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Transcrição:

1. Introdução: um breve histórico

Sensoriamento Remoto no Brasil Início das Atividades 1968 - Projeto SERE 1972 - PG em SR 1973 - Recepção de dados Landsat 1975-1 a Dissertação de Mestrado

Sensoriamento Remoto no Brasil Características Básicas da Fase Inicial Trabalhos voltados à exploração do potencial das imagens MSS (baixa resolução espacial) Ênfase em projetos acadêmicos Necessidade de capacitação rápida de corpo técnico; Pequena transferência de tecnologia para comunidade de usuários;

Sensoriamento Remoto no Brasil Década de 80 Novos Programas Espaciais: Landsat/TM; HRV/SPOT; Ampliação das Aplicações e da comunidade de usuários; Aparecimento de empresas de prestação de serviços de SR; Choque de realidade: SR de pés no chão

Sensoriamento Remoto no Brasil Década de 90 Multiplicidade dos Programas de SR Radares Orbitais; Sensores Hiperespectrais AVIRIS - operacional a partir de 1992 Sensores de Alta Resolução Espacial Novas tecnologias de apoio à atividade de SR GPS Processamento Digital & Geoprocessamento

Um breve histórico sensoriamento remoto fotografia fotografias aéreas: : primeiros produtos de Sensoriamento remoto. fotogrametria/fotointerpretação: termos. anteriores a sensoriamento remoto

Um breve histórico 1839-1 a fotografia de que se tem notícia 1840 - uso recomendado para fins cartográficos 1858 - Corpo de Engenharia da França inicia o uso sistemático de fotografias tomadas a partir de balões para fins de levantamento cartográfico do território francês 1909 - Fotografias tiradas a partir de avião 1930 - Desenvolvimento de fotografias coloridas 1940 - Desenvolvimento de fotografias sensíveis ao infravermelho

Um breve histórico 1956 - Aplicações civis de fotografias aéreas 1958 - Levantamento aéreo da Bacia Terciária do Vale do Paraíba (Projeto da aproveitamento das Várzeas e aproveitamento hidrelétrico) 1960 - Termo Sensoriamento Remoto é usado pela primeira vez 1960 - Advento de Sistemas de Imageamento Radar

Um breve histórico 1960 - Primeiras fotografias obtidas a partir de plataformas orbitais 1972 - É colocado em órbita o primeiro satélite da série Landsat 1978 - Primeiro RADAR Orbital - Seasat 1980 - Programas Espacias Nacionais: Japão, Canadá, Comunidade Européia (ESA); India, China-Brasil 1990 - Disponibilidade de grande diversidade de dados de Sensoriamento Remoto

Um breve histórico MISSÃO DATA PAÍS ADEOS-2 2000 Japão ALOS 2002 Japão ARIES 2001 Austrália CBERS-1 1999 China/Brasil CBERS-2 2001 China/Brasil EOS-AM1 1999 USA EOS-PM1 2000 USA EO-1 2000 USA EROS-A1 2000 Israel EROS-A2 2001 Israel ERS-2 1995 ESA (European Space Agency) Envisat 2001 ESA Ikonos-2 1999 USA MISSÃO DATA PAÍS IRS-1B 1991 Índia IRS-1C 1995 Índia IRS-1D 1997 Índia IRS-P4 1999 Índia IRS-P5 2002 Índia IRS-P6 2001 Índia KITSAT-3 1999 Corea Landsat-5 1984 USA Landsat-7 1999 USA LightSar 2002 USA QuickBird-1 2000 USA QuickBird-2 2001 USA Radarsat-1 1995 Canadá Radarsat-2 2001 Canadá Spot-2 1990 França Spot-4 1998 França Spot-5 2002 França OrbView-3 2000 USA OrbView-3 2000 USA OrbView-4 2001 USA

Tipos de Dados tipos de dados dependem: do tipo de informação necessária, do tamanho dos objetos ou fenômenos estudados, da dinâmica e diversidade da cena imageada aquisição de dados depende: resoluções espacial, resolução espectral, resolução radiométrica.

Resolução Espacial Capacidade do sensor de discriminar o sinal proveniente de objetos distintos espacialmente separados no terreno.

Resolução Espacial Tamanho da menor área passível de ser registrada por um dado sensor.

Resolução espectral Capacidade do sensor em distinguir a intensidade de radiação proveniente de regiões espectralmente distintas Largura da banda espectral/número de bandas espectrais definidas pelo sensor em um dado intervalo de comprimento de onda.

Resolução Espectral 40% MOMS ASTER MODIS HRVIR TM AVHRR MSS Reflectância 30% 20% 10% 0% Gases e Aerossóis H O 2 2O H 2O 500 600 700 800 900 1000 1100 Comprimento de Onda (nm) Reflectância de Superfície Reflectância Aparente

Resolução Radiométrica Capacidade do sensor em distinguir entre dois sinais de intensidade distinta.

Resolução Radiométrica 2 intensidade 1 0

INTERAÇÕES MATÉRIA - ENERGIA I Por que a vegetação é verde? A molécula de clorofila capta fótons na região do azul e do vermelho. O verde não é absorvido é refletido e a vegetação sadia é enxergada como verde. % DE REFLECTÂNCIA 100 60 20 SOLO ARENOSO GRAMA PINHEIRO ÁGUA COM SEDIMENTOS 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 COMPRIMENTO DE ONDA (µm)

INTERAÇÕES MATÉRIA - ENERGIA II Distinção entre materiais comuns na natureza de acordo com a variação de comprimento de onda. 100 % DE REFLECTÂNCIA EM 0.85 nm 80 60 40 20 GRAMA PINHEIRO SOLO ARENOSO ÄGUA COM SEDIMENTOS 0 20 40 60 80 % DE REFLECTÂNCIA EM 0.55 nm 100

CURVAS ESPECTRAIS DE MATERIAIS DIVERSOS % DE REFLECTÂNCIA 70 60 50 40 30 20 Concreto Asfalto Solo exposto Cascalho Telhado 10 0.3.4.5.6.7.8.9 1.0 1.1 1.2 1.3 COMPRIMENTO DE ONDA (µm)