Estabelecer redes de instituições de investigação em saúde pública na Região Africana

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Transcrição:

Estabelecer redes de instituições de investigação em saúde pública na Região Africana Evento paralelo ao 63ºCR Relatório

Índice Página Resumo 02 1. Antecedentes 03 2. Deliberações 05 3. Resumo dos debates 09 4. Medidas propostas 10 5. Discurso de encerramento pelo Ministro da Saúde da RD do Congo 11 6. Anexos 12 1 P a g e

Resumo A 63ª Sessão do Comité Regional realizou-se de 2 a 6 de Setembro de 2013 em Brazzaville, República do Congo. Paralelamente à reunião, realizada a 3 de Setembro de 2013, teve lugar um evento sobre O estabelecimento de redes de instituições de investigação em saúde pública na Região Africana. Durante o debate, os Ministros da Saúde e representantes das instituições de investigação em saúde pública partilharam as suas experiências e identificaram desafios importantes, nomeadamente a falta de uma rede regional de instituições de investigação em saúde pública, a ausência de um fórum ou de mecanismos que reúnam decisores e investigadores para a troca de informações, a dificuldade em traduzir os resultados da investigação em ações de saúde pública e a limitada utilização dos resultados da investigação pelos governos nacionais. Os participantes igualmente levantaram a questão da apresentação do relatório relativo à resolução do CR sobre os Centros de Excelência. A fim de debater as questões acima referidas, os participantes propuseram as seguintes medidas: relançamento do Fórum Africano de Investigação, reforço do Comité Consultivo sobre Investigação em Saúde, criação de mecanismos de partilha de informação sobre investigação aos níveis nacional e regional e colaboração entre as várias instituições de investigação em saúde pública. A OMS foi igualmente solicitada a finalizar o mapa das instituições de investigação em saúde pública na região e partilhar esta informação com os Estados-membros. 2 P a g e

1. Antecedentes Os Estados-membros da Região Africana têm limitadas capacidades em matéria de recursos humanos e de infra-estruturas para, de forma efectiva e abrangente, lidar com questões complexas relacionadas com a saúde em algumas áreas de vigilância e resposta às doenças, investigação laboratorial e regulamentos de alimentação e medicamentos. Estas questões de saúde exigem infra-estruturas e conhecimentos técnicos altamente especializados. A fim de reforçar ainda mais a vigilância, a prevenção e o controlo de doenças, os Estados-membros devem, entre outros aspectos, utilizar as infra-estruturas de saúde pública existentes, nomeadamente as instituições de investigação. O estabelecimento de redes multidisciplinares de instituições de investigação também contribui para reforçar a capacidade de resposta a questões de saúde pública, em conformidade com os Regulamentos Internacionais de Saúde (RIS 2005). Reconhecendo a necessidade urgente de melhorar a vigilância e a capacidade de resposta da saúde pública na região, os Ministros da Saúde da Região Africana, na 59ª Sessão da reunião do Comité Regional realizado em Setembro de 2009, em Kigali, Ruanda, adotaram a Resolução AFR/RC59/R4 sobre a criação de centros de excelência para a vigilância de doenças, laboratórios de saúde pública e regulamentos para alimentação e medicamentos. Desde a adopção da resolução, o Escritório Regional Africano da OMS, a pedido dos Estados-membros a nível individual, prestaram apoio a Angola, Burkina Faso, República Democrática do Congo, Quénia, Moçambique e Uganda na realização de avaliações iniciais visando identificar potenciais centros de excelência. A avaliação foi levada a cabo em várias instituições com áreas de intervenção e competências diversas, utilizando um conjunto de critérios como experiência, resultados e qualidade comprovadas. As avaliações permitiram a elaboração de planos nacionais de implementação para orientar os países participantes na criação dos seus Centros de Excelência. A fim de fazer o ponto da situação sobre a implementação da rede regional de Centros de Excelência, em conformidade com a resolução AF/RC59/R4 e as Orientações Estratégicas da OMS para 2010-2015, o Escritório Regional Africano da OMS organizou um evento paralelo sobre O estabelecimento de redes de instituições de saúde pública na Região Africana, durante a 63ª sessão do Comité Regional, realizado em Brazzaville, Repúlica do Congo. O objetivo geral da reunião foi promover a integração das instituições de investigação em saúde pública na Região Africana, no quadro da estratégia regional para reforçar a vigilância, a prevenção e o controlo de doenças. Os objectivos específicos consistiram em discutir o potencial papel das instituições de investigação em saúde pública no apoio aos programas nacionais de prevenção e controlo de doenças; promover a troca de informações, conhecimentos e melhores práticas sobre a criação de uma rede integrada de instituições de investigação em saúde pública e discutir abordagens e estratégias utilizadas pelas mesmas na disseminação dos resultados da investigação e apoiar os governos a traduzir esses dados em ações de saúde pública. 3 P a g e

