Marcelo de Gomensoro Malheiros mgm@univates.br UNIVATES
Roteiro Apresentação Constatações Gratuidade Novidade Indústria Usuários Futuro Conclusão
Apresentação Da platéia...
Apresentação Do palestrante...
Constatação #1 Software Livre não é gratuito
Constatação #2 Software Livre não é novidade
Constatação #3 Software Livre vai contra a indústria de Informática
Constatação #4 Os usuários não querem saber de código-fonte
Espere! Eu amo o Linux! Mistificando o Software Livre
#1 Software Livre não é gratuito O que é Software Livre afinal? Termo cunhado e popularizado por Richard Stallman Em inglês: Free Software Ambiguidade: free significa tanto liberdade quanto gratuidade Existem diversas interpretações
Definição de Stallman Quatro liberdades: liberdade de executar para qualquer propósito liberdade de estudar e modificar liberdade de copiar e distribuir liberdade de aprimorar e publicar suas modificações
Copyright Copyleft Copyright: Define total controle do autor sobre cópias e trabalhos derivados de sua obra Estabelecido pela Convenção de Berna Copyleft: Cede a maioria dos direitos do autor, exceto o reconhecimento e manutenção da licença Regido por licenças específicas, em particular a GPL
Possíveis conotações Tecnológica: compartilhamento de melhorias e desenvolvimento cooperativo Social: compartilhamento de informações e criação de comunidades Política: modelo semelhante ao comunismo, onde toda a propriedade é do grupo Econômica: não há direta vinculação financeira Religiosa: fanatismo e evangelização
Outros modelos de licença Domínio público: sem nenhum controle Software de Código Aberto ou Open Source Software: código-fonte está disponível e pode ser modificado (BSD, Apache, MPL,...) Freeware: somente gratuito Shareware: temporariamente gratuito Demo: uso apenas para demonstração Proprietário ou comercial: sem fontes e com uma série de restrições
Software Livre Proprietário
#2 Software Livre não é novidade História oficial: 1984: criação do Projeto GNU (Gnu is Not Unix) por Richard Stallman 1985: criação da Free Software Foundation 1991: adoção da licença GPL pelo kernel desenvolvido por Linus Torvalds 1997: polêmica sobre o termo GNU/Linux 1998: criação da Open Source Initiative
Raízes antigas Origens nos anos 70, quando a troca de código era comum entre os programadores Hackers, no sentido original O software apenas acompanhava o hardware No final da década de 70 os fabricantes começaram a impor restrições e fecharam o código Nos anos 80 quase todo software passou a ser proprietário
Raízes mais antigas Software é conhecimento A livre troca de conhecimento é o modelo por excelência da comunidade científica O compartilhamento de experiências e a revisão por pares: garantia de qualidade Acontece desde as academias da Grécia Antiga: Platão em 385 a.c. É a base do progresso em todas as áreas de conhecimento
Novo modelo de desenvolvimento Fator principal: explosão da Internet Surgimento de grupos de interesse específico Modelos de trabalho dissociado e colaboração remota: Catedral e Bazar Trabalho voluntário e baseado em motivação pessoal: coceira individual Meritocracia Extreme programming
Crescimento exponencial No início: *BSD, Emacs, TeX, Glibc, GCC, Linux, BIND, Sendmail, Perl, X Window System Então: Apache, MySQL, PostgreSQL, R, Firebird, PHP, Python, Gnome, KDE, OpenOffice, Mozilla, Samba, GIMP, JBoss, Data Explorer, Eclipse, JFS, XFS, ReiserFS Hoje: Mono, Classpath, SAP DB, Ingres, Blender, Compiere, Firefox, Thunderbird...
