OTIMIZAÇÃO DO APROVEITAMENTO TÉRMICO DE UMA PANELA CONVENCIONAL

Documentos relacionados
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL CAMPUS RIO GRANDE INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL

Prof. Me. Regis Guimarães. Mestrado em Educação em Ciências e Matemática UFG. Transmissão do Calor

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

PROPAGAÇÃO DE CALOR A propagação do calor entre dois sistemas pode ocorrer através de três processos diferentes: a condução, a convecção e a radiação.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA ENERGIA E FENÔMENOS DE TRANSPORTE

RESOLUÇÃO COMECE DO BÁSICO - FÍSICA

1.3.3 Transferências de energia por calor

EDITAL DE TRABALHO FINAL DA DISCIPLINA MEDIÇÕES TÉRMICAS Edição

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA ENERGIA E FENÔMENOS DE TRANSPORTE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

EDITAL DE TRABALHO FINAL DA DISCIPLINA MEDIÇÕES TÉRMICAS Edição

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA. Secador Solar de Frutos. por

Temperatura, calor e processos de transmissão de calor

EN 2411 Aula 13 Trocadores de calor Método MLDT

5.º Teste de Física e Química A 10.º A Abril minutos /

a) no vácuo b) nos sólidos c) nos líquidos d) nos gases e) nos fluidos em geral.

m = n M ρ = m V V = n V m Agrupamento de Escolas de Alcácer do Sal Escola Secundária de Alcácer do Sal

CALORIMETRIA E TERMOLOGIA

Podemos definir como quente um corpo que tem suas moléculas agitando-se muito, ou seja, com alta energia cinética. Analogamente, um corpo frio, é

Transferência de Calor II

Estudo do Comportamento e Desempenho de Aleta Tipo Pino

Entre sistemas a temperaturas diferentes a energia transfere-se do sistema com temperatura mais elevada para o sistema a temperatura mais baixa.

Dilatação Térmica Aula 4 Allan Calderon

CADERNO DE EXERCÍCIOS 3D

EP34D Fenômenos de Transporte

CONDUÇÃO DE CALOR UNIDIMENSIONAL EXERCÍCIOS EM SALA

Medição de temperatura

Tipos de transmissão. Sendo o calor a transmissão de energia térmica, podemos ter três diferentes formas de ocorrência: Transmissão por CONDUÇÃO

EP34D Fenômenos de Transporte

29/11/2010 DEFINIÇÃO:

SISTEMAS TÉRMICOS DE POTÊNCIA

CONDUÇÃO DE CALOR PÁTRICIA KUERTEN GUIZONI SUELI ALBERTON SALVALAGIO

FENÔMENOS DE TRANSPORTES

Propagação do calor. Condução térmica

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA ENERGIA E FENÔMENOS DE TRANSPORTE

Propagação da incerteza de medição ou incerteza combinada

CONSTRUÇÃO DE MÓDULO DE REYNOLDS PARA VISUALIZAÇÃO DOS REGIMES DE ESCOAMENTO APLICADO AO ENSINO DE MECÂNICA DOS FLUIDOS

Transmissão de Calor

Propagação do Calor e Calorimetria

Condutores e Isolantes Térmicos

TRANSMISSÃO DE CALOR

Transmissão de Calor

Coletores solares planos

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA ENERGIA E FENÔMENOS DE TRANSPORTE

TRANSMISSÃO DE CALOR

CONSTRUÇÃO DE MODELO PARA AVALIAÇÃO DA CONDUTIVIDADE TÉRMICA EM ISOLANTES

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA ENERGIA E FENÔMENOS DE TRANSPORTE

Fís. Professor: Leo Gomes Monitor: Arthur Vieira. Fís

Universidade Federal de Sergipe, Departamento de Engenharia Química 2

precisamente monitorados.

