Diagnóstico ambiental e identificação de impactos no bairro do Baralho, Bayeux- PB.

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Transcrição:

Autor: Adriano Pereira Rodrigues ORIENTADORA: Prof.ª Dr.ª Christianne Maria Moura Reis 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA Adrianopr.geo@hotmail.com Diagnóstico ambiental e identificação de impactos no bairro do Baralho, Bayeux- PB. 1-INTRODUÇÃO Ao longo da história humana na Terra, a relação sociedade e natureza vêm se apresentando de forma paradoxal, sobretudo no pós Revolução Industrial, quando as exigências de produção e consumo foram intensificadas. O surgimento da produção industrializada alavancou a necessidade de um consumo cada vez maior de matériaprima. Como ciência, a Geografia vem se preocupado com as relações sócio-ambientais e através de seus métodos e técnicas, tenta compreender a dinâmica da relação sociedade e natureza, bem como os impactos causados por essa relação. Isso fundamenta a teoria de que a sociedade é a principal agente transformadora do meio, e que essas transformações datam de um recente tempo histórico (WALLACE, 1978). O interesse pela pesquisa surgiu da preocupação de entender as relações entre a comunidade ribeirinha do bairro do Baralho e o ecossistema do Manguezal, demonstrando que o mesmo não é um obstáculo e sim um conjunto dinâmico natural com capacidade de fornecer alimentos e matéria-prima. A definição clássica considera o Mangue como uma comunidade de plantas tropicais que colonizam os solos inundados das zonas entremarés. Já o termo Manguezal tem sido empregado para o ecossistema na sua totalidade incluindo a fauna e flora que ocorrem nesse tipo de bosque (CABRAL, 2003). Os manguezais estão entre os principais responsáveis pela manutenção de boa parte das atividades pesqueiras das regiões tropicais, também servem como refúgio

2 natural para a reprodução e desenvolvimento de várias espécies, sejam elas permanentes ou sésseis, ou seja, espécies que vem apenas se reproduzir, servindo também como local para alimentação e proteção dos crustáceos, moluscos e peixes que têm valor comercial. Esse ecossistema ainda contribui para a sobrevivência de alguns tipos de aves, répteis e mamíferos, alguns até fazem parte da lista que beira o risco de extinção (SCHAEFFER-NOVELLI, 1993). Normalmente a relação dessas comunidades, que vivem as margens dos manguezais é de uma dependência muito grande, onde Castro ( 2003) relaciona essa dependência, entre as comunidades que se alimentam dos caranguejos e os caranguejos que terminam por se alimentarem também dos dejetos que são lançados no mangue. A degradação ambiental segundo a literatura moderna está ligada aos processos negativos do ambiente, esses processos segundo Sanchez (2008) só podem ser ocasionado pelo homem, pois segundo o mesmo, os processos naturais não ocasionam degradação, e sim mudanças. A degradação está ligada a qualquer estado de alteração de um ambiente ou de qualquer tipo de ambiente. Para Tommasi (1994) impacto ambiental é qualquer alteração física ou funcional em qualquer dos componentes ambientais, essas alterações podem ser qualitativas ou quantitativas, favoráveis ou desfavoráveis ao ecossistema ou a sociedade. O Relatório de Impacto Ambiental-RIA é um documento da Avaliação de Impacto Ambiental que deve esclarecer todos os elementos proposto pelo trabalho, esse documento será essencial na tomada de decisão e divulgada para a população, sobretudo para a comunidade afetada (ROHDE, 2000). Segundo Abdon (2004) a diversidade e a fragilidade dos ambientes alagados vêm fazendo com que um número cada vez maior de pesquisadores se dedique a gestão ambiental desses ecossistemas. Esses ambientes ocupam áreas de transição entre lugares mais altos e mais baixos, também fazem a transição entre os ambientes aquáticos e terrestres no caso do manguezal. O manguezal nessa área encontra-se bastante alterado, sobretudo as margens do Rio Sanhauá, onde o processo de urbanização é mais intenso e tem deixado alterações

