MÉTODO DE HARGREAVES- SAMANI A PARTIR DA ESTIMATIVA DA TEMPERATURA DO AR E A PARTIR DE NORMAIS CLIMATOLÓGICAS

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Transcrição:

MÉTODO DE HARGREAVES- SAMANI A PARTIR DA ESTIMATIVA DA TEMPERATURA DO AR E A PARTIR DE NORMAIS CLIMATOLÓGICAS Juliana da Silva Rodrigues¹; André Luiz Ribas de Oliveira²; Sandra Regina Pires de Moraes²; Engler José Vidigal Lobato³; Patrícia da Silva Simão¹. 1 Bolsista PBIC/UEG, graduandos do Curso de Engenharia Agrícola, UnUCET UEG 2 Orientador, docente do Curso de Engenharia Agrícola, UnUCET UEG. ³ Docente do curso de Agronomia, UFG. RESUMO O presente trabalho teve por objetivo comparar o Método de Hargreaves Samani a partir da estimativa da temperatura do ar e a partir da normais climatológicas. Foram utilizadas coordenadas geográficas de latitude, longitude e altitude para estimar as temperaturas máximas e mínimas para o estado de Goiás. No método de Hargraves-Samani foram inseridos dados de entrada referentes à estimativa da temperatura do ar e dados observados, avaliandose a melhor alternativa para cálculo da evapotranspiração de referência (ETo) com base nos maiores valores do coeficiente de determinação (r 2 ). As coordenadas geográficas: latitude, longitude e altitude foram listadas conforme apresentadas por SILVA (1997), para onze municípios do Estado de Goiás. Para cada município foram estimados os valores temperaturas máximas e mínimas, e calculadas as médias das temperaturas, conforme equações apresentadas por PEREIRA et al (2002). Para cálculo dos valores de ETo pelo método de Hargreaves-Samani a partir de normais climatológicas os dados foram obtidos de estações meteorológicas vinculadas ao INMET. Os dados estimados e observados de temperatura máxima, mínima e média foram organizados em planilha do Excel, e subsidiaram os cálculos da ETo pelo método proposto por HARGREAVES E SAMANI (1985). Com valores de ETo estimados e observados, foram ajustadas as equações de regressão. Palavras - chave: Hargreaves e Samani, evapotranspiração, temperatura. INTRODUÇÃO 1

Qualquer planejamento que vise rendimento e qualidade do produto deve utilizar de maneira eficiente os recursos de que dispõe. Dessa maneira surgi a necessidade do uso dos recursos hídricos, com a máxima eficiência possível. Para isso, é preciso conhecer as relações entre solo-água-planta-atmosfera, indispensáveis a quantificação das perdas de água pelo solo e pela planta. Devido a importância do processo de transferência de água para a atmosfera na forma de vapor, bem como a sua complexidade, envolvendo características do solo, da vegetação e da atmosfera, muito esforço tem sido despendido por pesquisadores do mundo inteiro, na compreensão e estabelecimento de métodos de estimativa desse processo. Na agricultura, informações quantitativas da evapotranspiração são de grande importância na avaliação da severidade, distribuição e freqüência dos déficits hídricos, elaboração de projetos e manejo de sistemas de irrigação e drenagem. Há vários métodos para determinar a evapotranspiração, os quais, em sua maioria, estimam a evapotranspiração potencial, ou seja, a que ocorre quando não há deficiência de água no solo que limite seu uso pelas plantas. Assim, Segundo Reichardt & Timm (2004), Bernardo et al. (2006), a evapotranspiração de referência (ETo) é a evapotranspiração de uma superfície extensiva, totalmente coberta com grama de tamanho uniforme, com 8 a 15 cm de altura e em fase de crescimento ativo, em solo com ótimas condições de umidade. Métodos que utilizam somente a temperatura do ar para a estimativa da ETo também podem ser empregados para o manejo da irrigação, pois a temperatura do ar é, dentre as variáveis meteorológicas, a de maior efeito direto e significativo sobre muitos processos fisiológicos que ocorrem na natureza, influenciando e contribuindo substancialmente para a demanda evapotranspiratória local, sendo seu conhecimento fundamental em estudos de planejamento agrícola. Normalmente, os dados de temperatura do ar em determinado local ou região estão mais disponíveis, permitindo que o método de Hargreaves-Samani possa ser utilizado e difundido para a estimativa da ETo no estado de Goiás. De acordo com CONCEIÇÃO e MARIN (2004), o cálculo de Eto utilizando o método de Hargreaves-Samani é relativamente simples e pode ser empregado com facilidade. Desta forma, comparou-se o Método de Hargreaves- Samani a partir da estimativa da temperatura do ar e das normais climatológicas para a evapotranspiração de referência mensal em onze municípios do Estado de Goiás. Tomaram-se como dados de entrada as estimativas das temperaturas máximas, mínimas e média, conforme equação apresentada por PEREIRA et al (2002) e dados de normais climatológicas. 2

