PROCESSO CIVIL DRA. JAQUELINE MIELKE SILVA

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Transcrição:

1 PROC. CIVIL PONTO 1: RECURSOS PONTO 2: a) APELAÇÃO, EMBARGOS INFRINGENTES PONTO 2: b) REXT E RESP JUÍZO DE RETRATAÇÃO EM SEDE DE APELAÇÃO: via de regra, o magistrado não pode se retrata em sede de apelação como pode no agravo de instrumento. Há exceções: art. 296 1 CPC, se for indeferida a petição inicial será possível retratação do julgador a quo. Assim como na hipótese contemplada no art. 285-A 2 CPC (improcedência liminar). É possível arguição de fato novo, art. 516 3 CPC (fato novo, na verdade é fato velho e deixou de ser provado, pois a parte não tinha conhecimento ou porque a parte não tinha possibilidade de argui-lo. De acordo com a doutrina e jurisprudência, ainda que o fato tenha essas características para que ele possa ser arguido em sede de apelação, não poderá alterar a causa de pedir, em razão da estabilização da demanda e do contraditório. Como é feita a prova de fato novo? Em se tratando de prova documental este acompanhará o recurso. E se depender de prova pericial ou testemunhal? Neste caso, a prova é feita de acordo com art. 492 4 CPC. (aplica-se este artigo subsidiariamente). A produção é feita pelo juiz de 1º grau para que a prova seja produzida perante o mesmo. Todavia a avaliação desta prova é feita pelo Tribunal. PROCESSAMENTO DA APELAÇÃO PERANTE O TRIBUNAL: a apelação será distribuída para um relator e terá também um revisor. O relator da apelação tem as mesmas possibilidades previstas no art. 557 5 CPC. 1 Art. 296. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, reformar sua decisão. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994) Parágrafo único. Não sendo reformada a decisão, os autos serão imediatamente encaminhados ao tribunal competente. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994) 2 Art. 285-A. Quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo já houver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos, poderá ser dispensada a citação e proferida sentença, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada. (Incluído pela Lei nº 11.277, de 2006) 1 o Se o autor apelar, é facultado ao juiz decidir, no prazo de 5 (cinco) dias, não manter a sentença e determinar o prosseguimento da ação. (Incluído pela Lei nº 11.277, de 2006) 2 o Caso seja mantida a sentença, será ordenada a citação do réu para responder ao recurso. (Incluído pela Lei nº 11.277, de 2006) 3 Art. 516. Ficam também submetidas ao tribunal as questões anteriores à sentença, ainda não decididas. (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994) 4 Art. 492. Se os fatos alegados pelas partes dependerem de prova, o relator delegará a competência ao juiz de direito da comarca onde deva ser produzida, fixando prazo de 45 (quarenta e cinco) a 90 (noventa) dias para a devolução dos autos. 5 Art. 557. O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior. (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998) 1 o -A Se a decisão recorrida estiver em manifesto confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior, o relator poderá dar provimento ao recurso. (Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)

2 O que o relator pode monocraticamente: não admitir a apelação em monocrática, negar provimento; ainda, pode julgá-la prejudicada ou dar provimento a apelação se a decisão recorrida que não estiver de acordo com súmula ou jurisprudência dominante do STF ou STJ. NO TOCANTE AOS EFEITOS DA APELAÇÃO: se aplica todos os efeitos. Devolutivo, suspensivo etc, mas há exceções onde é apenas devolutivo. Art. 520 6 CPC. EMBARGOS INFRINGENTES: _ CABIMENTO: ART. 530 7 CPC - os EI são cabíveis em duas hipóteses 1ª - de julgamentos não unânimes que tenham reformado sentença de mérito. 2ª - de julgamento de procedência de ação rescisória de modo não unânime. Desdobramento da 1ª situação: julgamento não unânime prolatado em sede de reexame necessário, que tenha reformado sentença de mérito, de acordo com entendimento dominante não cabe EI, pois o reexame necessário não é apelação e muito menos recurso. 