ENDIVIDAMENTO PÚBLICO COM BASE NA LRF

Documentos relacionados
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

DIREITO FINANCEIRO. A Lei de Responsabilidade Fiscal. As Resoluções 40, 43 e 19 do Senado federal. Prof. Thamiris Felizardo

Administração Financeira e Orçamentária Prof. Evandro França

DIREITO FINANCEIRO. A Lei de Responsabilidade Fiscal. Dívida e endividamento Parte 1. Prof. Thamiris Felizardo

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

CONTABILIDADE PÚBLICA

Contabilidade Pública

ANÁLISE DAS CONTAS DE GOVERNO REGRAS DE FINAL DE MANDATO

CONTABILIDADE PÚBLICA

Tribunal de Contas do Distrito Federal Luiz Genédio 5ª. Inspetoria de Controle Externo Maio de 2010

DIREITO FINANCEIRO. O Crédito Público. Dívida Ativa, Consolidada e Pública. Prof. Thamiris Felizardo

DEMONSTRATIVO DA DESPESA COM PESSOAL

CONTABILIDADE PÚBLICA

CONTABILIDADE PÚBLICA

Tabela 1.2 APURAÇÃO DO CUMPRIMENTO DO LIMITE LEGAL

Documento gerado em 05/10/ :28:57 Página 1 de 13

Documento gerado em 09/10/ :50:32 Página 1 de 13

ANTONIO CESAR OLIVEIRA - Sec. Finanças. EMERSON CARLOS DANTAS DOS SANTOS - Controle Interno. RGF/Tabela 1 - Demonstrativo da Despesa com Pessoal

Documento gerado em 25/09/ :53:58 Página 1 de 12

Direito Financeiro Procurador Legislativo 2ª fase

SECRETARIA DA FAZENDA CONTROLADORIA GERAL DO MUNICÍPIO. Último Ano de Mandato: Principais Vedações da LRF e Lei Eleitoral

Siglas deste documento:

Documento gerado em 28/07/ :22:51 Página 1 de 9

-Transparência da Gestão Fiscal

Documento gerado em 23/02/ :50:24 Página 1 de 16

,59 0,00 Pessoal Ativo ,26 0,00 Pessoal Inativo e Pensionistas

AULA 1 PROF FLÁVIO ASSIS

RGF-Anexo 01 Tabela Demonstrativo da Despesa com Pessoal

MUNICIPIO DE JUINA RELATÓRIO DE GESTÃO FISCAL

Uberlândia Carmos Pereira MARLON SILVA TRINDADE PAULO ROGÉRIO DE ALMEIDA Prefeita Municipal TESOUREIRO CONTADOR CRC-BA

DIREITO FINANCEIRO. O Crédito Público. Empréstimos Públicos Parte - 1. Prof. Thamiris Felizardo

operação de crédito estará proibida no último ano de mandato do Presidente, Governador ou Prefeito Municipal.)

Documento gerado em 25/09/ :30:29 Página 1 de 12

Documento gerado em 27/09/ :58:38 Página 1 de 14

RGF-Anexo 01 Tabela Demonstrativo da Despesa com Pessoal

RGF-Anexo 01 Tabela Demonstrativo da Despesa com Pessoal

MUNICIPIO DE CONCEICAO DO COITE - PODER LEGISLATIVO

DIÁRIO OFICIAL PREFEITURA MUNICIPAL DE TAPEROÁ - BA. Sexta-feira 31 de Maio de 2019 Ano III Edição n 85 Caderno 02

Terça-feira, 23 de Julho de 2013 Edição n 633

Documento gerado em 08/02/ :34:54 Página 1 de 13

RGF-Anexo 01 Tabela Demonstrativo da Despesa com Pessoal

Sumário. Serviço Público e Administração Pública

Tabela 1 - Demonstrativo da Despesa com Pessoal - Estados, DF e Municípios

Câmara Municipal de Boa Nova

DIREITO FINANCEIRO. A Receita Pública. Ingressos patrimoniais e Antecipação da Receita Orçamentária ARO. Prof. Thamiris Felizardo

SET/2017 OUT/2017 NOV/2017 DEZ/2017 JAN/2018 FEV/2018 MAR/2018 ABR/2018 MAI/2018 JUN/2018 JUL/2018

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

LRF, art. 55, inciso I, alínea "a" - Anexo I R$ 1,00. DESPESA LIQUIDADA (Últimos 12 Meses) DESPESA COM PESSOAL

ART. 1º. A LRF não prevê os crimes de responsabilidade, mas mostra quais as situações que, quando contrariadas, geram crimes de responsabilidade.