O evento paralelo foi co-presidido pelo Ministro da Saúde da República Democrática do Congo, Dr Felix Kabange Numbi Mukwampa e pelo Ministro Adjunto da África do Sul, Dr Gwen Ramokgopa. O evento paralelo foi uma oportunidade para se realizar uma mesa redonda entre os Ministros da Saúde e a rede internacional de Institutos de Saúde Pública e delegados dos Estados-membros. A seleção destes institutos foi feita com base numa série de critérios como experiência, resultados apresentados, qualidade, eficiência e eficácia, nomeadamente o seu potencial papel de prestar apoio técnico aos Estados-membros na criação de centros de excelência em estreita colaboração com a OMS. 4 P a g e

2. Deliberações No seu discurso de boas-vindas, em nome do Dr Luis Gomes Sambo, Director Regional da OMS na Região Africana, a Diretora Regional Adjunta (DRA), Dra Matshidiso Moeti realçou o papel importante desempenhado pelas instituições de investigação em saúde pública na prevenção e controlo de doenças transmissíveis e não-transmissíveis na Região Africana e no mundo inteiro. Louvou os esforços destas instituições na produção de provas, na transmissão de conhecimentos e no apoio aos esforços dos governos nacionais para melhorar a saúde de todos os cidadãos. Em seguida, a Directora Regional Adjunta evocou duas importantes resoluções do Comité Regional, uma sobre a criação de Centros de Excelência (AFR/RC59/11) e outra sobre o reforço dos laboratórios de saúde pública (AFR/RC58/6). Apesar da adopção destas resoluções, os desafios ligados à sua plena implementação incluíram a falta de um quadro legal sobre o papel que as instituições de investigação em saúde pública devem desempenhar no apoio aos governos nas áreas de prevenção e controlo de doenças, bem como a ausência de colaboração entre estas instituições e os governos nacionais aquando da definição de prioridades em matéria de investigação. A DRA concluiu o seu discurso reafirmando o compromisso da OMS em facilitar a implementação de várias acções decorrentes deste evento paralelo. Seguiu-se o discurso de abertura pelo Ministro da Saúde da República Democrática do Congo, Dr Felix Kabange Numbi Mukwampa, que começou por partilhar a experiência sobre a forma como a tradução dos dados de entomologia na RDC ajudou os decisores políticos a compreender melhor a transmissão da malária em Kinshasa. Lançou um apelo às instituições de investigação em saúde pública no sentido de partilharem os seus dados com os governos nacionais em benefício da população. Indicou que a ausência de uma ligação efetiva de instituições de investigação em saúde pública associada ao facto de haver múltiplos parceiros e intervenientes em investigação a operar com pouca coordenação e integração a nível nacional resultou na utilização limitada dos dados por parte dos Governos. Encorajou os peritos a partilharem as suas respectivas áreas de estudo e a continuarem a discutir abordagens e estratégias utilizadas para ajudar os seus Governos a traduzir os resultados da investigação em ações de saúde pública. O discurso de abertura foi seguido de apresentações dos representantes de três instituições de investigação em saúde pública, nomeadamente o Centro Nigeriano de Controlo de Doenças, o Centro de Investigação Médica e Sanitária do Níger e a Fundação Osvaldo Cruz do Brasil. Experiência da criação de Centros de Controlo de Doenças nos países em desenvolvimento, pelo Pr Abdulsalami Nasidi (Centro Nigeriano de Controlo de Doenças): Na sua apresentação, o Prof. Abdulsalami evocou o processo que levou à criação do Centro Nigeriano de Controlo de Doenças e apresentou a sua missão, visão e áreas de especialização. Em seguida, apresentou exemplos do apoio concedido ao Ministério da Saúde pelo CNCD nas áreas de prevenção e controlo de doenças e as abordagens utilizadas para traduzir os resultados da investigação em ações de saúde pública. O orador evocou igualmente a recorrência dos surtos de doenças na Nigéria e o seu impacto nas comunidades e nos países vizinhos. Estes surtos continuam a ter impacto negativo no sistema de saúde e na capacidade da Nigéria atingir os objectivos e metas definidos, nomeadamente os Objectivos de Desenvolvimento do 5 P a g e

