2 Escala Internacional de Temperatura de 1990

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2 Escala Internacional de Temperatura de 1990 A Escala Internacional de Temperatura de 1990 (ITS-90) [1] foi adotada pelo Comitê Internacional de Pesos e Medidas (CIPM) em sua reunião de 1989, de acordo com os requisitos incorporados na 7ª Resolução da 18ª Conferência Geral de Pesos e Medidas (CGPM) de 1987. Esta escala substituiu a Escala Prática Internacional de Temperatura de 1968 (IPTS-68), sua edição emendada de 1975 e a Escala Provisória de Temperatura de 1976 (EPT-76) para a faixa de 0,5 K a 30 K, que eram as escalas vigentes à época de sua adoção. Com a adoção dessa escala, o termopar Pt/PtRh deixou de ser utilizado como instrumento de interpolação na faixa de temperatura compreendida entre o ponto do antimônio (cerca de 630 C) e o ponto da prata (961,78 C), dando lugar ao termômetro de resistência de platina de alta temperatura (TRPAT), instrumento similar ao utilizado abaixo dessa faixa. Isso ocorreu devido à falta de estabilidade desse tipo de termopar, já facilmente detectada em virtude da evolução dos instrumentos de indicação utilizados para leituras de temperatura. 2.1 Unidades de temperatura [1] A unidade da grandeza física fundamental chamada temperatura termodinâmica, símbolo T, é o kelvin, símbolo K, definida como a fração 1/273,16 da temperatura termodinâmica do ponto triplo da água. Devido à maneira como foram definidas as escalas de temperaturas anteriores, continua válido expressar uma temperatura em termos de sua diferença para a temperatura do ponto do gelo, que é de 273,15 K. Uma temperatura termodinâmica expressa dessa forma, é conhecida como uma temperatura Celsius, símbolo t, definida por: t / C = T / K 273,15 A unidade de temperatura Celsius é o grau Celsius, símbolo C que, por definição, é igual em módulo ao kelvin. Uma diferença de temperatura pode ser expressa igualmente em kelvins ou em graus Celsius. A ITS-90 define tanto as Temperaturas Internacionais Kelvin, símbolo T 90, quanto as Temperaturas Internacionais Celsius, símbolo t 90. A relação entre T 90 e

21 t 90 é a mesma que entre T e t, ou seja: t90 / C = T90 / K 273,15 A unidade da grandeza física T 90 é o kelvin e a unidade da grandeza física t 90 é o grau Celsius, da mesma forma que para a temperatura termodinâmica T e a temperatura Celsius t. 2.2 Princípios da Escala Internacional de Temperatura de 1990 [1] A ITS-90 estende-se desde 0,65 K até a temperatura mais alta mensurável na prática em função da lei da radiação de Planck usando-se uma radiação monocromática. A ITS-90 compreende várias faixas e sub-faixas ao longo das quais as temperaturas T são definidas. Várias dessas faixas ou sub-faixas sobrepõem-se e, por isso, onde há sobreposição, existem diferentes definições de T, tendo essas o mesmo status. Nas medições de melhor exatidão, podem ser detectadas diferenças numéricas entre medições realizadas na mesma temperatura, porém, de acordo com diferentes definições. Analogamente, mesmo empregandose uma definição, em uma temperatura entre dois pontos fixos de definição, dois instrumentos de interpolação aceitáveis podem apresentar valores numéricos de T 90 perceptivelmente diferentes. Em todos os casos essas diferenças devem ser de importância prática desprezível e encontram-se em um nível mínimo de consistência. A ITS-90 foi desenvolvida de forma que para qualquer valor de temperatura ao longo de sua extensão, o valor numérico de T 90 seja uma aproximação rigorosa do valor de T, de acordo com as melhores estimativas da época em que a escala foi adotada. Em comparação com medições diretas de temperaturas termodinâmicas, as medições de T 90 são realizadas mais facilmente, com melhor exatidão e maior reprodutibilidade. 2.3 Definição da Escala Internacional de Temperatura de 1990 [1] Entre 0,65 K e 5,0 K, T 90 é definida em função das relações entre temperatura e pressão de vapor do 3 He e 4 He. Entre 3,0 K e o ponto triplo do neônio (24,5561 K), T 90 é definida através de