1 o Da decisão caberá agravo, no prazo de cinco dias, ao órgão competente para o julgamento do recurso, e, se não houver retratação, o relator apresentará o processo em mesa, proferindo voto; provido o agravo, o recurso terá seguimento. (Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998) 2 o Quando manifestamente inadmissível ou infundado o agravo, o tribunal condenará o agravante a pagar ao agravado multa entre um e dez por cento do valor corrigido da causa, ficando a interposição de qualquer outro recurso condicionada ao depósito do respectivo valor. (Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998) 6 Art. 520. A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. Será, no entanto, recebida só no efeito devolutivo, quando interposta de sentença que: (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) I - homologar a divisão ou a demarcação; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) II - condenar à prestação de alimentos; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) IV - decidir o processo cautelar; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) V - rejeitar liminarmente embargos à execução ou julgá-los improcedentes; (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994) VI - julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem. (Incluído pela Lei nº 9.307, de 23.9.1996) VII - confirmar a antecipação dos efeitos da tutela; (Incluído pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001) 7 Art. 530. Cabem embargos infringentes quando o acórdão não unânime houver reformado, em grau de apelação, a sentença de mérito, ou houver julgado procedente ação rescisória. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto da divergência. (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)

3 Desdobramento da 2ª situação: decisão não unânime em apelação que tenha reformado sentença que não é de mérito, via de regra, não cabe EI. Entretanto, há hipóteses que o CPC prevê de sentenças como não sendo de mérito que a doutrina e a jurisprudência discutem. Ocasionando extinção do processo pela ausência das condições da ação, nos termos do artigo 267 8 CPC. Trata-se de extinção sem resolução de mérito. Há quem discorde desse posicionamento: de acordo com Ovídio Batista o art. 267 CPC está errado. Segundo o doutrinador, sempre que o juiz extinguir o processo por ilegitimidade de parte, falta de possibilidade jurídica do pedido ou falta de interesse de agir, está extinguindo o processo com resolução de mérito. Para Ovídio, as condições da ação se confundem com o mérito. Ex: investigação de paternidade, onde o demandado alega não ser pai, feito o DNA, não sendo o pai e extinguindo a ação; nesse caso, será com resolução de mérito. O STJ adotou a TEORIA DA ASSERÇÃO que determina: se o magistrado constatar a inexistência das condições da ação no início do processo ao despachar a petição inicial será sem resolução de mérito, todavia, se o magistrado constatar a inexistência das condições da ação ao final do processo após a instrução probatória a extinção será com resolução de mérito. 8 Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005) I - quando o juiz indeferir a petição inicial; Il - quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; III - quando, por não promover os atos e diligências que Ihe competir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada; Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual; Vll - pela convenção de arbitragem; (Redação dada pela Lei nº 9.307, de 23.9.1996) Vlll - quando o autor desistir da ação; IX - quando a ação for considerada intransmissível por disposição legal; X - quando ocorrer confusão entre autor e réu; XI - nos demais casos prescritos neste Código. 1 o O juiz ordenará, nos casos dos ns. II e Ill, o arquivamento dos autos, declarando a extinção do processo, se a parte, intimada pessoalmente, não suprir a falta em 48 (quarenta e oito) horas. 2 o No caso do parágrafo anterior, quanto ao n o II, as partes pagarão proporcionalmente as custas e, quanto ao n o III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e honorários de advogado (art. 28). 3 o O juiz conhecerá de ofício, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não proferida a sentença de mérito, da matéria constante dos ns. IV, V e Vl; todavia, o réu que a não alegar, na primeira oportunidade em que Ihe caiba falar nos autos, responderá pelas custas de retardamento. 4 o Depois de decorrido o prazo para a resposta, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação.

