CONTRIBUIÇÃO DAS ABORDAGENS DE CICLO DE VIDA PARA A ECONOMIA CIRCULAR CRISTINA SOUSA ROCHA, LNEG, PORTUGAL VANESSA PASQUET, CD2E, FRANÇA 1
PORQUÊ A ECONOMIA CIRCULAR? FR: 20M t de resíduos para aterro Equivalente à massa de 20 M de carros 2
PORQUÊ A ECONOMIA CIRCULAR? O modelo económico linear atual é insustentável! Os atuais padrões de produção e consumo lineares, em que os produtos são usados por um curto período de tempo e depois descartados, resultam em quantidades massivas de resíduos Crescimento populacional + classe média emergente (est. 5000 milhões em 2020) 3
PORQUÊ A ECONOMIA CIRCULAR? Recursos abundantes e acessíveis: Impacte ambiental não é principal preocupação Têm alimentado com sucesso um modelo económico linear As coisas estão a mudar: Aumento da população Aumento do poder de compra Os ganhos de eficiência têm conduzido a uma dissociação relativa do crescimento económico do consume de recursos, mas não absoluta Preocupação: matérias primas Volatilidade do preço Dependência da Europa Matérias-primas críticas 4
PORQUÊ A ECONOMIA CIRCULAR? 5
ECONOMIA CIRCULAR - UM MODELO QUE: É intencionalmente restaurador e regenerador Visa manter os produtos, componentes e materiais no seu máximo valor e utilidade o máximo tempo possível Baseia-se em energias renováveis Minimiza, rastreia e elimina produtos químicos tóxicos Elimina os resíduos (http://www.ellenmacarthurfoundation.org/case_studies) 6
A EC DISTINGUE CICLOS BIOLÓGICOS E CICLOS TECNOLÓGICOS Source: Ellen MacArthur Foundation, SUN and McKinsey Centre for Business and Environment. Braungart & McDonough, C2C
PLANO DE ACÇÃO DA UE PARA A ECONOMIA CIRCULAR ESTRATÉGIA EUROPEIA SOBRE PLÁSTICOS E ECONOMIA CIRCULAR PROGRAMA DE TRABALHO 2015-2017 SOBRE ECODESIGN NORMALIZAÇÃO SOBRE DURABILIDADE, REPARABILIDADE, RECICLABILIDADE REFLEXÃO SOBRE A EXTENSÃO DA DIRETIVA ECODESIGN A PRODUTOS NÃO RELACIONADOS COM ENERGIA COMPRAS PÚBLICAS ECOLÓGICAS TESTE DA PEGADA ECOLÓGICA DO PRODUTO PROGRAMA TESTE SOBRE OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA 8
DIRETIVA DE RESÍDUOS DO PLANO DE AÇÃO DE ECONOMIA CIRCULAR Objetivos de reciclagem RSU 60% em 2025 e 65% em 2030 Objetivos de reciclagem de embalagens Limitação de deposição em aterro Interdição de deposição em aterro Recolha de resíduos orgânicos 75% em 2030 10% em 2030 Fluxos de recolha seletiva Obrigatório, mas dependente de condições técnicas e económicas 9
ESTRATÉGIAS PARA A ECONOMIA CIRCULAR RECUPERAÇÃO DE RECURSOS: - Reciclagem de elevada qualidade - Recuperação orgânica - Recuperação energética ABASTECIMENTO SUSTENTÁVEL ECODESIGN ECOLOGIA INDUSTRIAL ECONOMIA FUNCIONAL AUMENTO DA DURABILIDADE - Reutilização - Reparação CONSUMO RESPONSÁVEL - Compras - Utilização 10
DESACELERAR FLUXOS DE RECURSOS CONTRIBUIÇÃO DAS ABORDAGENS CV PARA EC FECHAR FLUXOS DE RECURSOS fluxo linear fluxo circular extensão do tempo de vida - linear extensão do tempo de vida - circular 11 Fonte: Nancy M.P. Bocken, Conny Bakker e Ingrid de Pauw, 2015
reutilização DESACELERAR FLUXOS DE RECURSOS CONTRIBUIÇÃO DAS ABORDAGENS CV PARA EC reciclagem FECHAR FLUXOS DE RECURSOS fluxo linear fluxo circular extensão do tempo de vida - linear extensão do tempo de vida - circular 12 Fonte: Nancy M.P. Bocken, Conny Bakker e Ingrid de Pauw, 2015
Fonte: Nancy M.P. Bocken, Conny Bakker e Ingrid de Pauw, 2015 DESACELERAR FLUXOS DE RECURSOS CONTRIBUIÇÃO DAS ABORDAGENS CV PARA EC FECHAR FLUXOS DE RECURSOS ecodesign fluxo linear fluxo circular Design para a reciclagem (ciclo tecnológico) Design para a reciclagem (ciclo biológico) extensão do tempo de vida - linear extensão do tempo de vida - circular Design intemporal Aumento da fiabilidade Design para reparabilidade, upgrade, refabricação 13
