira oferecida antes de receber a contestação e após a abertura da audiência, e a segunda oferecida após as razões finais de 10 minutos para cada parte. 4. Oitiva de testemunhas (art. 848, 2º, da CLT). 5. Razões finais em 10 minutos (art. 850 da CLT). 6. Protesto em audiência (art. 795 da CLT). 5. Princípio da Irrecorribilidade Imediata das Decisões Interlocutórias No processo do trabalho, as decisões interlocutórias não serão recorríveis de imediato, conforme estabelece o art. 893, 1º da CLT, que somente permite apreciação das mesmas no recurso da decisão definitiva, geralmente no recurso ordinário. Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente. É importante lembrar da Súmula 214 do TST que traz exceções nas quais as decisões interlocutórias poderão ensejar recurso. Art. 893 da CLT Das decisões são admissíveis os seguintes recursos: I - embargos; II - recurso ordinário; III- recurso de revista; IV- agravo. 1º - Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 43

A Súmula 214 do TST traz hipóteses de exceção ao princípio da irrecorribilidade das decisões interlocutórias, quando o TRT proferir decisão interlocutória contrária a alguma Súmula e OJ do TST a parte poderá recorrer desta decisão. Quando a decisão interlocutória for passível de recurso para o mesmo Tribunal a parte prejudicada poderá recorrer desta decisão e quando for acolhida exceção de incompetência territorial relativa (estudaremos na aula sobre exceção, contestação e reconvenção) com remessa do processo para outro TRT a parte poderá recorrer da decisão interlocutória. Neste sentido a Súmula 214 do TST! Súmula 214 do TST Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, 2º, da CLT. 6. Princípio da Extrapetição O juiz, em casos expressamente previstos em lei, poderá condenar o réu por pedidos não postulados expressamente pelo autor na petição inicial. Podemos citar como exemplos de aplicação deste princípio no âmbito laboral: 1. Juros e correção monetária; 2. Fixação de gozo de férias por sentença, determinando pena diária de 5% do salário mínimo (art. 137, 2º, da CLT); 3. Controvérsias sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador deverá pagar as parcelas incontroversas em audiência, sob pena de ser condenado a pagá-las acrescidas de 50% (art. 467 da CLT); 4. O juiz está autorizado a determinar o pagamento da indenização, apesar de postulada apenas a reintegração de empregado que possua estabilidade (art. 496 da CLT e art. 396, II do TST); 5. Súmula 211 do TST. Os juros de mora incluem-se na liquidação, ainda que omissos no pedido inicial ou na condenação. Em casos expressamente previstos em lei, o juiz poderá condenar o réu por pedidos não postulados expressamente pelo autor na petição inicial. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 44

6. Anotação da CTPS quando a parte pede o reconhecimento de vínculo de emprego, mas não pede de forma expressa o pedido de anotação da carteira de trabalho. Art. 137 da CLT Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o art. 134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração. 2º - A sentença cominará pena diária de 5% (cinco por cento) do salário mínimo da região, devida ao empregado até que seja cumprida. Art. 467 da CLT Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinqüenta por cento. Súmula 211 do TST JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA. INDEPENDÊNCIA DO PEDIDO INICIAL E DO TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL Os juros de mora e a correção monetária incluem-se na liquidação, ainda que omisso o pedido inicial ou a condenação. Súmula 396 do TST II - Não há nulidade por julgamento extra petita da decisão que deferir salário quando o pedido for de reintegração, dados os termos do art. 496 da CLT. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 45

7. Princípio da Simplicidade O princípio da simplicidade possibilita maior flexibilidade e rapidez ao processo do trabalho, através da facilidade de acesso ao Poder Judiciário, uma vez que o ramo processual trabalhista preza pelo não formalismo em seus trâmite processual. 8. Princípio da Normatização Coletiva Segundo Carlos Henrique Bezerra Leite "a Justiça do Trabalho exerce o chamado poder normativo, que consiste no poder de criar normas e condições gerais e abstratas proferindo sentença normativa com eficácia ultra partes, cujos efeitos irradiarão para os contratos individuais dos trabalhadores integrantes da categoria profissional representada pelo Sindicato que ajuizou o dissídio coletivo". Art. 114 da CF/88 Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. O princípio da normatização coletiva não é absoluto, porque encontra limites na própria Constituição Federal, nas leis de ordem pública de proteção ao trabalhador (art. 7 da CF/88, artigos 8 e 444 da CLT) e nas cláusulas anteriores previstas em convenção ou acordo coletivo. 9. Princípio da Concentração dos Atos Processuais Este princípio objetiva que a tutela jurisdicional seja prestada no menor tempo possível, concentrando-se os atos processuais em uma única audiência. A audiência será contínua, porém o art. 849 da CLT preceitua que, caso não seja possível concluí-la no mesmo dia, o juiz poderá designar nova data para prosseguimento. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 46

