Pastoral da Saúde Santuário Nossa Senhora Aparecida ÍNDICE GERAL



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Pr. Patrick Robert Briney Mission Boulevard Baptist Church. A Série das Verdades do Evangelho (caderno 4) God is the Answer

Transcrição:

ÍNDICE GERAL Pag. 1 - Pastoral dos Enfermos Preparação e Organização Pág. 4 A Dor e o Sofrimento no Contexto Bíblico Pág. 6 A Morte Pág. 8 O Ministro Pág. 10 Enfrentando uma Situação de Morte Pág. 12 Primeiro Encontro dos Ministros Extraordinários dos Enfermos - o ministério Leigo (teólogo João Santiago) - programa de internação domiciliar (enfermeiro Roberto) - os ministérios leigos (ministro da Comunhão Extraordinária e da Palavra Antonio César Teixeira) - a Pastoral da Saúde (Pe. Beto) - A Unção dos Enfermos (Pe. Beto) - A Visitação aos Doentes (Pe. Alex) Pág. 19 ABCEL providências e medidas em caso de óbito Pág. 24 Direitos do Paciente (Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo) Pág. 27 Visita ao Doente Pág. 29 - Milagre Eucarístico de Lanciano Pág. 32 São Camilo de Lélis Pág. 37 São João de Deus Pág. 39 Carta ao Presidente Pág.42 Juramento de Hipócrates Pág. 43 Vozes da Idade Pág. 47 As Dimensões da Pastoral da Saúde Pág. 48 A Enfermidade e a Bíblia Pág. 49 Livros Recomendados Pág. 52 Evangelizar Pág 53 A Dor e o Sofrimento na Bíblia Pág. 58 Descendência Nobre de Maria Pág. 62 Elementos de Estudo Bíblico Pág. 67 Sacramentos e Sacramentais Pág. 71 Objetos Litúrgicos Pág. 74 - Centenário do Hospital Ega Moniz (Homilia de D. José Sanches Alves) Pág 76 Como fazer uma visita rápida ao doente (Anísio Baldessim) Pág. 78 Aprenda a Escutar (ROBERTA ISRAELOFF) Pág. 80 Origem e Ponto de Partida da Pastoral da Saúde Pág. 81 Nossa Senhora da Conceição Aparecida Pág. 84 DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis) Pág. 92 Segurança no Lar Pág. 97 Dimensões Solidária, Comunitária e Institucional da Pastoral da Saúde Pág 100 5 de Dezembro Dia Internacional do Voluntário Pág. 109 - Os Ministros Extraordinários da Comunhão e a Pastoral da Saúde Pág. 112 Psicologia do Enfermo Pág. 116 Vestes dos Ministros Extraordinários Pág. 121 - Como chamar as pessoas que tem deficiências Pág. 128 A Sagrada Comunhão fora da Missa Pág. 131 A Unção dos Enfermos Pág. 134 Gripe Pág. 136 Resfriado Pág. 138 Dom de Deus e Busca Humana Pág. 142 As Atitudes e o Gestos Litúrgicos Pág. 147 A Comunicação na Liturgia 0

PASTORAL DOS ENFERMOS Preparação e Organização A Pastoral dos Enfermos deve ir ao encontro dos doentes tanto nos hospitais e casas de saúde como nos domicílios particulares. São ambientes diferentes que exigem também um modo diferente de fazer pastoral. A Pastoral dos Enfermos terá como preocupação principal de toda a sua ação evangelizadora: Humanizar e cristianizar os ambientes de tratamento dos doentes. Dar um sentido cristão ao sofrimento. Atingir o coração do enfermo e aproximá-lo de Cristo. Levar o enfermo a tomar uma atitude de fé e esperança perante a dor Fazer do doente um apóstolo pelo exemplo de sofrimento assumido. Um fator importante para essa Pastoral é ver, aceitar, atingir e tratar o doente como um todo: físico, psíquico e espiritual. Para que um doente seja espiritualmente atendido não basta garantir a ele a visita rápida de algum Ministro da Igreja. É preciso que os profissionais da saúde estejam preparados, despertados na fé e conscientes de sua missão cristã junto ao doente. A Pastoral dos Enfermos deve propiciar mudanças nas estruturas que atendem os doentes, tanto nos hospitais como nas casas de família, para fazer destes lugares sinais de Igreja Viva e presença de Cristo junto à pessoa que sofre. O papel da Pastoral dos Enfermos é fazer entender que a tarefa de libertar as pessoas de seus males, de suas doenças, cabe: ao poder público: executando uma política de saneamento básico. à classe médica: tratando o doente como ser humano. aos enfermeiros e enfermeiras e outros profissionais da saúde: fazendo da profissão uma vocação. às escolas de medicina e de enfermagem: profissionalizando e humanizando os currículos. 1

aos familiares e amigos: dando ao doente carinho e atenção permanente. aos agentes de pastoral: levando o conforto espiritual. aos que visitam o doente: transmitindo uma palavra de otimismo, amor, solidariedade, esperança. ao próprio doente: assumindo a sua condição e libertando-se. Compete à Equipe Arquidiocesana de Pastoral dos Enfermos dar assessoramento na organização dessa Pastoral dentro dos hospitais, casas de saúde, bem como na criação e animação das equipes paroquiais. A Equipe de Pastoral dos Enfermos dentro dos hospitais terá, dentre outras, estas preocupações principais: Defender a vida humana em todos os seus aspectos. Ajudar na formação do chamado "ambiente terapêutico" dentro do hospital, onde tudo contribui para o bem-estar dos doentes. Humanizar, cristianizar o ambiente, de modo especial as UTIs. Garantir o atendimento religioso dos enfermos. Oferecer oportunidade de formação religiosa aos profissionais do hospital. Zelar pelo diálogo ecumênico, evitando o mal-estar de interesses proselitistas (tentativa de forçar mudança de idéia do outro). Organize-se em todas as paróquias a Pastoral dos Enfermos para o atendimento domiciliar de todos os doentes que, por terem suas forças diminuídas pela doença, não podem mais participar da Comunidade e não podem ficar marginalizados. A Equipe de Pastoral dos Enfermos na Paróquia terá estas preocupações principais: Manter uma estatística atualizada dos doentes em seu território. Visitar periodicamente os doentes e acompanhar as suas famílias. Ligar o enfermo e sua família à Paróquia. Levar ao doente o conforto dos sacramentos (Confissão, Eucaristia e Unção dos Enfermos). A Pastoral dos Enfermos, na Paróquia, deverá incentivar a criação de associações ou grupos de cultivo de amizade entre os doentes, provocando encontros entre eles (os que podem se locomover) e a terapia de grupo. 2