4 De acordo com a TEORIA DA ASSERÇÃO, a apelação de uma decisão que extingue o processo por ausência de condições da ação por 2 a 1, cabe EI? Depende. O cabimento EI é possível. EI e voto médio O voto médio vai ocorrer sempre que houver divergência entre os integrantes da câmara ou turma. Ex: um desembargador que condenar a pagar 10, o outro 20, e o outro 30. Voto médio é o mais próximo dos 2 extremos, no exemplo em questão é 15. Em havendo voto médio será possível a interposição de EI tanto pelo autor, quanto pelo réu. EI e AGRAVO RETIDO: decisão não unânime prolatada em sede de agravo retido que reformar sentença de mérito. AÇÃO RESCISÓRIA JULGADA PROCEDENTE de modo não unânime cabe EI. Em contrapartida, se a rescisória for julgada improcedente de modo não unânime, não será possível a interposição de infringentes. O sistema jurídico não tem interesse em desfazer a coisa julgada. RECURSO ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO: ambos são recursos constitucionais previstos nos arts. 102, inc. III 9 e 105, inc. III 10 da CF. Tratam-se de recursos com fundamentação vinculada, pois a CF determina o que pode ser arguido neles. Tratam-se ainda, de recursos que tem por objeto apenas questões de direito. Não se prestando de matérias de fato, em razão disto, temos duas súmulas do STJ (7 11 e 5 12 ). Não é possível o reexame de prova em sede de RESP por não poder discutir matéria fática. Do mesmo modo, não é possível a discussão de cláusula contratual em sede de RESP por não ser possível a discussão de matéria de fato. 9 Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 1.º A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. (Transformado em 1º pela Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/93) 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 10 Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;

5 O STJ faz distinção entre o reexame de prova e a má valoração de prova; essa distinção o STF já fazia anteriormente. Admite-se a valoração, não se admite a má valoração. O reexame de prova ocorre quando se pretender que STJ/STF examine, novamente, a prova dos autos. A má valoração da prova ocorre quando o tribunal de origem (que tiver prolatado o acórdão objeto do RESP) tiver violado normas de direito probatório. Ex: nos termos do art. 400 13 CPC, quando a prova do fato depender de conhecimento técnico o juiz não pode decidir apenas com base em testemunhas. Do mesmo modo, quando depender de conhecimento técnico ou documental não poderá se basear apenas em testemunhas. Ex: ação de investigação de paternidade DNA 99,9% de chance de o demandado ser pai, o requerido tendo testemunha dizendo que o demandado não é o pai. O Tribunal confirma o indeferimento da ação. A paternidade depende de exame técnico (má valoração da prova no caso em questão). PRÉ-QUESTIONAMENTO: diz respeito aos dois recursos. A questão objeto do RESP/REXT, obrigatoriamente, deve ter sido ventilada na decisão recorrida, ou seja, a decisão recorrida deve ter se pronunciado sobre a questão. Existem duas modalidades: _ EXPLÍCITO: o STF exige esta modalidade. De acordo com a jurisprudência do STF, o explícito significa que a decisão recorrida deve ser pronunciada, expressamente, sobre o dispositivo legal, afirmado como violado declinando inclusive o número do artigo. b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;(redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal. Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 11 SÚMULA 7 - A PRETENSÃO DE SIMPLES REEXAME DE PROVA NÃO ENSEJA RECURSO ESPECIAL. 12 SÚMULA 5 - A SIMPLES INTERPRETAÇÃO DE CLAUSULA CONTRATUAL NÃO ENS EJARECURSO ESPECIAL. 13 Art. 400. A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso. O juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos: I - já provados por documento ou confissão da parte; II - que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados.