Art. 849 da CLT A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para a primeira desimpedida, independentemente de nova notificação. Na praxe trabalhista os juízes do trabalho fracionam a audiência em três fases, como veremos mais adiante no tópico próprio. (FCC - Analista Judiciário Área Judiciária - TRT 9ª Região- 2013) Dentre os princípios norteadores do Processo do Trabalho estão a oralidade e a concentração dos atos em audiência. Nessa seara, conforme previsão legal, (A) o depoimento das partes e testemunhas que não souberem falar a língua nacional será feito por meio de intérprete nomeado pelo juiz e as despesas correrão por conta da parte vencida no processo. (B) se, até 30 minutos após a hora marcada, o Juiz não houver comparecido, os presentes poderão retirar-se,devendo o ocorrido constar do livro de registro das audiências. (C) o Juiz manterá a ordem nas audiências, mas não poderá mandar retirar do recinto os assistentes que a perturbarem em razão da publicidade das audiências na Justiça do Trabalho, sendo que nesse caso deverá adiar a sessão. (D) as audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas e realizarse-ão em dias úteis previamente fixados, entre 8 e 18 horas, não podendo ultrapassar 5 horas seguidas, salvo quando houver matéria urgente. (E) as audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas e realizarse-ão na sede do Juízo ou Tribunal não podendo ser designado outro local para a realização das audiências. Letra D. O Princípio da oralidade caracteriza-se pela prática de atos processuais verbais, ou seja, pelo uso da palavra oral, principalmente nas audiências, seja pelo Juiz ou pelas partes. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 47

O Princípio da concentração objetiva a que a tutela jurisdicional seja prestada, no menor tempo possível, concentrando-se os atos processuais em uma única audiência. A audiência será contínua, porém o art. 849 da CLT preceitua que caso não seja possível concluí-la no mesmo dia o juiz poderá designar nova data para prosseguimento. A letra D está correta, vejamos os dispositivos legais sobre audiência trabalhista. A letra A está errada porque o art. 819 da CLT menciona que as despesas correrão por conta da parte a que interessar o depoimento. Art. 819 da CLT O depoimento das partes e testemunhas que não souberem falar a língua nacional será feito por meio de intérprete nomeado pelo juiz ou presidente. 1º - Proceder-se-á da forma indicada neste artigo, quando se tratar de surdo-mudo, ou de mudo que não saiba escrever. 2º - Em ambos os casos de que este artigo trata, as despesas correrão por conta da parte a que interessar o depoimento. A letra B está errada porque as audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas e realizar-se-ão na sede do Juízo ou Tribunal e poderá ser designado outro local para a realização das audiências (art. 813 da CLT). O erro da letra C foi mencionar que o Juiz não poderá mandar retirar do recinto os assistentes que a perturbarem, pois o art. 814 da CLT menciona o contrário. A letra B está errada porque o art. 815 da CLT permite que se, até 15 minutos após a hora marcada, o Juiz não houver comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de registro das audiências. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 48

Questões FCC sem comentários: 1. (FCC- Advogado - Nossa Caixa 2011) Mirto, juiz de direito, indignado com determinadas situações que estão ocorrendo na empresa Z, gostaria de instaurar reclamação plúrima trabalhista. Porém, há um princípio que impede que o magistrado instaure de ofício o processo trabalhista. Trata-se especificamente do princípio (A) da imparcialidade do juiz. (B) do devido processo legal. (C) do contraditório. (D) dispositivo. (E) inquisitório. 2. (FCC- DPE-RS 2011) Princípio dispositivo no Direito Processual Civil. Contrapõe-se ao princípio inquisitivo, de modo que ao julgador é vedada iniciativa na produção de provas e na investigação dos fatos da causa, sob pena de comprometimento da sua imparcialidade, buscando-se, no processo civil, apenas a verdade formal, com o reconhecimento do caráter mítico e utópico da verdade real. 3. (FCC- Técnico Judiciário área administrativa TRT 4ª Região 2011) Em determinada reclamação trabalhista, a empresa reclamada apresentou defesa em audiência. Após a apresentação da defesa, o advogado do reclamante pretende aditar o seu pedido, neste caso o aditamento a) não será mais possível em atenção ao princípio da perpetuatio jurisdictionis. b) não será mais possível em decorrência do princípio da estabilidade da lide. c) não será mais possível, obedecendo-se ao princípio da instrumentalidade. d) será possível se a parte reclamada for novamente intimada em obediência ao princípio do contraditório. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 49