3 significativas no ecossistema, alterações essas, já percebidas pelos próprios residentes que vem testemunhando a redução de várias espécies animais e vegetais. Moura (1990), diz que a ocupação do solo próximo às áreas de mangue se deu quase sempre de forma pacífica, pela desvalorização comercial dessas áreas. Os proprietários da terra, quando grandes latifundiários urbanos cediam esse espaço em troca da manutenção do solo. Entretanto quando a especulação imobiliária agregava valores às áreas, os conflitos entre os ocupantes da terra e os proprietários que requeriam na justiça a reintegração de posse, eram frequentes. Essas ocupações sociais próximas às áreas de mangues necessitam de uma adaptabilidade muito grande, a floresta é diversificada, com alto teor de sal no ambiente, frequentes inundações além de um odor muito forte de matéria orgânica em decomposição associada a um nível de poluição cada vez maior. Segundo Sales,( 2005), na Paraíba os manguezais ocupavam uma área de 322,25 Km², cerca de 11,986 ha. Segundo o mesmo, análises mais recentes afirmam que dos 11,986 ha, houve uma perda nos últimos anos de 3,595 há, o que corresponde a 30% dos manguezais na Paraíba. No município de Bayeux os manguezais estão localizados ao longo dos rios Paroeira e Sanhauá que fazem parte do estuário do rio Paraíba do norte, o mais importante rio do Estado. Algumas pesquisas realizadas entre 1974 e 1998, detectaram que houve uma redução na área de mangue de Bayeux, passando de 11,5 Km² para 9,0 Km² (SALES, 2005). Em decorrência do processo de industrialização e urbanização que ocorreram com a chegada das indústrias de beneficiamento de sisal, a cidade de Bayeux passou a ser um lócus de produção e emprego( OLIVEIRA, 1999). O município de Bayeux localiza-se na planície fúlvio-marinha do complexo do estuário do Rio Paraíba, localizado na microrregião da Mata Paraibana, mais precisamente na microrregião de João Pessoa (ver mapa 01). Sua geomorfologia apresenta basicamente dois compartimentos: o primeiro ao norte identificado como a parte baixa do município, onde se localiza a planície flúvio-marinha, e o segundo onde

fica a parte Sul, o baixo planalto costeiro que também se conhece por tabuleiros (MARTINS, 2000). 4 1.1- Bairro do Baralho: uma breve caracterização O Baralho está localizado as margens do rio Sanhauá. Tem limites com a capital do Estado pela ponte que leva o nome do rio (ver figura-01). Essa figura foi alterada com o objetivo de localizar melhor a ponte sanhauá. Pesquisas anteriores caracterizam esse bairro como fornecedor de mão-de-obra nos diversos segmentos profissionais. A maioria trabalha na capital, João Pessoa. A comunidade é desprovida de infra-estruturas, adequada mesmo sendo um dos bairros mais antigos do município (RODRIGUES, 2010). Figura 01- Bairro do Baralho Ponte sanhauá Fonte: Prefeitura municipal de Bayeux. Secretaria de Planejamento ciência e tecnologia 2013 Atualmente o bairro é caracterizado pelas residências antigas, algumas ainda mantêm a arquitetura do início da ocupação, porém o bairro também dispõe de uma

