PERFIL DE USO DAS PLANTAS MEDICINAIS PELOS USUÁRIOS DE UMA UNIDADE INTEGRADA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA-PB

Documentos relacionados
ARAÚJO, Dyego Carlos Souza Anacleto 1 ; CARNEIRO, César Alves 2 ; DUARTE, Maira Ludna 3 ; SILVA, Daiane Farias 4 ; BATISTA, Leônia Maria 5 RESUMO

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO SERVIÇO DE INFORMAÇÃO EM PLANTAS MEDICINAIS E MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS - SIPLAM

UTILIZAÇÃO DO CONHECIMENTO POPULAR COMO FERRAMENTA PARA A PRODUÇÃO DE FITOTERÁPICOS UMA EXPERIÊNCIA INTEGRADA AO ENSINO DE BIOLOGIA

Indicação do uso de Fitoterápicos na Atenção Básica. Francilene Amaral da Silva Universidade Federal de Sergipe

005 - IDENTIFICAÇÃO E USO DA ESPINHEIRA-SANTA

O USO DE FITOTERÁPICOS NA ATENÇÃO BÁSICA 1

AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DE ALUNOS DE UM CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA SOBRE O CULTIVO E USO DE PLANTAS MEDICINAIS

CNBB / Regional Sul - 3 Coordenação da Pastoral da Saúde Assembleia Geral Porto Alegre Dezembro de 2017

A IMPORTÂNCIA DA FITOTERAPIA NA SAÚDE DA COMUNIDADE

Saberes populares e uso de plantas medicinais pelos moradores do Bairro Jardim do Éden na cidade de Confresa-MT

ANÁLISE DOS CONHECIMENTOS PRÉVIOS DOS DISCENTES SOBRE AS PLANTAS MEDICINAIS: CONTRIBUIÇÃO DA HORTA ESCOLAR NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM.

FITOTERAPIA NA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL

INVESTIGAÇÃO DO USO DE PLANTAS MEDICINAIS PELA POPULAÇÃO QUE HABITA NAS PROXIMIDADES DAS HORTAS COMUNITÁRIAS NA CIDADE DE PALMAS TO.

Luan Matheus Cassimiro;Romildo Lima Souza; Raphael de Andrade Braga; José Adeildo de Lima Filho

CONHECIMENTO POPULAR SOBRE QUINTAIS MEDICINAIS EM COMUNIDADES RURAIS DO MUNICÍPIO DE QUEIMADAS E MONTADAS DO SEMIÁRIDO PARAIBANO.

CONHECIMENTO E INTERESSE DOS PRESCRITORES DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE, EM RELAÇÃO AO USO DE PLANTAS MEDICINAIS

PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO BÁSICA REFERENTE AO USO DA FITOTERAPIA

O uso de plantas medicinais no município de Quixadá-Ceará

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA UFSC CAMPUS UNIVERSITÁRIO CURITIBANOS CURSO DE CIÊNCIAS RURAIS MARINA GOETTEN

Faculdade de Imperatriz FACIMP

Projeto Farmácia Natural Tenda da Saúde

O ESTUDO DAS PLANTAS MEDICINAIS COMO FERRAMENTA PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: CONHECIMENTO DE MORADORES DE UMA ZONA URBANA, DE CAMPINA GRANDE-PB

Anais do Seminário de Bolsistas de Pós-Graduação da Embrapa Amazônia Ocidental

EFICÁCIA ANTIMICROBIANA DA TINTURA DE TANSAGEM CONTRA STAPHYLOCOCCUS AUREUS E STREPTOCOCCUS PYOGENES

Palavras-chave: Erveiros. Produtos de uso tradicional. Ver-o-Peso.

PERFIL DA POPULAÇÃO IDOSA QUE UTILIZA ERVA MEDICINAL

UTILIZAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS POR MULHERES INTEGRANTES DE UM GRUPO DE IDOSOS NO BAIRRO DO JARDIM QUARENTA EM CAMPINA GRANDE/PB.