e) será possível independentemente de nova intimação da parte reclamada, em obediência ao princípio da verdade real. 4. (FCC Técnico Judiciário área administrativa- TRT 24ª Região 2011) De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas. Este dispositivo retrata especificamente o princípio (A) da instrumentalidade. (B) dispositivo. (C) da estabilidade da lide. (D) inquisitivo. (E) da perpetuatio jurisdictionis. 5. (FCC Analista Judiciário - TRT 12ª Região 2010) O princípio que dispõe que a competência é fixada no momento em que a ação é proposta, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, exceto quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia, é especificamente o princípio a) da estabilidade da lide. b) da perpetuatio jurisdictiones. c) da inafastabilidade de jurisdição. d) do devido processo legal. e) do Juiz natural. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 50

6. (FCC- PGE-AM- 2010) A respeito do processo trabalhista: I. Os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação. II. A Lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho. III. É lícito às partes celebrar acordo que ponha termo ao processo, desde que antes de encerrado o juízo conciliatório. IV. Os juízes e Tribunais do Trabalho empregarão sempre os seus bons ofícios de persuasão no sentido de uma solução conciliatória dos conflitos. Está correto SOMENTE o que se afirma em (A) I e III. (B) II e III. (C) I, II e III. (D) I, II e IV. (E) II, III e IV. 7. (FCC Analista Judiciário - Área Judiciária TRT 20ª Região 2011) O princípio, que determina que o reclamado deverá alegar na contestação, simultaneamente, as matérias relacionadas com as preliminares (art. 302 do CPC), bem como as matérias relacionadas ao mérito em razão da possibilidade das preliminares argüidas não serem acolhidas é especificamente o da a) extrapetição b) busca da verdade real c) eventualidade d) finalidade e) estabilidade da lide. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 51

8. (FCC Analista Judiciário TRT RS 2015) A empresa Sinais dos tempos na qualidade de reclamada, em dissídio individual trabalhista pretende utilizar em sua defesa um instituto jurídico previsto apenas na legislação processual civil. Tal situação a) será sempre possível tão somente diante da lacuna da legislação processual trabalhista. b) não será possível em nenhuma hipótese diante da ineflexibilidade das normas processuais trabalhistas. c) será possível apenas em caso de expressa concordância da parte contrária. d) será possível apenas se fosse utilizado pelo empregado em razão do princípio da norma mais favorável ao trabalhador. e) será possível nos casos omissos em que o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas do sistema trabalhista. 9. (FCC TRT 19ª Região Técnico Judiciário Área Administrativa - 2014) O artigo 39 da Consolidação das Leis do Trabalho permite que a Delegacia Regional do Trabalho DRT encaminhe processo administrativo à Justiça do Trabalho, onde conste reclamação de trabalhador no tocante a recusa de anotação da CTPS pela empresa. Este é um exemplo de exceção ao princípio (A) da eventualidade. (B) inquisitivo. (C) da imediação. (D) dispositivo. (E) da extrapetição. 10. (CESPE Defensoria Pública da União 2015) Amplamente admitido no direito material do trabalho, o princípio da busca da verdade real não se aplica ao direito processual do trabalho, uma vez que a finalidade do processo é a justa e igualitária composição do litígio com mesmos direitos ao contraditório e à ampla defesa. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 52

