A arte medieval Estilo românico e estilo gótico

Documentos relacionados
ARTE GÓTICA. Prof. Nunes

A criação do Românico

HISTÓRIA DA ARTE. Arte gótica Renascimento Barroco

ARTE GÓTICA Inicialmente, o estilo gótico era aplicado exclusivamente na construção de edifícios religiosos. As características mais importantes

Arquitetura Românica

HISTÓRIA DA ARTE PERÍODO DA IDADE MÉDIA

HISTÓRIA DA ARTE PERÍODO DA IDADE MÉDIA

Prof. José Augusto Fiorin

Arquitetura Românica

ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS - BARREIRO Ficha de avaliação de História A. 10.maio.2012 NOME: Nº

Técnico Design Interior

Arte Cristã Primitiva. Mosaico Bizantino da Basílica de Santa Sofia em Constantinopla século XII. 1

Idade Média: A experiência urbana. Uma nova sensibilidade artística: o gótico

A CULTURA DA CATEDRAL. Em Louvor de Deus e dos Homens

ARTE NA IDADE MÉDIA. Pintura, Arquitetura, Escultura.

Vista da Catedral de Colónia, Alemanha

INSTRUMENTOS DE TORTURA UTILIZADOS CONTRA AS HERESIAS, CONSOLIDANDO O TRIBUNAL DA INQUISIÇÃO

A arte medieval: o estilo românico e o gótico

Principais Monumentos Manuelinos

ARTE MEDIEVAL. Estilo Bizantino

Mestre Consolus. Um milagre de São Pedro. Segunda metade do século XIII. A caverna confere sensação de profundidade.

Baixa Idade Média 1 CARACTERÍSTICAS GERAIS:

Século X; tempo em que a Europa se encontrava em crise.o poder real,enfraquecido, foi substituído pelo feudalismo e invasões ameaçavam a

Construção das abóbadas Salvadori, Mario. Why Buildings Stand Up. WW Norton & Company, New York, 1990.

Com a tomada de Roma pelos povos bárbaros, em 476, inicia-se a Idade Média. A arte da Idade Média tem suas raízes na época conhecida como

AS MAIS BELAS IGREJAS DE PORTUGAL

TEORIA, HISTÓRIA E CRÍTICA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO II TH 2

Fim do Império Romano - causas

O QUE FOI A IDADE MEDIA?

O estilo Gótico desenvolveu-se na Europa, principalmente na França, durante a Baixa Idade Média e é identificado como a Arte das Catedrais.

FICHA DE REVISÕES Nº2. Resolve os exercícios com o objetivo de preparares o próximo teste de HCA sobre o módulo 4 A Cultura da Catedral.

Arte Medieval. Arte Românica. Profª Mariana Kaadi

A baixa Idade Média: da crise do Feudalismo à formação dos Estados Nacionais na Europa (Séc. XI-XV) [Cap. 5 e 8] Prof. Rafael Duarte 7 Ano

A arquitetura foi a principal expressão da Arte Gótica e propagou-se por diversas regiões da Europa, principalmente com as construções de imponentes

Capítulo 11 Baixa Idade Média

ARTE MEDIEVAL SUSSUMO/ANDREIA

PLANIFICAÇÃO A MÉDIO/LONGO PRAZO

Mosteiro da Batalha. Pequeno glossário de termos usados. Página 1 de 16

Caraterização geral da arquitetura gótica portuguesa. A singularidade da igreja cisterciense de Alcobaça. A influência do modelo mendicante.

A Idade Média inicia-se em 476 com aqueda do Império Romano do Ocidente, devido às invasões de povos barbaros.

CAESP - Artes Aula 07-22/03/2018 ARTE MEDIEVAL ROMÂNICA E GÓTICA

Duração do teste: 90 minutos

EXTERNATO DA LUZ ANO LECTIVO DE 2010 / 2011

AGRUPAMENTO de ESCOLAS de SANTIAGO do CACÉM Ano Letivo 2017/2018 PLANIFICAÇÃO ANUAL

Prémio Escolar Ano Europeu do Património Cultural

O SISTEMA HIDRÁULICO NA ARQUITECTURA SACRO GÓTICA PORTUGUESA BASE DE DADOS

ESCOLA SECUNDÁRIA ARTÍSTICA DE SOARES DOS REIS PLANIFICAÇÃO ANUAL DE HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES - 11.º ANO ANO LECTIVO DE 2010/2011

Joana Cirne Marília Henriques

História e Cultura das Artes Módulo IV

ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS - BARREIRO Ficha de avaliação 03 de História A. 10º Ano Turma C Professor: Renato Albuquerque. 8.junho.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO ESCOLA SECUNDÁRIA/3 RAINHA SANTA ISABEL ESTREMOZ PLANIFICAÇÃO ANUAL / MÉDIO PRAZO HISTÓRIA 7.º ANO ANO LETIVO 2017/2018

Planificação Anual da Disciplina de História da Cultura e das Artes - 10º Ano. Ano lectivo Módulo 1: A Cultura da Ágora

ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS - BARREIRO Ficha de avaliação 03 de História A. 10º Ano Turma D Professor: Renato Albuquerque. 8.junho.