Milénio. Para combater o impacto negativo das emergências de saúde pública na Nigéria, o CNDC continua a apoiar o Ministério Federal da Saúde na promoção da vigilância e controlo de situações de doenças transmissíveis e não-transmissíveis, no aumento da capacidade dos laboratórios e na promoção da investigação. Concluiu a sua apresentação informando a audiência sobre a aprovação e reconhecimento, pela Associação Internacional das Instituições Nacionais de Saúde Pública (AIINSP), do trabalho realizado pelo CNCD na promoção e apoio aos objectivos de saúde pública na Nigéria. Papel do Instituto Pasteur no apoio à saúde pública nos países da África Francófona, pela Dra Odile Ouwe Missi Oukem (Centro de Investigação Médica e Sanitária (CERMES-Niger)): a Dra Odile iniciou a sua apresentação com um resumo da visão, missão e colaboração do CERMES- Niger com o Ministério da Saúde do Níger nas áreas de vigilância e resposta a doenças. O CERMES faz parte da rede do Instituto Pasteur, que é composta por 32 laboratórios em todo o mundo. Destes 32 laboratórios, sete estão instalados em países da Região Africana, nomeadamente Argélia, Camarões, República Centro-Africana, Côte d Ivoire, Madagascar, Níger e Senegal. Todos os Institutos Pasteur têm as mesmas missões e incidem na formação, investigação e problemas de saúde pública. Em seguida, a Dra Odile deu a conhecer aos participantes a convenção tripartida assinada entre o CERMES, a Rede do Instituto Pasteur e o Governo do Níger, com o objectivo de dar apoio e orientações ao Governo do Níger em todas os aspectos relacionados com a saúde pública. As áreas específicas do CERMES-Niger incluem a produção de reagentes, principalmente o teste rápido de diagnóstico para deteção da meningite meningocócica (A,C,W,Y); coordenação dos laboratórios nacionais de saúde pública; organização de reuniões de gestão a nível regional e nacional abarcando vários temas; criação de bancos biológicos para isolamento de vírus específicos; e partilha de informações visando a tomada de melhores decisões em matéria de saúde pública. Ela terminou a sua apresentação informando a audiência da colaboração entre o Instituto e outras instituições de investigação em saúde pública como a AMP e a LSTM. Experiência no desenvolvimento de uma rede integrada de Laboratórios de Saúde Pública nos países lusófonos de África, pelo Dr Felix Rosenberg (Fundação Oswaldo Cruz, Ministério da Saúde, Brasil (Fiocruz): Na sua apresentação, o Prof. Felix Rosenberg evocou o papel da Fiocruz no reforço da capacidade dos países lusófonos e no apoio concedido às redes nacionais de laboratórios de saúde pública em África. Em seguida, realçou as abordagens estratégicas utilizadas no estabelecimento de uma rede de investigação de saúde pública em África dentro e fora dos países lusófonos bem como os mecanismos utilizados na melhoria da prestação dos serviços de saúde na rede lusófona. Prosseguiu a sua apresentação dando uma ideia geral do trabalho feito pelo Instituto nos países da CPLP - Portugal, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé & Príncipe, Angola, Moçambique e Timor Leste e que incluem a colaboração com a AIINSP e a realização de reuniões consultivas técnicas e a nível ministerial entre os membros da CPLP. A rede da CPLP desenvolveu um plano de saúde pública que inclui seis vertentes estratégicas, nomeadamente a valorização de recursos humanos, informação e 6 P a g e

