EFEITO DA SALINIDADE DA ÁGUA NA GERMINAÇÃO DO COENTRO (Coriandrum Sativum L.)

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Transcrição:

EFEITO DA SALINIDADE DA ÁGUA NA GERMINAÇÃO DO COENTRO (Coriandrum Sativum L.) M. A. de L. Sales 1 ; F. J. C. Moreira 2 ; W. M. Eloi 3 ; A. de A. Ribeiro 4 ; F. A. de L. Sales 5 ; M. L. M. Sales 6 RESUMO - o coentro é uma hortaliça folhosa, herbácea, anual, aromática, com folhas verdebrilhantes, muito utilizada na culinária, principalmente nordestina. Sabe-se que os sais desempenham efeitos das mais variadas formas sobre a germinação de sementes, crescimento e desenvolvimento das plantas ao ponto de limitarem a produção das culturas. Em vista disso, este ensaio avaliou o desempenho germinativo de sementes de coentro em função da salinidade da água de irrigação. O ensaio foi realizado em dezembro de 2011, em casa de vegetação, do IFCE, Campus de Sobral. Avaliaram-se os diferentes níveis de salinidade da água de irrigação, (T1=testemunha - 0,17; T2=1,5; T3=2,5; T4=3,5; T5=4,5 e T6=5,5 ds m -1 ), sobre a germinação de sementes de coentro. Analisou-se: percentagem e índice de velocidade de germinação. De posse dos resultados, verificou-se que não houve diferença significativa para as variáveis mensuradas. Sendo o coentro classificado como tolerante a salinidade na fase da germinação. PALAVRAS CHAVE: qualidade fisiológica, estresse, potencial osmótico. EFFECT OF SALINITY OF WATER IN THE GERMINATION CORIANDER (Coriandrum Sativum L.) SUMMARY: C. sativum is a leafy vegetable, herb, annual, aromatic, with bright green leaves, much used in cooking, especially the Northeast. It is known that the salts play effects of various shapes on seed germination, growth and development of plants to the extent to limit the production of crops. As a result, this trial evaluated the performance of C. sativum seed germination as a function of salinity of irrigation water. The assay was performed in December 2011 in a greenhouse, the IFCE, Campus of Sobral city. Was evaluated the different levels of salinity of irrigation water (T1=control - 0.17, T2=1.5, T3=2.5, T4=3.5, T5=4.5 and T6=5.5 ds m -1 ) on the germination of seeds of C. sativum. We analyzed percentage and germination speed index. With the results, it was found that there was no significant difference for the variables measured. Being C. sativum can be classified as tolerant to salinity. KEYWORDS: physiological quality, stress, osmotic potential.. 1 Graduanda em Irrigação e Drenagem, IFCE, Campus de Sobral - CE. e-mail: mal_sales@hotmail.com; 2 Prof Mestre, Depto de Recurso naturais, IFCE, Campus de Sobral - CE; 3 Profa Doutora, Depto de Engenharia Civil, IFCE, Campus de Fortaleza CE/ 4 Graduando em Irrigação e Drenagem, Campus de Sobral - CE; 5 Mestrando em Engenharia Agrícola, UFC, Fortaleza -CE; 6 Tecnóloga em Irrigação e Drenagem, IFCE, Campus de Sobral CE