Melhoria de uma panela convencional para obter uma maior taxa de transferência de calor proveniente de uma chama de fogão

Unimonte, Engenharia Física Aplicada, Prof. Marco Simões Transferência de calor, exercícios selecionados do Sears & Zemansky, cap.

TERMODINÂMICA. Encontro 5: Como a energia produzida pelo Sol chega até a Terra?

DETERMINAÇÃO DA CONDUTIVIDADE TÉRMICA DE LEGUMES UTILIZANDO O MÉTODO GRÁFICO DE HEISLER

EDITAL DE TRABALHO FINAL DA DISCIPLINA MEDIÇÕES TÉRMICAS edição

d) condução e convecção b) radiação e condução e) condução e radiação c) convecção e radiação

P O 5700 K,

5º Teste de Física e Química A 10.º A Abr minutos /

Máquinas Térmicas. Transferência de Calor na Caldeira

TUBO À VÁCUO COM RADIAÇÃO CONCENTRADA

USO DE ALETAS PARA ESTABILIZAÇÃO DA VAPORIZAÇÃO DO GLP

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA ENERGIA E FENÔMENOS DE TRANSPORTE

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO PLANO DE ENSINO. Ano Semestre letivo

TÍTULO: DESENVOLVIMENTO DE UM PROTÓTIPO DE MOTOR STIRLING MOVIDO A ENERGIA SOLAR

Aulas Multimídias Santa Cecília Profº Rafael Rodrigues Disciplina: Física Série: 1º Ano EM

Máquinas Térmicas. Transferência de Calor na Caldeira

VINICIUS GISLON ESTUDO DA REDUÇÃO DO TEMPO DE RECUPERAÇÃO DE TEMPERATURA ATRAVÉS DA ANÁLISE DE DIFERENTES PRESSÕES DE TRABALHO LAGES, SC

TÍTULO: ESTUDO DA APLICABILIDADE DAS EQUAÇÕES DE KERN PARA TROCADORES DE CALOR EM ESCALA REDUZIDA

CALORIMETRIA Calor. CALORIMETRIA Potência ou Fluxo de Calor

SISTEMAS TÉRMICOS DE POTÊNCIA

11S.1 Método da Média Log das Diferenças de Temperatura para Trocadores de Calor com Múltiplos Passes e com Escoamento Cruzado

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA ENERGIA E FENÔMENOS DE TRANSPORTE

ENGENHARIA DE MATERIAIS. Fenômenos de Transporte em Engenharia de Materiais (Transferência de Calor e Massa)

SISTEMAS TÉRMICOS DE POTÊNCIA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

Professor Victor M Lima. Enem Ciências da natureza e suas tecnologias Física Conceitos temperatura e calor Propagação de calor

Fundamentos de Fenômenos de Transporte. Prof. Dr. Geronimo Virginio Tagliaferro

Termodinâmica. Lucy V. C. Assali

TÍTULO: INFLUÊNCIA DA POSIÇÃO DE ALIMENTAÇÃO NO AQUECIMENTO DE ÁGUA EM TANQUE COM IMPULSOR MECÂNICO E SERPENTINA HELICOIDAL.

EXERCÍCIOS FÍSICA 10. e problemas Exames Testes intermédios Professor Luís Gonçalves

Lista de exercícios LOB1019 Física 2

EDITAL DOS TRABALHOS DA DISCIPLINA MEDIÇÕES TÉRMICAS Trocador de calor Edição

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL CAMPUS RIO GRANDE INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL

ESTUDO NUMÉRICO DA INFLUÊNCIA DA CONVECÇÃO FORÇADA E USO DE ALETAS PARA TROCA DE CALOR CONVECTIVA

A Energia solar. Fontes alternativas de energia - aproveitamento da energia solar 1

Física e Química A 10.º ano

CPOG. Prof. Felipe Cardoso. Escalas Termométricas Dilatação Calorimetria

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Bacharelado em Engenharia Civil. Disciplina: Física Geral e Experimental II 2º período Prof. Cristiano Ferrari