MATERIAL E MÉTODOS Para o cálculo da ETo pelo método de Hargreaves-Samani a partir de normais climatológicas, os dados foram obtidos de períodos não uniformizados do maior número de anos disponíveis nos registros das estações meteorológicas vinculadas ao Instituto Nacional de Meteorologia INMET. Em seguida, para cada município foram calculados os valores de ETo a partir das observações obtidas das normais climatológicas. As observações foram: temperatura máximas e mínimas, organizadas em planilha do Excel, para subsidio do cálculo da ETo pelo método proposto por HARGREAVES E SAMANI (1985). Para o cálculo da ETo estimado, as coordenadas geográficas: latitude, longitude e altitude, foram listadas conforme apresentadas por SILVA (1997), para onze municípios do Estado de Goiás. Assim, para cada município foram estimados os valores: temperaturas máximas, mínimas e medias conforme equação apresentada por PEREIRA et al (2002): Tx = a + b.alt + c.lat + d.lon Sendo: Tx = estimativa da temperatura média do ar ( C) ALT = altitude do local (m) LAT = latitude (min) LON = longitude (min) a,b,c,d = coeficientes estimados estatisticamente para cada região (ALFONSI et al, 1974; COELHO et al, 1973; PINTO e ALFONSI, 1974; FERREIRA et al, 1971; PINTO et al, 1972; TUBELIS e NASCIMENTO, 1980). Os dados estimados e de normais climatológicas subsidiaram o cálculo da ETo de acordo com o método proposto por Hargreaves e SAMANI (1985), utilizando a equação a seguir: ETo = (0,0023 * QO * (Tmax - Tmin)) * (Tmed + 17,8) Onde: QO = radiação solar global extraterrestre (mm) Tmax = temperatura máxima do ar ( C) Tmin = temperatura mínima do ar ( C) Tmed = temperatura média do ar ( C) 3

Com os valores estimados e de normais climatológicas foram ajustadas equações de regressão. As comparações foram feitas com base no coeficiente de determinação (r²) das equações de regressão ajustadas. RESULTADOS E DISCUSSÕES O estabelecimento do melhor método para a determinação da ETo utilizando a equação de Hargreaves-Samani foi feita com base nos maiores valores de r², mostrados na tabela a seguir: Tabela 1. Equações de regressão para valores de ETo, em função da temperatura (T), com os respectivos coeficientes de determinação (r²), para todos os meses do ano. ETo estimada ETo real Mês Equação r² Mês Equação r² JAN ETo = 138,06 + 2,12400T 0,67 JAN ETo = 131,21 + 2,7723T 0,85 FEV ETo= 125,17 + 2,38660T 0,78 FEV ETo = 139,42 + 3,1878T 0,52 MAR ETo = 122,30 + 12,6633T 0,88 MAR ETo = 146,14 + 1,7030T 0,65 ABR ETo = 107,50 + 2,74050T 0,75 ABR ETo = 159,45 + 1,6756T 0,42 MAI ETo = 96,990 + 2,52970T 0,70 MAI ETo = 151,71 + 1,9330T 0,46 JUN ETo = 86,440 + 2,69420T 0,72 JUN ETo = 155,02 + 1,4255T 0,24 JUL ETo = 94,700 + 3,06920T 0,81 JUL ETo = 166,21 + 1,9456T 0,46 AGO ETo= 113,85 + 3,66020T 0,74 AGO ETo = 154,19 + 4,3993T 0,48 SET ETo= 127,51 + 3,43250T 0,83 SET ETo = 174,58 + 1,7225T 0,60 OUT ETo = 145,35 + 2,63760T 0,78 OUT ETo = 163,79 + 1,4945T 0,53 NOV ETo= 119,38 + 4,09820T 0,51 NOV ETo= 144,97 + 1,2280T 0,46 DEZ ETo = 141,52 + 1,93900T 0,53 DEZ ETo = 149,59 + 1,9934T 0,78 Estatisticamente os dois tratamentos não apresentaram diferenças significativas pelo teste T de student e F de análise de variância, a 5% de probabilidade. A escolha do melhor tratamento considerou os maiores valores do coeficiente de determinação (r²), uma medida da proporção da variabilidade em uma variável que é explicada pela variação da outra. O método para cálculo da ETo a partir da equação de Hargreaves- Samani (1985), utilizando dados estimados apresentou os maiores valores de coeficiente de determinação. 4