6 _ IMPLÍCITO: o STJ exige esta modalidade. No pré-questionamento implícito a decisão recorrida não se manifesta expressamente sobre o dispositivo violado no recurso, mas se manifesta sob a tese jurídica sustentada no recurso. ** NÃO CONFUNDIR pré-questionamento implícito com VIOLAÇÃO INDIRETA: as violações indiretas ou reflexas não suprem o implícito. Ocorre quando o acórdão recorrido faz determinada afirmação que acaba excluindo outra, por exemplo, se o acórdão recorrido diz que a responsabilidade civil é de natureza objetiva, e só diz isso, viola indiretamente a responsabilidade subjetiva art. 186 14 CC. Problema: na maioria dos casos os tribunais não pré-questionam, nem implicitamente ou explicitamente. A única alternativa será a interposição de EMBARGOS DE DECLARAÇÃO com fins de pré-questionamento. A parte deverá demonstrar que provocou o pré-questionamento, aí mesmo que o tribunal não tenha se manifestado, pode interpor RESP/REXT. Súmula 211 15 STJ a mera interposição de ED não supre a falta de préquestionamento, nesta hipótese a única alternativa que a parte tem é interpor RESP por violação ao art. 535 16 CPC, pois o Tribunal de origem se recusou a sanar a omissão, há várias decisões dando provimento a este RESP. Alternativa também é interpor REXT por violação ao art. 5º, inc. XXXV 17 CF (violação de prestação jurisdicional). S 356 18 STF. De acordo com esta súmula, segundo o STF, a interposição de declaratórios já supriria a falta de pré-questionamento, todavia há decisões recentes do STF que estão muito mais de acordo com a Súmula 211 STJ do que a própria Súmula 356 STF. QUESTÕES DE ORDEM PÚBLICA E PRÉ-QUESTIONAMENTO: de acordo com entendimento dominante nas cortes superior, estas questões não podem ser pronunciadas de ofício, mas também precisam ser pré-questionadas, entretanto, LUIZ FUCZ (quando ministro do STJ) passou a entender que em uma hipótese é possível de ofício. No caso de RESP ser admitido por outro fundamento, por exemplo, pela divergência jurisprudencial é possível os tribunais se pronunciarem de ofício. QUESTÕES QUE SURJAM A PARTIR DA DECISÃO E PRÉ- QUESTIONAMENTO: ex - uma nulidade no acórdão. Se o acórdão for nulo - questões que surgirem a partir do próprio acórdão é preciso pré-questionamento também, todavia, neste caso, como a questão surge a partir do acórdão não há necessidade de provocar o préquestionamento. 14 Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 15 SÚMULA 211 - Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo Tribunala quo. 16 Art. 535. Cabem embargos de declaração quando: (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994) I - houver, na sentença ou no acórdão, obscuridade ou contradição; (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994) II - for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se o juiz ou tribunal. (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994) 17 XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; 18 SÚMULA Nº 356 - O PONTO OMISSO DA DECISÃO, SOBRE O QUAL NÃO FORAM OPOSTOS EMBARGOS DECLARATÓRIOS, NÃO PODE SER OBJETO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO, POR FALTAR O REQUISITO DO PREQUESTIONAMENTO.