USO DE FITOTERÁPICOS PELA POPULAÇÃO IDOSA

FARMACOTÉCNICA. Glauce Desmarais

A UTILIZAÇAO DAS PLANTAS MEDICINAIS SOB A ÓTICA DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE

CARACTERIZAÇÃO MACROSCÓPICA E FITOQUÍMICA DE CASCAS DE CAULE UTILIZADAS COMO DROGAS VEGETAIS NO CENEP NOVA PALMEIRA/PB

Atuação Multidisciplinar em Fitoterapia: os Conselhos de Classe e as Normatizações. Eliane Moreira Vaz

USO DE PLANTAS MEDICINAIS NA PERCEPÇÃO DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DE FLORESTA-PE

Tecendo Saberes sobre

LEVANTAMENTO ETNOBOTÂNICO E ETNOFARMACOLÓGICO NA ZONA URBANA DO MUNICÍPIO DE QUIRINÓPOLIS GO

RESGATE A VALORIZAÇÃO DA SABEDORIA E A CULTURA POPULAR DE UMA FARMÁCIA VIVA

Seminário Internacional sobre Regulação de Fitoterápicos LANÇAMENTO DO PRIMEIRO SUPLEMENTO DO FORMULÁRIO DE FITOTERÁPICOS DA FARMACOPEIA BRASILEIRA

AS PLANTAS MEDICINAIS E A FITOTERAPIA NO SISTEMA OFICIAL DE SAÚDE 1º Seminário Internacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde

INVESTIGAÇÃO ETNOBOTÂNICA DAS PLANTAS MEDICINAIS CULTIVADAS NAS HORTAS COMUNITÁRIAS DE PALMAS - TO

O USO DE PLANTAS MEDICINAIS NO CONTROLE DE HELMINTÍASES

A FITOTERAPIA NO ESTADO DA PARAÍBA UM ESTUDO DE REVISÃO

Fitoterapia. Atuação do Nutricionista em

Estudo sobre a utilização de plantas medicinais no município de Cabaceiras PB

FITOTERAPIA NO SUS RESUMO PALAVRAS-CHAVE

O USO DE PLANTAS MEDICINAIS COMO BENEFÍCIO NA MEDICINA TRADICIONAL, ASSOCIADO COM MEL DE ABELHA

JARDIM MEDICINAL EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA A SAÚDE. Mari Gemma De La Cruz

Levantamento das Espécies de Plantas Medicinais Utilizadas no Município de Quixadá- Ceará

O Uso de Plantas Medicinais na Comunidade do km 48 no Município de Curuça, Pará.

Uso de plantas medicinais: Crendice ou Ciência?

O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA ORIENTAÇÃO DO USO RACIONAL DE FITOTERÁPICOS

Cultivo e estudo de plantas medicinais. Introdução

USO DE PLANTAS MEDICINAIS NA PREVENÇÃO E NO COMBATE DE DOENÇAS NOS MUNICIPIOS DE CRATO E NOVA OLINDA- CE

CONHECIMENTO POPULAR SOBRE FITOTERÁPICOS EM COMUNIDADE URBANA JOÃO PESSOA, PB, BRASIL

O USO DE PLANTAS MEDICINAIS COMO PRÁTICA DE CUIDADO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

NOÇÃO SOBRE FITOTERAPIA DE GRADUANDOS DA ÁREA DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

RESGATANDO O CONHECIMENTO SOBRE PLANTAS MEDICINAIS ENTRE OS ALUNOS DE EJA DO IFRN SANTA CRUZ

POLÍTICA NACIONAL DE PLANTAS MEDICINAIS E MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS *PNPMF*

IMPLANTAÇÃO DA FARMÁCIA VIVA EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE.

PLANO DE ENSINO I. JUSTIFICATIVA:

PROJETO DE LEI N, DE (Da Sra. Deputada Cida Diogo PT/RJ)

Jaísia Lima de Medeiros (1)

ACUPUNTURA NAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: UMA REVISÃO NARRATIVA

I. JUSTIFICATIVA: II. EMENTA:

Levantamento Etnobotânico Das Plantas Medicinais Usadas Por Um Grupo De Idosos E De Gestantes/Lactantes Na Cidade Anápolis/GO

Resumos do IX Congresso Brasileiro de Agroecologia Belém/PA a

A resistência ao uso de fitoterápicos

PROGRAMA DE FITOTERAPICA E PLANTAS MEDICINAIS NO SUS

O uso de medicamentos à base de plantas medicinais por médicos do SUS no município de Teresópolis/RJ

UTILIZAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS COMO RECURSO DIDÁTICO PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA

Diêgo Luan Gomes de Lima (1); José Diego de Melo; Ana Paula Freitas da Silva (4).

