Portaria 279/2013 de 26.08 Em destaque : Alterações aos procedimentos para inclusão na lista pública de execuções Artºs 2º, 3º e 4º
Início do procedimento : Notificação/citação ( consoante o caso ), de acordo com o previsto nos nºs 1 e 3 do artº 750 CPC = para indicar bens à penhora ; Conclusão do procedimento : com o término do prazo de reclamação da decisão de extinção da instância prevista no nº 2 do citado artigo
O Executado é agora notificado em simultâneo com a notificação/citação previstas nos nºs 1 e 3 do artº 750 do CPC de que ( uma vez extinta a execução )tem 10 dias para : Pagar a quantia em dívida; Aderir a um plano de pagamento da dívida Com a cominação de que se não o fizer será incluído na lista pública das execuções.
Atenção : Se o Executado tiver constituído Mandatário esta notificação também é efectuada ao seu Mandatário. O texto desta notificação terá que ser o constante na própria Portaria ( no seu Anexo I ). Não sendo indicados bens penhoráveis ocorre a extinção da execução ( artº 750 nº2 CPC ).
Nestes casos, o artº 4º da dita Portaria refere que a notificação de extinção deve advertir o executado de que dispõe de 10 dias para dela reclamar e que, findo tal prazo, não tendo ocorrido o pagamento ou adesão a um plano de pagamento passa a estar incluído na Lista pública de Execuções. O texto desta notificação(extinção) terá que ser o constante na própria Portaria ( no seu Anexo II ).
Artº 4 nº 3 da referida Portaria : a competência para a inclusão na lista pública de execuções pertence ao Agente de Execução, logo que cumpridos todos os pressupostos legais. Nota : Entende-se que se deverá aguardar pela notificação oficiosa a realizar pela Secretaria ( artº 719 nº4 CPC ) de que não ocorreu reclamação da extinção e em seguida promover a inclusão do Executado.
Portaria 282/2013 de 29.08 Principais destaques : Artº 11º Citação edital por incerteza do lugar Modo de a efectivar : Afixação de edital, na porta da última residência ou sede que o Executado teve no país; Publicação de anúncio em página informática de acesso público
Alteração em destaque : O agente de execução primeiro afixa o edital e, em seguida, dispõe do prázo máximo de 5 dias úteis após a sua afixação para promover a publicação do anúncio electrónico de citação edital ( nº 4 do citado artº ) O prazo de defesa é contado a partir da data de publicação do anúncio electrónico ( nº 7 do referido artº )
Artº 14º Dever de prestar informações Salienta-se o referido no seu nº 3 uma vez que, tratando-se de informações a Mandatário constituído, tal dever considera-se cumprido com o registo da informação no SISAAE, para consulta do acto no histórico electrónico do processo judicial.
Artº 15º- Informações a prestar após inserção na lista pública de execuções = consulta às bases de dados disponíveis para averiguação de eventual existência de património Pressupostos para a obtenção das informações referentes ao património do Executado, com o objectivo de permitir ao Exequente ponderar a renovação da instância, com base na existência de bens penhoráveis concretos ( artº 850 nº5 CPC ):
O Executado terá que estar incluído na Lista Pública de Execuções( o que implica que não tenha ocorrido o cumprimento da obrigação ou o decurso do prazo de cinco anos que determina a sua exclusão); Pagamento de uma tarifa ao AE ( 0,15 UC )
Nota : Salienta-se que, de acordo com o disposto na alínea b) do nº 2 do citado artigo, tais consultas não implicam a renovação da instância executiva. Renovação da instância executiva encontra-se prevista no artº 850 do CPC.
Artºs 20 a 26 - Venda em leilão electrónico A venda em leilão electrónico encontra-se identificada como modalidade de venda na alínea g) do artº 811 do CPC. Nos termos do diposto no nº 1 do artº 837 do CPC, salvo nas excepções aí indicadas, é a modalidade de venda preferencial para bens imóveis e móveis penhorados.
Estas vendas são publicitadas, com as devidas adaptações, de acordo com o disposto nos nºs 2 a 4 do artº 817 do CPC ( ou seja, sem editais, apenas com anúncio electrónico, sem prejuízo de outros meios de publicidade que se considerem adequados )- artº 837 nº2 do CPC A Portaria agora em análise regula o conteúdo do anúncio electrónico no seu artº 19º.