2ª ENCONTRO DE GESTORES PUBLICOS 21/3/2016. Operações de Crédito

DIÁRIO OFICIAL PREFEITURA MUNICIPAL DE TAPEROÁ - BA. Quinta-feira 27 de Setembro de 2018 Ano II Edição n 120 Caderno 03

Prefeitura Municipal de Lafaiete Coutinho publica:

RGF/Tabela 1 - Demonstrativo da Despesa com Pessoal

Contabilidade Pública ACI DF/2013. Tópico 5. Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli

AUDIÊNCIA PÚBLICA. Avaliação do Cumprimento das Metas Fiscais 1 Quadrimestre de RESULTADO PRIMÁRIO DEMONSTRATIVO DO RESULTADO PRIMÁRIO

RGF ANEXO I (LRF, art. 55, inciso I, alínea "a") DESPESAS EXECUTADAS (Últimos 12 Meses) DESPESA BRUTA COM PESSOAL (I)

Câmara Municipal de Canudos publica:

LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

Altera o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para instituir o Novo Regime Fiscal, e dá outras providências.

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO SEBASTIÃO DO PASSÉ Demonstrativo da Despesa com Pessoal JANEIRO-ABRIL/2017

RGF - ANEXO 1 (LRF, art. 55, inciso I, alínea "a") R$ 1,00

APURAÇÃO DO CUMPRIMENTO DO LIMITE LEGAL

DESPESA BRUTA COM PESSOAL (I)

Prefeitura Municipal de Lafaiete Coutinho publica:

APURAÇÃO DO CUMPRIMENTO DO LIMITE LEGAL

APURAÇÃO DO CUMPRIMENTO DO LIMITE LEGAL

% DTP % Excedente Redutor mínimo de Limite % DTP Redutor Residual Limite % DTP. 1/3 do Excedente

RGF ANEXO 1 (LRF, art. 55, inciso I, alínea "a") DESPESAS EXECUTADAS (Últimos 12 Meses)

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

RGF - ANEXO 1 (LRF, art. 55, inciso I, alínea "a") R$ 1,00 DESPESAS EXECUTADAS (Últimos 12 Meses)

MOISES SANTOS BEZERRA ESTADO DE SERGIPE MUNICÍPIO DE INDIAROBA PODER EXECUTIVO ORÇAMENTOS FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIAL

Página: 1 de 2 05/10/ :51

MUNICÍPIO DE URUÇUCA - BA - - PODER EXECUTIVO

RGF - ANEXO 1 (LRF, art. 55, inciso I, alínea "a") R$ 1,00

MAI/2018 JUN/2018 JUL/2018 AGO/2018 SET/2018 OUT/2018 NOV/2018 DEZ/2018 JAN/2019 FEV/2019 MAR/2019

Desejo-lhe sucesso e sorte na conquista de seus sonhos e o pleno alcance de suas metas.

DIREITO FINANCEIRO. A Lei de Responsabilidade Fiscal. Origem e o controle. Prof. Thamiris Felizardo

PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPARICA - BA. Quinta-feira 03 de Maio de 2018 Ano II Edição n 72 Caderno 02

Sumário. LRF_Book.indb 15 19/03/ :29:01

VALORES TRANSFERIDOS POR CONTRATO DE RATEIO

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 241-D, DE 2016

Prefeitura Municipal de Aurelino Leal publica:

Apuração do Cumprimento do Limite Legal

DESPESAS EXECUTADAS Últimos 12 Meses LIQUIDADAS APURAÇÃO DO CUMPRIMENTO DO LIMITE LEGAL VALOR % SOBRE A RCL AJUSTADA

DESPESAS EXECUTADAS Últimos 12 Meses LIQUIDADAS APURAÇÃO DO CUMPRIMENTO DO LIMITE LEGAL VALOR % SOBRE A RCL AJUSTADA

DESPESAS EXECUTADAS Últimos 12 Meses LIQUIDADAS APURAÇÃO DO CUMPRIMENTO DO LIMITE LEGAL VALOR % SOBRE A RCL AJUSTADA

DESPESAS EXECUTADAS Últimos 12 Meses LIQUIDADAS APURAÇÃO DO CUMPRIMENTO DO LIMITE LEGAL VALOR % SOBRE A RCL AJUSTADA

Aula nº. 27 GASTO COM SERVIDOR PÚBLICO PARTE III

MAI/2018 JUN/2018 JUL/2018 AGO/2018 SET/2018 OUT/2018 NOV/2018 DEZ/2018 JAN/2019 FEV/2019 MAR/2019

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLOGIAS CAMPUS XIX CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