11. (FCC - Analista Judiciário Área Judiciária - TRTGO- 2013) Para processar e julgar uma ação reclamatória trabalhista ou um dissídio coletivo, tanto o magistrado do trabalho como o desembargador do Tribunal Regional deverão reger-se pelas normas estabelecidas (A) na Consolidação das Leis do Trabalho e, nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com essas normas. (B) no Código de Processo Civil e, de forma subsidiária, por normas gerais previstas na Consolidação das Leis do Trabalho. (C) na Constituição Federal e no direito processual comum, diante da ausência de regras específicas na Consolidação das Leis do Trabalho. (D) somente no Código Processual Civil, conforme o poder de direção geral do processo determinado aos Juízos e Tribunais do Trabalho. (E) na Consolidação das Leis do Trabalho ou na Lei de Execuções Fiscais, ou ainda, no Código Processual Civil, cabendo a escolha às partes, conforme a situação, e de acordo com a fase processual. 12. (FCC - Analista Judiciário Área Judiciária - TRTGO- 2013) Quanto à publicidade, aos dias e horários de realização, o processo do trabalho estipula que os atos processuais serão (A) públicos, salvo quando o contrário determinar o interesse social, e realizados em dias úteis, das 8 às 18 horas, podendo a penhora ser realizada em domingo ou feriado, independentemente de autorização judicial. (B) sempre públicos, sem qualquer exceção, e serão realizados em qualquer dia da semana, das 8 às 18 horas, exceto as penhoras que somente podem ser realizadas em dias úteis. (C) públicos, salvo quando o juiz o determinar segundo o seu próprio interesse, e realizados de segunda a sexta-feira, das 6 às 20 horas, podendo a penhora ser realizada em sábado ou domingo, mediante autorização judicial. (D) sempre públicos, sem qualquer exceção, e realizados nos dias úteis das 9 às 19 horas, podendo a penhora ser realizada em domingo ou feriado, independentemente de autorização judicial. (E) públicos, salvo quando o contrário determinar o interesse social, e realizados nos dias úteis das 6 às 20 horas, podendo a penhora ser realizada em domingo ou feriado, mediante autorização judicial. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 53

13. (FCC - Analista Judiciário Área Judiciária - TRT 9ª Região- 2013) Dentre os princípios norteadores do Processo do Trabalho estão a oralidade e a concentração dos atos em audiência. Nessa seara, conforme previsão legal, (A) o depoimento das partes e testemunhas que não souberem falar a língua nacional será feito por meio de intérprete nomeado pelo juiz e as despesas correrão por conta da parte vencida no processo. (B) se, até 30 minutos após a hora marcada, o Juiz não houver comparecido, os presentes poderão retirar-se,devendo o ocorrido constar do livro de registro das audiências. (C) o Juiz manterá a ordem nas audiências, mas não poderá mandar retirar do recinto os assistentes que a perturbarem em razão da publicidade das audiências na Justiça do Trabalho, sendo que nesse caso deverá adiar a sessão. (D) as audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas e realizarse-ão em dias úteis previamente fixados, entre 8 e 18 horas, não podendo ultrapassar 5 horas seguidas, salvo quando houver matéria urgente. (E) as audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas e realizarse-ão na sede do Juízo ou Tribunal não podendo ser designado outro local para a realização das audiências. 14. (FCC - Técnico Judiciário TRT 1-2013) A matéria relativa ao processo do trabalho encontra-se plenamente regulamentada pela CLT Consolidação das Leis do Trabalho? (A) Em termos, porque o direito processual comum deve ser aplicado como regra geral e na sua omissão é que se aplica o direito processual do trabalho. (B) Sim, porque há um título específico na CLT denominado processo judiciário do trabalho que contempla todas as normas processuais necessárias. (C) Sim, em razão da especificidade do processo do trabalho que não admite aplicação de outras normas processuais. (D) Não, porque há previsão na CLT determinando que, nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas do Título denominado processo judiciário do trabalho. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 54

(E) Não, porque não há regulamentação específica na CLT sobre matéria processual, devendo assim ser aplicado o direito processual comum para solucionar todas as ações trabalhistas. 15. (FCC TRT 3 Técnico Judiciário - 2015) De acordo com a Súmula 422 do Tribunal Superior do Trabalho Não se conhece de recurso para o TST, pela ausência do requisito de admissibilidade inscrito no art. 514, II, do CPC, quando as razões do recorrente não impugnam os fundamentos da decisão recorrida, nos termos em que fora proposta. Neste caso, está sendo aplicado o princípio (A) da estabilidade da lide. (B) da lealdade processual. (C) da delimitação recursal. (D) do dispositivo. (E) da dialeticidade. ---------------------------------------------------------------------------------- Marquem aqui o gabarito de vocês: 1. 4. 7. 10. 13. 2. 5. 8. 11. 14. 3. 6. 9. 12. 15. ---------------------------------------------------------------------------------- www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 55

