DIREITO DAS CONTRA- ORDENAÇÕES ELEMENTOS DA DISCIPLINA Docência: Prof. Doutor José Lobo Moutinho Ano Lectivo: 2013/2014 1.º Semestre Optativa Carga horária: Prof. Doutor José Lobo Moutinho: 2h30 (2 aulas) Ensino: Integrado OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DA DISCIPLINA Dentro do quadro geral dos objectivos de uma disciplina de um programa de mestrado vocacionado para a preparação para a prática profissional, pretende-se familiarizar os candidatos com a teoria e prática do Direito das contra-ordenações em geral. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS Introdução - Definição e natureza do Direito das contra-ordenações 1. Génese e evolução histórica da legislação em matéria de contra-ordenações 2. A definição do Direito das contra-ordenações 3. Razão de ordem de matérias na disciplina Parte I - Direito substantivo das contra-ordenações 1. A teoria da lei substantiva 1.1. A proximidade geral de soluções, relativamente à teoria da lei penal 1.2. O princípio da legalidade no Direito das contra-ordenações 2. Teoria geral da contra-ordenação 2.1. O princípio constitucional da proporcionalidade (art. 18º da Constituição) e a previsão de contra-ordenações: subsidiariedade do Direito das contra-ordenações 2.2. O facto ilícito 2.3. A culpa 2.4. Formas da infracção 2.4.1. Iter da infracção 1
2.4.2. A colaboração na infracção: comparticipação e responsabilidade de entidades colectivas 2.4.3. Da unidade à pluralidade das infracções 3. Teoria geral da responsabilidade por contra-ordenação 3.1. A coima 3.2. As sanções acessórias 3.3. Extinção da responsabilidade, em especial, o problema da extinção da personalidade colectiva Parte II - Processo de contra-ordenações 1. Aspectos gerais 1.1. As alternativas fundamentais do processamento das contra-ordenações 1.2. Natureza mista do processo-regra de contra-ordenações: 1.3. Teoria da lei processual das contra-ordenações 1.4. Princípios fundamentais 1.5. Razão de ordem 2. Fase administrativa: elementos 2.1. Introdução: o pano de fundo da aplicabilidade subsidiária das regras do processo penal (art. 41º) e a limitação das matérias a versar 2.2. Sobre os sujeitos 2.3. Sobre os actos do processo 2.4. Sobre a prova 2.5. Meios de coacção 3. Fase administrativa: marcha 3.1. As formas da fase administrativa: a forma comum prevista no RGCO e formas sumárias especiais 3.2. Marcha da forma comum prevista no RGCO 3.3. As formas de processo sumário previstas em lei especial 4. As fases judiciais posteriores: elementos 4.1. Introdução: o pano de fundo da aplicabilidade subsidiária das regras do processo penal (art. 41º); remissões para tratamento dado em sede de fase administrativa 4.2. Sobre os sujeitos 4.3. Sobre o objecto do processo 4.4. Sobre a prova: o problema do sentido do artigo 72º após a revisão de 1995 5. As principais fases judiciais posteriores 5.1. A impugnação judicial em 1ª instância: marcha 5.2. Recurso da decisão judicial aspectos essenciais 5.3. A execução forçada da condenação aspectos essenciais 2
DEMONSTRAÇÃO DE COERÊNCIA ENTRE OS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS COM OS OBJETIVOS DA DISCIPLINA Tratando-se de matéria não abordada na licenciatura, mas de enorme relevância prática, familiarizar os candidatos com a sua teoria e prática do Direito das contra-ordenações em geral exige necessariamente um percurso por todo o domínio problemático, percurso esse que é tornado, entretanto, possível sem cair na superficialidade, na medida em que a remissão legislativa para o Direito Penal e para o Direito Processo Penal como Direitos subsidiários, em parte, permitem selectividade quanto aos temas a aprofundar e, noutra parte, e facultam os instrumentos básicos para a abordagem dos aspectos em que se verificam especificidades mais significativas. MÉTODO DE ENSINO E DE AVALIAÇÃO I Método de ensino As aulas terão um conteúdo variável. Ao lado de exposições do professor, a aposta é