CONCLUSÕES A ETo obtida a partir de dados estimados mostrou-se melhor quando comparado ao ETo a partir de dados reais, tomando se como critério o coeficiente de determinação (r²) mais próximo de um. As equações de regressão estabelecidas podem subsidiar o cálculo da ETo para os onze municípios do estado de Goiás em qualquer um dos meses do ano. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALFONSI, R.R.; PINTO, H.S.; PEDRO JÚNIOR, M.J. Estimativas das normais de temperaturas média mensal e anual do Estado de Goiás (BR) em função de altitude e latitude. Caderno de Ciências da Terra, v.45, p.1-6, 1974. BERNARDO, S.; SOARES, A.A.; MANTOVANI, E.C. Manual de irrigação. 8ª ed. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 2006. 611p. COELHO, D.T.; SEDIYAMA, G.C.; VIEIRA, M. Estimativa das temperaturas médias mensais e anual no Estado de Minas Gerais. Revista Ceres, v.20, p.455-459, 1973. CONCEIÇÃO, M.A.F. MARIN, F.R. Balanço hídrico diário com diferentes métodos de estimativa da evapotranspiração de referência. IN: CONGRESSO NACIONAL DE IRRIGAÇÃO E DRENAGEM, 14, 2004, Porto Alegre. Anais. Porto Alegre: ABID, 2004. CD-ROM. FERREIRA, M.; BURIOL, G.A.; ESTEFANEL, V.; PINTO, H.S. Estimativa das temperaturas médias mensais e anuais do Estado do Rio Grande do Sul. Revista do Centro de Ciências Rurais, v.1, p.21-52, 1971. HARGREAVES, G. H.; SAMANI, Z. A. Reference crop evapotranspiration from temperature. Applied Engineering Agriculture, v.1, n.2, p.96-99, 1985. 5

PEREIRA, A.R.; ANGELOCCI, L.R.; SENTELHAS, P.C. Agrometeorologia: fundamentos e aplicações práticas. Guaíba.: Livraria e Editora Agropecuária, 2002. 478 p. PINTO, H.S.; ALFONSI, R.R. Estimativa das temperaturas médias, máximas e mínimas mensais no Estado do Paraná, em função de altitude e latitude. Caderno de Ciências da Terra, v.52, p.1-28, 1974. PINTO, H.S.; ORTOLANI, A.A.; ALFONSI, R.R. Estimativa das temperaturas médias mensais do Estado de São Paulo em função de altitude e latitude. Caderno de Ciências da Terra, v.23, p.1-20, 1972. REICHARDT, K. TIMM, L. C. Solo planta e atmosfera: processos e aplicações. Barueri-SP: Manole, 2004. 478p. SILVA, S.C.Estudo e análise espaço temporal do risco climático no arroz de sequeiro, em áreas constituídas de areia quartizosa e latossolo, no estado de Goiás. Dissertação (Mestrado em meteorologia agrícola) Universidade Federal de Viçosa, Viçosa MG, 1997.78 p. TUBELIS, A.; NASCIMENTO, F. J. L. Meteorologia descritiva: fundamentos e aplicações brasileiras. São Paulo: Nobel, 1980. 374 p. 6