LEVANTAMENTO DO USO DE PLANTAS MEDICINAIS NO ENSINO FUNDAMENTAL: POSSIBILIDADES PARA O ENSINO DE ETNOBOTÂNICA

RECOMENDAÇÕES TERAPÊUTICAS DE CINCO PLANTAS AUTORIZADAS PELO SUS

USO DE PLANTAS MEDICINAIS POR IDOSOS DO GRUPO DE CONVIVÊNCIA DA UNIVERSIDADE ABERTA A MATURIDADE

NOTA TÉCNICA. Uso de plantas medicinais em assentamento no sertão Paraibano

Núcleo de Farmácia Viva

A UTILIZAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS NO CAMPO E NA CIDADE DE GOIOERÊ

TÓPICO 2 - Processos de Extração

O USO DE PLANTAS MEDICINAIS NO CUIDADO EM SAÚDE EM UMA COMUNIDADE QUILOMBOLA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Cultive sua saúde através das plantas medicinais: uma experiência na Unidade de Saúde Monte Cristo/Florianópolis/SC

(83)

Sílvia B. C. Czermainski Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul

Cultivo e uso de plantas medicinais pelos moradores de Alto Boa Vista MT

PROJETO DE LEI N 047/2012

Curso Técnico em Zootecnia

HORTAS COMUNITÁRIAS E A UTILIZAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS

RESUMO. Doutorandas em Ciências Biológicas - área de concentração: Genética e Bioquímica pela

A HORTA DA UATI NA VIDA DOS IDOSOS

UTILIZAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS POR IDOSOS EM TRATAMENTO DE CÂNCER

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E O USO DE PLANTAS MEDICINAIS POR IDOSOS DA UNIVERSIDADE ABERTA À MATURIDADE EM LAGOA SECA PB

PERFIL DA AUTOMEDICAÇÃO ENTRE IDOSOS USUÁRIOS DAS UNIDADES DE SAÚDES DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE CUITÉ-PB INTRODUÇÃO

Estudo sociológico e bibliográfico de plantas medicinais encontradas no município de Lagarto-SE

OS BENEFÍCOS DA FITOTERAPIA NA SAÚDE DO HOMEM

AUTOMEDICAÇÃO ENTRE IDOSOS DE UM BAIRRO DE CAPINA GRANDE - PB

ESTUDO DA ETNOBOTÂNICA DAS PLANTAS MEDICINAIS NO ENSINO BÁSICO, NO MUNICÍPIO DE SUMÉ, PARAÍBA, BRASIL

FÁRMACO TECNOLOGIAS PARA A SAÚDE OBJETIVOS.

HERBÁRIO ESCOLAR PLANTAS MEDICINAIS

Matheus Silva Sanches Neyla Ferreira Kempes Caroline Faresin Weslley de Oliveira Alves

SURVEY ON THE PEOPLE'S KNOWLEDGE ABOUT MEDICAL PLANTS WITH A GRADUATE STUDENTS

EDUCAÇÃO SEXUAL: UM RETRATO HISTÓRICO DO CONHECIMENTO DE ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO BÁSICA

Escopo do Projeto (itens 1 a 5)

Transcrição:

PERFIL DE USO DAS PLANTAS MEDICINAIS PELOS USUÁRIOS DE UMA UNIDADE INTEGRADA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA-PB CAVALCANTE, Nayara Costa 1 ; LEITE, Lays Cristina dos Anjos 1 ; LIMA, Abymaelson José Nóbrega de 1 ; SARMENTO, Thiago Ferreira 1 ; BATISTA, Leônia Maria 2 1 Voluntário (a), Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Ciências Farmacêuticas, PROBEX; 2 Coordenadora, Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Ciências Farmacêuticas, PROBEX RESUMO A humanidade utiliza plantas medicinais desde alguns séculos antes de Cristo. Primeiro de forma empírica, e mais tarde para tratamento, cura e prevenção de doenças. O Brasil possui uma grande biodiversidade e o uso de plantas medicinais é uma prática usual, principalmente entre as populações mais carentes. A Fitoterapia nos programas de atenção primária à saúde pode se constituir numa alternativa terapêutica muito útil devido sua eficácia aliada a um baixo custo operacional, a relativa facilidade para aquisição das espécies vegetais e ao contexto cultural no qual ela está inserida. Este trabalho compõe-se de pesquisa exploratória de caráter transversal quantitativo tendo como instrumento questionários semiestruturados os quais foram aplicados junto aos usuários de uma Unidade Integrada de Saúde da Família da cidade de João Pessoa-PB, durante a realização da feira itinerante no mês de julho. Cerca de 47 usuários foram entrevistados sobre o uso de plantas medicinais. Quando avaliada sobre a fonte de procedência da planta, 48% afirmam adquirirem a planta em horta própria ou comunitária, 23% às obtiveram nos mercados e 18% utilizaram outras fontes. Com relação à forma de uso das plantas medicinais, 52% dos entrevistados afirmaram usar as plantas na forma de infuso, 24% na forma de decocto e 19% utilizaram a preparação caseira lambedor. Dos 38 usuários que fazem uso das plantas medicinais, 85% afirmaram que as plantas apresentavam o efeito esperado, enquanto que 15% responderam que não. PALAVRAS-CHAVE: Plantas medicinais, Fitoterapia, PSF