Fonte: Nancy M.P. Bocken, Conny Bakker e Ingrid de Pauw, 2015 DESACELERAR FLUXOS DE RECURSOS CONTRIBUIÇÃO DAS ABORDAGENS CV PARA EC fluxo linear FECHAR FLUXOS DE RECURSOS fluxo circular modelos de negócio Aumento do valor dos recursos Simbiose industrial extensão do tempo de vida - linear extensão do tempo de vida - circular Sistemas produto serviço Aumento do valor dos produtos Encorajar a suficiência 14
5 NOVOS MODELOS DE NEGÓCIO PARA O CRESCIMENTO CIRCULAR Cadeia de valor circular: baseada em materiais totalmente renováveis, recicláveis ou biodegradáveis (ex.: CRAiLAR Technologies para setor do vestuário) Recuperação e reciclagem: sistemas de produção-consumo em que os resíduos são recuperados e valorizados (ex.: fábricas desperdício zero ) Extensão do tempo de vida dos produtos: reparação, upgrade, refabricação, customização (ex. indústria de produtos elétricos e eletrónicos e máquinas) Plataformas de partilha: aluguer, partilha, troca, empréstimo, etc., facilitadas por TIC. Produto como um serviço: os produtores e os retalhistas detêm a propriedade do produto (ex.: vender iluminação como um serviço) Source: Peter Lacy & Jacob Rutqvist (2015). Waste to Wealth: The Circular Economy Advantage. 15
EXEMPLO CAMISOLA RECICLAGEM DE PEÇAS DE JEANS A 100% INSUCESSO COMERCIAL: ASPETO RECICLADO DEMAISADO MARCADO NÃO CORRESPONDE ÀS EXIGÊNCIAS DOS CLIENTES IMPACTE AMBIENTAL: A MELHORAR 16
EXEMPLO CASACO TECIDO COMPOSTO POR 43% DE ALGODÃO RECICLADO E TAMPAS DE GARRAFAS RECICLADAS SUCESSO DE VENDAS MELHORIA DO ASPETO ESTÉTICO O PREÇO É UM FATOR CHAVE TECELAGEM: FRANÇA CONFEÇÃO: MARROCOS 17
FERRAMENTA PARA EDIFÍCIOS CIRCULARES 18
EXEMPLO: INDÚSTRIA DE TELEMÓVEIS 2010: 1,6 mil milhões de telemóveis produzidos Nos mercados maduros, cara consumidor possui, em média, 1,1 telemóveis O tempo de utilização médio é inferior a 2,5 anos. 20
EXEMPLO: INDÚSTRIA DE TELEMÓVEIS Um telemóvel tem materiais valiosos como ouro, prata e terras raras. Dada a baixa taxa de recolha e reciclagem, quase todos estes materiais se perdem. MUDAR O DESIGN E MELHORAR AS TECNOLOGIAS DE TRATAMENTO LIMPAR OS DADOS PESSOAIS, REEMBALAR E VENDER O TELEMÓVEL IMPLEMENTAR OPÇÕES DE DESIGN QUE FACILITAM A RECUPERAÇÃO DE COMPONENTS REUTILIZÁVEIS REFABRICAÇÃO: CÂMARA, ÉCRAN, BATERIA E CARREGADOR NORMALIZAR COMPONENTES ATRAVÉS DE ACORDOS NA INDÚSTRIA: TER OS MESMOS ÉCRÁS, CÂMARAS E OUTROS COMPONENTES EM TODOS MODELOS 21
AVALIAÇÃO DE CICLO DE VIDA E ECONOMIA CIRCULAR A ACV é útil para complementar a EC: 1. TESTAR OS PRESSUPOSTOS DE MODELOS DE NEGÓCIO ORIENTADOS PARA A ECONOMIA CIRCULAR 2. RECONHECER AS LIMITAÇÕES DO MODELO E EXPLORAR ABORDAGENS ALTERNATIVAS 3. DEFINIR OBJETIVOS E MELHORAR CONTINUAMENTE A CIRCULARIDADE COM VISTA À IMPLEMENTAÇÃO PRÁTICA A NÍVEL DAS EMPRESAS https://www.pre-sustainability.com/complementing-the-circular-economy-with-lca 23
TÊM SIDO DESENVOLVIDAS NOVAS ESTRATÉGIAS, METODOLOGIAS E FERRAMENTAS PARA A OPERACIONALIZAÇÃO DA ECONOMIA CIRCULAR MAS MUITAS DAS JÁ DESENVOLVIDAS PODEM E DEVEM SER UTILIZADAS 24
ECODESIGN E DESIGN PARA A SUSTENTABILIDADE
PRINCÍPIOS DE DESIGN PARA A SUSTENTABILIDADE
SISTEMAS PRODUTO-SERVIÇO Homeservices Project
É IMPORTANTE QUE O ENFOQUE NA ECONOMIA CIRCULAR NÃO RESULTE EM RETROCESSOS EM ALGUMAS ÁREAS DE GESTÃO DA SUSTENTABILIDADE (P.EX. CONSIDERAÇÃO DE ASPETOS SOCIAIS NA GESTÃO DA CADEIA DE VALOR E NO DESIGN) NEM TODOS OS MODELOS CIRCULARES SÃO MAIS SUSTENTÁVEIS: ACV AMBIENTAL, ACV SOCIAL, AVALIAÇÃO DOS CUSTOS DE CV PARA VALIDAÇÃO, MELHORIA E MONITORIZAÇÃO 28
NECESSIDADE DE PRIORIZAR OS PRODUTOS ALVO DE POLÍTICAS DE EC POTENCIAL DE CIRCULARIDADE (BAIXAS TAXAS DE RECICLAGEM, UTILIZAÇÃO DE M.P. VIRGENS, ESCASSAS E CRÍTICAS) INTERESSE ECONÓMICO E ESTRATÉGICO O PROCESSO DE TRANSIÇÃO PRECISA DE TEMPO, MEDIDAS POLÍTICAS, SINAIS DO MERCADO E APOIO ÀS EMPRESAS (FORMAÇÃO, DEMONSTRAÇÃO, COMUNICAÇÃO ) 29
CENTROS DE RECURSOS DESENVOLVIDOS NO ÂMBITO DO LCIP: ESTRUTURAS DE APOIO ÀS EMPRESAS FUNCIONANDO EM REDE A NÍVEL REGIONAL/NACIONAL/INTERNACIONAL 30
Thank you v.pasquet@cd2e.com cristina.rocha@lneg.pt 31