22 um termômetro de gás hélio calibrado em três temperaturas realizáveis experimentalmente, para os quais foram atribuídos valores numéricos (pontos fixos de definição), e da utilização de procedimentos de interpolação especificados. Entre o ponto triplo do hidrogênio em equilíbrio (13,8033 K) e o ponto de solidificação da prata (961,78 C), T 90 é definida através de termômetros de resistência de platina calibrados em conjuntos especificados de pontos fixos de definição e da utilização de procedimentos de interpolação especificados. Acima do ponto de solidificação da prata (961,78 C), T 90 é definida através de um ponto fixo de definição e da lei da radiação de Planck. A tabela 1 lista os pontos fixos de definição da ITS-90 [1]. Tabela 1 Os pontos fixos de definição da ITS-90 Número Temperatura T 90 Temperatura t 90 Substância Estado (K) ( C) 1 3 a 5-270,15 a 268,15 He V 2 13,8033-259,347 e-h 2 T 3 ~17 ~-256,15 e-h 2 (ou He) V (ou G) 4 ~20,3 ~-252,85 e-h 2 (ou He) V (ou G) 5 24,5561-248,5939 Ne T 6 54,3584-218,7916 O 2 T 7 83,8058-189,3442 Ar T 8 234,3156-38,8344 Hg T 9 273,16 0,01 H 2 O T 10 302,9146 29,7646 Ga F 11 429,7485 156,5985 In S 12 505,078 231,928 Sn S 13 692,677 419,527 Zn S 14 933,473 660,323 Al S 15 1234,93 961,78 Ag S 16 1337,33 1064,18 Au S 17 1357,77 1084,62 Cu S Todas as substâncias, exceto He, são de composição isotópica natural. e-h significa hidrogênio na concentração de equilíbrio das formas moleculares orto e para. Os símbolos têm o seguinte significado: V = ponto de pressão de vapor T = ponto triplo (temperatura em que as fases sólida, líquida e gasosa permanecem em equilíbrio). G = ponto de termômetro de gás F, S = ponto de fusão, ponto de solidificação (temperatura, à pressão de 101325 Pa, na qual as fases sólida e líquida permanecem em equilíbrio). 2.4 Escalas anteriores e suas diferenças para a ITS-90 [1] São aqui apresentadas as escalas internacionais anteriores à ITS-90, em ordem cronológica, sendo destacadas as mudanças mais importantes ocorridas em

23 suas adoções, demonstrando assim a evolução histórica do tema. 2.4.1 ITS-27 A Escala Internacional de Temperatura de 1927 (ITS-27) foi adotada pela 7ª CGPM com o fim de sobrepujar as dificuldades práticas da realização direta das temperaturas termodinâmicas, por meio da termometria de gás e como uma substituta universalmente aceitável para as diferentes escalas nacionais de temperatura existentes. Foi formulada de modo a permitir a realização de medições de temperatura mais exatas e reprodutíveis, tão próximas das temperaturas termodinâmicas quanto possível, para a época. Entre o ponto de ebulição do oxigênio e o ponto de solidificação do ouro ela baseava-se em um certo número de temperaturas reprodutíveis, ou pontos fixos de definição, aos quais foram atribuídos valores numéricos, e dois instrumentos de interpolação. Cada um desses instrumentos era calibrado em alguns pontos fixos, o que produzia as constantes para a equação de interpolação na faixa de temperatura adequada. Para temperaturas até 660 C foi usado um termômetro de resistência de platina e acima dessa temperatura, até o ponto de solidificação do ouro, usou-se um termopar Pt/PtRh. Para a faixa acima deste ponto, as temperaturas foram definidas em termos da lei da radiação de Wien. 2.4.2 ITS-48 A Escala Internacional de Temperatura de 1948 (ITS-48) foi adotada pela 9ª CGPM. As mudanças relativas à ITS-27 foram: O limite inferior da faixa do termômetro de resistência foi alterado de 190 C para o ponto de ebulição do oxigênio de 182,97 C e a temperatura que delimitava o uso de cada tipo de termômetro (TRP e termopar) mudou de 660 C para o ponto de solidificação do antimônio, que é cerca de 630 C; O ponto de solidificação da prata foi definido como sendo 960,8 C e não mais 960,5 C; O ponto de solidificação do ouro substituiu o ponto de fusão do ouro (1063 C, na época);

24 A lei da radiação de Planck substituiu a lei da radiação de Wien; Foi atribuído o valor 1,438 x 10-2 m.k em vez de 1,432 x 10-2 m.k à segunda constante da radiação; As faixas permitidas para as constantes das equações de interpolação para o termômetro de resistência e para o termopar foram modificadas; A limitação a cerca de λt para a pirometria óptica foi alterada devido à necessidade do uso da radiação visível. 2.4.3 IPTS-48 (edição emendada de 1960) A Escala Prática Internacional de Temperatura de 1948 (IPTS-48), edição emendada de 1960, foi adotada pela 11ª CGPM. A 10ª CGPM já tinha adotado o ponto triplo da água como o único ponto para definição do kelvin, unidade de temperatura termodinâmica. Além da introdução da palavra Prática, as modificações da IPTS-48 foram: O ponto triplo da água, definido como sendo 0,01 C, substituiu o ponto de fusão do gelo como ponto de calibração nesta faixa; O ponto de solidificação do zinco, definido como sendo 419,505 C, tornou-se uma alternativa preferida em relação ao ponto de ebulição do enxofre (444,6 C) como ponto de calibração; As faixas permitidas para as constantes das equações de interpolação do termômetro padrão de resistência e do termopar foram modificadas; A restrição à radiação visível na pirometria óptica foi removida. 2.4.4 IPTS-68 Em 1968 o CIPM promulgou a Escala Prática Internacional de Temperatura de 1968 (IPTS-68), autorizada pela 13ª CGPM de 1967-1968. A IPTS-68 incorporou muitas mudanças em relação à IPTS-48. Estas incluíam mudanças numéricas, destinadas a torná-la mais intimamente de acordo com as temperaturas termodinâmicas, cujas diferenças eram suficientemente grandes para serem facilmente evidenciadas. Outras mudanças foram: O limite inferior da escala foi estendido até 13,81 K;