INTRODUÇÃO A utilização de plantas com fins medicinais, para tratamento, cura e prevenção de doenças é tão antigo quanto a espécie humana. A OMS, no inicio da década de 1990, divulgou que grande parte da população dos países desenvolvimento dependiam das plantas medicinais como única forma de acesso aos cuidados básicos de saúde (SILVA et al, 2006). Segundo a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (2005), planta medicinal é uma espécie vegetal, cultivada ou não, utilizada com propósitos terapêuticos. Denomina-se de planta fresca aquela coletada no momento de uso e de planta seca aquela que foi submetida ao processo de secagem, equivalendo à droga vegetal. Os fitoterápicos são preparações obtidas a partir de plantas medicinais e assim como todos os medicamentos, devem oferecer garantia de qualidade, ter efeitos terapêuticos comprovados, composição padronizada e segurança de uso para a população (BRASIL, 2004). Além de seu uso como substrato para a fabricação de medicamentos, as plantas são também utilizadas em práticas populares e tradicionais como remédios caseiros e comunitários, processo conhecido como medicina tradicional (BRASIL, 2005). A Organização Mundial de Saúde (OMS) define a medicina tradicional como sendo a soma de todos os conhecimentos teóricos e práticos, explicáveis ou não, utilizados para diagnóstico, prevenção e tratamentos físicos, mentais ou sociais, baseados exclusivamente na experiência e observação e transmitidos verbalmente ou por escrito de geração a outra (PEREIRA; OLIVEIRA; LEMOS, 2004). O conhecimento popular sobre plantas medicinais contribui de forma relevante na identificação dos efeitos terapêuticos e auxilia os pesquisadores na seleção de espécies para estudos botânicos, farmacológicos e fitoquímicos. Os estudos relacionados às plantas medicinais são de extrema relevância, pois confirma os efeitos terapêuticos já mencionados pela população, além de descobrirem outros efeitos benéficos, assim como a identificação dos efeitos tóxicos de algumas plantas (TRESVENZOL, 2006). A utilização de plantas medicinais nos programas de atenção primária à saúde pode se constituir numa alternativa terapêutica muito útil devido a sua eficácia aliada a um baixo custo operacional, a relativa facilidade para aquisição das plantas e a compatibilidade cultural do programa com a população atendida (MATOS, 1994).

DESENVOLVIMENTO Este trabalho compõe-se de pesquisa exploratória de caráter transversal quantitativo tendo como instrumento questionários semiestruturados aos quais foram aplicados junto aos usuários da Unidade Integrada de Saúde da Família Ipiranga da cidade de João Pessoa-PB. Durante a realização da feira itinerante no mês de julho, e 47 usuários foram entrevistados sobre o uso de plantas medicinais. Quando questionado sobre o uso de plantas medicinais (Gráfico 1), 83% dos entrevistados afirmaram já ter feito uso de plantas medicinas. Este dado corrobora com o que foi encontrado no trabalho de BATISTA (2012), que afirma que no Brasil, aproximadamente 82% da população brasileira utiliza produtos à base de plantas medicinais nos seus cuidados com a saúde, seja mediante o conhecimento tradicional ou ainda pelo uso na medicina popular, de transmissão oral entre gerações, ou nos sistemas oficiais de saúde, como prática de cunho científico, orientada pelos princípios e diretrizes do SUS. Um trabalho realizado por Junior (2008) mostra que 98% dos entrevistados afirmaram utilizar plantas para fins medicinais regularmente e apenas 2,3% disseram não utilizá-las no dia-a-dia. SIM NÃO 17% 83% Gráfico 1: Distribuição percentual quanto a utilização de plantas medicinais Quando avaliada qual a fonte de procedência da planta medicinal (Gráfico 2), 48% afirmam adquirirem a planta em horta própria ou comunitária, 23% as obtêm nos mercados e 18% se utilizam de outras fontes. Segundo Santos et al (2009) a aquisição de plantas medicinais em hortas próprias ou comunitárias é justificada pelo fato da maioria da população residir em áreas urbanas e, por isso utilizam plantas cultiváveis porque são mais acessíves. O presente trabalho também apresenta similaridade com um estudo realizado por Arnous et al (2005), o qual mostra que 79% das pessoas entrevistadas possuem o hábito de