Modelo 9 - DEMONSTRATIVO DOS LIMITES - RGF

Administração Financeira

Prefeitura Municipal de Laje publica:

RESTOS A PAGAR. Autor: Sidnei Di Bacco/Advogado

Prefeitura Municipal de Aurelino Leal publica:

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

56,19% 54,00% 51,30% 48,60%

CERTIDÃO DE PUBLICAÇÃO

Conteúdo da Aula. Princípios Orçamentários.

ESTADO DA BAHIA PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVA VIÇOSA

Transcrição:

1 ENDIVIDAMENTO PÚBLICO COM BASE NA LRF AUTORES RESUMO Antônio Roberto Silva Santos arsilvasantos@gmail.com Elisângela Santana Nascimento esna_1@yahoo.com.br Fânia Santos de Oliveira faniaso@hotmail.com Gilvan Edson de Souza dos Santos gilvan_dmf@hotmail.com Vilma Maria Costa Lacerda vilmaclacerda@ig.com.br Este trabalho, justifica-se para mostrar que a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), veio para criar mecanismos de acompanhamento periódico de resultados, e ainda disciplinar as atividades de ajuste entre o programado e o executado, bem como, ratificar a punição dos infratores no exercício da ação governamental. Ressalta-se que esta Lei, também procura evitar improvisações, desperdícios e desvios na administração dos escassos recursos públicos, pois só acarretam um grande prejuízo no atendimento das numerosas demandas da sociedade brasileira, fator que deve ser dado um maior ênfase, pois no verdadeiro exercício da cidadania, a sociedade é a peça mais prioritária. 1. INTRODUÇÃO Diante do tema que nos foi imposto, vale ressaltar, que a lei Complementar nº 101, aprovada em 4 de maio de 2000, denominada (Lei de Responsabilidade Fiscal LRF) e publicada no Diário Oficial da União de 5 de maio do mesmo ano, veio preencher um vácuo institucional e dar eficiência a vários dispositivos da CF/88, vale destacar, os artigos 163 e 169. Ressalta-se que a LRF, como Lei complementar, é uma modalidade de diploma legal inserido no Direito Positivo Brasileiro a partir da

2 CF de 1967, de quorum privilegiado, possuindo a missão de normalizar assuntos que a Carta Magna transfere explicitamente para ela. Destaca-se que a LRF evita que novos gastos sejam financiados através de inflação, aumento de impostos, aumento de dívida, antecipações de receitas orçamentárias, restos a pagar e renúncia de receitas. Não se criam despesas para o futuro sem previsão de financiamento. Vale complementar, que através desta Lei, se cria a conscientização de que os recursos não pertencem ao governo, muito menos ao governante, eles pertencem à sociedade, pois num regime democrático, vem delegar poderes ao governante para administrá-los. Portanto, deve haver uma separação clara entre o que é público e o que é privado, tendo o governante, o dever de prestar contas de tudo o que faz. 1.1 ASPECTOS BÁSICOS Como aspectos básicos, destaca-se que a Lei de Responsabilidade Fiscal LRF, é um verdadeiro código de boas condutas fiscais aplicável a todos os entes da federação: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Destaca-se que, todos os que exerçam cargo, emprego ou função pública, independentemente do nível hierárquico, devem cumpri-la. Ressalta-se que o princípio básico que norteou a elaboração da LRF vem estabelecer que o governante deve buscar equilíbrio entre as aspirações da sociedade e os recursos que esta coloca à disposição do governo. 2. PROBLEMÁTICA Público? Quais as definições básicas adotadas na LRF referente ao Endividamento 3. FINALIDADE