25 Mesmo nas temperaturas mais baixas (0,5 K a 5,2 K) era recomendada a utilização de duas escalas de pressão de vapor de hélio; Foram introduzidos seis novos pontos fixos de definição: o ponto triplo do hidrogênio em equilíbrio (13,81 K), um ponto do hidrogênio em equilíbrio intermediário (17,042 K), o ponto de ebulição normal do hidrogênio em equilíbrio (20,28 K), o ponto de ebulição do neônio (27,102 K), o ponto triplo do oxigênio (54,361 K) e o ponto de solidificação do estanho (231,9681 C) que tornou-se uma alternativa permitida ao ponto de ebulição da água; O ponto de ebulição do enxofre foi retirado; Foram alterados os valores atribuídos a quatro pontos fixos: o ponto de ebulição do oxigênio (90,188 K), o ponto de solidificação do zinco (419,58 C), o ponto de solidificação da prata (961,93 C) e o ponto de solidificação do ouro (1064,43 C); As equações de interpolação para a faixa do termômetro de resistência tornaram-se muito mais complexas; O valor da segunda constante da radiação c 2 tornou-se 1,4388 x 10-2 m.k; As faixas das constantes permitidas para as equações de interpolação do termômetro de resistência e do termopar foram novamente modificadas. 2.4.5 IPTS-68 (edição emendada de 1975) A Escala Prática Internacional de Temperatura de 1968, edição emendada de 1975, foi adotada pela 15ª CGPM em 1975. Do mesmo modo que a IPTS-48 em relação à ITS-48, a IPTS-68 (75) não introduziu mudanças numéricas. A maioria das alterações textuais visou apenas fornecer esclarecimentos e simplificar o seu uso. As mudanças mais substanciais foram: O ponto do oxigênio foi definido como ponto de condensação em vez de ponto de ebulição; Foi introduzido o ponto triplo do argônio (83,798 K) como alternativa permitida ao ponto de condensação do oxigênio; Foram adotados novos valores da composição isotópica do neônio existentes na natureza; Foi rescindida a recomendação para usarem-se valores de T dados pelas

26 escalas de pressão de vapor do 4 He (1958) e 3 He (1962). 2.4.6 EPT-76 A Escala Provisória de Temperatura de 0,5 K a 30 K foi introduzida para atender a duas importantes necessidades que eram: Estabelecer meios de reduzir substancialmente os erros (relativos aos valores termodinâmicos correspondentes) abaixo de 27 K, cuja existência era conhecida na IPTS-68, e ao longo das faixas de temperatura das escalas de pressão de vapor do 4 He e 3 He de 1958 e 1962 respectivamente; Preencher o claro entre 5,2 K e 13,81 K no qual não havia nenhuma escala internacional prévia. Outros objetivos no planejamento da EPT-76 eram que ela deveria ser termodinamicamente suave, que deveria ser contínua com a IPTS-68 em 27,1 K e que ela deveria concordar com a temperatura termodinâmica tanto quanto permitissem essas duas condições. Em contraste com a IPTS-68 e para assegurar a sua rápida adoção, foram adotados vários métodos de realização da EPT-76. Estes incluíam: Usar um instrumento de interpolação termodinâmico e um ou mais de 11 pontos de referência especificados; Adotar as diferenças relativas à IPTS-68 acima de 13,81 K; Adotar as diferenças em relação às escalas de pressão de vapor do hélio abaixo de 5 K; Adotar as diferenças em relação a certas escalas bem estabelecidas por um laboratório. Devido à existência de uma certa falta de consistência interna, admitiu-se que pudessem ser introduzidas pequenas ambigüidades entre realizações. Contudo, considerou-se que as vantagens obtidas com a adoção da EPT-76 como uma escala de trabalho, até a época em que a IPTS-68 fosse revisada e estendida, tinham mais peso que as desvantagens.