INTRODUÇÃO O uso da irrigação tem contribuído, significativamente, para o aumento da produtividade agrícola além da incorporação, ao sistema produtivo, de áreas cujo potencial para exploração desta atividade é limitado, em razão de seus regimes pluviais (RHOADES et al., 1992). A agricultura irrigada depende tanto da quantidade como da qualidade da água; no entanto, o aspecto da qualidade tem sido desprezado devido ao fato de que, no passado, em geral as fontes de água eram abundantes, de boa qualidade e de fácil utilização; esta situação, todavia, está-se alterando em muitos lugares (AYRES & WESTCOT, 1999). Os sais desempenham efeitos das mais variadas formas sobre a germinação de sementes, crescimento e desenvolvimento das plantas ao ponto de limitarem a produção e produtividade das culturas (RICHARDS, 1954). O coentro (Coriandrum sativum L.), pertencente à Família Umbelliferae, originário da Região do Mediterrâneo, é amplamente utilizado na culinária brasileira, especialmente na Região nordeste, onde é muito consumido e presente na alimentação diária (Marques & Lorencetti, 1999). Suas folhas frescas temperam peixes, saladas, sopas e carnes, enquanto seus frutos, erroneamente denominados de sementes, aromatizam molhos, linguiça, salsicha e licores (GIACOMETTI, 1989). É uma hortaliça folhosa, herbácea, anual, aromática, de raiz superficial, com folhas verdebrilhantes, alternadas e entrecortadas até a inserção do pecíolo. Cultura de clima quente é intolerante a baixas temperaturas, podendo ser semeada ao longo do ano em localidades baixas. É pouco exigente em relação ao solo e tolerante à acidez (FILGUEIRA, 2000). O objetivo deste trabalho foi de avaliar a germinação do coentro em diferentes níveis de salinidade. MATERIAL E MÉTODOS A pesquisa foi conduzida em duas etapas, ambas desenvolvidas no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - Campus de Sobral, localizado na cidade de Sobral - CE (03 40 S e 40 14 W). O clima da cidade é tropical quente semiárido com pluviometria média de 854 mm, temperatura média de 30 ºC e a altitude de 70 metros. Na primeira etapa realizaram-se ensaios que visarão obter curvas de condutividade elétrica em função da concentração de cloreto de sódio (NaCl), para encontrar a relação entre a condutividade elétrica da solução (CEa) e os totais de sais dissolvidos, nas proporções desejadas, utilizou-se como referência a equação proposta por Richards (1954). Durante a segunda fase da pesquisa estudou-se os efeitos dos diferentes níveis de salinidade da água de irrigação, (T1 = testemunha 0,17; T2 = 1,5 ds m -1 ; T3 = 2,5 ds m -1 ; T4 = 3,5 ds m - 1 ; T5 = 4,5 ds m -1 e T6 = 5,5 ds m -1 ), sobre a germinação de sementes de coentro. Os diferentes níveis de salinidade utilizados na água de irrigação foram para simular os diversos estágios de salinização, possivelmente encontrados quando detectado o problema pelos agricultores. Realizou-se a semeadura em bandejas de isopor, de 128 células, utilizando-se substrato orgânico, com o teor de água próximo a capacidade de campo. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, com quatro repetições, e para cada repetição utilizou-se dezesseis células.

Logo após o plantio fez-se a reposição periódica das soluções mediante irrigação duas vezes por dia com uma lâmina média de 200 ml por tratamento. Foi avaliada a germinação das sementes da cv. Verdão, da FELTRIN, em resposta aos diferentes níveis de salinidade da água, contabilizando-se diariamente as sementes germinadas em cada tratamento até 15 dias após germinação. O índice de velocidade de emergência (IVG) foi determinado registrando-se diariamente o número de sementes germinadas e calculado pela fórmula proposta por MAGUIRE (1962). Foram consideradas como emergidas as plântulas que apresentavam os cotilédones totalmente livres (BRASIL, 2009). [Eq. 01] Em que: IVG - Índice de velocidade de germinação; G1, G2,...Gn - número de plântulas normais computadas na primeira, segunda e última contagem; N1, N2,...Nn - número de dias após a implantação do teste. A porcentagem de germinação foi calculada de acordo com LABOURIAU & VALADARES (1976): %Germ = (N/A) x 100 [Eq. 02] Em que: %Germ germinação; N - número total de sementes germinadas; A - número total de sementes colocadas para germinar. Foram consideradas como emergidas as plântulas que apresentavam os cotilédones totalmente livres. Ao término do experimento foi feita a leitura da condutividade elétrica do substrato. O procedimento utilizado para esta leitura foi através da pasta de saturação e desta foi feita a extração da solução do substrato por meio de um vacuômetro, e depois esta solução foi submetida à leitura no condutivímetro. Os resultados foram submetidos à análise de variância, teste F, e as médias comparadas entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados da curva de salinização da água, obtidos a partir do Experimento I, permitiram relacionar a condutividade elétrica e a concentração de cloreto de sódio (NaCl), usados para sua construção. Por regressão linear, obteve-se a equação CEs = 1,735C-0,110, em que CEs é a condutividade da solução (ds.m -1 ); C é a concentração dos sais (mg.l -1 )quantidade de NaCl (em gramas), a qual permitiu estimar as quantidades de cloreto de sódio necessárias para conseguir as condutividades elétricas desejadas. Observa-se que essa equação obtida diferencia-se da gerada a partir dos valores propostos pela equação de Richards (1954): CES= 1,562C. Para Rhoades (1994), este fato pode ter ocorrido em função da condutividade elétrica ser afetada pela valência e concentração de íons presentes na solução. Na Tabela 1, encontram-se os quadrados médios (QM), valores de F e coeficientes de variação (CV), a que foram submetidos os dados de percentagem de germinação e índice de velocidade de germinação das sementes de coentro, em função de seis concentrações de salinidade. De acordo com o observado na Tabela 1, não houve diferença significativa para nenhuma das varáveis analisadas.