ESZO Fenômenos de Transporte

Maquinas Termicas - Fornalha

LISTA DE REVISÃO PARA O TESTE DO 2º TRIMESTRE

Termologia. Prof. Raphael Carvalho

Profa. Dra. Milena Araújo Tonon Corrêa

ESCOLA SECUNDÁRIA 2/3 LIMA DE FREITAS 10.º ANO FÍSICA E QUÍMICA A 2010/2011 NOME: Nº: TURMA:

αchumbo= ºC -1 αbronze= ºC -1

COLÉGIO SANTA CRISTINA - DAMAS AULÃO. ENERGIA Do fogo a energia elétrica. Prof. Márcio Marinho

Exame de Admissão 2016/1 Prova da área de termo fluidos Conhecimentos específicos

Transcrição:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA OTIMIZAÇÃO DO APROVEITAMENTO TÉRMICO DE UMA PANELA CONVENCIONAL Por Cristiano Zucco Marcos E. Jokiaho Marcus Vinícius Rodrigo M. Huppes Trabalho Final da Disciplina de Medições Térmicas - ENG 03108 Porto Alegre, 04 de Novembro de 2007.

2 ii RESUMO O presente trabalho tem como objetivo desenvolver o projeto de uma panela, buscando aumentar a sua eficiência térmica. Sabe-se que, o maior problema das panelas convencionais, são as perdas de calor, principalmente por radiação, experimentadas por suas extremidades. Logo, o projeto, através de uma saia soldada no local abordado, prevê que essa perda de calor pode ser reduzida, redirecionando praticamente todo o fluxo de calor convectivo e radioativo para a superfície inferior e lateral da panela, submetidas à troca de calor com a chama. A saia, fabricada em aço carbono, permite convergir esse fluxo devido à sua geometria côncava. Com os testes realizados, torna-se possível fazer um comparativo entre uma panela comum e a panela-protótipo e, posteriormente, pode-se avaliar, com o auxílio dos dados das eficiências térmicas das panelas, se o aumento de custo de fabricação traria retorno financeiro para aquele consumidor que adquirir a panela. Palavras chave: condução, convecção, radiação, transferência de calor, eficiência térmica.

3 iii SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO... 4 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA... 5 3. CONSTRUÇÃO DO PROTÓTIPO... 6 3.1 DADOS DAS PANELAS...8 3.2 DESCRIÇÃO DA BANCADA...9 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL... 10 4.1 MENSURANDOS...11 4.2 RESULTADOS OBTIDOS...11 4.3 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS...12 5 CONCLUSÃO... 13 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 14

4 1. INTRODUÇÃO As panelas comercializadas em mercados e lojas especializadas buscam atender e superar suas concorrentes atendendo às necessidades básicas do cliente - boa distribuição do calor na superfície, superfície antiaderente e preferencialmente que tenha um preço acessível ao mercado almejado. Em contrapartida, questões como o rendimento térmico são colocadas de lado, uma vez que a elaboração de uma panela com um melhor aproveitamento térmico acarretaria em um custo maior de fabricação. Porém, adquirir uma panela com um rendimento térmico maior não significa somente possuir um item com um preço maior que a panela comum. Uma panela bem projetada precisa de menos calor para aquecer uma substância qualquer ao compararmos com a panela comum. Logo se é necessário uma quantidade menor de calor, a quantidade de gás consumida pelo fogão será reduzida também, com isso reduzimos o consumo do GLP (Gás Liquefeito de Petróleo). Reduzir o consumo de GLP significa uma redução nos gastos do orçamento familiar e conforme os níveis de redução e a utilização da panela pode ser possível termos um payback do investimento inicial. Uma vez que o GLP é um dos muitos produtos derivados do petróleo, seguindo uma visão mais sistêmica, podemos dizer que reduzindo o consumo de GLP estaremos também contribuindo para a redução do consumo das reservas, já escassas, de petróleo.