Conteúdo O sentido da dor, do sofrimento e da doença, na Bíblia, tanto no Antigo, como no Novo Testamento. Entender a dor e a doença como Jesus entendia. A doutrina da Igreja sobre o sofrimento e o seu sentido. Documentos da CNBB e outras publicações sobre Pastoral dos Enfermos e Pastoral da Saúde. "As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem... são também as dos discípulos de Cristo"(G.S. 1). Celebração Missas, cultos especiais para os enfermos. A Unção dos Enfermos e outros Sacramentos. Celebração do dia do Médico, do Enfermeiro, etc... Vivência e Apostolado A atitude do cristão, do agente da Pastoral dos Enfermos terá que seguir o exemplo de Jesus. Como Jesus, tratar a doença e o doente sem preconceito, sem fatalismo, sem manipulação e sem exclusivismo. A omissão na hora da dor, do sofrimento e da doença é inesquecível e "imperdoável". Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em plenitude Jo 10,10 18/9/2001 3

PASTORAL DOS ENFERMOS A DOR E O SOFRIMENTO NO CONTEXTO BÍBLICO (anotações da palestra com o Ronaldo) As dores e as enfermidades sempre foram consideradas como os maiores problemas que afligem a consciência dos homens. No Antigo Testamento, a dor, o sofrimento e a morte são consequências do pecado original. Mas Deus não criou o homem para sofrer. Deus viu tudo o que tinha feito, e tudo estava muito bom (Gen 1, 31). Mas com Cristo, que morreu e ressuscitou, a morte adquire conotação de passagem. A doença, ainda que intimamente ligada à condição de homem pecador, quase nunca poderá ser considerada como castigo que lhe seja infligida por seus próprios pecados (Jo 9,3). Não só o próprio Cristo, que é sem pecado, suportou as dores da sua paixão como continua a padecer e sofrer em seus membros mais configurados a ele, quando atingidos pelas provações, que no entanto, nos parecem efêmeras e até mesmo leves, comparadas à glória eterna que para nós está preparada (2 Cor 4, 17). Tudo na vida tem seu lado positivo mas isto precisa ser descoberto. A dor é parte da geração da vida o nascimento. A morte é parte da manutenção da vida: nossos alimentos são feitos de animais e vegetais mortos. Morrer para si mesmo, desprender-se das coisas materiais, doarse ao próximo. Morte não é mais castigo, mas é fruto da doação e do trabalho para a vida de outra pessoa. * * * * * * * * * * * * * Jesus vivia rodeado de doentes, e a cada um dava especial atenção. O povo procura pelo profeta Jesus para que ele cure os doentes (Mc 1,32). A busca da cura muitas vezes é feita de forma mágica, outras vezes é pela fé ( Basta eu tocar na sua veste que serei curada Mc 5, 28). Um dos sinais do Reino de Deus é a cura dos enfermos, não apenas nesta vida, mas para a vida eterna. Jesus perguntava aos doentes o que eles queriam que lhes fosse feito (Mc 10, 51, Lc 18, 41). Às vezes curou o corpo (sogra de Pedro Mt 8, 14-15). Outras vezes, curou o espírito (Zaqueu Lc 19, 5-10). 4

Outras vezes, apenas com sua presença (Mt 9, 2-22), outras com sua palavra (Mt 8, 16, Lc 7, 14) e seu perdão (Jo 8, 3-11). * * * * * * * * * * * FRASES QUE NÃO AJUDAM NEM CONSOLAM É a vontade de Deus Deus nos manda somente aquilo que podemos suportar Deus põe à prova aqueles que ele mais ama Deus faz o que mais nos convém Jesus também sofreu. Por que não você? Deus o levou. Precisa dele junto de si. Os desígnios de Deus não são nossos desígnios Deus não fecha uma porta sem abrir uma janela Quando se queixa de Deus, você demonstra pouca fé A doença é uma mensagem que Deus envia para que mudemos de vida Ânimo, outros estão pior! O destino quis assim Nascemos para sofrer Seja forte, não chore O tempo cura todas as feridas * * * * * * * * * * * A visitação não é obrigatóriamente um ato religioso, com leituras e orações. O importante é estar presente, conversar, ouvir, brincar (especialmente com crianças). Em certas ocasiões, se não tem o que dizer, não diga nada! * * * * * * * * * Quando foi que te vimos doente ou preso e fomos te ver? Responderá o Senhor: Em verdade vos digo: cada vez que o fizestes a cada um desses meus irmãos mais pequeninos, foi a mim que o fizestes. Mt 25, 39-40. 5

PASTORAL DOS ENFERMOS Anotações da palestra do Dr. Cláudio: A morte. A Filosofia (modo de ver e entender a vida) surgiu aproximadamente no século 6 antes de Cristo, na Grécia. Perguntava-se porque a existência do sofrimento e a morte num mundo perfeito. Até os dias atuais, não há explicação, a nível filosófico. O pensamento cristão trouxe uma nova luz ao problema, ao ensinar que há vida depois da morte. Só à luz da fé é possível entender a morte. Disse Jesus: Quem quiser seguir-me, pegue a sua cruz e siga-me. O pensamento cristão é que nos dá força para enfrentar a morte. Só a Filosofia não basta, e levaria o homem ao suicídio. Temos que dizer ao homem derrotado pelo sofrimento que esta é a hora de crescer, até o último instante é momento de crescer. O suicídio pode ter origem orgânica, mau funcionamento do cérebro. Com a fé não há suicídio, pois a fé vem da alma, que está além das deficiências do corpo. A morte física é consequência da degeneração do corpo. O homem morre por doença, por acidente ou pela idade avançada. Mas só o ser humano tem consciência da morte, diferentemente dos animais. O homem nasce sabendo que vai morrer: motivo da angústia da humanidade. Sem a fé, o pensamento nos levaria ao suicídio. É a fé que dá um nó no pensamento filosófico. É a fé que vai levar a tudo que é possível, que é Deus. A morte é certa, mas temos que mostrar que a fé também é. Precisamos da fé para chegar a Deus. O homem não é só corpo, pois apresenta atitudes inesperadas, que só podem vir de um ser superior, que é diferente, mas somos semelhantes porque fomos feitos à sua imagem. O corpo morre, mas a alma é imortal. A fé cristã nega a reencarnação. Não aceita o ciclo da vida (vive, morre, vive novamente etc). Cremos que após esta vida estaremos juntos de Deus. Quando o homem percebe a aproximação da morte, tem comportamento característico. Ele passa por algumas situações psicológicas, sociais e espirituais que devem ser orientadas por alguém que o acompanha de perto. No aspecto psicológico, as pessoas passam por algumas, ou todas as fases abaixo: 6