Alguns exemplos espetaculares Linux: precisa comentar? Apache: 68% de todos os servidores (hoje) OpenOffice: maior projeto aberto em volume de código, licença GPL Mozilla: evolução gradual de um pacote monolítico para uma plataforma extensível Blender: programa 3D multiplataforma que foi comprado e agora é mantido pela comunidade
Revolução? 1ª: invenção do transistor 2ª: advento da computação pessoal 3ª: explosão da Internet 4ª: Software Livre
Quebrando alguns paradigmas
#3 Software Livre vai contra a indústria Histórico da indústria de Informática: anos 60: pequena e restrita a um nicho de poucas grandes empresas, software é acessório anos 70: com maior inserção em grandes empresas, universidades e primeiro contato de usuários domésticos (kits), software se sofistica e encarece (fechado)
Histórico da indústria de Informática anos 80: explosão da computação pessoal, barateamento do hardware, multiplicação de empresas de software anos 90: programas tornam-se muito mais caros que os equipamentos, sofisticação crescente do uso doméstico, convergência de mídias, popularização da Internet, polarização do modelo WINTEL (monocultura), massacre da concorrência, software tratado e vendido como produto físico
Informação Produto Até a Era da Informação apenas tinham valor os produtos físicos A informação em si não implicava em um produto A partir do momento em que a informação possui valor, tenta-se controlá-la Mas a informação é intangível e facilmente reproduzida controlada por contratos legais
Atualmente Consolidação do Software Livre Crescimento de arquiteturas e programas alternativos Padronização e abertura de sistemas Reorientação da indústria para um modelo baseado em serviços Maior maturidade do mercado Usuário mais consciente e menos tolerante a erros e amarras
Tendências Foco crescente em serviços; software passa a ser considerado apenas ferramenta Novos modelos de negócio baseados em Software Livre Envolvimento governamental maciço: autonomia, custo e flexibilidade Sistemas cada vez mais customizáveis Maior preocupação com interoperabilidade e estabelecimento de padrões
Fim do monopólio? Mistificando o Software Livre
#4 Usuários não querem código-fonte O movimento tem raízes técnicas O foco sempre foi em fazer o sistema funcionar, da base para o topo O sistema operacional e o software básico estão maduros Muitas ferramentas de alto nível já existem O que falta para ter Linux no desktop?
O que falta? Facilidade de uso, simplificação da interface, manutenção da qualidade Apoio e motivação para a mudança Crescimento de base instalada trará também soluções proprietárias É preciso ampla documentação e na língua nativa
Como um não-programador pode ajudar? Testando softwares, descobrindo bugs e dando sugestões para os programadores Auxiliando na tradução de programas e documentação Prestando atendimento e treinando outros usuários Divulgando alternativas livres e estimulando que outros as tentem Evitando soluções que prendam os usuários
Como um programador pode ajudar? Identificando e corrigindo bugs Adaptando ferramentas para sua necessidade e contribuindo suas modificações de volta Participando de novos projetos e contribuindo no desenvolvimento dos já existentes Entendendo as necessidades dos usuários Fazendo as mesmas coisas que um nãoprogramador
Somos mais fortes unidos
Futuro Creative Commons Projetos: KDE, Gnome, Mozilla, Apache, OpenOffice,... Novos padrões: IETF, W3C,... Empresas: RedHat, Novell, Linspire, IBM, Sun,... Novas arquiteturas: AMD, Motorola, Sony,... Novos meios: embarcados e móveis
Ameaças FUD: Fear, Uncertainty and Doubt Patentes de algoritmos Leis para o cumprimento do Copyright e de proteção à Propriedade Intelectual Dispositivos em hardware para controle de cópia, DRM Mecanismos de autenticação de programas: execução segura via assinaturas digitais
Desafios Ser mais acessível Ser mais fácil de configurar e atualizar Ser mais seguro Mais documentação Repensar o que já existe e inovar Lidar com hardware e padrões fechados Conviver com software proprietário
Compartilhe! "Se você tem uma maçã e eu tenho outra; e nós trocamos as maçãs, então cada um terá sua maçã. Mas se você tem uma idéia e eu tenho outra, e nós as trocamos: então cada um terá duas idéias." George Bernard Shaw
Agradecimentos Instituto Politécnico de Leiria Rubens Queiroz de Almeida - UNICAMP UNIVATES
Fim Obrigado pela atenção! mgm@univates.br