7 PRÉVIO ESGOTAMENTO DAS VIAS RECURAIS: em sede de recurso especial a decisão objeto do recurso especial deve ter sido prolatada em única ou última instância por tribunal. Causas de competência originária de tribunais (no tocante a única estância), quanto à última instância refere-se ao prévio esgotamento das vias recursais. Antes da interposição do Rexp e do Rext a parte deverá esgotar todas as possibilidades de recurso, ou seja, se cabível embargos infringentes, primeiro deverá interpor este antes de interpor REXT OU RESP, inclusive se for agravo interno, também deverá interpor este primeiramente. Em sede de REXT é preciso que a decisão seja prolatada em única ou última instância. Art. 102, inc. III 19 da CF não exige que a decisão seja de tribunal. O art. 105, inc. II 20 CF fala em tribunal. Logo baseado no entendimento jurisprudencial pode se afirmar que não cabe RESP de decisão prolatada pelas Turmas Recursais nos JECs. Como o art. 102, inc. III CF que trata do REST, não fala em tribunal, em tese cabe este recurso sobre decisão prolatada nas Turmas Recursais nos JECs. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE ESPECÍFICOS DO REXT: 19 Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 1.º A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. (Transformado em 1º pela Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/93) 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 20 Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: II - julgar, em recurso ordinário: a) os "habeas-corpus" decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória; b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;

8 Este recurso tem cabimento para controlar violações ou negativas de vigência da CF. É através deste recurso que é realizado o controle difuso de constitucionalidade. EC 45 introduziu o 3º no art. 102 CF trazendo a repercussão geral, mas só foi aplicado com a lei 11418/06 que introduziu dois artigos no CPC (arts. 543-A e 543-B CPC 21 ). 21 Art. 543-A.O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso extraordinário, quando a questão constitucional nele versada não oferecer repercussão geral, nos termos deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). 1 o Para efeito da repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos da causa. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). 2 o O recorrente deverá demonstrar, em preliminar do recurso, para apreciação exclusiva do Supremo Tribunal Federal, a existência da repercussão geral. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). 3 o Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar decisão contrária a súmula ou jurisprudência dominante do Tribunal. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). 4 o Se a Turma decidir pela existência da repercussão geral por, no mínimo, 4 (quatro) votos, ficará dispensada a remessa do recurso ao Plenário. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). 5 o Negada a existência da repercussão geral, a decisão valerá para todos os recursos sobre matéria idêntica, que serão indeferidos liminarmente, salvo revisão da tese, tudo nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). 6 o O Relator poderá admitir, na análise da repercussão geral, a manifestação de terceiros, subscrita por procurador habilitado, nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). 7 o A Súmula da decisão sobre a repercussão geral constará de ata, que será publicada no Diário Oficial e valerá como acórdão. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). Art. 543-B. Quando houver multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica controvérsia, a análise da repercussão geral será processada nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, observado o disposto neste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). 1 o Caberá ao Tribunal de origem selecionar um ou mais recursos representativos da controvérsia e encaminhá-los ao Supremo Tribunal Federal, sobrestando os demais até o pronunciamento definitivo da Corte. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). 2 o Negada a existência de repercussão geral, os recursos sobrestados considerar-se-ão automaticamente não admitidos. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). 3 o Julgado o mérito do recurso extraordinário, os recursos sobrestados serão apreciados pelos Tribunais, Turmas de Uniformização ou Turmas Recursais, que poderão declará-los prejudicados ou retratar-se. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). 4 o Mantida a decisão e admitido o recurso, poderá o Supremo Tribunal Federal, nos termos do Regimento Interno, cassar ou reformar, liminarmente, o acórdão contrário à orientação firmada. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). 5 o O Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal disporá sobre as atribuições dos Ministros, das Turmas e de outros órgãos, na análise da repercussão geral.(incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).