Questões FCC comentadas: 1. (FCC- Advogado - Nossa Caixa 2011) Mirto, juiz de direito, indignado com determinadas situações que estão ocorrendo na empresa Z, gostaria de instaurar reclamação plúrima trabalhista. Porém, há um princípio que impede que o magistrado instaure de ofício o processo trabalhista. Trata-se especificamente do princípio (A) da imparcialidade do juiz. (B) do devido processo legal. (C) do contraditório. (D) dispositivo. (E) inquisitório. Comentários: O Princípio da Imparcialidade do Juiz significa que na justa composição do conflito de interesses entre as partes o juiz deverá ser imparcial em seu julgamento. A Constituição Federal para efetivar esta imparcialidade confere à magistratura (art. 95) garantias especiais. O Princípio do Devido Processo Legal (art. 5º, LIV da CF/88) garante que ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. O Princípio do Contraditório (art. 5º, LV da CF/88) implica na bilateralidade de ação e do processo. Assim, quando uma parte apresenta uma prova, a outra parte poderá manifestar-se sobre a prova apresentada. O Princípio Dispositivo ou da Demanda é, também, chamado de princípio da inércia da jurisdição porque a parte interessada deverá provocar a tutela jurisdicional quando sentir-se lesada ou ameaçada em relação a algum direito. Assim, o juiz não poderá instaurar a ação de ofício, ou seja, ele deverá ser provocado pelas partes. Considero importante mencionar que este princípio está presente no processo civil, porque a FCC, nas últimas provas, como vocês poderão observar pelas questões aqui comentadas, abordou princípios do processo civil aplicáveis ao processo do trabalho. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 56

2. (FCC- DPE-RS 2011) Princípio dispositivo no Direito Processual Civil. Contrapõe-se ao princípio inquisitivo, de modo que ao julgador é vedada iniciativa na produção de provas e na investigação dos fatos da causa, sob pena de comprometimento da sua imparcialidade, buscando-se, no processo civil, apenas a verdade formal, com o reconhecimento do caráter mítico e utópico da verdade real. Comentários: Considero importante trazer esta assertiva de uma prova de processo civil para Defensor Público, porque como já disse a FCC está abordando o processo civil dentro da prova de processo do trabalho. Nesta assertiva a FCC fala do Princípio do Inquisitivo. Os itens destacados estão errados, uma vez que este princípio busca a verdade real. E, o Juiz tem ampla liberdade na direção do processo, podendo determinar a produção de provas que considerar pertinentes para o julgamento da ação. Assim, a assertiva está errada. 3. (FCC- Técnico Judiciário área administrativa TRT 4ª Região 2011) Em determinada reclamação trabalhista, a empresa reclamada apresentou defesa em audiência. Após a apresentação da defesa, o advogado do reclamante pretende aditar o seu pedido, neste caso o aditamento a) não será mais possível em atenção ao princípio da perpetuatio jurisdictionis. b) não será mais possível em decorrência do princípio da estabilidade da lide. c) não será mais possível, obedecendo-se ao princípio da instrumentalidade. d) será possível se a parte reclamada for novamente intimada em obediência ao princípio do contraditório. e) será possível independentemente de nova intimação da parte reclamada, em obediência ao princípio da verdade real. Comentários: Como já apresentado nos comentários da questão 01 desta aula, vejam o conceito do princípio da estabilidade da lide: Segundo Carlos Henrique Bezerra Leite, este princípio informa que se o autor já propôs a sua demanda e deduziu os seus pedidos, e se o réu já foi citado para sobre eles se pronunciar, não poderá mais o autor modificar a sua pretensão sem a anuência do réu e, depois de ultrapassado o momento de defesa, nem mesmo com o consentimento de ambas as partes isto será possível. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 57

4. (FCC Técnico Judiciário área administrativa- TRT 24ª Região 2011) De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas. Este dispositivo retrata especificamente o princípio (A) da instrumentalidade. (B) dispositivo. (C) da estabilidade da lide. (D) inquisitivo. (E) da perpetuatio jurisdictionis. Comentários: Trata-se do princípio do inquisitivo consagrado no art. 262 do CPC e no art. 765 da CLT. O processo civil começará por iniciativa das partes, mas se desenvolverá por impulso oficial. O art. 765 da CLT transcrito no enunciado desta questão estabelece ampla liberdade ao juiz na direção do processo. É bom lembrar que há outras hipóteses que consagram o Princípio do Inquisitivo no processo do trabalho. São elas: a execução promovida de ofício pelo juiz (art. 878 da CLT) e a instauração de instância pelo juiz presidente do Tribunal nos casos de greve (art. 856 da CLT). Quanto ao art. 856 da CLT, considero importante mencionar que para o jurista Carlos Henrique Bezerra Leite ele está incompatível com os parágrafos segundo e terceiro do art. 114 da CF/88. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 58

