ENRAIZAMENTO DE ESTACAS SEMI-LENHOSAS DE CEREJEIRA-DO-RIO- GRANDE (EUGENIA INVOLUCRATA DC.) TRATADAS COM ANTIOXIDANTE, FLOROGLUCINOL E AIB

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Transcrição:

ENRAIZAMENTO DE ESTACAS SEMI-LENHOSAS DE CEREJEIRA-DO-RIO- GRANDE (EUGENIA INVOLUCRATA DC.) TRATADAS COM ANTIOXIDANTE, FLOROGLUCINOL E AIB Rafaelle da Silva Soares 1 ; Leonardo Cury da Silva 2 ; Paulo Vitor Dutra de Souza 3 ; Gilmar Arduino Bettio Marodin 3 ; Sergio Francisco Schwarz³; Precila Zambotto Lopes 4 ; Leo Rufato 5 1 Eng. Agrônoma, Mestranda PPG Fitotecnia Faculdade de Agronomia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, Departamento de Horticultura e Silvicultura e- mail:agro_rsoares@yahoo.com.br.bolsista CAPES; 2 Eng. Agrônomo, Mestre em Produção Vegetal, Doutorando PPG Fitotecnia e-mail: lcsagro@hotmail.com. Bolsista CNPQ; 3 Eng. Agrônomo, Doutor, Professor, Departamento de Horticultura e Silvicultura UFRGS, Porto Alegre-RS, e-mail: pvdsouza@ufrgs.br, marodin@ufrgs.br, schwarz@ufrgs.br; 4 Eng. Agrônoma, Doutoranda PPG Fitotecnia UFRGS, e-mail: pzlopes@yahoo.com.br; 5. Eng. Agrônomo, Doutor, Professor, CAV/UDESC, leoruffato@yahoo.com.br INTRODUÇÃO A família Myrtaceae possui cerca de 140 gêneros, mais de 3000 espécies e seus dois principais centros de dispersão são América e Austrália Várias espécies dessa família, principalmente as nativas do Brasil têm frutos comestíveis, tais como goiaba, goiaba serrana, araçá, jabuticaba, cabeludinha, guabiroba e cambuci, entre outras. Um dos principais problemas encontrados para a expansão do cultivo da família Myrtaceae é a produção de mudas. A propagação por sementes apresenta como inconvenientes a grande variabilidade genética entre as plantas e a produção e frutificação tardia devido ao longo período de juvenilidade (FACHINELLO et al. 1995). A utilização da estaquia, de acordo com Fachinello et al. (1995), apresenta algumas vantagens, originando plantas com maior uniformidade do que plantas seedlings, baixo custo e fácil manejo e execução. O floroglucinol provavelmente aumenta o enraizamento influenciando no metabolismo da auxina, ou pela manutenção do potencial redox do tecido em seu estado reduzido. Aplicações de auxina exógena através de fitorreguladores proporcionam maior porcentagem, velocidade, qualidade e uniformidade de enraizamento (HARTMANN et al., 2002). O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do antioxidante ácido ascórbico como cofator de enraizamento, do floroglucinol como um segundo cofator e do ácido indolbutírico

como fitorregulador sobre o enraizamento de estacas semi-lenhosas de Cerejeira-do-Rio- Grande (Eugenia involucrata DC.). MATERIAL E MÉTODOS O ensaio foi conduzido no viveiro de produção de mudas, com nebulização intermitente na Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS. Foram utilizadas como fontes de propágulos plantas nativas de Cerejeira-do-Rio-Grande adjacentes ao local de condução do ensaio. O experimento foi implantado em 12 de Abril de 2008 sendo utilizadas estacas semi-lenhosas de 7 cm de comprimento, deixando-se quatro gemas axilares e duas folhas cortadas para reduzir a transpiração. Efetuaram-se duas lesões na base das estacas, com aproximadamente 0,5 cm, com o objetivo de expor o câmbio. Para a avaliação do efeito dos cofatores de enraizamento utilizou-se o ácido ascórbico e floroglucinol nas estacas de E. involucrata. Os tratamentos consistiram na utilização de ácido ascórbico nas concentrações de zero e 3000 mg L -1, associados com às concentrações de AIB de zero, 2000 mg L -1 e 4000 mg L -1 ou submetidas às concetrações de floglucinol de zero, 1500 mg L -1 e 3000 mg L -1. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, constituído por três repetições por tratamento e sete estacas por parcela. As variáveis analisadas após 70 dias da implantação foram: percentagem de estacas com a presença de calos, percentagem de estacas com folhas e percentagem de estacas com brotações. Os resultados obtidos foram submetidos ao teste de Tukey (5%) e à análise de regressão realizada sobre as concentrações de AIB e floroglucinol na presença e na ausência do cofator antioxidante. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na ausência do cofator de enraizamento, o antioxidante ácido ascórbico, observa-se um acréscimo na porcentagem de calos com a adição de ácido indolbutírico (AIB), quando comparado ao floroglucinol e a testemunha, chegando a 66,67% com 2000 mg L -1 e 57,14 com 4000 mg L -1 (Figura 1). O floroglucinol mostrou-se ineficiente quando aplicado às estacas na ausência da vitamina C, comportando-se da mesma forma que a testemunha (Figura 1). Esta redução no número de calos pode ser atribuída à oxidação dos fenóis presentes na estaca e também do floroglucinol aplicado exogenamente as estacas no início