Negação da doença, do problema; isolamento Raiva, revolta com a situação que está vivendo, fica agressivo Permuta, troca, barganha (faz as coisas em troca de outra) Depressão (sente-se ruim, que não vale nada); pode ter pensamentos suicidas! Aceitação: finalmente admite o estado e começam a participar além da família, levanta a moral Como desafio social, programa-se para a morte, quando sabe da doença, e resolve todos os problemas pendentes, prepara o testamento, coloca a vida em ordem passa por algumas ou todas as seguintes fases: Perdoe-me: pede perdão a todos com que se encontra Perdôo: dá o perdão Agradeço: Eu te amo adeus Como desafio espiritual, começa a encarar a vida, o que fez, porque está assim. Há um momento de reflexão intrapessoal (de si mesmo): Como está consigo mesmo? O que essa situação significa? O que pensa que causou este estado? Como agiu no passado, em termos religiosos? O que precisa para curar-se? Você está bem? O que pode ser feito? Quais as esperanças para o futuro? A reflexão interpessoal (entre ele e as pessoas): Quem é importante para você? Porque? Quem se importa com sua doença? Você tem assuntos pendentes que precisa resolver? A reflexão transpessoal, a relação da pessoa com Deus: Onde você busca forças para viver esta siutação? O que você tem feito (em termos espirituais)? O que se pode fazer para ajudar no plano espiritual? O que você acha que acontece quando morre? Qual o propósito de sua doença? Para que serve? O que você acha que está acontecendo agora? Como foi sua vida? Não gostaria de escrever, gravar, fazer sua autobiografia? Estimular conversa com a família para doação de órgaõs. 7

PASTORAL DOS ENFERMOS O MINISTRO A Igreja reconhece a existência de ministérios, que são funções e ofícios exercidos pelos seus pastores, em virtude do sacramento da Ordem. Assim, o sacramento da Crisma só pode ser administrado por um bispo. O sacramento da Confissão pode ser administrado por um padre. Diz-se então que esses ofícios são próprios de um ministro ordinário. No entanto, sob certas circunstâncias, podem atuar como ministros extraordinários, agentes que em condições normais não poderiam exercer essas funções. Por exemplo, um bispo pode delegar a um padre a administração da Crisma, numa ocasião específica, ou uma pessoa qualquer (desde que batizada) realizar um Batismo em caso de grave risco de morte de um recém nascido, por exemplo. O bispo, o presbítero e o diácono são os ministros ordinários da Sagrada Comunhão. Na sua ausência, podem atuar como ministros extraordinários o acólito instituído ou o fiel para tanto designado. O MINISTRO EXTRAORDINÁRIO DA SAGRADA COMUNHÃO Um padre pode nomear pessoas não ordenadas, como ministros extraordinários, com isso atendendo uma necessidade da comunidade. Por exemplo: missa com participação numerosa de fiéis que desejam receber a Comunhão ou no atendimento aos enfermos. Tratam-se de situações excepcionais e imprevisíveis. No caso de atuar como ministros extraordinários de maneira estável, é necessária autorização do bispo diocesano. Nestes casos, o fiel designado para este encargo deve ser devidamente instruído sobre a doutrina eucarística, a índole do serviço, as rubricas que deve observar. (INSTRUÇÃO ACERCA DE ALGUMAS QUESTÕES SOBRE A COLABORAÇÃO DOS FIÉIS LEIGOS NO SAGRADO MINISTÉRIO DOS SACERDOTES, Edições Paulinas) ORIENTAÇÕES SOBRE MINISTROS EXTRAORDINÁRIOS Critérios para admissão de ministros 1. Os novos ministros devem ser indicados pela comunidade e aprovados pelo pároco; 2. Os novos ministros devem ter boa vivência cristã, participação ativa na comunidade e estejam de acordo com os ensinamentos da Igreja; 8

3. Os novos ministros devem ser pessoas de boa reputação pelo seu modo cristão de viver; 4. Se forem casados, os novos ministros devem estar bem com sua vida familiar e contar com o apoio da família; 5. Os novos ministros deverão ter preparação adequada através de experiência prática, participação nos cursos da diocese, participação nos encontros; 6. Os novos ministros devem ter um grau de cultura suficiente para se comunicar e exercer bem seu ministério; 7. O mandato é dado ao novo ministro para ser exercido na própria paróquia; 8. Os novos ministros receberão o mandato por escrito do bispo diocesano, por um período de até cinco anos; 9. O ministro poderá ter o mandato renovado mediante solicitação do pároco; 10. Quem possui mandato conferido por outra diocese só poderá exercêlo nesta diocese mediante solicitação do pároco. Atribuições do Ministro Extraordinário 1. Ajudar o sacerdote e o diácono a distribuir a Comunhão nas missas quando o número de fiéis o exigir; 2. Distribuir a Comunhão a si e aos outros fiéis nos cultos por ele presididos; 3. Levar a Comunhão aos doentes em casa e nas instituições de saúde; 4. Dirigir o culto litúrgico na ausência do sacerdote; 5. Pregar a palavra de Deus na ausência do sacerdote, durante o culto dominical; 6. Presidir as orações nos funerais, na ausência do sacerdote ou diácono; 7. Expor o Santíssimo Sacramento nas adorações, sem dar a bênção do Santíssimo (que é própria do presbítero); 8. Fazer orações junto aos agonizantes, sem dar a Unção dos Enfermos, a qual é reservada aos sacerdotes; 9. Dar as bênçãos facultadas também aos leigos, segundo o Ritual de Bênçãos; 10. Fazer parte integrante da Equipe de Liturgia; 11. Estar atento às necessidades da comunidade e promover a união de todos. Veste e objetos Os ministros extraordinários da Comunhão deverão usar a opa durante as suas funções, na cor e modelo escolhidos pela paróquia. É necessário que tenham mangas compridas e um emblema eucarístico. Para levar a Comunhão aos doentes o ministro usará uma teca e o corporal, e uma carteirinha de identificação fornecida pela paróquia (RITUAL DO MINISTRO EXTRAORDINÁRIO, Editora Vozes) 9