3 3.1 OBJETIVO GERAL Identificar os limites para a dívida pública, definidos também como percentuais das receitas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS - Pesquisar o assunto Endividamento público ; - Levantar informações sobre a LRF; - Caracterizar quais são os limites para a dívida pública. 4. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA Vale ressaltar que o Senado Federal estabelece limites para a dívida pública, através de proposta do Presidente da República. Assim, através da RESOLUÇÃO do SENADO FEDERAL Nº 40, DE 2001, publicada no DOU de 21.12.2001 e republicada no DOU de 10.4.2002 e tendo seu texto consolidado com as alterações decorrentes da Resolução nº 5, de 2002, onde, nos termos do seu art. 3º, determina a republicação da Resolução nº 40, de 2001, já com o seu texto consolidado. Esta Resolução, vem dispor sobre os limites globais para o montante da dívida pública consolidada e da dívida pública mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, em atendimento ao disposto no art. 52, VI e IX, da Constituição Federal. Estes limites serão definidos também como percentuais das receitas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Entende-se que os governantes deverão respeitar a relação entre a dívida e sua capacidade de pagamento. Pode-se dizer que o governante não poderá aumentar a dívida para o pagamento de despesas do dia-a-dia.

4 Ressalta-se que, se o governante verificar que ultrapassou os limites de endividamento, deverá tomar providências para se enquadrar, num prazo de doze meses, diminuindo o excesso em pelo menos 25%, nos primeiros quatro meses. Mas, se após isso, os excessos continuarem existindo, a administração pública não poderá contratar novas operações de crédito. 5. DESENVOLVIMENTO Esta Lei estabelece normas rígidas de controle da dívida e do endividamento dos Entes Públicos, apresentando conceitos básicos, limites e condições para o retorno da dívida aos limites, novas condições para a contratação de operações de crédito, destacando as por antecipação de receita orçamentária e para a concessão de garantia. Ela força a mudança no comportamento dos governantes, através da divulgação das informações orçamentárias e contábeis. Nesse sentido, ela cria relatórios periódicos, podendo ser (bimestral, quadrimestral e anual) e audiências públicas quadrimestrais sobre as metas fiscais, além da obrigatoriedade de divulgação em meio eletrônico. Com base no seu Art. 29, são adotadas as seguintes definições: I - Dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses; II - Dívida pública mobiliária: dívida pública representada por títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco Central do Brasil, Estados e Municípios; III - Operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços. IV - Concessão de garantia: compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual assumida por ente da Federação ou entidade a ele vinculada; V - Refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de títulos para pagamento do principal acrescido da atualização monetária.

5 5.1 A DÍVIDA PÚBLICA CONSOLIDADA OU FUNDADA Entende-se que, para efeito de limites, é integrada, além das demais obrigações financeiras do Ente, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses, pelas operações de crédito de prazo inferior a doze meses cujas receitas tenham constado do orçamento (art. 29, 3º), pelos "precatórios judiciais não pagos durante a execução do orçamento em que houverem sido incluídos integram a dívida consolidada" (art. 30, 7º). No tocante aos "limites" da Dívida Pública e das Operações de Crédito, de acordo com Art. 30, é previsto que no prazo de noventa dias após a publicação da LRF, o Presidente da República submeterá ao: I - Senado Federal: proposta de "limites" globais para o montante da dívida consolidada da União, Estados e Municípios. II - Congresso Nacional: projeto de lei que estabeleça "limites" para o montante da dívida mobiliária federal a que se refere o inciso XIV do art. 48 da Constituição. Ressalta-se que, sobre a recondução da dívida aos "limites", o Art. 31, define que se a dívida consolidada de um ente da Federação ultrapassar o respectivo limite ao final de um quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até o término dos três subseqüentes, reduzindo o excedente em pelo menos 25% (vinte e cinco por cento) no primeiro. 5.2 AS OPERAÇÕES DE CRÉDITO Ressalta-se que, caberá ao Ministério da Fazenda verificar o cumprimento dos limites e das condições relativos à realização de operações de crédito em pleito de cada ente da federação, inclusive das empresas por eles controladas, direta ou indiretamente. Observa-se também que, no Art. 33, é previsto que a instituição financeira que contratar operação de crédito com ente da Federação, exceto quando relativa à

