IOGURTE PROBIÓTICO DE MORANGO SEM LACTOSE

Documentos relacionados
Aceitação sensorial de bebida láctea, sob diferentes concentrações de soro

Avaliação sensorial de requeijão cremoso de diferentes marcas comerciais

Sorvete de geleiada de morango com hibisco (Hibiscus sabdariffa L.)

AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS SENSORIAIS EM SOBREMESAS LÁCTEAS SABOR CHOCOLATE ELABORADAS COM LEITE E SORO DE LEITE

ANÁLISE SENSORIAL DE QUEIJO MINAS FRESCAL ADICIONADO DE CONDIMENTO PREPARADO 1

ACEITAÇÃO E PREFERÊNCIA DE DERIVADOS LÁCTEOS POR ESTUDANTES DA UNIVIÇOSA/ESUV (MG) 1. Introdução

Sorvete funcional à base de extrato de hibisco (Hibiscus sabdariffa L.) adicionado do cálice da flor

AVALIAÇÃO SENSORIAL DA FIBRA DO PEDÚNCULO DO CAJÚ (Anacardium occidentale L.) EM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES COMO RECHEIO EM PASTEIS

I SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA EMBRAPA ACRE ACEITAÇÃO SENSORIAL DE BOLO ELABORADO COM FARINHAS DE CASTANHA- DO-BRASIL E BANANA VERDE

AVALIAÇÃO SENSORIAL DE IOGURTE TRADICIONAL COM CALDA DE GOIABA VERMELHA (Psidium guajava)

AVALIAÇÃO FÍSICA E SENSORIAL DE EMPANADO DE CMS DE PINTADO (Pseudoplatystoma sp) ELABORADA COM PRODUTOS FUNCIONAIS

REDUÇÃO PERCEPTÍVEL E REDUÇÃO ACEITÁVEL DE AÇÚCAR EM NÉCTAR DE UVA: ANÁLISE SENSORIAL COMO FERRAMENTA PARA REFORMULAÇÃO

ACEITABILIDADE SENSORIAL E INTENÇÃO DE COMPRA DE IOGURTE SABOR CAFÉ

Palavras chave: bagaço seco, fração fibrosa, teste sensorial

ELABORAÇÃO DE BEBIDA A BASE DE EXTRATO HIDROSSOLÚVEL DE SOJA (Glycine max L.) E POLPA DE CUPUAÇU (Theobroma grandiflorum)

AVALIAÇÃO SENSORIAL DE SORVETE COM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DA FARINHA DE MACAÚBA

ADIÇÃO DE FIBRA DE CÔCO MACAÚBA (Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd) NA PRODUÇÃO DE RICOTA

Palavras-chave: Cor da polpa. Textura. Aroma. Sabor. Psidium guajava L.

ELABORAÇÃO DE IOGURTE COM ADIÇÃO DE CASTANHA DE CAJU E AVALIAÇÃO DA SUA ACEITAÇÃO SENSORIAL 1

ACEITAÇÃO SENSORIAL DE LINGUIÇA OVINA ADICIONADA DE ÓLEO DE GIRASSOL EM SUBSTITUIÇÃO A GORDURA ANIMAL

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

AVALIAÇÃO SENSORIAL DE BISCOITOS FORMULADOS COM FARINHA DE SEMENTE DE GOIABA

DIMINUIÇÃO DA POLUIÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DO APROVEITAMENTO DO SORO DE LEITE NA ELABORAÇÃO DE BEBIDA LÁCTEA COM POLPA DE CAJU

USO DE SORO DE QUEIJO NA FORMULAÇÃO DE DOCE DE LEITE PASTOSO EM SUBSTITUIÇÃO AO LEITE

DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE SENSORIAL DE UM GELADO COMESTÍVEL (PICOLÉ) DIET. Palavras-chave: picolé diet, novidades alimentícias, análise sensorial.