PASTORAL DOS ENFERMOS ENFRENTANDO UMA SITUAÇÃO DE MORTE Anotações da palestra da psicóloga Irani Bertoldo Não tem sentido falar de morte, se não soubermos o que é vida! Só morre o que está vivo. Na Natureza, animais, vegetais, pessoas, tudo o que vive também morrerá. A morte é um aspecto da vida, como o nascer e o crescer. Cada dia vivido é um dia a menos na existência do ser humano. Cada dia está mais próximo da morte. Se a morte é um processo natural, porque o medo? Jesus disse: Amai os outros como a vós mesmos. Então, para amar outra pessoa, antes de tudo tenho que aprender a me amar! Deus fez os homens, seres sociais: vivemos em sociedade, precisamos estar um com o outro, precisamos um do outro. Se nos isolamos, morremos. Primeiro vem a morte mental, intelectual ou espiritual, depois vem a morte física. Mas a sociedade também coloca barreiras, estabelece normas de comportamento. As relações de amizade de homem e mulher são consideradas normais, mas a relação de homem com homem e de mulher com mulher geralmente geram comentários. Da mesma forma, falar alto, rir alto, ter modos muito diferentes do que se considera normal, costuma causar certas situações embaraçosas. Diante de tantas barreiras que a sociedade nos coloca, como dar atenção para quem necessita de nós? Morte é o limite. Morte é a impotência. Morte é a incapacidade de reagir. A partir desse momento, não se pode fazer mais nada. Há pessoas que podem ser chamadas tóxicas: para elas todo dia é ruim, todo dia dói em algum lugar, não acredita em ninguém, é incapaz de ser uma boa companhia. Para essas pessoas, a morte (espiritual) está próxima. Os sentimentos morrem, como o corpo. Pessoas negativas, sem esperança, como se diz, Está em pé. Só falta mesmo morrer. Ao se vivenciar uma situação de morte, aprende-se muito, e muitas vezes parte-se para ações positivas. Quantos casos são conhecidos em que: Após a morte de um ente querido por uma doença específica, os familiares partem para ajudar outras pessoas na mesma situação? Após a morte provocada por acidente de trânsito, a família inicia campanha para melhorar a região onde mora, com melhor sinalização? 10

Após a morte provocada por assalto, os familiares fundam associação de vítimas da violência urbana? Não é negando uma realidade que ela se resolve. Ao contrário, é vivendo e enfrentando que a solução aparece. O corpo de uma criança, que brinca e vive como criança, precisa morrer, para nascer o corpo de um adolescente. É nesta fase da vida que ocorrem as maiores transformações no corpo. Vida e morte são indícios de transformação. O corpo adolescente morre, para nascer o adulto. Há grandes e novas experiências, especialmente ligadas à responsabilidade. Os sentimentos da infância e da adolescência morrem. Daí o medo do jovem. A escolha da profissão. O novo emprego. O casamento. A perda do filho quando começa a namorar, quando fala em casar. A dor é por causa da separação, da perda da posse. Os filhos casam, a vida avança e muda. Entramos na terceira idade. Nesta fase, escondemos a idade. Percebe-se a aproximação da morte. Assim, vivemos acumulando bens, vendo-os ir embora. O mais difícil é quando a perda envolve a perda de TODOS os bens materiais, dinheiro, conquistados durante uma vida de trabalho. Por isso, a morte assusta tanto. Quanto mais apego às coisas da vida, maior a dificuldade em enfrentar uma situação de morte. Porque com a morte, nada disso se leva. O que podemos levar com a morte? Amor, carinho, bons momentos vividos. O que fazer diante de uma pessoa que está à porta da morte? Levar alegria, conforto e esperança, lembrar os bons momentos da vida, que fizeram a vida valer a pena! Simplesmente ouvir! A pessoa pode estar querendo ser ouvida! Simplesmente dar a mão! Demonstrar amor, carinho, calor humano, transmitindo a mensagem: Estou aqui! Não tenha medo! Não se preocupe! O medo é uma reação do ser humano frente ao desconhecido. Medo de casar (será que vai dar certo?). Medo do parto (vai doer?). Medo de viajar em avião (o mecânico está no chão!). Medo da morte (o que vem depois)? * * * * * * * * * * * * * * * * Filmes recomendados: Um golpe do destino Patch Adams o amor é contagioso 11

25/10/2001 Pastoral da Saúde Santuário Nossa Senhora Aparecida 12

PRIMEIRO ENCONTRO DOS MINISTROS EXTRAORDINÁRIOS DOS ENFERMOS Anotações dos principais pontos das palestras O MINISTÉRIO LEIGO teólogo João Santiago Antes do Concílio Vaticano II, iniciado em 1962, durante o papado de João XXIII, o leigo não podia nem mesmo pisar no presbitério. Com o Concílio, encerrado em 1965, já sob o papado de Paulo VI, as portas foram abertas ao trabalho leigo, o povo de Deus, para crescer e caminhar. Surgiram os ministérios. Ministro significa servidor. Jesus disse: Eu não vim para ser servido, mas para servir. A vida do leigo deve testemunhar a fé. A ação do servidor deve ser de compromisso com a comunidade e com a Igreja. Servir com vocação. O Código do Direito Canônico estabelece os direitos do leigo dentro da Igreja, e as condições para que o leigo atue, entre outros, como ministro extraordinário da Eucaristia. Há ministros estáveis, ministros por período determinado e ministro para um momento. Como deve ser a vida do ministro? Deve ser uma só! Não pode agir de uma forma no altar, e de outra na vida normal. O mais importante é o espírito de fé. Deus o escolheu para servir da forma como você sempre foi. A vida cristã deve ser exemplar, dedicados e humildes no ministério. Ter sólida piedade eucarística. Que vivam em alegre comunhão espiritual e com o padre. Devem ser agentes de união dentro e fora da comunidade. Devem saber os princípios teológicos. Erradamente, testemunhamos Jesus ressuscitado e dialogamos reencarnação. (por ex: dizemos sofreu tanto nesta vida..., o inferno é aqui mesmo.... Não há outra vida, há transformação da vida. A carta aos hebreus define claramente o que é sacerdócio ministerial e sacerdócio comum. Com o Batismo, somos eleitos a ser sacerdotes, profetas e reis. 13