9 O que é a Repercussão geral? É um filtro ou marco divisor no REXT. Temos um REXT antes da repercussão geral, que era mais fácil de ser interposto e após a repercussão a interposição se tornou mais difícil. Antes bastava que a parte, ao interpor, alegasse a violação ou negativa de vigência à CF. A partir da vigência destes artigos não basta mais alegar estes requisitos, como bastou por muitos anos. Atualmente, além de demonstrar esses requisitos a parte deve comprovar a repercussão social, política, jurídica ou econômica. A jurisprudência e a doutrina não definem muito bem o que seria repercussão geral, mas aquele que recorre deve demonstrar que o julgamento não interessa apenas a ele, mas que interessa à coletividade de um modo geral. (coletividade esta que pode ser um grupo específico). Sempre que estivermos diante de interesse difusos, individuais homogêneos caberão REXT. O STF tem vários julgados onde reconheceu a repercussão geral, por exemplo: repercussão econômica, nas causas de natureza tributária. Causas de natureza previdenciária, de cunho social. Ações de fornecimento de medicamentos. Repercussão política as causas que têm por objeto direito eleitoral. Repercussão jurídica deixa uma margem de discricionariedade bastante grande para o STF, pois via de regra, qualquer violação à CF, em tese, interessa a todos os brasileiros. No entanto é subjetivo. Nos termos do Art. 543-A CPC, quando a parte interpõe um REXT ela deve criar um capítulo tratando da repercussão geral (demonstrando sua existência). Se o capítulo não for criado, o REXT não será admitido, por ser requisito de admissibilidade. Há casos em que se presume a repercussão geral. Quando a decisão, objeto do REXT, for contrária à súmula do STF ou jurisprudência dominante do STF presume-se a repercussão geral. Se ela é presumida é obrigatória a criação do capítulo tratando da repercussão geral? Sim, pois deve ser demonstrada a súmula ou a jurisprudência dominante, podendo o recurso ser inadmitido. Art. 543-B CPC AÇÕES DE MASSA quando milhares de ações iguais que geram milhares de REXT s, nesse caso os recursos não vão para o STF ou STJ, no caso de RESP o tribunal de origem escolhe alguns recursos (é discricionário, não há um número específico, mais de um, mas também que não sejam em número excessivo), sendo encaminhados alguns recursos para o STF e os demais ficam sobrestados aguardando o pronunciamento de Brasília sobre o caso concreto. Será que após o recurso escolhido como paradigma, a parte poderá desistir do recurso? Os tribunais dizem que não. Ex: de ação, onde o Google era parte e pretendiam fazer acordo para não gerar precedente, mas foi julgado mesmo assim pelo STF (Ministra Nancy) segundo entendimento determinou-se que o acordo teria eficácia, e mesmo ainda julgou o REXT. A ministra diz que essa medida é cabível para evitar recursos em demasia. Nos Rexts repetitivos o STF escolhe um que servirá de paradigma para todos os outros. PARADIGMA DO STF: a) O STF PODE DIZER QUE NÃO HÁ REPERCUSSÃO GERAL os outros recursos sobrestados não serão admitidos. E da decisão que não admiti REXT caberá Recurso de Agravo contra a negativa de seguimento. Art. 544 22 CPC. O STF se livrou de vários REXTs e ganhou vários Agravos (na prática os agravos não darão seguimento ao REXT). 22 Art. 544.Não admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial, caberá agravo nos próprios autos, no prazo de 10 (dez) dias. (Redação dada pela Lei nº 12.322, de 2010)

10 _ o STF pode ainda: b) Reconhecer que há repercussão e negar provimento ao REXT ou dar provimento. b.1) a decisão do tribunal de origem é contrária à decisão do STF. Nesse caso os autos sobrestados serão remetidos de volta para a turma que o julgou. b.1.1) chegando na turma ela poderá se retratar, mudando a decisão e render-se à posição do STF, prolatando novo acórdão. Exceção ao art. 463 23 CPC. Nesse caso, as partes serão intimadas do novo acórdão, cabendo REXT (morto, pois já há entendimento do STF, e ainda caberá agravo). b.1.2) Turma/Câmara não se rende ao STF e mantém o seu posicionamento. Neste caso, o recurso sobrestado será remetido ao STF e como já há posição do STF, irão julgar o REXT em poucos meses. 