numa abordagem que exija uma participação activa dos Estudantes, tanto na exposição e discussão de leading cases ou temas de particular relevo, como na resolução oral ou por escrito de casos práticos. II Método de avaliação O método de avaliação que as já referidas Regras Orientadoras apenas supletivamente definem corresponde naturalmente ao trabalho exigido dos estudantes. A avaliação tomará, fundamentalmente, em consideração, por um lado, a participação nas aulas e o demais trabalho desenvolvido ao longo do semestre (avaliação contínua) e, por outro lado, o trabalho escrito final obrigatório (cuja classificação terá o valor regulamentarmente atribuído ao do exame final). Sem prejuízo de poderem ser admitidas provas orais de melhoria de nota (em condições a determinar, mas, em qualquer caso, sem garantia da classificação anteriormente obtida), os estudantes cuja avaliação final seja negativa devem realizar uma prova oral. Estas regras de avaliação podem ser objecto de alteração/ajustamento no início do ano lectivo, em função do número de Estudantes inscritos na disciplina, designadamente mediante a substituição do trabalho escrito final obrigatório por um exame escrito final obrigatório. DEMONSTRAÇÃO DE COERÊNCIA ENTRE O MÉTODO DE ENSINO COM OS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DA DISCIPLINA O método de ensino seguido, no seu carácter multifacetado, é o único que corresponde à necessidades pedagógicas específicas da disciplina, resultado dos dois vectores de certa forma 3
paradoxais que marcam a sua presença: por um lado, candidatos já licenciados, e, portanto, com elevado nível de autonomia, mas, por outro lado, uma matéria, em muitos aspectos, de surpreendente especificidade, cuja compreensão exige tanto o aprofundamento de conhecimentos vindos da licenciatura, como a abordagem, sobretudo na vertente processual, de uma espécie de processo altamente diferenciada. PLANO DE AULAS AULAS 1 a 4 MATÉRIA Apresentação. Introdução - Definição e natureza do Direito das contra-ordenações 5-8 Parte I - Direito substantivo das contra-ordenações: A teoria da lei substantiva 9 a 13 Teoria geral da contra-ordenação 14 Teoria geral da responsabilidade por contra-ordenação 15-16 Parte II - Processo de contra-ordenações: Aspectos gerais 17 a 21 A fase administrativa: elementos e marcha 22-23 As fases judiciais posteriores: elementos e marcha O número de aulas corresponde às 12,5 semanas de aulas previstas com a possibilidade de perda em função de férias, feriados e dispensas (Jobshop, etc.). LEGISLAÇÃO Constituição da República Portuguesa Regime Geral das Contra-Ordenações Código Penal Código de Processo Penal BIBLIOGRAFIA SELECCIONADA I Guião MOUTINHO, JOSÉ LOBO, Direito das Contra-ordenações. Ensinar e investigar, Lisboa, UCE, 2008 4
II Bibliografia básica AA. VV., Direito Penal Económico e Europeu: Textos Doutrinários, I, Coimbra, Coimbra Edit., 1998, pp. 1 ss. (republ. dos estudos fundamentais de EDUARDO CORREIA, FIGUEIREDO DIAS, COSTA ANDRADE, FARIA COSTA, MIGUEL PEDROSA MACHADO e FREDERICO COSTA PINTO) CAVALEIRO DE FERREIRA, MANUEL - Direito Penal Português, Lisboa/S. Paulo, Verbo, I, 2ª ed., 1982, pp. 15 ss. 213 ss. - Lições de Direito Penal. Parte Geral I-II, Coimbra, Almedina, 2010, pp. 92 ss., 107 ss. - Curso de Processo Penal, Lisboa, Danúbio, 1986, I - pp. 164, 171; II 51, 64-69, 155-158, 187-189, 218, 249-250, 270 FIGUEIREDO DIAS, JORGE DE, Direito Penal. Parte geral, I, 2ª ed., Coimbra, Coimbra Edit., 2007, pp. 155 ss. MARQUES DA SILVA, GERMANO - Direito Penal Português, Lisboa/S. Paulo, Verbo, I, 3ª ed., 2010, pp. 169 ss. - Curso de Processo Penal, Lisboa, Verbo, I, 6ª ed., 2010, pp. 151 ss. III Legislação anotada: PINTO DE ALBUQUERQUE, PAULO, Comentário do Regime Geral das Contra-Ordenações, Lisboa, Universidade Católica Edit., 2011 SIMAS SANTOS, M./LOPES DE SOUSA, J., Contra-ordenações. Anotações ao Regime Geral, 6ª ed., Lisboa, Áreas, 2011 5