Na Tabela 2, encontram-se os valores obtidos na pesquisa, onde observa-se que os melhores resultados foram no T3 (2,5 ds.m -1 ), porém, não houve diferença significativa (p 0,05) entre os níveis de salinidade e as variáveis analisadas, ou seja, o aumento da concentração de sais na água não provocou redução significativa no índice de velocidade de germinação, e nem na porcentagem de germinação. Isso com água salina até 5,5 ds.m -1, sendo assim, pode-se considerar o coentro uma cultura tolerante a salinidade. Resultado semelhante foi encontrado por Ribeiro et al., (2011), em que estes autores avaliando os diferentes níveis de salinidade na cultura da erva-doce, não obtiveram diferença significativa entre os tratamentos, mas numericamente com o aumento dos níveis de salinidade, diminui as variáveis IVG e a %Germ. O resultado da condutividade elétrica da solução do solo foi o esperado, pois conforme adiciona água salina no solo, é normal que os sais se concentrem no solo. Assim houve um aumento da CE conforme aumenta o nível da água salina. Os resultados encontram-se na Figura 1. O aumento da concentração de sais no substrato determina redução no potencial hídrico, resultando em menor capacidade de absorção de água pelas sementes, o que geralmente influencia a capacidade germinativa e o desenvolvimento das plântulas dependendo da adaptabilidade da cultura a salinidade (REBOUÇAS et al., 1989). CONCLUSÕES Não houve diferença significativa entre os tratamentos testados na cultura do coentro para Índice de Velocidade de Germinação e percentagem de germinação; Pode-se classificar o coentro, cv. Verdão, como tolerante a salinidade da água até a concentração de 5,5 ds m -1 na fase da germinação; A condutividade elétrica do substrato apresentou um aumento crescente com o aumento da CEa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AYERS, R. S.; WESTCOT, D. W. A qualidade da água na agricultura. Campina Grande: UFPB, 1999. 218p. (Tradução). BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regras para análise de sementes / Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Brasília : Mapa/ACS, 399p. 2009 FILGUEIRA, F. A. R. Novo manual de olericultura: cultura e comercialização de hortaliças. 2 ed. São Paulo: agronômica Ceres, 2000. 650p. GIACOMETTI, D. C. Ervas condimentares e especiarias. São Paulo: Nobel, 1989. 158p LABORIAU, L. G. & VALADARES, M. B. (1976). On the germination of seeds of Calotropis procera. Anais da Academia Brasileira de Ciências, São Paulo, 48:174-186. MAGUIRE, J. D. Speed of germination aid in selection and evaluation for seedling emergence and vigor. Crop Science, Madison, 2(2):176-177. 1962. MARQUES, F. C.; LORENCETTI, B. L. Avaliação de três cultivares de coentro (Coriandrum sativum L.) semeadas em duas épocas. Pesquisa Agropecuária Gaúcha, Porto Alegre, v. 5, n.2, p. 265-270, 1999. REBOUÇAS, M. A.; FAÇANHA, J. G. V.; FERREIRA, L. G. R.; PRISCO, J. T. Crescimento e conteúdo de N, P, K e Na em três cultivares de algodão sob condições de estresse salino. Revista Brasileira de fisiologia Vegetal, v. 1, n. 1, p. 79-85, 1989.

RHOADES, J. D; KANDIAH, A.; MASHALI, A. M. Uso de águas salinas para produção agrícola. Tradução de H.R. Gheyi, J.R. de Sousa, J. E. Queiroz. Campina Grande, UFPB, 1992. 117p. (Estudos FAO: Irrigação e Drenagem, 48). RIBEIRO, A. de A.; ELOI, W. E.; SALES, M. A. de L.; NOGUEIRA, S. L.; MOREIRA, F. J. C. Efeito da salinidade na germinação de sementes de erva doce. X Encontro de Iniciação Científica e Tecnológica (ENICIT), Maracanaú - CE, 2011. RICHARDS, L. A. Diagnosis and improvement of saline and alkali soils. Washington: United States Salinity Laboratory, 1954. 160 p. Agriculture Handbook, 60. Tabela 1. Quadrados médios (QM), valor de F e coeficientes de variação (CV) do IVG (índice de velocidade de germinação) e %Germ (porcentagem de germinação) das plântulas de coentro submetidos a seis níveis de salinidade (0,17; 1,5; 2,5; 3,5; 4,5 e 5,5 ds m -1 ). Variáveis QM Tratamento QM Resíduo F CV (%) IVG 0.05 0.05 0.31 ns 13.13 %Germ 79.75 77.58 0.09 ns 9.69 ns não significativo (p 0,05) Tabela 2 Teste de Tukey a nível de 5% de probabilidade, analisando o IVG (índice de velocidade de germinação) e %Germ (porcentagem de germinação) das plântulas de coentro submetidos a seis níveis de salinidade (0,17; 1,5; 2,5; 3,5; 4,5 e 5,5 ds m -1 ). Tratamento IVG %Germ T1 1.84 a 92.19 a T2 1.70 a 84.38 a T3 1.99 a 96.88 a T4 1.76 a 87.50 a T5 1.84 a 93.75 a T6 1.70 a 90.63 a Figura 2. Condutividade elétrica da solução do solo irrigado com seis níveis de salinidade (0,17; 1,5; 2,5; 3,5; 4,5 e 5,5 ds m -1 ).