CLOMAZONE E PROMETRYNE UTILIZADOS EM PRÉ-EMERGÊNCIA PARA O CONTROLE DE BELDROEGA

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Transcrição:

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 211, São Paulo, SP 211 Página 713 CLOMAZONE E PROMETRYNE UTILIZADOS EM PRÉ-EMERGÊNCIA PARA O CONTROLE DE BELDROEGA Michel Alex Raimondi 1 ; Luiz Henrique Morais Franchini 2 ; Jamil Constantin 3 ; Rubem Silvério de Oliveira Júnior 3 ; Denis Fernando Biffe 1 ; Fabiano Aparecido Rios 2 ; Alexandre Gemelli 2 ; Eliezer Antonio Gheno 4. 1 Doutorando em Agronomia Núcleo de Estudos Avançados em Ciência das Plantas Daninhas - Universidade Estadual de Maringá (NAPD/UEM); 2 Mestrando em Agronomia (NAPD/UEM). franchini@agronomo.eng.br; 3 Prof. Dr. Departamento de Agronomia (NAPD/UEM); 4 Graduando em Agronomia (NAPD/UEM). RESUMO Têm se observado aumento da infestação com Portulaca oleracea (beldroega) em áreas cultivadas com algodão no cerrado brasileiro. O objetivo do trabalho foi avaliar a desempenho dos herbicidas clomazone e prometryne utilizados em pré-emergência para o controle de P. oleracea. O trabalho foi desenvolvido em duas etapas, ambas realizadas em casa-de-vegetação: a primeira para estabelecer, por meio da curva dose-resposta, uma dose de cada herbicida capaz de promover o controle eficiente (C95) de P. oleracea; a segunda, para verificar o período de atividade residual proporcionado pela dose C95 e por uma dose recomendada de ambos os herbicidas. Na primeira etapa, foram utilizadas doses crescentes dos herbicidas, de modo o obter a curva dose-resposta. Na segunda etapa, a dose a C95 e uma dose recomendada destes, foram aplicadas em quatro épocas antecedendo a semeadura da planta daninha, sendo avaliado a porcentagem de controle aos, 1, 2 e 3 dias após aplicação dos tratamentos (DAA). Verificou-se na primeira etapa que clomazone e prometryne são eficientes no controle de P. oleracea. No entanto a dose C95 de prometryne promoveu curta atividade residual no solo. Mesmo em dose extremamente reduzida (C95), clomazone apresentou atividade residual eficiente por períodos de até 3 DAA. Palavras-chave: Algodão; Atividade residual; Curva de dose-resposta; Portulaca oleracea; INTRODUÇÃO Originária do norte da África Portulaca oleracea (beldroega) encontra-se disseminada em todo território brasileiro. Considerada a principal planta daninha nas grandes regiões produtoras de alface dos Estados Unidos na ultima década (HAAR; FENNIMORE, 23), tornou-se infestante comum nas áreas cultivadas com algodão no cerrado brasileiro. O controle químico tem sido o método mais utilizado na cultura do algodoeiro, visto os grandes módulos de terra explorados pela cultura. O controle mecânico, realizado pelo cultivo das entre linhas, pode causar sérios danos às plantas cultivadas, principalmente quando afetado o sistema radicular. Outra restrição do controle mecânico, em especial para o controle de P. oleracea, é devido a