APROVEITAMENTO DE SORO DE LEITE: perfil sensorial de doce de leite pastoso com polpa de marolo

AVALIAÇÃO SENSORIAL DE QUEIJO DE COALHO PROCESSADO COM LEITE INTEGRAL E DESNATADO ADICIONADO DE WPC EM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES

AVALIAÇÃO SENSORIAL DE DOCE DE LEITE PASTOSO ADICIONADO DE FARINHA DE LINHAÇA

Docente das Faculdades Integradas de Três Lagoas. Acadêmicas de Nutrição da Faculdades Integradas de Três Lagoas RESUMO

AVALIAÇÃO SENSORIAL DE BRIGADEIRO DE BIOMASSA DE BANANA VERDE SEM LACTOSE COM POTENCIAL FUNCIONAL

XI Jornada Científica XI Semana de Ciência e Tecnologia IFMG Campus Bambuí

Avaliação da aceitabilidade de chips de banana da ponta do cacho

RESUMO INTRODUÇÃO. Área temática: Engenharia e Tecnologia de Alimentos 1

DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE SENSORIAL DE SNACKS SABOR COUVE ISENTOS DE GLÚTEN E LACTOSE. Apresentação: Pôster

AVALIAÇÃO SENSORIAL DE PREPARAÇÕES COM SOJA MARROM ADICIONADOS DE FEIJÃO CARIOQUINHA

AVALIAÇÃO DA ACEITABILIDADE DO DOCE DE FIGO MADURO EM CALDA NO CâMPUS MUZAMBINHO

ELABORAÇÃO E ACEITAÇÃO DE PÃO COM REDUÇÃO DE CLORETO DE SÓDIO E CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS

TÍTULO: DESENVOLVIMENTO E ACEITABILIDADE DE UMA BEBIDA A BASE DE FRUTA ENRIQUECIDA COM FERRO QUELATO

Avaliação da análise sensorial de iogurtes de leite de cabra saborizados com polpa de frutas tropicais

LEITE FERMENTADO DE MARCAS COMERCIAIS: ESTUDO DA ACEITAÇÃO E CORRELAÇÃO COM PH E ACIDEZ

BEBIDAS LÁCTEAS NÃO FERMENTADAS ADICIONADAS DE POLPA DE ABACATE: ANÁLISE DO PERFIL DE TEXTURA

AVALIAÇÃO DO USO DE ADOÇANTES ALTERNATIVOS NA ACEITABILIDADE DE BISCOITOS AMANTEIGADOS SEM GLÚTEN COMO ALTERNATIVA PARA PACIENTES CELÍACOS

DESENVOLVIMENTO DE LICOR À BASE DE CASCAS DE ABACAXI

IOGURTE ADICIONADO DE WPC OU SORO EM PÓ: QUAL A MELHOR OPÇÃO SENSORIAL? Universidade Estadual do Oeste do Paraná/ Colegiado de Farmácia/ Cascavel-PR

AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA E SENSORIAL DE GELADO COMESTÍVEL DE AÇAÍ PRODUZIDO COM LEITE DE CABRA ADICIONADO DE GELATINA

QUEIJO TIPO MINAS FRESCAL COM COLÁGENO HIDROLISADO E ORÉGANO: TECNOLOGIA DE FABRICAÇÃO E AVALIAÇÃO SENSORIAL

DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO SENSORIAL DE KEFIR DE CAFÉ

Viabilidade da utilização de cascas de manga para o consumo humano através da realização de desidratação osmótica

DESENVOLVIMENTO DE FORMULAÇÃO DE REQUEIJÃO CREMOSO COM BAIXO TEOR DE SÓDIO E DE GORDURAS

ANÁLISE NUTRICIONAL E SENSORIAL DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES

EFEITO DA ADIÇÃO DE SORO DE QUEIJO SOBRE AS CARACTERÍSTICAS SENSORIAIS DE BEBIDAS LÁCTEAS FERMENTADAS SABOR UVA

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E SENSORIAL DE ABÓBORA E MORANGA CRISTALIZADAS PELO PROCESSO DE AÇUCARAMENTO LENTO.