5 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Transmissão de calor é a denominação dada à passagem da energia térmica (que durante a transferência recebe o nome de calor) de um corpo para outro ou de uma parte para outra de um mesmo corpo. Essa transmissão pode se processar de três maneiras diferentes: condução, convecção e irradiação. A condução é o processo de transmissão de calor em que a energia térmica passa de um local para outro através das partículas do meio que os separa. A passagem da energia de uma região para outra se faz da seguinte maneira: na região mais quente, as partículas têm mais energia, vibrando com mais intensidade; com esta vibração cada partícula transmite energia para a partícula vizinha, que passa a vibrar mais intensamente; esta transmite energia para a seguinte e assim sucessivamente. A condução de calor é um processo que exige a presença de um meio material e que, portanto, não ocorre no vácuo. Já a convecção é um movimento de massas de fluido, trocando de posição entre si. Notemos que não tem significado falar em convecção no vácuo ou em um sólido, isto é, convecção só ocorre nos fluidos. Por fim, a irradiação é o processo de transmissão de calor através de ondas eletromagnéticas (ondas de calor). A energia emitida por um corpo (energia radiante) se propaga até o outro, através do espaço que os separa. Sendo uma transmissão de calor através de ondas eletromagnéticas, esta não exige a presença do meio material para ocorrer, isto é, a irradiação ocorre no vácuo e também em meios materiais. Num queimador de fogão, ao aquecer-se uma panela, tem-se perda de calor pelas três maneiras. Desta forma, este experimento tem como objetivo central reduzir a perda de calor principalmente por irradiação. Para isso, foi projetado um objeto capaz de direcionar essa energia para a panela, aumentando assim, a quantidade de calor recebida pela mesma.

6 3. CONSTRUÇÃO DO PROTÓTIPO A panela-protótipo foi confeccionada na empresa Metal-Sul localizada na avenida Imperatriz Leopoldinense em São Leopoldo RS. Para a construção do protótipo partiu-se da idéia de uma panela convencional, soldandose à sua base uma saia para contenção da radiação térmica e das correntes convectivas. A confecção de uma panela com materiais espessuras adequados requer materiais, ferramentas e máquinas que não são encontrados facilmente no mercado para pequenos consumidores. Para contornar esta dificuldade utilizou-se um tubo de aço com um disco soldado em uma de suas extremidades. Tanto o tubo quanto o disco possuíam uma espessura maior do que a desejada, porém devido à escassez de material fomos obrigados a utilizar esta espessura de chapa. A saia citada acima foi construída com o mesmo material do restante do protótipo e conformado em uma calandra. A panela base e a panela-protótipo podem ser vistas, respectivamente, nas figuras 2 e 3. Figura 2 Figura 3 Visando maximizar o aproveitamento térmico colocou-se uma aleta ao longo da superfície lateral externa da panela, fazendo com que a mistura ar + gás quente permanecesse mais tempo em contato com a superfície e aumentando a área trocadora de calor. Como confeccionar uma aleta para a superfície curva necessitaria a utilização de um maquinário especial, optou-se em usar uma mola de suspensão para fazer o papel da aleta, conforme a figura 4. Porém, ao utilizarmos uma mola, acrescentamos mais massa a um sistema que já possuía peso demais. Além da eficiência térmica da mola como aleta ser muito baixa, não se conseguiu a liberdade para definir o tamanho da mesma, ficando preso à espessura da mola que encaixasse na

7 panela. Isto tornou o diâmetro hidráulico muito pequeno, comprometendo a liberação dos gases queimados e sufocando a chama. Figura 4 Para forçar que o fluxo de ar + gás ficasse em contato com as aletas, colocou-se um outro tubo de diâmetro maior, que selasse a superfície aletada e criasse um canal para o fluxo do ar + gás. Esta adição acrescentou ainda mais massa ao sistema, como pode ser visualizado na figura 5. Figura 5 Como a nova superfície externa estaria exposta ao ar em temperatura ambiente, colocouse ainda um isolante térmico (lã de vidro) figura 6 - e mais um tubo para proteger a lã de vidro e possibilitar o manuseio da panela. Com esta adição a panela foi finalizada, mas com um peso muito acima do desejado figura 7. Figura 6