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 211, São Paulo, SP 211 Página 714 capacidade desta espécie em sobreviver ao cultivo mecânico, ou a capina manual, e gerar nova planta a partir de fragmentos de plantas remanescentes na área, depois de realizada a operação mecânica. A aplicação de herbicidas em pré-emergência da cultura e das plantas daninhas é prática consolidada entre os cotonicultores. Esta aplicação permite a cultura emergir no limpo, evitando assim a interferência precoce das plantas daninhas, além de contribuir para a melhor eficiência de posteriores intervenções de controle. No entanto, em virtude do potencial de fitointoxicação que os herbicidas utilizados em pré-emergência proporcionam à cultura, os cotonicultores têm optado pela utilização de sub-dosagens destes herbicidas, nestas aplicações, condição que provavelmente reduz a atividade residual destes herbicidas (RAIMONDI et al., 21). Assim, é importante o conhecimento do desempenho das opções de herbicidas existentes, em relação ao controle das principais espécies de plantas daninhas, para que assim, possa ser adotada a melhor estratégia de controle. Portanto, o objetivo do trabalho foi encontrar a dose de clomazone capaz de promover o controle eficientemente de Portulaca oleracea, através da curva de dose-resposta do herbicida. Também, verificar para esta dose, o período de atividade residual no solo, comparativamente com doses recomendadas do herbicida. METODOLOGIA O experimento foi conduzido em casa de vegetação do Núcleo de Estudos Avançados em Ciência das Plantas Daninhas (NAPD) da Universidade Estadual de Maringá (UEM). O trabalho foi desenvolvido em duas etapas: a primeira para estabelecer, por meio da curva dose-resposta, a dose de clomazone e prometryne capaz de promover o controle eficiente de P. oleracea; a segunda, para verificar o período de atividade residual, proporcionado por uma dose considerada eficiente de cada herbicida, selecionadas na primeira etapa e por uma dose recomendada dos mesmos. As sementes utilizadas no trabalho foram adquiridas da empresa Agro Cosmos Ltda. Em todas as etapas utilizou-se o delineamento experimental em blocos ao acaso, com quatro repetições, sendo que cada repetição era constituídas de vasos, preenchidos com 4 dm 3 de solo (franco argilo-arenoso), que recebera 1 sementes à profundidade de 1 cm. Na primeira etapa, conduzida entre outubro de 27 e março de 28, os tratamentos constaram da utilização de cinco doses dos herbicidas clomazone (; 125; 25; 5; 1 g ha -1 ) e prometryne (; 125; 25; 5; 75 g ha -1 ), em pré-emergência (PRÉ) da planta daninha. O solo apresentava ph em água de 5,2; 4,96 cmolc de H + +Al +3 dm -3 de solo;,97 cmolc dm -3 de Ca +2 ;,78

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 211, São Paulo, SP 211 Página 715 cmolc dm -3 de Mg +2 ;,24 cmolc dm -3 de K + ; 19,2 mg dm -3 de P; 13,68 g dm -3 de C; 71% de areia; 8% de silte e 21% de argila. Para aplicação dos tratamentos, empregou-se um pulverizador costal pressurizado por CO2, munido de pontas XR11.2, mantido à pressão de trabalho de 35 lb.pol -2, o que resultou em volume de calda de 2 L ha -1. Após a semeadura, os vasos foram irrigados e os herbicidas aplicados 24 horas após a irrigação, portanto em pré-emergência das plantas daninhas e com o solo úmido. Realizou-se avaliação referente à porcentagem de controle visual, por meio da escala de a 1% (em que % representa nenhum controle e 1% representa o controle total das plantas daninhas (SOCIEDADE..., 1995), aos 28 dias depois da semeadura das plantas daninhas. Os dados foram submetidos à análise de variância e regressão, ajustados ao modelo de regressão não-linear logístico, proposto por Streibig (1988): Em que: y = controle (%); x = dose do herbicida (g ha -1 ) e; a, b e c = parâmetros estimados da equação, de tal forma que: a = amplitude existente entre o ponto máximo e o ponto mínimo da variável; b = dose que proporciona 5% de resposta da variável; c = declividade da curva ao redor de b. Pelo modelo ajustado realizou-se a determinação da dose de cada herbicida, em g ha -1, que proporcionaria 8% e 95% de controle (C8 e C95) da planta daninha. Na segunda etapa, conduzida entre outubro de 28 e janeiro de 29, buscou-se avaliar a atividade residual das doses C95, selecionada na primeira etapa (Tabela 1). Comparativamente, avaliou-se a atividade residual proporcionada por uma dose recomendada de clomazone (8 g ha -1 ) e de prometryne (9 g ha -1 ), que geralmente é usual entre os cotonicultores. O solo apresentava características semelhantes ao primeiro experimento: ph em água de 6,2; 4,15 cmolc de H + +Al +3 dm -3 de solo; 1,14 cmolc dm -3 de Ca +2 ;,82 cmolc dm -3 de Mg +2 ;,41 cmolc dm -3 de K + ; 17,7 mg dm -3 de P; 11,98 g dm -3 de C; 74% de areia; 6% de silte e 2% de argila. Para avaliar a atividade residual das doses, utilizou-se a metodologia descrita por Raimondi (29). Verificou-se o controle das plantas daninhas, após a permanência dos herbicidas no solo por, 1, 2 e 3 dias após a aplicação (DAA). Ao término das aplicações foi realizada a semeadura da planta daninha nas unidades experimentais. A condição de umidade no solo em que o trabalho foi conduzido tentou simular condições normais de campo, sem restrições hídricas, seguindo metodologia descrita por Raimondi (29), também descrita em trabalho de Raimondi et al. (21).