ACEITABILIDADE SENSORIAL DE IOGURTE COM POLPA DE FRUTAS VERMELHAS

REPV - Revista Eletrônica Polidisciplinar Voos - ISSN Núcleo de Estudos da Sociedade Contemporânea - NESC

ANÁLISE SENSORIAL DE PÃO DE ERVAS ELABORADO COM LEITE CAPRINO ENRIQUECIDO COM DIFERENTES FARINHAS

ELABORAÇÃO DE BEBIDA LÁCTEA ACIDIFICADA

ELABORAÇÃO DE PRODUTO LÁCTEO A PARTIR DO PÓ DA ACEROLA (Malpighia ermaginata D.C) VERDE

ACEITABILIDADE DE BEBIDA LÁCTEA ACHOCOLATADA COM ALFARROBA (Ceratonia siliqua L.) COMO SUBSTITUTO PARCIAL DO CACAU 1

AVALIAÇÃO SENSORIAL DO SORVETE COM LEITE DE BÚFALA ADICIONADO DE MANGA

INTENÇÃO DE COMPRA DE BISCOITOS TIPO COOKIE SABOR CHOCOLATE COM DIFERENTES TEORES DE FARINHA DE UVA

ELABORAÇÃO E AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE QUEIJOS FUNCIONAIS

ANÁLISE SENSORIAL E ELABORAÇÃO DE BISCOITO AMANTEIGADO ADICIONADO DE FARINHA DE MARACUJÁ (Passiflora edulis)

DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO SENSORIAL DE SOBREMESAS À BASE DE SOJA ENRIQUECIDAS COM POLPAS DE FRUTAS

TESTE DE COMPARAÇÃO PAREADA PARA ANÁLISE SENSORIAL DO SUCO DE UVA

DESENVOLVIMENTO E ACEITABILIDADE DE UM GELATO VEGANO DE AMENDOIM COM PAÇOCA

Desenvolvimentode novo produto

XI Jornada Científica XI Semana de Ciência e Tecnologia IFMG Campus Bambuí

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO DOCE DE LEITE PRODUZIDO NO IFSULDEMINAS - CÂMPUS MUZAMBINHO E COMPARAÇÃO COM MARCAS COMERCIAIS

Aproveitamento do Resíduo Orgânico da Casca de Banana na elaboração de Doces em Pasta.

Mês Promocional dos Laticínios

Bebida Fermentada de Soja

PREFERÊNCIA ACEITAÇÃO

Aceitabilidade de Geleia Light de Morango com Associação dos Edulcorantes Acesulfame-k e Sucralose

AVALIAÇÃO SENSORIAL DE RICOTAS CONDIMENTADAS

AVALIAÇÃO SENSORIAL DE DOCE DE CAFÉ COM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE CAFÉ E SORO

ELABORAÇÃO E AVALIAÇÃO SENSORIAL DE CRACÓVIA COM SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DE CARNE BOVINA

ELABORAÇÃO E ANÁLISE SENSORIAL DE IOGURTE GREGO ADICIONADO DE DOCES DE FRUTAS TÍPICOS DO OESTE CATARINENSE

ELABORAÇÃO E ACEITAÇÃO DE BOLO DE CENOURA SEM GLÚTEN PARA PORTADORES DE DOENÇA CELÍACA

DESENVOLVIMENTO E ACEITABILIDADE DE UM GELATO VEGANO DE AMENDOIM COM PAÇOCA. Palavras-chave: Método Kano, análise sensorial, aceitação.

DESENVOLVIMENTO DE SMOOTHIE FUNCIONAL ACRESCIDO DE BIOMASSA DA

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E SENSORIAL DE ABACAXI PÉROLA CULTIVADO NO SISTEMA ORGÂNICO DE PRODUÇÃO

Produção e estudo da aceitabilidade sensorial do licor de jambo vermelho

UTILIZAÇÃO DA BATATA YACON NA ALIMENTAÇÃO HUMANA COMO FONTE DE PRÉ-BIÓTICO

DESENVOLVIMENTO DE SORVETE DE CUPUAÇU COM ADIÇÃO DE SORO

ELABORAÇÃO E AVALIAÇÃO SENSORIAL DE IOGURTES INTEGRAIS BATIDO SABOR FRUTOS DO BRASIL

ORIENTADOR(ES): PATRICIA DE CARVALHO DAMY BENEDETTI, RICARDO BENEDETTI

HIDRÓLISE DA LACTOSE A PARTIR DA ENZIMA - PROZYN LACTASE

Utilização de maracujá integral no desenvolvimento de sobremesa láctea (flan) e avaliação de suas características físico-químicas e sensorial.

DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO SENSORIAL DE MACARRÃO SEM GLÚTEN 1 DEVELOPMENT AND SENSORY EVALUATION OF GLUTEN FREE PASTA

ANÁLISE SENSORIAL DE IOGURTE DE LEITE DE CABRA ADOÇADO COM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE SACAROSE

Desenvolvimento de massa de pizza enriquecida com feijão-caupi (Vignaunguiculata (L.) Walp.)

PERFIL DE SABOR DO CAFÉ CONILON OBTIDO POR DIFERENTES FORMAS DE MANEJO

Avaliação da aceitação da aparência e aroma de bolinha de queijo (sem glúten) elaborada com a semente da jaca (Artocarpus integrifólia L.

DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO SENSORIAL DE FAROFA A BASE DE SOJA TEXTURIZADA

APLICAÇÃO DE ÓLEOS E GORDURAS DE RELEVÂNCIA NUTRICIONAL EM PRODUTOS DE PANIFICAÇÃO. da Silva e Elisa Makiyama Kim FEA-UNICAMP

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E SENSORIAL DE GELADO COMESTÍVEL ELABORADO COM POLPA DO FRUTO DE MANDACARU ADICIONADO DE SORO DE LEITE

Avaliação dos Atributos Sensoriais de Umbuzada (Spondias tuberosa Arruda Câmara)

Formulação, preparação, e avaliação sensorial de hambúrguer da carne de caprinos de descarte com diferentes teores da gordura

Qualidade de grãos de duas cultivares de arroz de terras altas produzidas em Minas Gerais

AVALIAÇÃO FISICO-QUÍMICA DE BEBIDAS LACTEAS PRODUZIDAS NA REGIÃO DO SERTÃO PERNAMBUCANO E COMERCIALIZADAS EM SALGUEIRO-PE Apresentação: Pôster

Transcrição:

IOGURTE PROBIÓTICO DE MORANGO SEM LACTOSE L S G Lemke 1 ; B Volcato 2 ; A Mezzomo 3 ; L P Bernd 4 RESUMO O iogurte é um dos derivados lácteos mais consumidos pela população brasileira. Apesar disso, muitos estudos mostram que uma porcentagem significativa da população mundial sofre com transtornos gastrointestinais quando consome leite e derivados lácteos. A incorporação de probiótico em produtos lácteos, a exemplo do Bifidobacterium, pode contribuir para o equilíbrio da flora intestinal, tendo um caráter funcional benéfico ao organismo humano. Assim, o trabalho visou elaborar um produto inovador para as pessoas que apresentam baixa atividade enzimática para quebra da molécula de lactose, concomitantemente com a incorporação de probióticos em sua dieta. Foi desenvolvido o iogurte de morango com probiótico e sem lactose, em três diferentes formulações: uma processada com leite pasteurizado industrialmente com tratamento de 0,8 g/l de enzima lactase, outra com leite pasteurizado industrialmente com tratamento de 1,15 g/l de enzima lactase e uma terceira processada com leite UHT 0 % de lactose industrializado. Foi realizado a análise sensorial do produto, assim como teste de intenção de compra. O produto obteve boa aceitação pelos julgadores; visto que a escala hedônica não estruturada utilizada para o teste de aceitação era de nove centímetros, e as médias dos atributos ficaram entre 7,17 e 7,27. As maiores porcentagens no teste intenção de compra, nas três formulações, foram obtidas nas alternativas certamente compraria e possivelmente compraria ; sendo que 74,3 % dos