6 dívida mobiliária ou à externa, deverá exigir comprovação de que a operação atende às condições e "limites" estabelecidos. Vale salientar que, conforme os artigos 34 a 37, é previsto que fica vedada a realização de operações de crédito, dentre estas vedações, destaca-se que, entre um ente da Federação, diretamente ou por intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresa estatal dependente, e outro, inclusive sua entidades das administração indireta, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída anteriormente. 5.3 AS OPERAÇÕES DE CRÉDITO POR ANTECIPAÇÃO DE RECEITA ORÇAMENTÁRIA (ARO). Salienta-se que a ARO destina-se, conforme o Art. 38, a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro e cumprirá as normas para contratação de operações de crédito (Art. 32). Além disso, a LRF submete a ARO a algumas regras, destaca-se: - Realizar-se-á somente a partir do décimo dia do início do exercício; - Deverá ser paga, com juros e outros incidentes, até o dia 10 (dez) de dezembro de cada ano. 5.4 AS OPERAÇÕES COM O BANCO CENTRAL DO BRASIL Destaca-se no Art. 39, que nas suas relações com ente da Federação, o Banco Central do Brasil está sujeito às vedações, além daquelas relativas à realização de operações de crédito do (art. 35) e mais às seguintes: - Compra de título da dívida; - Permuta, ainda que temporária, por intermédio de instituição financeira ou não; - Concessão de garantia.

7 5.5 A GARANTIA E A CONTRAGARANTIA Conforme o Art. 40, é previsto que os entes poderão conceder garantia em operações de crédito internas ou externas, observados o disposto neste artigo, as normas para contratação de operação de crédito (art. 32) e, no caso da União, também os "limites" e as condições estabelecidos pelo Senado Federal. Ressalta-se que a garantia estará condicionada ao oferecimento de contragarantia em valor igual ou superior ao da garantia a ser concedida pelo tomador da ARO. 5.6 OS RESTOS A PAGAR Conforme o Art. 42, é previsto que é vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que: - Não possa ser cumprida integralmente dentro dele; - Tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte, sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito. Ressalta-se que na determinação da disponibilidade de caixa, serão considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do exercício. 5.7 LIMITES DE GASTOS COM PESSOAL A LRF define os limites de gastos com pessoal, como percentual das receitas, para os três Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da seguinte forma:

8 - Para a União, os limites máximos para gastos com pessoal (50% da Receita Corrente Líquida) são assim distribuídos: 2,5 % para o Poder Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas; 6 % para o Judiciário; 0,6 % para o Ministério Público da União; 3 % para custeio de despesas do DF; 37,9% ex territórios. - Nos Estados, os limites máximos para gastos com pessoal (60% da Receita Corrente Líquida) serão: 3% para o Poder Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas; 6% para o Poder Judiciário; 2% para o Ministério Público; 49% para as demais despesas de pessoal do Executivo. - Nos Municípios, os limites máximos para gastos com pessoal (60% da Receita Corrente Líquida) serão: 6% para o Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas 54% para o Executivo

9 CONCLUSÃO Ao chegarmos ao final do nosso trabalho, é bom que se diga que a LRF vem ao encontro dos anseios da sociedade brasileira, que há muito clama por uma Administração Pública transparente, isto é, direcionada a atender as necessidades e os objetivos da sociedade, revestida de eficiência e eficácia, e que seus resultados possam evidenciar um desempenho de alta qualidade. Compreende-se ainda que a LRF vem reagir também ao ciclo eleitoral, definindo regras e proibições mais estritas que inibam os governantes de se afastarem do equilíbrio fiscal em períodos de fim de mandato, portanto, não se pode prometer algo que irá gerar um endividamento futuro ou que não se possa cumprir. Portanto, ao finalizarmos este trabalho, esperamos termos respondido a nossa pergunta de partida, fato que nos trouxe orgulho, pois durante a realização deste trabalho, podemos observar, ainda que, temos que aprender muito mais, pois só assim poderemos contribuir de forma mais concreta para aprimorar a gestão pública. Deixamos também, neste momento, os nossos agradecimentos ao Professor Vitor Maciel, que através do seu esforço e dedicação, conseguiu nos envolver com toda uma carga de incentivo para a elaboração desta pesquisa. A você grande Mestre, nosso muito obrigado.

10 REFERÊNCIAS BRASIL, Constituição da República Federativa do. Constituição da República Federativa do Brasil/organização Anne Joyce Angher 12. ed. São Paulo: Rideel, 2006. (Coleção de leis Rideel. Série compacta). FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa 2ª ed. Rev. e Ampl. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. GUEDES, José Rildo de Medeiros. Comentários à Lei de Responsabilidade Fiscal. Rio de Janeiro: IBAM, 2001, 140p. LEI COMPLEMENTAR Nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal LRF). RESOLUÇÃO SENADO FEDERAL Nº 40, de 2001, publicada no DOU de 21.12.2001 e republicada no DOU de 10.4.2002. RESOLUÇÃO DO SENADO FEDERAL Nº 5, de 2002.