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 211, São Paulo, SP 211 Página 716 Foi avaliada a porcentagem de controle pela escala visual de % a 1%, aos 28 dias depois da semeadura das plantas daninhas. Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F, a 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO As curvas dose-resposta ajustadas para clomazone e prometryne, na primeira etapa, estão demonstradas na Figura 1. Os parâmetros a, b e c do modelo log-logístico, assim como o coeficiente de determinação (R 2 ) e os valores de C8 e C95, estão descritos na Tabela 1. Clomazone foi extremamente eficiente no controle de P. oleracea. A menor dose empregada no trabalho (125 g ha -1 ) proporcionou controle acima de 95%. Através da equação, verifica-se que os valores de C8 e C95 são 5 e 16 g ha -1, respectivamente (Tabela 1). Em trabalho de Cavero et al. (21) observa-se que a menor dose de clomazone utilizada pelos autores (18 g ha -1 ) controlaram praticamente 1% de P. oleracea, em três anos consecutivos de trabalho, demonstrando a grande eficiência do herbicida para o controle desta espécie. Para prometryne, observamos eficiência deste no controle da planta daninha, porém em doses mais elevadas. Os valores de C8 e C95 foram de 34 g i.a. ha -1 e 429 g i.a. ha -1 (Tabela 1), respectivamente. Em relação à atividade residual (Tabela 2), as doses de clomazone promoveram elevados níveis de controle por até 3 DAA. Até mesmo a dose C95 (125 g ha -1 ) proporcionou controle próximo a 1% até 3 DAA. A dose C95 de prometryne (Figura 3) não proporcionou controle satisfatório da espécie até 3 DAA (Tabela 2). O período residual onde o controle se manteve igual ou superior a 8%, foi até 16 DAA. O emprego da dose recomendada manteve o controle eficiente até aos 3 DAA. A atividade residual proporcionada pelos herbicidas no início do ciclo da cultura é muito importante para amenizar a interferência precoce das plantas daninhas na cultura do algodoeiro. Segundo Buzatti (29) esta estratégia em utilizar herbicidas em pré-emergência, proporciona os maiores níveis de produtividade, semelhante à testemunha capinada. Ainda, por se tratar de uma planta daninha de difícil controle pelos herbicidas utilizados em pós-emergência (KALOUMENOS et al., 25), a redução da infestação desta espécie, é crucial para o sucesso no manejo de plantas daninhas durante todo o ciclo produtivo da cultura, pois sem dúvida, melhora a eficiência das posteriores aplicações realizadas em pós-emergência.