Bonito de Santa Fé Pilõezinhos Lagoa Serra de Dentro Duas Belém da Raiz Estradas Sertãozinho Caldas Brandão 5 Indústria de beneficiamento do sisal (A SISAL), e de uma metalúrgica (A FORTEX), além disso, encontramos alguns comércios básicos, tais como: padarias, mercadinhos, borracharias e peixarias, que ainda são resquícios de um período em que o baralho era uma comunidade de pescadores artesanais. O comércio atualmente é insignificante se comparado há 20 anos aproximadamente, quando a ponte Sanhauá ainda era a principal via de circulação rodoviária de entrada e saída da capital. Esse fluxo fez surgir um intenso comércio local, para atender as necessidades das pessoas, desde a estada, ao alimento para os transeuntes que por ali passavam (OLIVEIRA 1999). MAPA 01 -Localização do município de Bayeux PB ESTADO DA PARAÍBA - LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE BAYEUX NA MESORREGIÃO DA DA MATA PARAIBANA O C E A N O Belém do Brejo do Cruz do Brejo do Cruz Bernardino Batista Poço Dantas Santarém R I O Bom Sucesso Brejo dos Santos Catolé do Rocha Riacho dos Cavalos Brejo do Cruz São Bento Frei Martinho Nova Floresta D O N O R T E C E A R Á Cachoeira dos Índios Triunfo Santa Helena Bom Jesus Cajazeiras Monte Horebe Conceição Santa Inês Uiraúna Poço de José de Moura São João do Rio do Peixe Marizópolis Nazarezinho Carrapateira de Piranhas Serra Grande de Caiana Diamante Ibiara Santana de Mangueira Vieirópolis Lastro Sousa Boa Ventura Itaporanga Curral Velho da Lagoa Tapada Aguiar Igaracy Pedra Branca Manaíra de Princesa Santa Cruz São Francisco São Domingos de Pombal Aparecida Santana dos Garrotes Nova Olinda Princesa Isabel Lagoa Coremas Piancó Jericó Cajazeirinhas Tavares Mesorregião da Mata Paraibana Pombal Juru Mato Grosso São Bento de Pombal Emas Olho d'água Paulista Vista Serrana Condado Catingueira Imaculada Água Branca Malta de Espinharas Santa Teresinha Mãe d'água Maturéia Patos do Bonfim G R A N D E São Mamede Cacimba de Areia Teixeira Cacimbas Quixaba Areia de Baraúnas Passagem Desterro Amparo Ouro Velho Prata Monteiro Várzea Santa Luzia do Sabugi Junco do Seridó Tenório Juazeirinho Assunção Salgadinho Livramento dos Cordeiros Sumé Taperoá Camalaú Parari Serra Branca Santo André Coxixola Congo Gurjão Caraúbas Nova Palmeira Pedra Lavrada Seridó Cubati Soledade São João do Cariri São Domingos do Cariri Picuí Baraúna Cabaceiras Barra de São Miguel Sossêgo Olivedos Boa Vista Cuité Boqueirão Riacho de Santo Antônio Barra de Santa Rosa Esperança Alagoa Pocinhos Areial Nova Mulungu S. Sebastião de Mari Lagoa de Roça Alagoa Grande Sapé Montadas Santa Matinhas Lagoa Seca Juarez Távora Gurinhém Cruz do Rita Serra Redonda Riachão Espírito Santo Puxinanã Massaranduba do Poço Sobrado São Miguel Campina de Taipu Grande Ingá dos Ramos Assis Chateaubriand Pilar Mogeiro Itabaiana Queimadas Fagundes Itatuba Juripiranga Pedras de Fogo Salgado de São Félix Caturité Alcantil Damião Barra de Santana Santa Cecília Cacimba de Dentro Bananeiras Curral de Cima Marcação Casserengue Mamanguape Solânea Pirpirituba Rio Tinto Remígio Borborem a Itapororoca Arara Serraria Guarabira Araçagi Pilões Cuité de Mamanguape Cuitegi Algodão de Jandaíra Capim Areia Alagoinha Gado Bravo Araruna Aroeiras Umbuzeiro Tacima Riachão Logradouro Dona Inês Caiçara Natuba P E R N A M B U C O Pedro Régio Jacaraú Mataraca Baía da Traição Bayeux Alhandra A T L Â N T I C O Lucena Conde Caaporã Cabedelo JOÃO PESSOA Pitimbu -7 30' Bayeux Zabelê São João do Tigre São Sebastião do Umbuzeiro Escala original: 1:500.000 MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA C IBGE FONTE: SALES, 2005. Escala: 1: 22000 A vegetação predominante é o mangue, que na parte norte ainda encontra-se bastante preservada e ao Sul bastante alterada, em função do avanço habitacional que se concentra principalmente nessa área, com a ocorrência de algumas espécies como a Rhizophora mangle, mangue vermelho e o Laguncularia racemosa ou mangue branco. O