comunicação, promoção da saúde, investigação, vigilância epidemiológica e emergências e catástrofes naturais. Informou a audiência da importância em melhorar a capacidade dos laboratórios de referência na confirmação dos diagnósticos diferenciais. Terminou a sua apresentação indicando que FIOCRUZ estava em vias de se candidatar como Centro de Colaboração da OMS para reforçar as capacidades em matéria de vigilância, prevenção e controlo de doenças através dos Institutos Nacionais de Saúde, Escolas de Saúde Pública e Escolas de Técnicos de Saúde na América do Sul e nos países africanos lusófonos. As três apresentações foram seguidas pelos discursos da Ministra Adjunta da Saúde da África do Sul e do representante dos Centros de Prevenção e Controlo de Doenças em Atlanta. Papel das instituições de investigação na África do Sul em matéria de apoio à saúde pública dentro e fora do país, pela Ministra Adjunta da Saúde da África do Sul: a Dr Gwen Ramokgopa, Ministra Adjunta da Saúde realçou as várias funções desempenhadas pelas instituições de investigação na África do Sul no apoio à saúde pública dentro e fora do país. Ela informou aos participantes que a África do Sul estava a co-presidir a Rede Africana de Inovação de Medicamentos e Diagnósticos (ANDI) e que, assim, irá garantir, através deste fórum, o reforço das ligações entre a investigação e a saúde pública. Em seguida, descreveu os vários processos que o Governo da África do Sul estava a levar a cabo para integrar e harmonizar o trabalho de várias instituições de investigação em saúde pública, sendo que os resultados previstos desses processos são a otimização dos recursos necessários para melhorar a saúde pública ou o trabalho das instituições de investigação em saúde pública. Ela informou aos participantes do potencial papel de algumas instituições na África do Sul como Centros de Excelência de investigação e inovação. Apesar dos progressos registados no sentido de integrar e ligar em rede as instituições de investigação no país, ainda persistem problemas na tradução do trabalho destas instituições em prioridades nacionais. Para resolver estes problemas, o Governo da África do Sul tem vindo a tomar medidas que incluem, mas não se limitam ao reforço da coordenação, promoção da propriedade intelectual, implementação de uma estratégia global de saúde para a investigação e inovação em saúde pública, envolvimento de indústrias de investigação, atribuição de um mandato legislativo às instituições de investigação em saúde pública, capacitação da sociedade civil sobre o envolvimento geral das instituições de investigação em saúde pública e elaboração de um quadro para monitorizar e avaliar as actividades de investigação. A Dra Gwen concluiu o seu discurso sublinhando a importância do fórum global de investigação em África e a colaboração entre os Institutos de Investigação em Saúde Pública e o MdS. Papel do CCD na saúde pública global e experiência no estabelecimento de redes globais de Instituições de Investigação em Saúde Pública, pelo Dr. Ron Ballard (Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CCD), Atlanta): o orador começou por evocar o papel fundamental desempenhado pelo CCD no apoio à investigação na área da saúde pública a nível dos EU e em todo o mundo através da criação e funcionamento de uma rede global de CCD. Esta rede contribuiu 7 P a g e

significativamente para a saúde global, a prevenção e controlo de eventos ligados à saúde pública em todo o mundo através da formação e da assistência técnica directa a governos nacionais. Em seguida, indicou que o âmbito e a intensidade dos desafios globais a nível da saúde mostram que nenhum país ou instituição pode trabalhar, de forma isolada, para os resolver. Através das parcerias com outros ministérios da saúde de outros países e agências internacionais, o CCD está a contribuir para a melhoria da quantidade e da qualidade dos importantes serviços de saúde pública. Actualmente, os programas globais de CCD tratam, em mais de 50 países, para além de 400 doenças, ameaças à saúde e situações que são causas principais de morte, doenças e incapacidade. A última parte da sua apresentação incidiu no trabalho conjunto realizado pelo CCD e pela OMS/AFRO no desenvolvimento e reforço do Quadro Integrado de Vigilância e Resposta às Doenças (QIVRD) e no apoio ao estabelecimento de sistemas de saúde pública que sejam sólidos, eficazes e sustentáveis, incluindo redes de laboratórios. 8 P a g e