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 211, São Paulo, SP 211 Página 717 CONCLUSÃO Clomazone e Prometryne controlaram eficientemente P. oleracea. No entanto, a doses C95 de prometryne apresentou atividade residual eficiente ( 8%) somente até 16 DAA. Mesmo em dose reduzida (C95), clomazone proporcionou consistente atividade residual para o controle de P. oleracea até 3 DAA, para essas características de solo, com reduzido teor de matéria orgânica e argila. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BUZATTI, W. J. S. Uso do herbicida clomazone na redução da matocompetição inicial das plantas daninhas na cultura do algodão. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO ALGODÃO, 7., 29, Foz do Iguaçu-PR. Sustentabilidade da cotonicultura brasileira e expansão dos mercados:anais... Campina Grande: Embrapa Algodão, 29. p.1781-1788. CAVERO, J.; AIBAR, J.; GUTIERREZ, M.; FERNANDEZ-CAVADA, S.; SOPEÑA, J. M.; PARDO, A.; SUSO, M. L.; ZARAGOZA, C. Tolerance of direct-seeded paprika pepper (Capsicum annuum) to clomazone applied preemergence. Weed Technology, v. 15, n. 1, p. 3-35, 21. HAAR, M. J.; FENNIMORE, S. A. Evaluation of integrated practices for common purslane (Portulaca oleracea) management in lettuce (Lactuca sativa). Weed Technology, v. 17, n. 2, p. 229-233, 23. KALOUMENOS, N. S.; VELETZA, V. G.; PAPANTONIOU, A. N.; KADIS, S. G.; ELEFTHEROHORINOS, I. G. Influence of pyrithiobac application rate and timing on weed control and cotton yield in greece. Weed Technology, v. 19, n. 1, p. 27-216, 25. RAIMONDI, M. A. Determinação da curva dose-resposta e atividade residual de herbicidas aplicados em pré-emergência utilizados na cultura do algodoeiro para o controle de Amaranthus e Portulaca oleracea. 29. 121p. Dissertação (Mestrado) Programa de Pós-Graduação em Agronomia, Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 29. RAIMONDI, M. A.; OLIVEIRA JUNIOR., R. S.; CONSTANTIN, J.; BIFFE, D. F.; ARANTES, J. G. Z.; FRANCHINI, L. H.; RIOS, F. A.; BLAINSKI, E.; OSIPE, J. B. Atividade residual de herbicidas aplicados ao solo em relação ao controle de quatro espécies de Amaranthus. Planta Daninha, v. 28, n.esp., p. 173-185, 21. SOCIEDADE BRASILEIRA DA CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS SBCPD. Procedimentos para instalação, avaliação e análise de experimentos com herbicidas. Londrina: 1995. 42 p. STREIBIG, J. C. Herbicide bioassay. Weed Research, v. 28, n. 6, p. 479-484, 1988.

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 211, São Paulo, SP 211 Página 718 Tabela 1. Estimativas dos parâmetros a, b e c, coeficiente de determinação (R 2 ) do modelo loglogístico e das doses C8 e C95, em relação controle de P. oleracea proporcionado pelo herbicida clomazone e prometryne, relativo à primeira etapa do trabalho. Maringá-PR, 27/29 Herbicidas a b c R 2 C8 1/ (g i.a. ha -1 ) C95 2/ (g i.a. ha -1 ) Clomazone 99,42 1,6297-1,3688,99 5 16 Prometryne 11,4446 271,1689-5,879,99 34 429 ( 1/ ) Doses para o controle 8% de P. oleracea ( 2/ ) Doses para o controle 95% de P. oleracea Tabela 2. Duração do período de atividade residual (DAA) das doses C95 e recomendada, para um controle mínimo de 8% (Y 8%) de P. oleracea, de acordo com modelo de regressão ajustado, relativo à segunda etapa do trabalho. Maringá-PR, 27/29 Espécies Dose Modelo R 2 Atividade residual (DAA) Y 8% 1/ Clomazone Prometryne C95 Ŷ = Ȳ = 98,75-3 Recomendada Ŷ = Ȳ = 99,88-3 C95 Ŷ = 13,8346-(1,41791*P),86 16 Recomendada Ŷ = Ȳ = 99,69 3 ( 1/ ) Período o qual o controle se fez 8%, de acordo com o modelo de regressão ajustado.

Controle (%) Controle (%) 8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 211, São Paulo, SP 211 Página 719 12 A 1 8 6 4 2 2 4 6 8 1 12 Clomazone (g ha -1 ) 12 B 1 8 6 4 2 2 4 6 8 Prometryne (g ha -1 ) Figura 1. Curva dose-resposta dos herbicidas Clomazone (A) e Prometryne (B) referente à porcentagem de controle de P. oleracea, relativo à primeira etapa do trabalho. Maringá-PR, 27/29.

Controle (%) Controle (%) 8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 211, São Paulo, SP 211 Página 72 12 A 1 8 6 4 2 6 5 4 3 Dose C95 2 Dose Recomendada 1 1 2 3-1 Dias após aplicação (DAA) B 12 1 8 6 4 2 5 1 15 2 25 3 Dias após aplicação (DAA) Figura 2. Atividade residual de clomazone (A) e Prometryne (B), para as doses C95 ( ) e recomendada ( ), em relação ao controle de P. oleracea aos, 1, 2 e 3 DAA, relativo à segunda etapa do trabalho. Maringá-PR, 27/29.