provadores comprariam o iogurte com 1,15 ml/l de enzima lactase. O estudo mostrou que é possível criar produtos à base de leite sem lactose, mantendo todas as características nutricionais do leite e, também, mantendo o sabor e textura característicos de um alimento tradicional, com lactose; assim como ser um produto alternativo para pessoas intolerantes à lactose. Palavras-chave: lactase, intolerância, probiótico. INTRODUÇÃO A crescente demanda por alimentos saudáveis tem estimulado inovações e desenvolvimento de novos produtos por todo o mundo. Os alimentos probióticos fazem parte do grupo dos alimentos funcionais, pois, além de suas qualidades nutricionais, afetam beneficamente uma ou mais funções relevantes do organismo do consumidor (RIBEIRO, SIMÕES & JURKIEWICZ, 2009 apud BACK, 2011). A lactose contribui para o valor nutritivo do leite e de seus produtos, entretanto, alguns grupos étnicos têm limitada ou nenhuma habilidade para digerir a lactose, levando a uma síndrome conhecida como intolerância à lactose. Esta síndrome causa dores abdominais, flatulência e diarreia. Essa circunstância restringe o consumo de leite e alguns derivados para pessoas intolerantes (NOGUEIRA, 2009). O iogurte sem lactose com probiótico é um subproduto do leite, tendo em vista, auxiliar as pessoas que possuem intolerância à lactose e contribuir para sua dieta, uma vez que o iogurte habitual hoje encontrado no mercado possui em média 9,4 gramas de lactose para 200 ml de iogurte. Estima-se que cerca de 75 % da população mundial possua algum grau de intolerância à lactose. Porém a quantidade de produtos disponíveis no mercado para portadores desta deficiência ainda é pequena. Diante desse contexto, torna-se de extrema importância a elaboração de novos produtos lácteos que tenham baixo teor lactose e que, ainda, possuam propriedades funcionais através da adição de micro-organismos probióticos, aliando, dessa forma, as características benéficas à saúde proporcionadas pelas bactérias probióticas ao baixo teor de lactose necessário a pessoas com deficiência de lactase.

Deste modo, o trabalho visou elaborar um produto inovador para as pessoas que apresentam baixa atividade enzimática para quebra da molécula de lactose, concomitantemente com a incorporação de probióticos em sua dieta. MATERIAL E MÉTODOS Matéria-prima O leite processado industrialmente da marca Piá e Piracanjuba foram adquiridos no mercado local de Bento Gonçalves - RS. Os morangos utilizados na saborização do iogurte foram adquiridos de um produtor da cidade de Bom Princípio - RS A enzima lactase foi gentilmente cedida pela empresa Granolab. O probiótico Bifidobacterium foi doado pela empresa Sacco Brasil, sendo que a empresa utiliza o nome de BLC1. A cultura starter da empresa Sacco Brasil de Y 472 E (Streptococcusthermophilus e Lactobacillusdelbruekii subsp. bulgaricus, sendo um fermento láctico que auxilia na acidificação do produto) foi cedida pelo setor da agroindústria escola do IFRS Câmpus Bento Gonçalves. Elaboração do iogurte Foram elaborados iogurtes de morango na Agroindústria do IFRS, Câmpus Bento Gonçalves, conforme metodologia proposta por Becker (2009), com algumas adaptações. Foram elaborados três lotes de iogurte, diferindo no tipo de leite (industrializado pasteurizado e industrializado UHT 0 % de lactose) e tratamento realizado com a enzima lactase (industrializado pasteurizado com adição de 0,8 g/l e 1,15 g/l de lactase). O leite empregado no processamento do iogurte deve ser de boa procedência e qualidade, pois é responsável pelo seu valor nutricional e pela adequação do produto final ao