clima que predomina é o tropical As, com pluviosidade acima de 180.00mm anuais e temperaturas médias de 26 ºC (RODRIGUES, 2010). 6 2- OBJETIVOS 2.1-Objetivo Geral Identificar e diagnosticar os processos de degradação ambiental decorrentes da ação social na comunidade ribeirinha, no bairro do Baralho, no município de Bayeux-PB 2.2-Objetivos Específicos Identificar os impactos ambientais buscando entender os fatores determinantes no processo de degradação. Quantificar e qualificar os elementos que estão descaracterizando o ambiente em questão e que se apresentam como conflitos de uso. Analisar a estrutura social e conhecer as relações que os habitantes têm com o ecossistema manguezal. 3-PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E TÉCNICAS UTILIZADAS Com relação às metodologias, o trabalho incialmente apresenta um breve histórico sobre as mais comumente utilizadas nos estudos de impacto ambiental. O EIA tem como principal objetivo identificar as causas e consequências da degradação proposta no trabalho, (MARIANO, 2007). Para o estudo de impacto ambiental EIA deve-se executar uma série de atividades que segundo Tommasi (1994) deverão está relacionadas da seguinte forma: Diagnóstico ambiental das áreas de influência Identificação dos impactos Previsão e medição dos impactos Interpretação e valoração dos impactos Definição das medidas mitigatórias Comunicação dos resultados

7 Não existe uma metodologia específica para a realização de um EIA. A metodologia que deve ser usado depende do enfoque do trabalho, atualmente existe o consenso de que nenhuma metodologia isoladamente é capaz de avaliar de forma completa os impactos de um determinado projeto. Segundo Tommasi (1994) e Sanches (2008) as metodologias que serão brevemente descrito são as mais utilizadas no EIA. Método ad hoc Consiste em uma reunião multidisciplinar de técnicos com experiência, onde, em um primeiro momento esses técnicos farão uma avaliação dos efeitos do projeto, serão levantados os aspectos mais importantes, a subjetividade é a maior dificuldade. Listagem de controle É basicamente uma lista de controle que deve considerar sistematicamente a relação do projeto com o meio onde estará inserida, essa lista permite hierarquizar os impactos, porém não permite identificar impactos de segunda ou terceira ordem, esse método é considerado o primeiro nos EIA. Rede de interação Esse método permite a inter-relação entre as ações e os impactos, esse método não é indicado para grandes áreas, não é um método quantitativo. A grande importância desse método é que permite a identificação de impactos indiretos, de primeira, segunda, terceira ordem, etc. Para a aplicação desse método organiza-se uma sequência de impactos provocados pela ação do projeto e em seguida faz uma relação entre eles. Modelo, teoricamente é considerado o melhor método devido sua capacidade preditiva, é um método que faz a utilização de uma grande quantidade de informações, possibilitando identificar as necessidades da pesquisa e estudar as relações entre o meio físico, biológicas e sócias econômicas. Porém é um método caro e que requer muito tempo de pesquisa Matrizes de interação Esse é o método mais utilizado nos trabalhos de EIA. A primeira matriz foi desenvolvida por Leopold et al (1971) apud Tommasi (1994). Esse método consiste numa listagem bidimensional organizadas em um quadrado na forma vertical e

8 horizontal, é um método barato e muito eficaz que permite comparações, a crítica ao método é que ele não permite identificar impactos indiretos. Mapas de Superposição As técnicas cartográficas são utilizadas na localização/ extensão de impactos essa metodologia consiste na confecção de uma série de cartas temáticas. Esses mapas desenhados em material transparente, quando sobrepostos, orientam os estudos em questão. Estas cartas se interagem para produzir a síntese da situação ambiental de uma área geográfica Essa metodologia é útil para localização, conflitos de uso e outras questões de dimensão espacial. O trabalho que será desenvolvido a partir desse projeto utilizará como metodologia a Listagem de controle e Matrizes de Interação, por entender que essas metodologias são as mais adequadas ao trabalho proposto. Listagem de controle ( Check list),existem vários tipos de check list, para o trabalho serão utilizados dois tipos segundo Tommasi (1994) 1=Listagem comparativa consiste numa relação de fatores ou recursos ambientais de critérios de relevância para exprimir os valores normais desejáveis de cada fator ou recurso, assim como uma dimensão temporal e uma indicação de que o projeto induziria efeitos negativos. 2=Listagem em questionário consiste apenas em uma gama de perguntas com o objetivo de abordar os aspectos possíveis de serem impactados pelo projeto. Já as Matrizes de Interação é um método simples mais de grande utilidade para a orientação dos estudos de impacto ambiental. Essa metodologia apresenta uma série de aspectos ambientais e suas relações com as ações impactantes de um projeto. As interações segundo Tommasi (1994) são avaliadas em três dimensões: inexistente, pouco significativa ou bastante significativa. Porém cada projeto adequa a Matriz a sua realidade tendo assim um número bem diverso de matrizes. Para a quantificação dos impactos será feita uma adequação a partir da matriz proposto por Tommasi (1994) e Sanchez (2008) onde serão elencados os seguintes valores aos impactos: 0= inexistente, 1= pouco significativo, 2= significativo, 3= muito significativo. A partir desses valores subjetivamente adotados e elencados a cada