É preciso crescer conscientemente na fé. Procurar informação. Não pode ser um ministro burro. (por ex: dizer que a Eucaristia vai curar tudo, e o doente deixa de tomar seus remédios...). PROGRAMA DE INTERNAÇÃO DOMICILIAR enfermeiro Roberto Programa Médico da Família desenvolvido pela prefeitura de S Caetano: Atendimento domiciliar para maiores de 65 anos Atendimento para pessoas com dificuldade de locomoção Um médico para cada região (norte, sul, leste e oeste da cidade) Projeto em desenvolvimento: programa de internação domiciliar (PID) com médico em casa Atendimento: Programa Médico da Família Rua Peri, 235 fone: 4224-5307 OS MINISTÉRIOS LEIGOS ministro da Comunhão Extraordinária e da Palavra Antonio César Teixeira O servidor não deve envaidecer-se do serviço que desempenha. Quem deve aparecer é Jesus, não o servidor. O Catecismo da Igreja Católica (CIC), em seu parágrafo 900, diz: os leigos têm a obrigação e o direito de trabalhar para que a mensagem da salvação seja conhecida por toda a terra. No parágrafo 785, diz: o povo santo de Deus participa da missão profética de Cristo. O responsável pela paróquia é o padre. O ministro extraordinário tem que acatar as ordens do padre. Ao atingir a idade de 75 anos, o padre pode pedir renúncia. O bispo pode aceitar ou não o pedido do padre, em função da disponibilidade ou das necessidades da diocese. Numa celebração, na ausência de um ministro, tem sempre um outro presente, que cobre sua falta. No atendimento a um doente, não pode haver falha, pois não tem outro imediatamente para substituir. O doente sente falta. O ministro não deve ser um papa-hóstia. Sua participação deve ser dialogar e ouvir o que Jesus tem para lhe dizer. Pedir forças para o dia a dia, para a semana, para o trabalho que vai desempenhar. Não tem sentido, nem é permitido, passear com a teca contendo a hóstia consagrada. Ao pegar uma hóstia no sacrário, deve ser levada imediatamente ao doente. Incentivar o doente a receber outros sacramentos: confissão, unção dos enfermos, além da comunhão. 14

Programar celebração de missas especiais com os enfermos (com aqueles que tenham condição de locomover-se até a igreja) Cuidado com os excessos. Ministro extraordinário não é padre. Os ministros extraordinários são designados para situações especiais de necessidade e onde não tem padre. Ministro extraordinário do batismo: nomeação extraordinária (durante uma viagem do padre, por exemplo). Parágrafo 1669 do CIC: todo batizado é chamado a ser uma bênção e a abençoar. Ministro extraordinário da bênção é aquele que pode dar as bênçãos conforme prevê o Ritual das Bênçãos. Palavras de bênção devem estar sempre em nossa boca, independente do ministério. Ministro de cerimônias fúnebres é aquele a quem é delegada a função de acompanhar e celebrar os rituais fúnebres. Ministro do matrimônio é um representante legal (testemunha qualificada do matrimônio). Deve ter uma ordem especial do bispo para exercer esta função. Devemos aproveitar os momentos em que pessoas não acostumadas a participar da Igreja estejam presentes, para evangelizar (ex: missas de 7º dia, velórios, visitas à família do doente). Estas funções são cargos designados para servir. E os cargos, do mesmo modo que são dados, podem ser retirados. É necessário dignidade e vivência cristã para o desempenho dessas funções A PASTORAL DA SAÚDE Padre Beto (Roberto Alves Marangon) A Pastoral da Saúde tem três dimensões. A dimensão solidária, também chamada Pastoral dos Enfermos, é a que promove visita aos enfermos e o acompanhamento da família do doente. A dimensão comunitária procura produzir medicamentos alternativos, alimentação natural, atendimento à gestante e à criança. A dimensão jurídico-institucional atua nos conselhos de saúde (municipais e estaduais). A paróquia de São Bento é a coordenadora das Pastorais da Saúde em São Caetano do Sul, e tem um registro completo de todos os doentes da cidade, incluindo endereço e situação. Cada paróquia receberá uma lista dos doentes em sua área, e a cada nova entrada ou saída de nomes nesta lista deverá ser comunicada à coordenação. 15

A UNÇÃO DOS ENFERMOS Padre Beto (Roberto Alves Marangon) Com o passar da história, esse sacramento sofreu variação na forma de administração. Antes do Concílio Vaticano II, era chamado Extrema Unção, pois era administrado quando o doente estava à beira da morte. Modernamente se recomenda a unção quando se está doente (não moribundo!), como fortalecimento contra os sentimentos negativos que a doença traz, e também antes de cirurgias delicadas. A matéria do sacramento é o óleo. A unção serve para dar força, agilidade a um confronto da vida contra a morte. Em termos de fé, nos dá agilidade para nos aproximarmos de Deus. Na carta de São Tiago 5,14-15 está o fundamento bíblico para o sacramento da Unção dos Enfermos. Este Sacramento só é administrado por um presbítero (diácono, padre, bispo) porque também perdoa os pecados. Unge-se a fronte e as mãos (às vezes também os pés) com óleo. Não há idade mínima para receber o Sacramento. A Igreja recomenda que acima de 65 anos sejam ungidos os fiéis, a cada ano, para preparar a chegada do dia da transformação, e dar forças ao indivíduo e ao espírito. O óleo utilizado é o óleo de oliva (de preferência, mas pode ser qualquer óleo vegetal puro) que foi benzido pelo bispo na Quinta-feira Santa, na cerimônia da Bênção dos Santos Óleos, especificamente para atender os enfermos. Extraordinariamente, quando acaba o óleo, o padre pode benzer uma pequena quantidade de óleo para administrar a unção ao doente. É necessário que a pessoa que recebe o Sacramento esteja consciente, para participar das orações, conversar, como prescrito no ritual da Unção dos Enfermos. Pode-se administrar a unção mais de uma vez. A cada nova doença ou a cada agravamento da saúde, e de tempos em tempos nos casos de doenças crônicas. No Batismo, recebe-se duas unções com óleo: a unção com óleo dos Catecúmenos (no peito), e depois com o óleo do Crisma (na fronte). RECOMENDAÇÕES, PERGUNTAS E RESPOSTAS Preparar a pessoa para a visita do padre, para não dar a impressão de mau agouro. Preparar para receber os Sacramentos. O doente precisa pedir e aceitar receber os sacramentos. A iniciativa não deve partir da família para chamar o padre. Precisa trabalhar essa decisão. 16