5. (FCC Analista Judiciário - TRT 12ª Região 2010) O princípio que dispõe que a competência é fixada no momento em que a ação é proposta, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, exceto quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia, é especificamente o princípio a) da estabilidade da lide. b) da perpetuatio jurisdictiones. c) da inafastabilidade de jurisdição. d) do devido processo legal. e) do Juiz natural. Comentários: A competência será determinada no momento em que a ação for proposta, sendo irrelevantes as modificações de fato ou de direito supervenientes. Este artigo reflete o princípio da perpetuatio jurisdictiones. 6. (FCC- PGE-AM- 2010) A respeito do processo trabalhista: I. Os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação. II. A Lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho. III. É lícito às partes celebrar acordo que ponha termo ao processo, desde que antes de encerrado o juízo conciliatório. IV. Os juízes e Tribunais do Trabalho empregarão sempre os seus bons ofícios de persuasão no sentido de uma solução conciliatória dos conflitos. Está correto SOMENTE o que se afirma em (A) I e III. (B) II e III. (C) I, II e III. (D) I, II e IV. (E) II, III e IV. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 59

Comentários: I-Correta (art. 764 da CLT). II- Correta (art. 112 da CF/88). III- Incorreta (art. 764, parágrafo terceiro da CLT). IV Correta (art. 764, parágrafo primeiro da CLT). 7. (FCC Analista Judiciário - Área Judiciária TRT 20ª Região 2011) O princípio, que determina que o reclamado deverá alegar na contestação, simultaneamente, as matérias relacionadas com as preliminares (art. 302 do CPC), bem como as matérias relacionadas ao mérito em razão da possibilidade das preliminares argüidas não serem acolhidas é especificamente o da a) extrapetição b) busca da verdade real c) eventualidade d) finalidade e) estabilidade da lide. Comentários: Letra C. O Princípio da Eventualidade está consagrado no art. 300 do CPC competindo ao réu alegar na contestação toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir. 8. (FCC Analista Judiciário TRT RS 2015) A empresa Sinais dos tempos na qualidade de reclamada, em dissídio individual trabalhista pretende utilizar em sua defesa um instituto jurídico previsto apenas na legislação processual civil. Tal situação a) será sempre possível tão somente diante da lacuna da legislação processual trabalhista. b) não será possível em nenhuma hipótese diante da ineflexibilidade das normas processuais trabalhistas. c) será possível apenas em caso de expressa concordância da parte contrária. d) será possível apenas se fosse utilizado pelo empregado em razão do princípio da norma mais favorável ao trabalhador. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 60

e) será possível nos casos omissos em que o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas do sistema trabalhista. Comentários: Letra E. Art. 769 da CLT Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título. 9. (FCC TRT 19ª Região Técnico Judiciário Área Administrativa - 2014) O artigo 39 da Consolidação das Leis do Trabalho permite que a Delegacia Regional do Trabalho DRT encaminhe processo administrativo à Justiça do Trabalho, onde conste reclamação de trabalhador no tocante a recusa de anotação da CTPS pela empresa. Este é um exemplo de exceção ao princípio (A) da eventualidade. (B) inquisitivo. (C) da imediação. (D) dispositivo. (E) da extrapetição. Comentários: Letra D. A FCC adota o entendimento do jurista Carlos Henrique Bezerra Leite, tal fato ficou bem claro nessa questão, observem trechos do livro do autor No direito processual do trabalho, há algumas exceções ao princípio do dispositivo, uma vez que neste setor especializado há previsão, por exemplo, da reclamação trabalhista instaurada por ofício oriundo da DRT (CLT, art. 39)... 10. (CESPE Defensoria Pública da União 2015) Amplamente admitido no direito material do trabalho, o princípio da busca da verdade real não se aplica ao direito processual do trabalho, uma vez que a finalidade do processo é a justa e igualitária composição do litígio com mesmos direitos ao contraditório e à ampla defesa. ERRADA www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 61