9 impacto dentro da Matriz, utilizaremos uma equação matemática que segundo Marcelino (2000) nos dará um índice de qualidade ambiental. Além do uso das metodologias citadas farão parte da pesquisa as seguintes etapas: Pesquisa bibliográfica Serão realizadas pesquisas bibliográficas em: livros, monografias, dissertações, teses e artigos. Esse tipo de pesquisa busca toda informação teórica necessária sobre o referido tema. Visita às áreas de pesquisa As visitas são indispensáveis para o sucesso do trabalho. O conhecimento que a população local detém e transmite através da oralidade é de suma importância para o pesquisador. Nesse caso se farão necessárias várias visitas ao local. Através dessas visitas, se podem obter várias informações necessárias à pesquisa. Vale destacar que essa técnica proporciona viver, conhecer e analisar a área, participando diretamente dos problemas locais. Entrevistas com moradores A entrevista com os moradores é outra técnica importante para o trabalho, além do levantamento de dados, o contato (pesquisador/informante) permite o pesquisador aprofundar os conhecimentos locais na relação sociedade-natureza e seus problemas. Consulta a órgãos públicos A consulta aos órgãos públicos também são indispensáveis, todavia, ou há uma escassez de dados ou as informações estão desatualizadas. Porém, essas informações desatualizadas proporcionam uma análise comparativa entre o passado e o presente. As consultas acontecerão nos seguintes órgãos: Prefeitura Municipal de Bayeux, SUDEMA,IBAMA e quaisquer outras que sejam necessárias. Registro fotográfico e cartográfico O registro fotográfico é tão importante quanto às etapas anteriores. Através dele o pesquisador tem a condição de fazer uma análise ilustrativa e documental. Mostrando a condição atual do seu objeto de estudo. A cartografia é outro instrumento indispensável nos trabalhos geográficos, as imagens atualizadas contemporanizam a área de estudo.

10 4-REFERÊNCIA ABDON, Mirian de Moura. Os impactos ambientais no meio físico-erosão e assoreamento na bacia hidrográfica do rio taquari, MS, em decorrência da pecuária. São Carlos: 2004 CABRAL, Gutemberg José da Costa Marques. A legislação a ser aplicada em defesa do manguezal. João Pessoa: Gráfica Borges, 1999. CASTRO, Iná Elias de (org.). Geografia conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. CASTRO, Josué de. Homens e caranguejo. Civilização brasileira, Rio de Janeiro 2003. DREW, David. Processos interativos homem-meio ambiente. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989. HAESBEART, Rogério. O mito da desterritorialização. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004. KOGA, Dirce. Medidas de cidades, entre territórios de vida e território vividos. São Paulo: Cortez, 2003. MARCELINO, Rosalve Lucas. Diagnóstico sócio-ambiental do estuário do rio paraíba do norte-pb com ênfase nos conflitos de uso e nas interferências humanas em sua área de influência direta. João Pessoa. UFPB, 2000 MADRUGA, Ana. Entre os limites naturais do espaço e da marginalização as condições de vida das comunidades ribeirinhas. João Pessoa: UFPB, 2002. MARIANO, Jacqueline Barbosa. Proposta de metodologia de avaliação integrada de riscos e impactos para estudos de avaliação ambiental estratégica do setor de petróleo e gás natural em áreas offshore.ufrj Rio de Janeiro:2007 MARTINS JR, Everaldo Virgínio. Projeto Rio Paraíba: gestão ambiental integrada da região estuarina. UFPB, João Pessoa, 2000.

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