Se a família não quer que chame o padre (por ex, porque são de outra religião), mas o doente quer, é necessário trabalhar a família para respeitar a vontade do doente. Não se administra Eucaristia nem Unção a pessoas inconscientes, com sonda nasogástrica, com esclerose, quando não estão conscientes do que estão recebendo. Nestes casos, apenas se faz a visita. Não se pode guardar a Eucaristia em casa (por ex: não encontrou o doente). O certo é devolver a partícula ao Sacrário. Se não for possível (a igreja está fechada), o ministro deve consumir a hóstia. Comunhão só para o doente, que não pode ir até a igreja. Os familiares não podem receber a comunhão em casa. Para iniciar as visitas e levar a comunhão a um doente, primeiro o padre precisa visitar o doente para conhecê-lo, atender a uma confissão. Depois disso os ministros podem levar a comunhão com a frequência que o padre recomendar (cada semana, 15 dias etc). Se a partícula cair no chão e não se contaminou nem sujou, pode-se consumir a hóstia (o ministro, para não causar má impressão ao doente). Se sujou, diluir em água limpa e despejar na terra (não no esgoto!). Em todas essas situações, reagir com naturalidade e equilíbrio. Reação racional e não emocional. Uma parturiente pode receber a Unção dos Enfermos, em caso de gravidez de risco, mas o mais adequado é uma bênção prevista no ritual de bênçãos e sacramentais. O ministro não é um juiz. Não pode negar um Sacramento a uma pessoa que se aproxima da Eucaristia. Não julgar uma pessoa mal vestida, bêbada ou fora de juízo, enfim, pelas aparências. Se necessário, aconselhar essa pessoa em outra hora. Exceção em caso óbvio de falta de lucidez sobre o que está recebendo no momento. Não usar o momento da visita à família para dar bronca. Privilegiar o momento para o encontro com Deus. A VISITAÇÃO AOS DOENTES Pe Alex Sandro Camilo O espaço do leigo é o mundo (Concílio Vaticano II). Quando vamos fazer uma visita, é para levar Jesus. Por isso, devemos atender a alguns requisitos importantes: Primeira exigência para o visitador: equilíbrio psicológico. São cenas comuns fratura exposta, feridas mal cheirosas, sondas... 17

Precisa ser sensível: perceber o estado da pessoa. Não dizer Oi, tudo bem? nem Como você está mal hoje.... Melhor é dizer Como você está se sentindo hoje? Precisa ter vivência comunitária: vai levar testemunho de fé e de vida em comunidade. Precisa ter boa preparação de fé: sempre ter mensagem de esperança e de fé, nunca sentimentos negativos. Precisa ter mentalidade aberta: sensibilidade para discernir, sem julgar, sem preconceitos. A visita é para mostrar que estamos ao lado do doente para melhorar sua saúde. Precisa trabalhar em equipe: Jesus chamou 12 homens para ajudá-lo. Não trabalhar sozinho, mas em equipe, para atender os doentes. Os doentes são o objeto da pastoral da comunidade. Nunca são meus doentes. Por isso, recomenda-se trocar de agentes (fazer rodízio) a cada dois meses, para evitar apego excessivo à pessoa, evitar dependência. Precisa boa comunicação com o padre, com a equipe e com o doente. Tem que sorrir sempre. Não pode medicar nunca (tome esse remédio, esse chá...). Precisa ter bom relacionamento com o doente: tratar com carinho, atenção, simplicidade, sem nojo, tratar como ser humano, que sente, chora, ri, que precisa falar e que quer ser ouvido. Precisa ter bom relacionamento com a família. O doente costuma ser jogado em lugar ruim, mal ventilado, sujo... Precisa conscientizar a família da necessidade de tratar melhor o doente, para poder melhorar sua saúde. No entanto, NÃO PODE INTERFERIR. Precisa ter bom relacionamento com os agentes da saúde dos hospitais: médicos, enfermeiros, auxiliares. Visitar primeiro os últimos quartos, que são os menos vistos. Respeitar a convicção religiosa, se os outros não forem católicos. O agente da Pastoral dos Enfermos tem que ser um homem ou mulher de oração. Rezar sempre pela equipe, pelos doentes, pelas famílias, pelo crescimento espiritual do grupo, para usar as palavras certas. Palavras que devemos evitar durante as visitas: É a vontade de Deus. Deus sabe o que faz. (doença não é a vontade de Deus, é consequência da natureza humana ou da sua irresponsabilidade ex: acidente com veículo em alta velocidade). Deus dá o frio conforme o cobertor. (então Deus é injusto, pois dá mais frio para uns que para outros). 18

A cruz não é sinal de sofrimento, mas de salvação. Criança excepcional não é culpa de Deus. É limitação da biologia humana. Não é um peso para os pais, é oportunidade para aproximar a família a Deus. Amemos quem precisa de nós. Isso vale mais que todas as missas. Deus prova aqueles que ama (Deus não quer sofrimento!) Coragem, precisa ser forte! (devemos nos compadecer do sofrimento da outra pessoa). Coragem, Deus vai te curar! (cuidado, não prometa coisas assim). Enquanto existe vida, existe esperança. (e a pessoa está agonizando?) É preciso sofrer para ir ao céu. (e as pessoas que morrem dormindo?) 27/10/2001 * * * * * * * * * * * * 19

PASTORAL DOS ENFERMOS Anotações das orientações do atendente da ABCEL, Nilson Atitudes que devem ser tomadas em caso de óbito: 1- Morte violenta: obrigatório encaminhar corpo ao IML para determinação da causa da morte. 2- Pessoa saudável morre em casa: chamar delegacia e fazer boletim de ocorrência (BO). O corpo não deve ser retirado antes da chegada da polícia. Será enviado ao IML para determinação da causa da morte. 3- Pessoa doente morre em casa: o médico que a acompanhava dará o atestado de óbito, indicando a causa da morte. 4- Pessoa doente morre no hospital: o médico que acompanhava o doente assinará o atestado de óbito. 5- Óbito ocorrido após ocorrência de fratura: é obrigatório encaminhar o corpo ao IML. 6- Nenhum médico de hospital pode dar atestado de óbito se a morte ocorrer em até 48 horas após a internação no hospital. 7- Cadáver não pode ser transportado em ambulância. 8- Cremação: é necessário duas testemunhas dessa vontade do falecido e atestado de óbito assinado por dois médicos ou fazer declaração em vida. Em SCS, chamar polícia pelo fone 199. Em outras cidades, 190. Funerárias não podem solicitar atestado de óbito. O exposto acima é previsto em lei, e a execução das análises num corpo pode demorar. Por isso, as famílias procuram médicos conhecidos para obter o atestado de óbito, e com isso perdem menos tempo nos rituais fúnebres. Deve-se deixar claro que essas são atitudes que visam o conforto da família (rapidez na liberação do corpo para o enterro) e não o cumprimento das leis. 20