seu padrão de identidade e qualidade estabelecido pela legislação (RODAS et al., 2001, apud LONGO, 2006). Análise sensorial Os iogurtes processados foram avaliados sensorialmente mediante aplicação do Teste de diferença do Controle; Teste de Aceitação e Teste de intenção de Compra. A análise sensorial foi realizada na Sala de Análise Sensorial da Vinícola do IFRS - Câmpus Bento Gonçalves em cabines individuais e isentas de ruídos e odores, contando com 80 provadores não treinados. No entanto, utilizou-se o resultado de 78 julgadores na escala hedônica não estruturada, pois duas fichas apresentaram erro no preenchimento e para escala de intenção de compra utilizou-se o resultado de 75 julgadores, devido cinco fichas também apresentaram erro no preenchimento. Os julgadores foram servidores e alunos da Instituição. As amostras foram servidas aos julgadores de forma monódica em copos plásticos codificados com algarismos de três dígitos, sendo que em cada copo continha aproximadamente vinte e cinco gramas do iogurte. As amostras foram servidas em posições de forma casualizada. O julgador teve a sua disposição um copo de água que foi utilizado para enxaguar a boca entre as amostras, a fim de evitar a possível interferência de sabor residual das bebidas. Os iogurtes foram avaliados sensorialmente em relação aos atributos: cor, sabor, textura e avaliação global, por meio da aplicação do teste de aceitação pela escala hedônica não estruturada de nove centímetros, tendo como limites os termos desgostei muitíssimo à esquerda e gostei muitíssimo à direita. A atitude dos julgadores com relação à compra do produto também foi avaliada, através de escala de intenção de compra de cinco pontos, que varia de certamente compraria à certamente não compraria o produto. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Teste de diferença de controle A partir da análise de variância, concluiu-se que houve diferença significativa entre os iogurtes a um nível de significância de 5 %, uma vez que o F calculado (5,34) é maior que o F tabelado (2,99). Como houve diferença significativa, foi realizado o teste de comparação múltipla para verificar quais amostras diferiram entre si. Para tanto foi calculada a diferença mínima significativa (0,14) utilizando o teste de Dunnett. Todas as amostras diferiram significativamente entre si. Ao realizar a análise dos resultados de todas as médias obtidas, pode-se afirmar que os julgadores perceberam diferença significativa entre as diferentes formulações. Onde a amostra preferida foi a com tratamento de 1,15 g/l de enzima lactase, seguida da amostra elaborada com leite 0% de lactose. Teste de aceitação A partir da análise de variância, concluiu-se que houve diferença significativa entre iogurtes a um nível de significância de 5 %, uma vez que o F calculado (5,34) é maior ao F tabelado (2,99). A diferença foi percebida principalmente nos atributos cor e avaliação global, onde o F calculado (2,99) foi maior que o F tabelado (35,39 e 6,93 respectivamente). Como houve diferença significativa entre os atributos, foi realizado o teste de comparação múltipla para verificar quais amostras diferem entre si. Para tanto foi calculada a diferença mínima significativa utilizando o teste de Tukey. Com relação ao atributo cor houve uma maior aceitação pela amostra com formulação de 1,15 g/l de enzima lactase, pois esta obteve maior média (7,27); no atributo textura e avaliação global, os julgadores também indicaram a amostra com tratamento de 1,15 g/l de enzima lactase como a mais aceita. Embora, em relação ao atributo sabor a preferência tenha sido a amostra com formulação com leite 0 % de lactose.

Teste de intenção de compra Quanto à intenção de compra do iogurte, caso o produto estivesse à venda, 43,24 % certamente comprariam a amostra formulada com leite 0 % lactose; a amostra com leite tratado com 1,15 g/l de enzima lactase obteve 37,83 % de avaliação nesta escala e a amostra tratada com 0,8 g/l de enzima lactase 20,27 % de intenção de compra As maiores porcentagens de respostas nesta avaliação, nas três formulações, foram obtidas nas alternativas certamente compraria e possivelmente compraria ; sendo que 74,31 % dos provadores comprariam o iogurte com tratamento de 1,15 g/l de enzima lactase. Conclusão O estudo mostrou que é possível criar produtos à base de leite sem lactose, mantendo todas as características nutricionais do leite e, também, mantendo o sabor e textura característicos de um alimento tradicional, com lactose; assim como ser um produto alternativo para pessoas intolerantes à lactose. REFERÊNCIAS BACK, Daniele. Desenvolvimento de queijo minas frescal probiótico com teor reduzido de lactose. Dissertação (Mestrado no Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia dos Alimentos). Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria, 2011. LONGO, Giovana. Influência da adição de lactase na produção de iogurtes. Curitiba, 2006. (Mestrado em Tecnologia de Alimento) Curitiba, 2006. NOGUEIRA, Maricê de Oliveira. Tecnologia de produtos lácteos funcionais. São Paulo: Atheneu, 2009.