CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA SUB-BACIA HIDROGRAFICA DO CÓRREGO DO CERRADÃO FLORÊNCIO, Ágatha Cristine 1 ; VALE, Monnike Yasmin Rodrigues do ²; MORAIS Welmys Magno de³,paula, Heber Martins de 4 Palavras chave: bacia hidrográfica, características físicas. Introdução A Hidrologia é uma das responsáveis pela avaliação dos progressos sócio-econômicos que envolvem os recursos hídricos, como obtenção de energia, drenagem urbana, qualidade da água, irrigação, entre outros. Como tudo isto envolve as bacias hidrográficas, a hidrologia é considerada a responsável pelo seu estudo e avaliação de suas características. Uma bacia hidrográfica é toda a área de captação natural da água da chuva que escoa superficialmente para um corpo de água ou seu contribuinte. Seus limites são definidos pelo relevo, considerando-se como divisores de águas as áreas mais elevadas da topografia. As precipitações sobre a área de drenagem da bacia é de extrema importância para o abastecimento da bacia hidrográfica, para que seja mantido o nível de seu rio principal e de seus tributários de acordo com as características de cada estação. A análise das características de uma bacia hidrográfica é importante para determina o seu comportamento físico, a sua relevância como geradora de recursos hídricos para as populações próximas e para quantificação de seus recursos no tempo e no espaço, podendo ser avaliado, os impactos de modificações da bacia. Pode-se determinar as características de uma bacia hidrográfica através da análise dos mapas topográficos, do traçado de seu rio principal e de seus tributários e dos dados de precipitação e clima. A sub-bacia hidrográfica do Córrego do Cerradão se localiza no estado de Goiás, sendo subdivisão da bacia hidrográfica Foz do Rio Doce, próxima aos municípios de Jataí, Rio Verde, Caçu, Aparecida do Rio Doce e Cachoeira Alta, cidades do interior do estado que apresentam uma população que varia de 2.427 habitantes no município de Aparecida do Rio Doce à 176.424 habitantes no município de Rio Verde, considerando as cidades de Cachoeira 1 Universidade Federal de Goiás Campus Catalão, e-mail: agatha_engcivil@hotmail.com 2 Universidade Federal de Goiás Campus Catalão, e-mail: monnikeyasmin@hotmail.com 3 Universidade Federal de Goiás Campus Catalão, e-mail: welmysmagno@msn.com 4 Universidade Federal de Goiás e Doutorando UNICAMP - e-mail: heberdepaula@hotmail.com
Alta e Jataí, a população total que circundam a sub-bacia é de 290.693 habitantes, segundo o censo 2010 realizado pelo IBGE. A ocupação urbana e o aumento da população de todas as cidades ao entorno da sub-bacia do Córrego do Cerradão, tem levado a uma maior exploração dos recursos hídricos desta e maior interferência na sua área de captação natural. A partir de dados como a área, o perímetro, a extensão da bacia e o comprimento total de tributários, em conjunto com dados das precipitações obtidos nas estações meteorológicas, das cidades citadas, o objetivo deste trabalho foi determinar às características físicas da bacia, bem como, a precipitação média das cidades próximas à bacia, e relacioná-la com o clima da região e com sua população. modo: Metodologia A metodologia para realização neste estudo foi estruturado do seguinte a) Delimitação da sub-bacia através das cartas topográficas de caracterização de área de drenagem; b) Realização dos cálculos de área da sub-bacia, comprimento do rio principal e dos seus tributários, coeficiente de compacidade, densidade de drenagem e fator de forma; c) Determinação dos municípios que influenciam na sub-bacia do Córrego do Cerradão d) Busca de dados sobre as precipitações médias, mensais e anuais, de cada município no entorno da sub-bacia. e) Analisar as precipitações médias anuais, de cada município e comparálas. Resultados e Discussão Por meio das cartas obtidas do IBGE, em escala 1:100.000, as imagens correspondentes, verificou-se de forma satisfatória que todos os cursos de água, inclusive os menores, são retratados na carta. Por se tratar de uma bacia de dimensões reduzidas, a ausência de alguns cursos de água menores poderia trazer prejuízos à determinação correta das suas características físicas. Para este caso, seriam necessário expedições a campo para se verificar tais informações. A figura 1 mostra a delimitação dos municípios que influenciam na subbacia do Foz do Rio Doce, que apresenta-se localizada em sua maioria na