PASTORAL DOS ENFERMOS São Caetano do Sul, 8 de novembro de 2.001. Escopo do Trabalho: 1. Procedimentos na constatação de óbito 2. Breves Noções sobre o Direito a Assistência Religiosa e Garantias e Direitos Fundamentais. 1. Dos procedimentos a serem tomados quando da constatação de óbito Durante o exercício da atividade proposta por este grupo, notadamente quando realizadas na residência do doente/idoso, ao ser contatado um óbito, a única providência a ser tomada é o contato com o distrito policial mais próximo ou com o 190. A autoridade policial estará comparecendo ao local e encaminhando ao corpo ao SVO (Serviço de Verificação de Óbito). Este serviço tem por finalidade a apuração das causas da morte da pessoa. Tal procedimento faz-se importante, uma vez que é obrigação da Administração Pública zelar pela saúde de seus administrados. Ressalte-se que este procedimento é obrigatório para todo óbito. Por intermédio deste serviço, há a possibilidade de ser constatada uma morte por doença infecto contagiosa, intoxicação pelo uso de remédio ou consumo de determinado alimento, entre outros, tomando as medidas legais e administrativas adequadas para a proteção da comunidade. Após o encaminhamento do corpo pela autoridade policial ao SVO, todos os demais procedimentos são tomados pelos familiares ou pela própria Administração Pública: 1. Após a verificação do óbito, a família tem um prazo de 72 (setenta e duas) horas para reclamar o corpo, o que deverá ser feito mediante a apresentação de documentos do falecido e comprovação de vínculo de parentesco com o mesmo. Após a liberação, a família poderá providenciar o sepultamento; 2. Decorrido o prazo de 72 horas sem haver o comparecimento de nenhum parente, a Administração Pública estará providenciando o sepultamento do corpo em cemitério da Prefeitura. 21

3. Tais providências também poderão ser tomadas por amigos desde que esteja de posse dos documentos originais do falecido e mediante autorização do Delegado de Polícia. Em nenhum momento é permitido mexer nos pertences do falecido. O único procedimento a ser tomado é a comunicação do óbito à polícia. Assim, é aconselhável que este grupo providencie o cadastro das pessoas assistidas, contendo seus dados pessoais, nomes dos parentes mais próximos e telefone para contato. Há hipótese de pessoa que resida sozinha, tendo o grupo a certeza de que a pessoa encontra-se em sua residência mas não responde aos chamados da campainha, deve ser solicitado o comparecimento da autoridade policial para verificação. Nunca proceder com o arrombamento da porta. Este procedimento é de competência da polícia. Entretanto, na hipótese de prestação de socorro, ou seja, se a pessoa corre perigo iminente, atual, tal procedimento é permitido. 2. Breves Noções sobre Direitos Humanos e o Direito à liberdade de religião Direitos e garantias individuais são aqueles que expressam e contêm as condições básicas da pessoa humana, ou seja, qualquer indivíduo é portador de tais direitos e a causa principal do reconhecimento, pela sociedade, de tais direitos em favor do indivíduo é de ordem religiosa. Uma grande contribuição desse reconhecimento é atribuída ao Cristianismo, com a idéia de que cada pessoa é criada à imagem e semelhança de Deus, portanto, ha igualdade fundamental entre todos os homens. Já na Idade Média haviam pensadores cristãos que distinguiam três espécies de normas (leis): a lei divina (advinda dos mandamentos e dos ensinamentos da Bíblia), a lei natural (inerente ao indivíduo em razão da natureza) e a lei positiva (criada pelos Reis para regramento da própria sociedade). Desde então sempre se tentou conciliar as leis divinas e as positivas. 22

Pela própria evolução histórica das sociedades, os direitos individuais além de se tornarem muito mais amplos e complexos, também acabaram se tornarem uma questão de interesse internacional. Assim, em 1.948 foi instituída a Declaração Universal dos Direitos do Homem, que dividiu estes direitos individuais em quatro ordens: a) Direitos pessoais do indivíduo: vida, liberdade e segurança; b) Direitos do indivíduo em sociedade: nacionalidade, asilo político, livre circulação, residência e propriedade; c) Direitos públicos: liberdade de pensamento, de consciência e religião, de opinião e de expressão; de reunião e associação; d) Direitos econômicos e sociais: trabalho, sindicalização, repouso e educação. Interessa-nos os direitos públicos, notadamente no que concerne à religião. De acordo com o artigo 18 da declaração Universal dos Direitos do Homem: Todo homem tem direito a liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular. Em verdade, o trabalho deste grupo é importante uma vez que acaba por viabilizar o exercício de um direito inerente ao ser humano, devidamente protegido internacionalmente. Seguindo este conceito, a Constituição Federal de 1.988 não deixou de observar o direto dos brasileiros à prática religiosa. Primeiramente, em seu artigo 4º, inciso II, dispõe: A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: II prevalência dos direito humanos; Pois bem, por este dispositivo, em havendo conflito entre a lei brasileira e o ordenamento de outro país, prevalece o regulamentado pela Declaração 23

Universal dos Direitos Humanos, que garante, em seu art.18, a liberdade de escolha e exercício da religião. Não obstante, em seu artigo 5º, que trata dos direitos e garantias fundamentais (acima explicitados), a Constituição dispõe que ninguém será privado por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta (...) Ou seja, a opção pela religião assim como o seu exercício são plenos e fazem parte de um rol amplo de direitos e garantias inerentes ao homem, aos quais a Constituição Brasileira de 1.988 reservou um grande espaço, com o principal intuito de servir como mecanismo de afirmação dos Direitos Humanos e, mais que isso, assegurar a sua inviolabilidade. Sem estes direitos, a Constituição seria um aglomerado de normas que somente teriam em comum o fato de estarem inseridas num mesmo texto legal; sendo certo que, onde não existir Constituição não haverá direitos fundamentais. Entretanto, mesmo em tendo a humanidade regulamentado a existência dos direitos fundamentais do homem, o maior problema enfrentado nos dias de hoje não consiste em reconhecer a existência destes direitos, mas sim em protegê-los. Com este trabalho, muito mais do que oferecer assistência religiosa àquele impedido de exercer sua religião, este grupo acaba por viabilizar o exercício de um direito inerente ao ser humano e reconhecido por toda a humanidade. Que Deus abençoe o trabalho de vocês. Aline Mazzolin Ferreira Advogada Tel. Com.: 4990-9373 24