8 Figura 7 3.1 DADOS DAS PANELAS Materiais Na a confecção das panela-protótipo e panela convencional foi utilizado um aço carbono 1045 sendo ainda, a mola de aço carbono 1020; Peso Ao final da construção, a panela-protótipo e a panela convencional ficaram respectivamente com pesos de 4,32 kg e 0,25 kg ; Dimensões As principais dimensões da panela convencional e da panela-protótipo estão listadas abaixo em um quadro comparativo: Dimensão Panela convencional Panela-protótipo Corpo 1,6 1,6 Espessura (mm) Pés - 3,2 Chapa em cima da panela - 4,1 Diâmetro interno (mm) 73,98 73,98 Diâmetro externo (mm) 76,2 140,3 Volume interno (m³) 0,00041 0,00041

9 3.2 DESCRIÇÃO DA BANCADA Composta por: Panela comum e panela-protótipo foto 1; Foto 1 Termômetro com escala 0 50 C, termômetro com escala 50 100 C, botijão de gás, medidor de vazão, fogareiro, suporte de sustentação do fogareiro para a panela, relógio com cronômetro. A bancada, de um modo geral, pode ser vista na foto 2. Foto 2

10 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Depois de confeccionado o protótipo da panela, o mesmo foi levado, juntamente com modelo de panela convencional, para o Laboratório de Estudos Térmicos e Aerodinâmicos - LETA, onde se realizaram testes sob a supervisão do técnico e responsável pelo laboratório, seguindo a seguinte seqüência: - Pegou-se as duas panelas, com mesmas dimensões internas, e instrumentos adequados para que fossem medidos e comparados o tempo de aquecimento, variação de temperatura e o consumo de gás - calculado a partir da medição da vazão de gás; - Encheu-se a panela com água, conforme esquema da figura 8; - Colocou-se a panela comum no fogo, com uma vazão controlada e constante de gás, salvo pequenas variações intrínsecas ao fogareiro. Para a medição das temperaturas, usaram-se os dois termômetros, simultaneamente - um para as medições de temperatura entre 0 e 50 C e outro para as medições entre 50 e 100 C. O posicionamento dos termômetros dentro das panelas deuse conforme a figura 8 abaixo; Figura 8 - Para medição do tempo usou-se um relógio com cronômetro. A medição começou com temperatura ambiente para a água e tempo zero. De 30 em 30 segundos verificou-se a temperatura e a vazão de gás. Monitorou-se as condições de operação da panela até a temperatura de 80 C;

11 - Repetiu-se o experimento por três vezes e calculou-se uma média dos valores encontrados nas medições, para assim, chegar-se a uma conclusão; - Realizou-se o mesmo procedimento e medições com a panela-protótipo. 4.1 MENSURANDOS Tempo Temperaturas Vazão de gás 4.2 RESULTADOS OBTIDOS Valores encontrados de tempo, temperatura e quantidade de gás consumidos pelos dois modelos de panela. Tempo (s) PANELA COMUM PANELA-PROTÓTIPO Temperatura ( C) Gás consumido (dm³) Temperatura ( C) Gás consumido (dm³) 0 27.1 50.44 27 50.442 30 31 50.44 28 50.442 60 32 50.44 29.5 50.442 90 35 50.44 31.1 50.442 120 38 50.44 33.4 50.443 150 41.5 50.44 34.9 50.443 180 45.5 50.44 36.9 50.443 210 47.6 50.44 39.1 50.443 240 50.5 50.44 42 50.443 270 53 50.44 44.3 50.444 300 55 50.44 46.5 50.444 330 59.4 50.44 48.7 50.444 360 65 50.441 50.8 50.444 390 71 50.441 53.2 50.444 420 77 50.441 55.3 50.444 450 82.5 50.441 57.4 50.445 480 - - 59.3 50.445 510 - - 61.4 50.445 540 - - 63.3 50.445 570 - - 64.5 50.445 600 - - 67.7 50.445 630 - - 69.4 50.445 660 - - 71.2 50.446 690 - - 73.1 50.446 720 - - 74.5 50.446 750 - - 75.9 50.446 780 - - 77.4 50.446 810 - - 79.1 50.446 840 - - 80.4 50.446 Total (dm³) = 807.044 Total (dm³) = 1462.884