cidade de Aparecida do Rio Doce e ilustra também a rede de drenagem desta região. Figura 1: Destaque dos municípios que influenciam na sub-bacia Foz do Rio Doce, e a rede de drenagem desta. Fonte: Sítio SIEG, Sistema Estadual de Estatística e de Informações Geográficas de Goiás. Os principais dados fisiográficos da sub-bacia hidrográfica do Córrego do Cerradão estão apresentados na Tabela 2. Tabela 2: Características fisiográficas da sub-bacia do Córrego do Cerradão, Goiás. Característica Unidade Valor Área km² 192 Perímetro km 1,13 Largura do maior rio km 25 Comprimento total dos tributários km 121,7 Coeficiente de Compacidade - 1,13 Fator de forma - 0,31 Densidade de Drenagem km/km² 0,63 A seguir estão apresentados os cálculos para obtenção dos resultados referentes às características físicas da bacia hidrográfica escolhida. A - Coeficiente de Compacidade ou Índice de Gravelius (Kc) Kc = 0,28 * = 1,13161 B - Fator de forma (Kf) Kf = = 0,3072
C - Densidade de Drenagem (Dd) Dd = = 0,6338 km/km² O coeficiente de compacidade e o fator de forma (Kf), obtidos para a sub-bacia hidrográfica do Córrego Cerradão, indicam uma baixa tendência a enchentes e suscetibilidade a picos de cheia. Já a densidade de drenagem (Dd) observada, sendo igual a 0,63 km/km², é considerada uma drenagem pobre, indicando menor facilidade de escoamento até o exutório da bacia. Os valores de precipitação média anual, na região da sub-bacia do Córrego Cerradão, foram obtidos a partir dos dados coletados de cinco estações pluviométricas selecionadas dentro ou muito próximas a bacia em estudo. Na figura 2, pode-se observar as precipitações médias obtidas após coleta e análise de dados extraídos do Instituto Nacional de Meteorologia e do Tempo Agora. Figura 2 - Precipitações médias mensais, das estações pluviométricas dos cincos municípios mais próximos da sub-bacia do Córrego Cerradão, Goiás para os anos de 1961 até 1990. Fonte: Sítio Tempo Agora Pode-se observar que a distribuição da precipitação é desigual ao longo do ano e se caracteriza pela existência das estações do ano, ou seja, por verões chuvosos e invernos com escassez de chuvas. O período chuvoso da bacia se estende de outubro a abril, tendo precipitações quase inexistentes nos meses de junho a agosto. A figura 3, mostra a média das precipitações anuais sobre cada umas das cidades que influenciam na sub-bacia estudada.
Figura 3- Precipitações médias anuais, das cinco estações automáticas analisadas, de 1961 a 1990, na sub-bacia do Córrego Cerradão - Goiás. Fonte: Sítio Tempo Agora. O gráfico das precipitações médias acumuladas anualmente mostra que das cidades que influenciam na sub-bacia estudada, a maior precipitação média anual é na cidade de Rio Verde que possui uma média anual de precipitação superior a 1700 mm e a com menor precipitação a cidade de Cachoeira Alta com média inferior a 1500 mm. Conclusão A sub-bacia do Córrego Cerradão pode ser comparada e representada como uma típica bacia hidrográfica do Estado de Goiás, sendo constituído de bacias de dimensões reduzidas, com características fisiográficas que indicam uma baixa tendência a enchentes e grande picos de cheias, além de possuir um regime hídrico bastante definido, sendo marcado por uma estação seca e outra chuvosa. Esta sub-bacia sofre influência de cinco cidades, sendo duas destas de grande porte e infraestrutura significativa, Jataí e Rio Verde. Com o cálculo das precipitações médias anuais sobre a bacia, observou-se que a cidade de Rio Verde apresenta a maior precipitação média anual, o que é de grande significância para a população e para as atividades realizadas na zona rural deste município. Referências GARCEZ, L. N.; ALVAREZ, G. A. Hidrologia. São Paulo: Edgard Blucher, 1999. TUCCI, C. E. M. Hidrologia: Ciencia e aplicação. 3. Ed. Porto Alegre: UFRGS/ABRH, 2004. VILLELA, S.M.;MATTOS,A. Hidrologia aplicada. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1975.