do enraízamento (Figura 1). Observa-se na Figura 01 uma redução no percentual de folhas nos tratamentos com AIB e floroglucinol, quando comparados à testemunha. Quando observado a porcentagem de brotações das estacas de Cerejeira, não tratadas com antioxidante, nota-se que houve um incremento enquanto tratadas com floroglucinol, alcançando 33,33% de estacas brotadas em ambas as concentrações do cofator em relação à testemunha na qual não foram observadas brotações (Figura 1). % 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 100.00 a 85.71 a 80.95 ab 76.19 b 66.67 a 61.90 c 57.14 b 33.33 bc 33.33 a 33.33 a 28.57 c 28.57 c 9.52 b 4.76 bc 0.00 c 0 ppm vit. C 0 ppm vit. C + 2000 ppm AIB 0 ppm vit. C + 4000 ppm AIB Calo % Folhas % Tratamentos Brot % 0 ppm vit. C + 1500 ppm floroglucinol 0 ppm vit. C + 3000 ppm floroglucinol FIGURA 1 Porcentagem média de calos, folhas e brotações de estacas de E. involucrata tratadas com diferentes concentrações de ácido indolbutírico (AIB) e floroglucinol, na ausência do antioxidante ácido ascórbico nos 70 dias de ensaio. Médias seguidas de mesma letra, não diferem significativamente entre as concentrações de AIB pelo teste de Tukey (P<0,05) (C.V. (%)= 11.354). Na presença ac. ascórbico como cofator de enraizamento, observa-se um acréscimo na porcentagem de calos tanto com a adição de AIB quanto na adição de floroglucinol, quando comparado à testemunha, chegando a 66,67% e 76,19% com 2000 mg L -1 e 76,19 com 4000 mg L -1 de AIB respectivamente e 71,43% e 95,24% com 1500 mg L -1 e 3000 mg L -1 de floroglucinol respectivamente (Figura 2). O floroglucinol mostrou-se com a mesma eficiência em ambas as concentrações quando comparado à concentração de 4000 mg L -1 de AIB quando aplicado às estacas na presença da vitamina C.(Figura 2). Este aumento foi encontrado por Rufato et al. (1999) que registraram efeitos significativos com administração de floroglucinol e de auxina (AIB). Este aumento no número de calos pode ser atribuído à

ação do antioxidante evitando a oxidação dos fenóis presentes na estaca e também do floroglucinol aplicado exogenamente as estacas no início do enraizamento (Figura 2). Observa-se também na Figura 2 redução no percentual de folhas nos tratamentos com AIB e floroglucinol, quando comparados à testemunha. Quando observado a porcentagem de brotações das estacas de E. involucrata, tratadas com antioxidante, nota-se que houve um incremento enquanto tratadas com floroglucinol, alcançando 61,90% de estacas brotadas na concentração de 3000 mg L -1 em se comparando à ação do AIB chegando a 19,05% na concentração de 2000 mg L -1 e à testemunha na qual foi observado 4,76% de brotações na presença da vitamina C (Figura 2). % 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 100.00 a 95.24 a 95.24 a 90.48 a 85.71 b 76.19 ab 76.19 b 71.43 ab 66.67 b 61.90 a 47.62 c 19.05 b 14.29 bc 9.52 c 4.76 cd 3000 ppm vit. C 3000 ppm vit. C + 2000 ppm AIB 3000 ppm vit. C + 4000 ppm AIB Calos % Folhas % Tratamentos Brotações % 3000 ppm vit. C + 1500 ppm floroglucinol 3000 ppm vit. C + 3000 ppm floroglucinol FIGURA 2 Porcentagem média de calos, folhas e brotações de estacas de E. involucrata tratadas com diferentes concentrações de ácido indolbutírico (AIB) e floroglucinol, na presença do antioxidante ácido ascórbico nos 70 dias de ensaio. Médias seguidas de mesma letra, não diferem significativamente entre as concentrações de AIB pelo teste de Tukey (P<0,05) (C.V. (%)= 13.404). CONCLUSÕES A utilização do ácido ascórbico como cofator de enraizamento aumenta a eficiência do cofator de enraizamento floroglucinol e do fitorregulador ácido indolbutírico na formação de calos em estacas.

Na ausência do ac. ascórbico o AIB aumenta a porcentagem de calogênese em estacas de E. involucrata em se comparando ao floroglucinol e quando presente o ac. ascórbico o floroglucinol, aumenta a porcentagem de calogênese em estacas de E. involucrata quando comparado ao AIB. REFERÊNCIAS FACHINELLO, J. C.; HOFFMANN, A.; NACHTIGAL, J. C.; KERSTEN, E.; FORTES, G. R. L. Propagação de plantas frutíferas de clima temperado. Pelotas: UFPel, 1995, 178 p. HARTMANN, H. T.; KESTER, D. E.; DAVIES JUNIOR, F. T.; GENEVE, R. L. Plant propagation: principles and practices. 6. ed. New Jersey: Prentice Hall, 2002, 770 p. RUFATO, L.; ROSSI, A.; LOMBARDI, S. R; RIBEIRO, E.; KERTEN, E. Efeito de diferentes concentrações de floroglucinol no enraizamento de estacas lenhosas de duas cultivares de pessegueiro (Prunus pérsica L. Batsch) tratadas com AIB. Revista Brasileira de Fruticultura, Cruz das Almas, v. 21, n. 3, p. 297-300, 1999. 20080725_123552