No seu artº 20º a presente Portaria define o conceito de leilão electrónico como sendo (...) a modalidade da venda de bens penhorados, que se processa em plataforma electrónica acessível pela Internet, concebida especificamente para permitir a licitação de bens a vender em processo de execução ( )
Artº 21 Regras gerais ( de utilização da plataforma ) : Sítio de internet de acesso público para consulta dos anúncios de venda e das regras do sistema; Acesso é restrito a utilizadores registados no sistema onde se processa a negociação dos bens a vender; Em cada leilão está permanente e publicamente visível o preço base dos bens a vender, o valor da última oferta e o valor de venda efectivo;
Só podem licitar utilizadores registados e após autenticação efectuada de acordo com as regras do sistema; A cada utilizador registado são fornecidas as credenciais de acesso descritas no nº 5 do citado artº.
A entidade gestora da plataforma estabelece a duração do leilão ( artº 22 ), promove a introdução das ofertas ( artº 23 ), sendo o resultado do leilão disponibilizado no sítio da Internet de acesso público ( artº 24 ). No entanto, compete ao agente de execução a decisão de adjudicação dos bens ( artº 26 ), devendo (também) ter em consideração o que se acha previsto no artº 25 para a falta de depósito do preço.
Artºs 27 a 35 Venda em depósito público ou equiparado Encontramos a definição de depósito público no artº 27 nº1 e de depósito equiparado no seu nº 2. Os bens que podem ser removidos para tais depósitos estão definidos nos artº 28 ( depósito público ) e 29 ( depósito equiparado ). A venda em tais depósitos encontra-se prevista no artº 836 do CPC.
O preço pela utilização de ambos os tipos de depósito encontra-se regulado no artº 30 da presente Portaria. Artº 31 Momento da venda ( dos bens removidos para tais depósitos ) : Assim que seja processualmente possível a venda, desde que a execução não esteja suspensa; Estando suspensa são vendidos os bens que estejam nas condicões referidas no artº 814 CPC ( venda antecipada de bens )
Necessidade de uma troca de informação actualizada e constante entre o depósitário e o agente de execução, devidamente regulada nos nºs 3 e 4 do artº 31 da presente Portaria. As modalidades de venda em ambos os tipos de depósito estão previstas no artº 32 da citada Portaria.
Sendo preferencial o leilão electrónico ( artº 32 nº2 ). Caso este se frustre serão vendidos na modalidade de leilão ( regulada na presente Portaria nos artº 33 e ss ) e por último, caso este também se frustre, serão vendidos por negociação particular, tudo de acordo com o artº 32 nº4, 5 e 6 desta Portaria.
O artº 33 nº 3 ( referente à venda em leilão ) refere que esta deve realizar-se, sempre que possível, na presença do agente de execução. Se assim não for, tal venda deverá respeitar o preceituado no artº 34 ( ou seja, não estando presente, o agente de execução deve definir as condições de concretização da venda ).
No entanto, se tal venda em leilão se realizar num depósito equiparado a depósito público, ou seja titulado pelo agente de execução, sendo o agente de execução o próprio depositário, por força do disposto no artº 720 nº 6 do CPC, suscitam-se-nos dúvidas se, neste caso, tal venda pode ser efectuada por outrém que não o próprio agente de execução.
Por último, ainda quando à breve apresentação preparada quanto à Portaria 282/2013 gostaria de chamar a atenção para o seguinte : o seu artº 60 revoga expressamente a Portaria 331-B/2009 de 30.03 ( tarifas ); Os seus artºs 43 a 55 em conjunto com o artº 62 nº2 revogam tacitamente a Portaria 225/2013 de 10.07 ( tarifas ) De acordo com o artº 62 nº1, à excepção dos ditos artigos 43 a 55, este normativo é aplicável aos procºs em curso.
Registo Predial ( DL 125/2013 de 30.08 ) Artº 8º-B nº3 alínea c) Consagra a obrigatoriedade do agente de execução promover o registo das penhoras Artº 42-A Os pedidos devem ser preferencialmente comunicados por via electrónica Portaria nº 283/2013 de 30.08.
Aditado o artº 48-B O registo de hipoteca, por conversão da penhora nos termos do nº1 do artº 807 do CPC é feito com base em comunicação do agente de execução, a qual deve conter, sendo o caso, declaração de que não houve renovação da instância nos termos do artº 809º do CPC Artº 101 nº2 alínea b) A conversão é feita por averbamento.