11. (FCC - Analista Judiciário Área Judiciária - TRTGO- 2013) Para processar e julgar uma ação reclamatória trabalhista ou um dissídio coletivo, tanto o magistrado do trabalho como o desembargador do Tribunal Regional deverão reger-se pelas normas estabelecidas (A) na Consolidação das Leis do Trabalho e, nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com essas normas. (B) no Código de Processo Civil e, de forma subsidiária, por normas gerais previstas na Consolidação das Leis do Trabalho. (C) na Constituição Federal e no direito processual comum, diante da ausência de regras específicas na Consolidação das Leis do Trabalho. (D) somente no Código Processual Civil, conforme o poder de direção geral do processo determinado aos Juízos e Tribunais do Trabalho. (E) na Consolidação das Leis do Trabalho ou na Lei de Execuções Fiscais, ou ainda, no Código Processual Civil, cabendo a escolha às partes, conforme a situação, e de acordo com a fase processual. Comentários: Letra A. O art. 769 da CLT, muito abordado em provas de concursos, autoriza a aplicação subsidiária do Direito Processual Civil ao Direito Processual do Trabalho, como fonte subsidiária para suprir lacunas ou omissões, ressaltando que a aplicação, somente, será possível quando não colidir com os princípios e com as normas de Direito Processual do Trabalho. Art. 769 da CLT Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 62

12. (FCC - Analista Judiciário Área Judiciária - TRTGO- 2013) Quanto à publicidade, aos dias e horários de realização, o processo do trabalho estipula que os atos processuais serão (A) públicos, salvo quando o contrário determinar o interesse social, e realizados em dias úteis, das 8 às 18 horas, podendo a penhora ser realizada em domingo ou feriado, independentemente de autorização judicial. (B) sempre públicos, sem qualquer exceção, e serão realizados em qualquer dia da semana, das 8 às 18 horas, exceto as penhoras que somente podem ser realizadas em dias úteis. (C) públicos, salvo quando o juiz o determinar segundo o seu próprio interesse, e realizados de segunda a sexta-feira, das 6 às 20 horas, podendo a penhora ser realizada em sábado ou domingo, mediante autorização judicial. (D) sempre públicos, sem qualquer exceção, e realizados nos dias úteis das 9 às 19 horas, podendo a penhora ser realizada em domingo ou feriado, independentemente de autorização judicial. (E) públicos, salvo quando o contrário determinar o interesse social, e realizados nos dias úteis das 6 às 20 horas, podendo a penhora ser realizada em domingo ou feriado, mediante autorização judicial. Comentários: Letra E. Os atos processuais são públicos, salvo quando a intimidade ou o interesse social exigirem sigilo, conforme dispõem o artigo 5º, LX da CF/88. Trata-se do princípio da publicidade do ato processual, que somente poderá correr em segredo de justiça nas causas trabalhistas que tratem de questões sobre assédio sexual ou assédio moral, por exemplo. Art. 5º LX da CRFB/88 A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem. Art. 770 CLT Os atos processuais serão públicos salvo quando o contrário determinar o interesse social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. Parágrafo único. A penhora poderá realizarse em domingo ou dia feriado, mediante autorização expressa do juiz ou presidente. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 63

