Mais confiança, maior independência na contratação Pública - Entidade para o Recrutamento Público dos Açores (ERPA) Grupo Compromisso, Reflexão e Ação Moção Sectorial
Mais confiança, maior independência na contratação Pública - Entidade para o Recrutamento Público dos Açores (ERPA) Os novos tempos convocam os partidos a desenvolverem políticas que reforcem a confiança dos cidadãos nas instituições democráticas. A Administração Pública, pelo papel que desempenha, tem um contributo decisivo para o prestigio das instituições regionais. Nos dias que correm, a gestão democrática, aberta e transparente não se deve limitar às instituições políticas. A Administração Pública, Sector Público Empresarial (SPER) incluído, devem também trilhar este caminho. Pois é também por esta via que se constrói e, acima de tudo, se reforçam os vínculos de confiança entre os cidadãos e as instituições. O Partido Socialista dos Açores é um partido inconformado, progressista e reformista. Tem, por conseguinte, desde sempre, analisado com lucidez os sinais que provêm da sociedade e agido de forma assertiva e efetiva através da procura de respostas inovadoras de forma a corresponder às necessidades e aos anseios do povo açoriano. O processo de recrutamento e seleção dos quadros dirigentes para a Administração Pública Regional e para as empresas do Sector Público Empresarial Regional (SPER) é uma tarefa da maior importância que deve agora merecer uma atenção especial. A seleção dos dirigentes para a Administração Pública e para a gestão das empresas do SPER são uma matéria de grande sensibilidade e potencialmente geradora de desconfiança pública. Muitas vezes, os cidadãos entendem que estas escolhas resultam de outros factores que não o mérito e/ou a adequação dos currículos às funções que serão desempenhadas. É notório que grande parte, se não a maioria das vezes, esta percepção resulta da forma como os partidos políticos reagem às nomeações. Demasiadas vezes apoucando quem é proposto para exercer funções públicas. É assim que em nome da pequena vitória política se coloca em tensão a relação dos cidadãos com a Administração. 2
Por outro lado, não podemos escamotear que a tendência para a nomeação de dirigentes com proximidade partidária é uma realidade que se faz sentir em muitas democracias modernas. Sendo injusto qualificar de forma negativa os cidadãos indicados para o desempenho destas funções, pois tratam-se de personalidades com reconhecidas competências técnicas e mérito profissional que, com grande probabilidade, seriam indicadas para as mesmas funções se fosse utilizado outro qualquer processo de recrutamento que não a nomeação política em sentido estrito. Pelo acima exposto entendemos que é chegada a hora dos Açores, da autonomia açoriana, dar passos firmes rumo a um maior escrutínio da atividade política e administrativa e que esta deve fazer sentir-se, desde logo, nos processos de seleção e recrutamento para a Administração Pública e para as empresas do SPER. Neste sentido, importa que estes processos vejam reforçados os seus princípios de transparência e abertura de forma a que os cidadãos sintam que a isenção, o rigor e a independência, tão necessários à promoção do bom governo e da meritocracia, são entre nós uma evidência. Defendemos que seja criada uma entidade independente que terá a seu cargo o Recrutamento e Seleção de recursos humanos para Administração Pública dos Açores - Entidade para o Recrutamento Público dos Açores (ERPA), que tomará parte ativa na elaboração, desenvolvimento e execução da política global e setorial para os quadros de direção superior da Administração Pública e do SPER. Entende-se, para estes efeitos que os quadros superiores da Administração Pública dos Açores têm como base o Chefe de Divisão e limite superior o Diretor de Serviços e Presidente do Conselho de Administração de Empresa do SPER, respetivamente. Esta Entidade receberá, da tutela política do setor que tem a vaga a prover, um pedido de seleção onde conste obrigatoriamente as funções a desempenhar e a descrição da missão a desenvolver. Estabelecerá o perfil a indicar e desenvolverá o processo de acordo com as boas práticas de recrutamento e seleção. Publicitação da vaga, análise de currículos, entrevista presencial e, quando necessário, prova escrita de avaliação de conhecimentos. No final enviará à tutela, como proposta de nomeação fundamentada, três personalidades que se adequem à vaga. Esta Entidade: 3
a) Criará uma bolsa de talentos com o perfil adequado para titulares de cargos de direção superior; b) Promoverá boas práticas e a adoção de princípios orientadores de conduta ética para a alta direção. c) Incentivará as boas práticas de gestão pública baseadas em 4E: eficiência, eficácia, equidade e ética. A Entidade para o Recrutamento Público dos Açores será constituída por 4 personalidades, e terá um número igual de suplentes: A) Uma indicada pela área da Administração Pública Regional com responsabilidade na contratação pública, que presidirá à Comissão. B) Uma eleita por 2/3 dos deputados da Assembleia Regional dos Açores. C) Uma designada, por eleição, pela Associação de Municípios da Região Autónoma dos Açores. D) Uma cooptada por aqueles três elementos de entre personalidades com reconhecida competência na área da gestão de recursos humanos, da administração pública. A Comissão deverá constituir ainda uma bolsa de peritos para a coadjuvar tecnicamente nos processos de seleção e recrutamento. Assim, propomos que o XVI Congresso Regional do Partido Socialista/Açores delibere mandatar o Secretariado Regional do Partido para contemplar esta medida no Programa de Governo a levar a sufrágio no próximo mês de Outubro e paralelamente o Grupo Parlamentar socialista da legislatura 2016-2020 para proceder às alterações legislativas necessárias. Nuno Miranda Bruno Pacheco Nuno Tomé Sérgio Cabral Nelson Farinha José San-Bento Sónia Nicolau Emanuel Furtado André Ávila 4
Ana Cabral Ana Bettencourt Berto Messias Rogério Sousa 5