1 o O agravante deverá interpor um agravo para cada recurso não admitido. (Redação dada pela Lei nº 12.322, de 2010) 2 o A petição de agravo será dirigida à presidência do tribunal de origem, não dependendo do pagamento de custas e despesas postais. O agravado será intimado, de imediato, para no prazo de 10 (dez) dias oferecer resposta, podendo instruí-la com cópias das peças que entender conveniente. Em seguida, subirá o agravo ao tribunal superior, onde será processado na forma regimental. (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001) 3 o O agravado será intimado, de imediato, para no prazo de 10 (dez) dias oferecer resposta. Em seguida, os autos serão remetidos à superior instância, observando-se o disposto no art. 543 deste Código e, no que couber, na Lei n o 11.672, de 8 de maio de 2008. (Redação dada pela Lei nº 12.322, de 2010) 4 o No Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça, o julgamento do agravo obedecerá ao disposto no respectivo regimento interno, podendo o relator: (Redação dada pela Lei nº 12.322, de 2010) I - não conhecer do agravo manifestamente inadmissível ou que não tenha atacado especificamente os fundamentos da decisão agravada; (incluído pela Lei nº 12.322, de 2010) II - conhecer do agravo para: (incluído pela Lei nº 12.322, de 2010) a) negar-lhe provimento, se correta a decisão que não admitiu o recurso; (incluído pela Lei nº 12.322, de 2010) b) negar seguimento ao recurso manifestamente inadmissível, prejudicado ou em confronto com súmula ou jurisprudência dominante no tribunal; (incluído pela Lei nº 12.322, de 2010) c) dar provimento ao recurso, se o acórdão recorrido estiver em confronto com súmula ou jurisprudência dominante no tribunal. (incluído pela Lei nº 12.322, de 2010) 23 Art. 463. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la: (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005) I - para Ihe corrigir, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais, ou Ihe retificar erros de cálculo; II - por meio de embargos de declaração.

11 b.2) Decisão do Tribunal de origem é no mesmo sentido da decisão do STF implicará em não conhecimento do REXT. Dessa decisão caberá o Agravo do art. 544 CPC. ADMISSIBILIDADE DO RESP: _ REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE ESPECÍFICOS: o RESP tem por finalidade controlar a aplicação do Direito Federal uniformizando a sua respectiva interpretação. Todas as alíneas tem haver com esses requisitos. a, inc. III do art. 105 CF cabe interposição de RESP quando houver negativa de vigência ou violação a Tratado ou Lei Federal. A negativa de vigência ocorre quando o tribunal deixa de aplicar determinada lei federal, já a violação ocorre quando o Tribunal de origem aplicar mal determinada lei federal. Via de regra o STJ e STF não são rigorosos quanto a utilização desses termos. Lei Federal são as leis ordinárias, complementares, decretos regulamentadores. Leis Estaduais, municipais, instruções normativas, portarias, resoluções, circulares não são consideradas leis federais, a violação desses textos não enseja o RESP. b, inc. III art. 105 CF do ato de governo local contestado em face de lei federal. Por exemplo, ato de prefeito de Porto Alegre que não observe determinada lei federal. c, inc. III do art. 105 CF DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL: _ Requisitos da divergência: 1ª o acórdão paradigma deve ser de tribunal diverso àquele que tiver prolatado a decisão. S 13 24 STJ. 2º o acórdão paradigma deve estar publicado em repositório oficial de jurisprudência, que são publicações ou revistas que o STJ entende como oficiais ou deve ser juntada cópia autêntica do mesmo; ou ainda, a parte deve declinar o site de onde extraiu a respectiva decisão. 3ª a demonstração da divergência deve ser feita de modo analítico não bastando a simples transcrição de ementas. O recorrente deve transcrever trechos da decisão recorrida e do paradigma que demonstre similitude de casos, mas há diversidade de julgamentos. 24 Súm. 13 - A DIVERGENCIA ENTRE JULGADOS DO MESMO TRIBUNAL NÃO ENSEJA RECURSO ESPECIAL.