13. (FCC - Analista Judiciário Área Judiciária - TRT 9ª Região- 2013) Dentre os princípios norteadores do Processo do Trabalho estão a oralidade e a concentração dos atos em audiência. Nessa seara, conforme previsão legal, (A) o depoimento das partes e testemunhas que não souberem falar a língua nacional será feito por meio de intérprete nomeado pelo juiz e as despesas correrão por conta da parte vencida no processo. (B) se, até 30 minutos após a hora marcada, o Juiz não houver comparecido, os presentes poderão retirar-se,devendo o ocorrido constar do livro de registro das audiências. (C) o Juiz manterá a ordem nas audiências, mas não poderá mandar retirar do recinto os assistentes que a perturbarem em razão da publicidade das audiências na Justiça do Trabalho, sendo que nesse caso deverá adiar a sessão. (D) as audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas e realizarse-ão em dias úteis previamente fixados, entre 8 e 18 horas, não podendo ultrapassar 5 horas seguidas, salvo quando houver matéria urgente. (E) as audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas e realizarse-ão na sede do Juízo ou Tribunal não podendo ser designado outro local para a realização das audiências. Comentários: Letra D. O Princípio da oralidade caracteriza-se pela prática de atos processuais verbais, ou seja, pelo uso da palavra oral, principalmente nas audiências, seja pelo Juiz ou pelas partes. Exemplos de manifestação deste Princípio: a) a leitura da reclamação trabalhista: (art. 847 da CLT); b) a defesa oral/20 minutos; c) as duas propostas de conciliação consubstanciadas nos artigos 850 e 846 da CLT, que será a primeira proposta oferecida antes de receber a contestação e após a abertura da audiência e a segunda proposta oferecida após as razões finais de 10 minutos para cada parte. d) oitiva de testemunhas (art. 848 2º CLT) e) razões finais em 10 minutos (art. 850 CLT) f) protesto em audiência (art. 795 CLT) O Princípio da concentração objetiva a que a tutela jurisdicional seja prestada, no menor tempo possível, concentrando-se os atos processuais em uma única audiência. A audiência será contínua, porém o art. 849 da CLT preceitua que caso não seja possível concluí-la no mesmo dia o juiz poderá designar nova data para prosseguimento. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 64

A letra D está correta, vejamos os dispositivos legais sobre audiência trabalhista. A letra A está errada porque o art. 819 da CLT menciona que as despesas correrão por conta da parte a que interessar o depoimento. Art. 819 da CLT O depoimento das partes e testemunhas que não souberem falar a língua nacional será feito por meio de intérprete nomeado pelo juiz ou presidente. 1º - Proceder-se-á da forma indicada neste artigo, quando se tratar de surdo-mudo, ou de mudo que não saiba escrever. 2º - Em ambos os casos de que este artigo trata, as despesas correrão por conta da parte a que interessar o depoimento. A letra B está errada porque as audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas e realizar-se-ão na sede do Juízo ou Tribunal e poderá ser designado outro local para a realização das audiências (art. 813 da CLT). O erro da letra C foi mencionar que o Juiz não poderá mandar retirar do recinto os assistentes que a perturbarem, pois o art. 814 da CLT menciona o contrário. A letra B está errada porque o art. 815 da CLT permite que se, até 15 minutos após a hora marcada, o Juiz não houver comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de registro das audiências. 14. (FCC - Técnico Judiciário TRT 1-2013) A matéria relativa ao processo do trabalho encontra-se plenamente regulamentada pela CLT Consolidação das Leis do Trabalho? (A) Em termos, porque o direito processual comum deve ser aplicado como regra geral e na sua omissão é que se aplica o direito processual do trabalho. (B) Sim, porque há um título específico na CLT denominado processo judiciário do trabalho que contempla todas as normas processuais necessárias. (C) Sim, em razão da especificidade do processo do trabalho que não admite aplicação de outras normas processuais. (D) Não, porque há previsão na CLT determinando que, nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas do Título denominado processo judiciário do trabalho. www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 65

(E) Não, porque não há regulamentação específica na CLT sobre matéria processual, devendo assim ser aplicado o direito processual comum para solucionar todas as ações trabalhistas. Comentários: Letra D. O art. 769 da CLT é muito cobrado pela FCC em quase todas as provas de processo do trabalho. Art. 769 da CLT Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título. 15. (FCC TRT 3 Técnico Judiciário - 2015) De acordo com a Súmula 422 do Tribunal Superior do Trabalho Não se conhece de recurso para o TST, pela ausência do requisito de admissibilidade inscrito no art. 514, II, do CPC, quando as razões do recorrente não impugnam os fundamentos da decisão recorrida, nos termos em que fora proposta. Neste caso, está sendo aplicado o princípio (A) da estabilidade da lide. (B) da lealdade processual. (C) da delimitação recursal. (D) do dispositivo. (E) da dialeticidade. Comentários: Letra E. Para a doutrina o princípio da dialeticidade é um princípio que exige que todo recurso seja formulado por meio de petição, através da qual a parte deverá manifestar sua inconformidade com o ato judicial impugnado, indicando os motivos de fato e de direito pelos quais requer novo julgamento da questão impugnada. Por hoje é só! Aguardo vocês para a nossa próxima aula. Fiquem ligados em suas metas! www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 66

Um forte abraço, Déborah Paiva professoradeborahpaiva@hotmail.com www.pontodosconcursos.com.br Profª Déborah Paiva 67