A BAIXA IDADE MÉDIA (séc. XI XV)

Colégio Avanço de Ensino Programado

Arte Românica e Gótica. 1º Ano 2015 Artes Professor Juventino

Thais Brandão Redatora Skype:

AGRUPAMENTO de ESCOLAS Nº1 de SANTIAGO do CACÉM Ano Letivo 2013/2014 PLANIFICAÇÃO ANUAL

H I S T Ó R I A P L A N I F I C A Ç Ã O A M É D I O P R A Z O. DISCIPLINA: História ANO: 7 TURMAS: B, C e D ANO LECTIVO: 2011/

Arte Gótica. Vitral da Catedral de Notre-Dame

Módulo 3-3. A produção cultural A arte em Portugal: o gótico-manuelino e a afirmação das novas tendências renascentistas

Colégio Pedro II Campus São Cristóvão II APOSTILA DE ARTES VISUAIS. 7º ano 1º trimestre. Unidade II. Arte Medieval. Nome: Nº.

IDADE MÉDIA ARTE GÓTICA

HISTÓRIA DA ARTE Professor: Jeferson Braga Martins MÓDULO I PARTE I GRÉCIA. ROMA. IMPÉRIO BIZANTINO ARTE ROMÂNICA. ARTE GÓTICA.

Arquitectura românica francesa Conques Igreja de S te. Foy (séc. XI) Vista do exterior

PLANIFICAÇÃO ANUAL DE HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES - 10.º ANO ANO LECTIVO DE 2010/2011

Planificação Anual da Disciplina de História da Cultura e das Artes - 10º Ano. Ano letivo Módulo 1: A Cultura da Ágora

Agrupamento de Escolas de Terras de Bouro

FCM 208 Física (Arquitetura)

FUNDO REINALDO DOS SANTOS - Inventário Fotografias

APLICAÇÃO DO ARCO DE OGIVA LANCEOLADA NA ARQUITETURA DE JUIZ DE FORA: IGREJA METODISTA CENTRAL 1

As transformações no modo de viver feudal. Profª Ms Ariane Pereira

ANO LETIVO 2018/2019 CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE AVALIAÇÃO DE HISTÓRIA E CULTURA DAS ARTES - 10º Ano

Ano Lectivo 2014/ ºCiclo 7 ºAno. 7.º Ano 1º Período. Domínios / subdomínios Ojetivos Gerais / Metas Competências Específicas Avaliação

Arquitetura Românica I N T R O D U Ç Ã O E C A R A C T E R Í S T I C A S P R I N C I P A I S

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO Ensino secundário Departamento de Expressões Grupo de Artes Visuais Disciplina: HCA 10º ano Ensino Regular

ARTE ROMANA EFICIÊNCIA, ORGANIZAÇÃO, PRATICIDADE

Filosofia dos Gregos

Arte Medieval 1ª Parte: Românico Origens. Cabeça de Dragão (820 d.c.) Madeira entalhada (51cm): encontrada em Oseberg, Noruega. adyart.wordpress.

Idade Média Século V - XV

A Arte na Idade Média

Ano Lectivo 2012/ ºCiclo 8 ºAno. 8.º Ano 1º Período. Unidade Didáctica Conteúdos Competências Específicas Avaliação.

C I R C U I T O S 3 C A P I T A I S

PERFIL DE APRENDIZAGENS 7 ºANO

O Melhor de Portugal I - 8 noites/9 dias Pacote Terrestre

Igreja da Misericórdia de Alfaiates / Capela da Santa Casa da Misericórdia de Alfaiates. IPA Monumento Nº IPA PT

É a primeira arte do Ocidente que é definida fora da influência oriental.

Características do Renascimento: - Humanismo - Valorização da cultura greco-romana - Antropocentrismo - Racionalismo - Individualismo - Naturalismo

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS PROF. PAULA NOGUEIRA - OLHÃO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAS E HUMANAS PROGRAMA CURRICULAR HISTÓRIA 7º ANO

HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE PORTUGAL

Nome: Ano: Turma: Nº.: Só se pode usar como material de escrita, caneta ou esferográfica de tinta azul ou preta.

Arte medieval. A Igreja Militante ESTILO ROMÂNICO. Características gerais

Igreja de Santa Marinha de Moreira de Rei e as sepulturas que nela se encontram

IDADE MÉDIA POESIA TROVADORESCA CONTEXTUALIZAÇÃO

FUNDO REINALDO DOS SANTOS - Inventário Fotografias

2º bimestre 1ª série 12 - Era Medieval Formação e consolidação da Igreja Caps. 3.2, 3.3 e 7. Roberson de Oliveira Roberson de Oliveira

PLANIFICAÇÃO ANUAL DISCIPLINA DE HISTÓRIA 7 º ANO DE ESCOLARIDADE

A designação "Românico" é uma convenção do século XIX e significa "semelhante ao Romano. Termo usado originalmente para a arquitetura se referia à

CONSOLIDAÇÃO DAS MONARQUIAS NA EUROPA MODERNA

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DO BONFIM ESCOLA SECUNDÁRIA MOUZINHO DA SILVEIRA

Transcrição:

A arte medieval Estilo românico e estilo gótico

Das imagens que aqui se apresentam, quais relacionas com o estilo românico? E com o estilo gótico? A B C Estilo românico A D E Sainte-Chapelle, Paris, séc. XII Mosteiro da Batalha, sécs. XIV-XV Estilo gótico B C F Sé Velha, Coimbra, séc. XII D E F Igreja de Cedofeita, Porto, séc. XII Igreja de Bravães, Ponte da Barca, sécs. XI-XII Catedral de Amiens, França, séc. XIII

Quais são as principais diferenças entre as fachadas de uma igreja românica e de uma igreja gótica? Edifício românico arcos de volta perfeita arcos quebrados contrafortes arcobotantes paredes grossas com grandes aberturas e janelas poucas aberturas Edifício gótico

Quais são as principais diferenças entre as fachadas de uma igreja românica e de uma igreja gótica? Edifício românico arcos de volta perfeita arcos quebrados contrafortes arcobotantes paredes grossas com grandes aberturas e janelas poucas aberturas Os edifícios do românico identificam-se pelo uso de arcos de volta perfeita ou semicirculares. As paredes são espessas, com poucas e pequenas aberturas de luz. Os edifícios góticos identificam-se pelo uso de arcos em ogiva ou quebrados, são mais altos, as paredes são mais finas, porque os pesos são distribuídos pelos contrafortes, e têm mais aberturas de luz. Edifício gótico

Exemplo de uma catedral românica

Elementos de uma catedral gótica

Arcobotantes

Catedral de Notre Dame em Paris um dos melhores exemplos do estilo gótico

Gárgulas na catedral de Notre Dame em Paris

Quais são as principais diferenças entre as abóbadas de uma igreja românica e de uma igreja gótica? Edifício românico Edifício gótico

Quais são as principais diferenças entre as abóbadas de uma igreja românica e de uma igreja gótica? abóbada de berço abóbada de cruzamento de ogivas No românico são mais frequentes as coberturas em abóbadas de berço, que são uma sequência de arcos semicirculares. O seu peso é suportado pelas espessas paredes e pelos contrafortes. No gótico os edifícios são mais altos devido ao uso da abóbada de cruzamento de ogivas. O seu peso é descarregado para umas estruturas exteriores, os arcobotantes e contrafortes, deixando as paredes disponíveis para que se abram grandes janelas. Edifício românico Edifício gótico

Como eram iluminados estes espaços? Edifício românico Edifício gótico

Como eram iluminados estes espaços? frestas vitrais e rosáceas Nos edifícios românicos havia pouca luz. As paredes eram grossas e as janelas eram pequenas frestas. As cerimónias Edifício eram gótico iluminadas com muitas velas. Nos edifícios góticos rasgam-se grandes aberturas nas paredes e a luz jorra no interior das igrejas através de rosáceas e vitrais. Edifício românico

Séc. XI Séc. XII Séc. XIII Séc. XIV 1020-21 1040 1128 1153 1160 1338 Igreja de S. Vicente, Cardona, Espanha Lintel em mármore de Saint- -Génis-des-Fontaines, França Arte românica Construção da Sé de Braga Construção da Sé de Lisboa Fundação do Mosteiro de Alcobaça Arte gótica Início da construção do Mosteiro da Batalha

O estilo gótico espelha o crescimento económico e urbano do século XIII. Espelha a afirmação de um novo grupo social endinheirado, a burguesia, e de uma espiritualidade renovada, marcada por uma ideia de Deus que é luz para os humanos. Por isso, as construções erguem- -se em altura, abrem-se ao exterior e enchem-se de luz, coada pelas cores dos vitrais. E como se explicam todas estas diferenças entre o estilo românico e o estilo gótico? O estilo românico desenvolveu-se num período de alguma instabilidade política na Europa. Em Portugal, as lutas entre cristãos e muçulmanos durante a Reconquista provocavam insegurança e medo. A igreja e o mosteiro eram muitas vezes locais de refúgio da população, por isso, muitos edifícios românicos assemelhavam-se a fortalezas. A ideia de Deus era diferente; no românico era visto como um deus castigador e vingativo Séc. XI Séc. XII Séc. XIII Séc. XIV 1020-21 1040 1128 1153 1160 1338 Igreja de S. Vicente, Cardona, Espanha Lintel em mármore de Saint- -Génis-des-Fontaines, França Arte românica Construção da Sé de Braga Construção da Sé de Lisboa Fundação do Mosteiro de Alcobaça Arte gótica Início da construção do Mosteiro da Batalha

Centro religioso (representa o poder do clero nas cidades, através do bispo) Centro artístico (reúne várias manifestações artísticas e serve de escola para os artistas) Centro cultural (bibliotecas e escolas) Centro económico (em seu redor desenvolvem-se as atividades comerciais) Catedral de Reims, França Poder da Igreja A catedral é símbolo de poder nas cidades medievais Poder da burguesia Os burgueses contribuem para a construção de catedrais e valorizam-se socialmente com esta participação.