3. Resumo dos debates Depois das apresentações, os debates centraram-se nos desafios para garantir uma interligação efectiva da saúde pública, a falta de mecanismos eficazes de convocação que reúnam especialistas de instituições de investigação e decisores, utilização limitada dos resultados de investigação e dificuldades na tradução dos resultados de investigação na prática. Os participantes igualmente questionaram sobre o aguardado relatório relacionado com a resolução sobre os Centros de Excelência, em conformidade com a resolução AFR/RC58/R2 sobre o reforço dos laboratórios de saúde pública na Região Africana da OMS e a resolução AFR/RC59/R4 relativa às orientações políticas sobre a criação de centros de excelência para a vigilância de doenças, laboratórios de saúde pública e regulação de alimentos e medicamentos. Os principais resultados e ensinamentos retirados das apresentações e discussões são os seguintes: A formação de cientistas deve ser revista para incluir no seu curriculum técnicas de comunicação a fim de melhorar a interação e a sensibilização com os órgãos de decisão; Os institutos de saúde pública devem envolver os ministérios e parceiros pertinentes durante as fases de concepção e planificação da investigação e tradução dos resultados da investigação em acções de saúde pública; Os Institutos Africanos de Investigação em Saúde Pública devem ser encorajados e apoiados a integrar as redes regionais e globais como a AIINSP (Associação Internacional de Institutos Nacionais de Saúde Pública); Os institutos de investigação em saúde pública devem estabelecer as suas áreas prioritárias de colaboração e promover a colaboração sul-sul; Os países devem criar um mecanismo de integração de fundos dos vários programas a fim de implementar a agenda nacional de prioridades em matéria de saúde; a OMS foi instada a fornecer um mapa actualizado das instituições de investigação em saúde pública existentes em África realçando as suas áreas de competência. 9 P a g e

4. Acções propostas Os participantes no evento paralelo sobre o estabelecimento de redes de instituições de investigação em saúde pública na Região Africana propuseram o seguinte : Relançamento do Fórum Africano de Investigação; Reforço do Comité Consultivo sobre Investigação em Saúde; Estabelecimento de mecanismos de partilha de informações sobre investigação aos níveis nacional e regional; Promoção de parcerias e colaboração entre as diferentes instituições de investigação em saúde pública. Foi solicitada à OMS a finalização do mapa das instituições de investigação em saúde pública na região e a partilha desta informação com os Estados-membros. 10 P a g e

5. Discurso de encerramento pelo Ministro da Saúde da República Democrática do Congo A reunião foi oficialmente encerrada pelo Dr Felix Kabange Numbi Mukwampa, Ministro da Saúde da República Democrática do Congo que resumiu as principais questões e acções debatidas durante a mesa redonda e incidiu no envolvimento das instituições de investigação em saúde pública na redução da morbidade e da mortalidade. Reiterou igualmente a necessidade da criação de uma rede de Institutos Africanos de Investigação em Saúde Pública e a capital importância de acções de sensibilização ao mais alto nível a fim de mobilizar mais fundos do governo para apoiar as actividades de investigação. Concluiu agradecendo aos participantes pelas valiosas contribuições que deram ao debate. 11 P a g e

6. Anexos Programa: Terça-feira, 3 de Setembro de 2013, 16:00-18:00 Hora Sessão Orador 16H00-16H05 Discurso de boas-vindas Director Regional Adjunto da OMS para África 16H05-16H10 Discurso de abertura Ministro da Saúde, República Democrática do Congo 16H10-16H20 16H20-16H30 16H30-16H40 16H40-16H50 16H50-16H55 Experiência na criação de Centros de controlo de doenças nos países em desenvolvimento Papel do Instituto Pasteur no apoio à saúde pública nos países francófonos de África Experiência na criação de uma rede integrada de Laboratórios de Saúde Pública nos países lusófonos de África Papel das instituições de investigação na África do Sul no apoio à saúde pública dentro e fora do país Papel do CDC na saúde pública global e experiência na rede global de Instituições de Investigação em Saúde Pública Pr Abdulsalami Nasidi (Centro Nigeriano para o Controlo de Doenças) Dr Odile Ouwe Missi Oukem (Centro de Investigação Médica e Sanitária (CERMES- Niger)) Dr Felix Rosenberg Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz, Ministério da Saúde, Brasil) Vice-Ministro da Saúde da África do Sul Dr. Ron Ballard (Centro de Prevenção e Controlo de Doenças (CDC), Atlanta) 16H55-17H55 Debate 17H55-18H00 Discurso de encerramento Ministro da Saúde da República Democrática do Congo Secretariado da OMS Dra Matshidiso Moeti, Directora Regional Adjunta, AFRO Dr Francis Kasolo, Director do Grupo de Prevenção e Controlo de Doenças, AFRO Dr Bokar Toure, Director do Grupo de Sistemas e Serviços Sanitários, AFRO Dr Benido Impouma, responsável interino pela área de Programas de Vigilância e Resposta às Doenças Dr Ali Ahmed Yahaya, Conselheiro Regional interino para a Vigilância Integrada de Doenças Dr Jason Mwenda, Ponto Focal do Laboratório Regional, IVD 12 P a g e