DIREITOS DO PACIENTE 1. O paciente tem direito a atendimento humano, atencioso e respeitoso, por parte de todos os profissionais de saúde. Tem direito a um local digno e adequado para seu atendimento. 2. O paciente tem direito a ser identificado pelo nome e sobrenome. Não deve ser chamado pelo nome da doença ou do agravo à saúde, ou ainda de forma genérica ou quaisquer outras formas impróprias, desrespei-tosas ou preconceituosas. 3. O paciente tem direito a receber do funcionário adequado, presente no local, auxílio imediato e oportuno para a melhoria de seu conforto e bem-estar. 4. O paciente tem direito a identificar o profissional por crachá preenchido com o nome completo, função e cargo. 5. O paciente tem direito a consultas marcadas, antecipadamente, de forma que o tempo de espera não ultrapasse a trinta (30) minutos 6. O paciente tem direito de exigir que todo o material utilizado seja rigorosamente esterilizado, ou descartável, e manipulado segundo as normas de higiene e prevenção. 7. O paciente tem direito de receber explicações claras sobre o exame a que vai ser submetido e para qual finalidade irá ser coletado o material para exame de laboratório. 8. O paciente tem direito a informações claras, simples e compreensíveis, adaptadas à sua condição cultural, sobre as ações diagnósticas e terapêuticas, o que pode decorrer delas, a duração do tratamento, a localização de sua patologia, se existe necessidade de anestesia, qual o instrumental a ser utilizado e quais regiões do corpo serão afetadas pelos procedimentos. 9. O paciente tem direito a ser esclarecido se o tratamento ou o diagnóstico é experimental ou faz parte de pesquisa, e se os benefícios a serem obtidos são proporcionais aos riscos, e se existe probabilidade de alteração das condições de dor, sofrimento e desenvolvimento da sua patologia. 10. O paciente tem direito de consentir ou recusar a ser submetido à experimentação ou pesquisas. No caso de impossibilidade de expressar sua vontade, o consentimento deve ser dado por escrito por seus familiares ou responsáveis. 11. O paciente tem direito a consentir ou recusar procedimentos, diagnósticos ou terapêuticas a serem nele realizados. Deve consentir de forma livre, voluntária, esclarecida com adequada informação. Quando ocorrerem alterações significantes no estado de saúde inicial ou da causa pela qual o consentimento foi dado, este deverá ser renovado. 25

12. O paciente tem direito de revogar o consentimento anterior, a qualquer instante, por decisão livre, consciente e esclarecida, sem que lhe sejam imputadas sanções morais ou legais. 13. O paciente tem o direito de ter seu prontuário médico elaborado de forma legível e de consultá-lo a qualquer momento. Este prontuário deve conter o conjunto de documentos padronizados do histórico do paciente, princípio e evolução da doença, raciocínio clínico, exames, conduta terapêutica e demais relatórios e anotações clínicas. 14. O paciente tem direito a ter seu diagnóstico e tratamento por escrito, identificado com o nome do profissional de saúde e seu registro no respectivo Conselho Profissional, de forma clara e legível. 15. O paciente tem direito de receber medicamentos básicos, e também medicamentos e equipamentos de alto custo, que mantenham a vida e a saúde. 16. O paciente tem o direito de receber os medicamentos acompanhados de bula impressa de forma compreensível e clara e com data de fabricação e prazo de validade. 17. O paciente tem o direito de receber as receitas com o nome genérico do medicamento (Lei do Genérico), e não em código, datilografadas ou em letras de forma, ou com caligrafia perfeitamente legível, e com assinatura e carimbo contendo o número do registro do respectivo Conselho Profissional. 18. O paciente tem direito de conhecer a procedência e verificar antes de receber sangue ou hemoderivados para a transfusão, se o mesmo contém carimbo nas bolsas de sangue atestando as sorologias efetuadas e sua validade. 19. O paciente tem direito, no caso de estar inconsciente, de ter anotado em seu prontuário, medicação, sangue ou hemoderivados, com dados sobre a origem, tipo e prazo de validade. 20. O paciente tem direito de saber com segurança e antecipadamente, através de testes ou exames, que não é diabético, portador de algum tipo de anemia, ou alérgico a determinados medicamentos (anestésicos, penicilina, sulfas, soro antitetânico, etc.) antes de lhe serem administrados. 21. O paciente tem direito a sua segurança e integridade física nos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados. 22. O paciente tem direito de ter acesso às contas detalhadas referentes às despesas de seu tratamento, exames, medicação, internação e outros procedimentos médicos. (Portaria do Ministério da Saúde nº1286 de 26/10/93- art.8º e nº74 de 04/05/94). 23. O paciente tem direito de não sofrer discriminação nos serviços de saúde por ser portador de qualquer tipo de patologia, principalmente no caso de ser portador de HIV / AIDS ou doenças infectocontagiosas. 24. O paciente tem direito de ser resguardado de seus segredos, através da manutenção do sigilo profissional, desde que não acarrete riscos a terceiros ou à saúde pública. Os segredos do paciente correspondem a 26

tudo aquilo que, mesmo desconhecido pelo próprio cliente, possa o profissional de saúde ter acesso e compreender através das informações obtidas no histórico do paciente, exames laboratoriais e radiológicos. 25. O paciente tem direito a manter sua privacidade para satisfazer suas necessidades fisiológicas, inclusive alimentação adequada e higiênicas, quer quando atendido no leito, ou no ambiente onde está internado ou aguardando atendimento. 26. O paciente tem direito a acompanhante, se desejar, tanto nas consultas, como nas internações. As visitas de parentes e amigos devem ser disciplinadas em horários compatíveis, desde que não comprometam as atividades médico / sanitárias. Em caso de parto, a parturiente poderá solicitar a presença do pai. 27. O paciente tem direito de exigir que a maternidade, além dos profissionais comumente necessários, mantenha a presença de um neonatologista, por ocasião do parto. 28. O paciente tem direito de exigir que a maternidade realize o "teste do pezinho" para detectar a fenilcetonúria nos recém-nascidos. 29. O paciente tem direito à indenização pecuniária no caso de qualquer complicação em suas condições de saúde motivadas por imprudência, negligência ou imperícia dos profissionais de saúde. 30. O paciente tem direito à assistência adequada, mesmo em períodos festivos, feriados ou durante greves profissionais. 31. O paciente tem direito de receber ou recusar assistência moral, psicológica, social e religiosa. 32. O paciente tem direito a uma morte digna e serena, podendo optar ele próprio (desde que lúcido), a família ou responsável, por local ou acompanhamento e ainda se quer ou não o uso de tratamentos dolorosos e extraordinários para prolongar a vida. 33. O paciente tem direito à dignidade e respeito, mesmo após a morte. Os familiares ou responsáveis devem ser avisados imediatamente após o óbito. 34. O paciente tem o direito de não ter nenhum órgão retirado de seu corpo sem sua prévia aprovação. 35. O paciente tem direito a órgão jurídico de direito específico da saúde, sem ônus e de fácil acesso. FÓRUM DE PATOLOGIAS DO ESTADO DE SÃO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE 27