cultivar as plantas medicinais em seus quintais e jardins e 38% também as adquirem nos quintais dos vizinhos e amigos, enquanto apenas 3 pessoas relataram que compram as plantas. 4% 18% 26% 48% Horta própria/comunitária Farmácia Mercados Locais públicos 4% Outras fontes Gráfico 2: Distribuição percentual quanto a procedência das plantas medicinais Quando questionados com relação a forma de uso das plantas medicinais (Gráfico 3), 52% dos entrevistados afirmaram fazer uso de plantas na forma de infuso, 24% na forma de decocto e 19% utilizam a preparação caseira lambedor. Com relação ao preparo, um trabalho realizado por Arnous et al (2005) mostra que 376 dos entrevistados (75%) referiram-se ao chá das plantas medicinais, o que revela o fato de que na maioria das vezes a planta é utilizada de forma errônea porque só as partes duras (raiz, caule e casca) devem ser cozidas. Geralmente as pessoas adquirem as espécies no quintal de suas casas, sendo usadas com mais intensidade na forma de chá por decocção, para os mais variados tipos de moléstias. 0% 0% 0% 0% 5% 24% 19% 52% Infuso Decocto Digesto Compressa Maceração Unguento Xaropes Lambedor Gráfico 3: Distribuição percentual das formas de preparo das plantas medicinais Dos 38 usuários que fazem uso das plantas medicinais, 85% afirmaram que as plantas apresentavam o efeito esperado, enquanto que 15% responderam que não (gráfico 4).

15% 85% SIM NÃO Gráfico 4: Distribuição percentual quanto ao efeito das plantas utilizadas CONSIDERAÇÕES FINAIS O conhecimento sobre plantas com propriedades terapêuticas é um legado que tem se reproduzido ao longo das gerações. Porém, apesar do saber popular ter a sua importância e do fato de estar inserido de maneira complementar ao saber científico, verifica-se certo grau de limitação. Dessa forma, destaca-se a necessidade de intervenções educativas na atenção básica, na perspectiva de conscientizar sobre uso racional das plantas medicinais pelos usuários, buscando assim trazer para a população conhecimentos que possam ser incluídos no seu dia-a-dia a fim de garantir uma melhoria no cuidado de sua saúde. REFERÊNCIAS 1. ARNOUS, A. H.; SANTOS, A. S.; BEINNER, R. P. C. Plantas medicinais de uso caseiro - conhecimento popular e Interesse por cultivo comunitário. Revista Espaço para a Saúde, Londrina, v.6, n.2, p.1-6, 2005. Disponível em: <http://www.ccs.uel.br/espacoparasaude/v6n2/plantamedicinal.pdf> Acesso em: 12 de Setembro de 2013. 2. BATISTA, L. M.; VALENÇA, A. M. G. A Fitoterapia no Âmbito da Atenção Básica no SUS: Realidades e Perspectivas. Pesq Bras Odontoped Clin Integr, João Pessoa, v. 12, n. 2, 2012. Disponível em:

<http://revista.uepb.edu.br/index.php/pboci/article/viewfile/1604/848> Acesso em: 12 de Setembro de 2013. 3. JUNIOR, V. F. V. Estudo do consumo de plantas medicinais na Região Centro-Norte do Estado do Rio de Janeiro: aceitação pelos profissionais de saúde e modo de uso pela população. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 18, n. 2, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbfar/v18n2/27.pdf> Acesso em: 12 de Setembro de 2013. 4. SANTOS, et. al. Estudo etnobotânico de plantas medicinais para problemas bucais no município de João Pessoa, Brasil. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 19, n. 1B, 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbfar/v19n1b/a24v191b.pdf> Acesso em: 12 de Setembro de 2013. 5. TAUFNER, C. F.; FERRAÇO, E. B.; RIBEIRO, L. F. Uso de plantas medicinais como alternativa fitoterápica nas unidades de saúde pública de Santa Teresa e Marilândia,ES. Natureza on line, v. 4, n. 1, 2006. Disponível em: <http://s3.amazonaws.com/academia.edu.documents/30319591/medicinais_ster_mari. pdf?awsaccesskeyid=akiair6fsimdfxpeersa&expires=1379034542&signat ure=zs0ktfibgfxldnaq7d09n%2b5lbkq%3d&response-contentdisposition=inline> Acesso em: 12 de Setembro de 2013.