12 O gráfico abaixo mostra a variação da temperatura da água contida nos dois modelos de panela em função do tempo de aquecimento. Temperatura X Tempo 80 75 70 65 Temperatura ( C) 60 55 50 45 40 35 30 25 20 0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720 780 840 Tempo (s) Panela Comum Panela Protótipo 4.3 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Percebe-se que a nossa panela possui eficiência inferior à panela comum. A causa deste baixo rendimento é o fato que devido às dificuldades encontradas durante a confecção da panela, não foi possível utilizar materiais e dimensões adequadas. Esta dificuldade gerou a necessidade do uso de materiais com forma e principalmente com espessura maior do que a desejada. O uso destes materiais resultou em um grande aumento da massa da panela, fazendo com que sua inércia térmica se tornasse muito alta. Em função da grande inércia térmica da panela-protótipo, uma grande parcela da energia liberada na queima do gás GLP é dissipada no aquecimento da panela em si e não na transferência de calor para o líquido no interior da panela. Outro fator importante que prejudicou o desempenho da panela-protótipo, foi o fato da mesma ter sido projetada para operar em fogões domésticos convencionais que podem ter sua grade removida e não em queimadores. Como o teste foi realizado em um queimador, no qual a grade de sustentação não pode ser removida, a panela operou em uma posição inadequada, deixando um grande vão livre entre o bocal de queima do gás e a panela. Isto permitiu que a radiação liberada do fogo escapasse por baixo da panela, não só tornando a saia (que deveria conter esta radiação) inútil, mas também fazendo com que ela piorasse o rendimento da panela, uma vez que a saia fez a base da panela ficar mais longe ainda do fogo.

13 5 CONCLUSÃO Com base nos fatos apresentados anteriormente no presente trabalho, concluímos que a panela-protótipo desenvolvida pelo grupo não apresentou os resultados desejados. Sendo o insucesso do projeto, atribuído às dificuldades do processo de fabricação, uma vez que a panela não pode ser confeccionada do modo que o grupo desejava. Entretanto acreditamos que a proposta apresentada pelo grupo, se confeccionada com materiais apropriados e nas dimensões corretas pode melhorar o rendimento térmico de uma panela convencional. Logo, seriam necessários novos estudos e um novo projeto dando ênfase à solução dos problemas detectados neste primeiro protótipo. Um aspecto que foi levantado durante a realização do trabalho foi a questão do custo de confecção da panela. Porém como a panela foi construída artesanalmente seu custo não representa o custo real que uma empresa de grande porte teria ao produzir em série uma panela com as características do nosso protótipo. Adicionando-se a isto, o fato da panela não ter apresentado os resultados esperados, faz com que a relação Custo X Benefício não possa ser calculada, uma vez que o custo para se obter a panela com as características corretas ainda é desconhecido.

14 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS - INCROPERA, Frank P, DEWITT, David P. Fundamentos de Transferências de Calor e Massa, 5ª edição, editora LTC, 2002. - FOX, R. W.; MCDONALD, A. T. Introdução à Mecânica dos Fluidos. 5ª.edição Rio de Janeiro LTC, 2001. - SCHNEIDER, Paulo, Apostilas e Material de Aula, Escola de Engenharia UFRGS, 2007.