12 PROCESSAMENTO DO RESP E REXT: são interpostos perante o tribunal de origem, sendo que o tribunal de origem se pronuncia em primeira oportunidade sobre admissibilidade dos mesmos; se admitir essa decisão é irrecorrível; se não forem admitidos cabe o recurso de agravo do art. 544 25 CPC. Não há mais necessidade do traslado de peças para interpor agravo, será nos próprios autos. Art. 542, 3º 26 CPC REXT e RESP retidos nos autos, não sendo processados imediatamente. Cabendo de decisões interlocutórias prolatadas no processo de conhecimento, cautelar ou embargos à execução e serão julgados apenas se a parte requerer por ocasião da interposição de REST ou RESP contra última decisão prolatada no processo. Crítica: não cabe RESP ou REXT contra interlocutória e sim agravo de instrumento. E da decisão do acórdão prolatado em agravo de instrumento é que cabe RESP ou REXT. 25 Art. 544. Não admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial, caberá agravo nos próprios autos, no prazo de 10 (dez) dias. (Redação dada pela Lei nº 12.322, de 2010) 1 o O agravante deverá interpor um agravo para cada recurso não admitido. (Redação dada pela Lei nº 12.322, de 2010) 2 o A petição de agravo será dirigida à presidência do tribunal de origem, não dependendo do pagamento de custas e despesas postais. O agravado será intimado, de imediato, para no prazo de 10 (dez) dias oferecer resposta, podendo instruí-la com cópias das peças que entender conveniente. Em seguida, subirá o agravo ao tribunal superior, onde será processado na forma regimental. (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001) 3 o O agravado será intimado, de imediato, para no prazo de 10 (dez) dias oferecer resposta. Em seguida, os autos serão remetidos à superior instância, observando-se o disposto no art. 543 deste Código e, no que couber, na Lei n o 11.672, de 8 de maio de 2008. (Redação dada pela Lei nº 12.322, de 2010) 4 o No Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça, o julgamento do agravo obedecerá ao disposto no respectivo regimento interno, podendo o relator: (Redação dada pela Lei nº 12.322, de 2010) I - não conhecer do agravo manifestamente inadmissível ou que não tenha atacado especificamente os fundamentos da decisão agravada; (incluído pela Lei nº 12.322, de 2010) II - conhecer do agravo para: (incluído pela Lei nº 12.322, de 2010) a) negar-lhe provimento, se correta a decisão que não admitiu o recurso; (incluído pela Lei nº 12.322, de 2010) b) negar seguimento ao recurso manifestamente inadmissível, prejudicado ou em confronto com súmula ou jurisprudência dominante no tribunal; (incluído pela Lei nº 12.322, de 2010) c) dar provimento ao recurso, se o acórdão recorrido estiver em confronto com súmula ou jurisprudência dominante no tribunal. (incluído pela Lei nº 12.322, de 2010) 26 Art. 542. Recebida a petição pela secretaria do tribunal, será intimado o recorrido, abrindo-se-lhe vista, para apresentar contra-razões. (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001) 3 o O recurso extraordinário, ou o recurso especial, quando interpostos contra decisão interlocutória em processo de conhecimento, cautelar, ou embargos à execução ficará retido nos autos e somente será processado se o reiterar a parte, no prazo para a interposição do recurso contra a decisão final, ou para as contra-razões. (Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)

13 Há decisões prolatadas em sede de processo de conhecimento, cautelar e embargos que são incompatíveis com a modalidade retida, como determina o código. Ex: provimentos antecipatórios, não há como o recurso ficar retido. Liminares cautelares, decisões que julgam exceção de incompetência, suspeição e impedimento. Decisões que deferem ou indeferem efeito suspensivo em embargos. Nestas hipóteses de decisões prolatadas nesses procedimentos previstas no art. 542, 3º CPC, que sejam incompatíveis com a modalidade retida é possível o processamento imediato do recurso. Esse processamento imediato do recurso pode ser pleiteado através de simples petição. Em outros procedimentos não deverá o recurso ficar retido. (em procedimento especial, execução e demais que não estiverem no 3º). Se nos outros procedimentos o Tribunal insistir em reter o recurso, qual o mecanismo ou instrumento processual que a parte disponha para fazer com que o recurso seja processado? Cabe a impetração de Mandado de Segurança, há direito líquido e certo, qual seja o 3º do art. 542 CPC.