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Transcrição:

08:30 VD35 - FIXAÇÃO À CÁPSULA ANTERIOR DO HÁPTICO DE UMA LENTE INTRAOCULAR DE 3 PEÇAS SUBLUXADA, EM OLHO RECENTEMENTE VITRECTOMIZADO E PREENCHIDO COM GÁS José Ferreira Mendes, Manuel Domingues, Fernando Vaz (Hospital de Braga) Objectivos: Apresentar a re-centragem cirúrgica de uma lente intraocular de 3 peças deslocada, usando a cápsula anterior como meio de suporte, poucos dias após vitrectomia via pars plana em que o gás SF6 a 20% foi utilizado para preenchimento ocular. Métodos e Materiais: Apresenta-se o caso clínico de uma doente de 79 anos, submetida a vitrectomia via pars plana com equipamento 23g por descolamento de retina regmatógeno, que após a troca fluido ar foi tamponada com gás SF6 a 20%. Uma semana após a cirurgia, a doente apresentava descentragem da lente intraocular de 3 peças, tendo sido proposta para reposicionamento da lente usando a cápsula anterior como meio de fixação do háptico. Resultados: Utilizando as incisões previamente criadas, preencheu-se a câmara anterior com viscoelastico. Recentrou-se e rodou-se a lente de modo a que os hápticos ficassem alinhados a 90º. Colocou-se o háptico superior ao nível do sulco, ao passo que o eixo óptico foi deixado posterior à cápsula anterior. Adjacente ao háptico, realizouse uma micro capsulorrexis circular (MCC), criando-se um flap em forma de V com uma agulha 25G. Seguidamente, uma agulha Prolene 10-0 passou de anterior para posterior pela MCC, abandonando a câmara anterior pela incisão à 1h. Três nós cirúrgico do tipo Siepser permitiram a fixação do háptico superior da lente à cápsula anterior. Conclusão: A fixação de háptico à cápsula anterior demonstrou ser uma opção segura e eficaz na recentragem de um lente intraocular de 3 peças deslocada, em olho com instabilidade secundária à presença de gás no segmento posterior.

08:38 VD36 - UMA CIRURGIA ECTÓPICA NA ABORDAGEM À ECTOPIA LENTIS. Catarina Areias Pedrosa, Mário Ramalho, Cristina Santos, Maria Lisboa, Fernando Trancoso Vaz, Isabel Prieto (Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca) Introdução: Actualmente, alguns cirurgiões com experiência na abordagem cirúrgica à ectopia lentis têm adoptado as suas próprias técnicas e assumem estes casos quase como rotineiros. Os autores apresentam um vídeo narrado por uma interna, que partilha a experiência da sua tutora durante a abordagem cirúrgica a um caso aparentemente rotineiro de ectopia lentis, repleto de aventuras e percalços, mostrando também como uma experiência como esta pode contribuir para a sua formação. Material e Métodos: Apresentamos a abordagem cirúrgica ao segundo olho de uma criança com ectopia lentis. O objectivo principal era implantar um segmento de anel (segmento de Ahmed) associado a um anel de tensão capsular, de modo a centrar o saco capsular. Durante o procedimento surgiram diversas complicações e dificuldades intra-operatórias em diferentes passos, alguns deles devido a falta de material em stock. Ilustramos ainda técnicas alternativas como a amputação do háptico da lente intra-ocular (LIO) de forma a garantir a centragem da LIO. Resultados: Apesar dos contratempos, o procedimento cirúrgico terminou com a preservação do saco capsular e a centragem adequada da LIO. O resultado final foi muito satisfatório e semelhante ao do primeiro olho. Conclusões: Apesar do desenvolvimento de dispositivos cirúrgicos que permitem o tratamento da maioria dos casos de ectopia lentis com excelentes resultados anatómicos e visuais, a abordagem cirúrgica destes casos continua a constituir um desafio para o cirurgião de segmento anterior. Estar preparado para todas as dificuldades intraoperatórias é fundamental, não apenas no que concerne aos equipamentos e dispositivos necessários, mas também ao conhecimento de técnicas alternativas. Em conclusão, uma má experiência durante a cirurgia pode constituir uma boa lição para todos os que participam na mesma.

08:46 VD37- FIXAÇÃO DE LENTE INTRAOCULAR SUBLUXADA À CÁPSULA ANTERIOR Ricardo Leite, Manuel Domingues, Fernando Vaz (Hospital de Braga) Introdução: A subluxação de lentes intraoculares de câmara posterior (LIO) é uma possível complicação intra e pósoperatória da técnica da facoemulsificação, com uma incidência estimada entra 0,2 e 3% e está descrita até 25 anos após a cirurgia. Pretende descrever-se a técnica cirúrgica de fixação capsular de reposicionamento de LIO, descrita pela primeira vez em 2012, assim como o desfecho visual e estrutural de uma série de 20 doentes submetidos a esta abordagem cirúrgica. Material e Métodos: Estudo retrospectivo de uma série de 25 casos, estudando-se a estabilidade da LIO e da sutura prolene 10/00 e a existência de complicações pós-operatórias. Resultados: Em seguimento mínimo de 6 meses não observamos casos de deslocamento pós-operatório da LIO, mantendo-se a sutura do háptico à cápsula anterior estável e a LIO centrada. Não verificamos perda de acuidade visual. Conclusão: A fixação capsular é uma técnica eficaz para corrigir subluxação precoce ou tardia da LIO em casos seleccionados.

08:54 VD38 - A MINHA PRIMEIRA CIRURGIA DE CATARATA... Mafalda Mota, Diana Silva, Ana Lopes, Catarina Pedrosa, Mário Ramalho, Graça Pires, Isabel Prieto (Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca) Introdução: A cirurgia de catarata é uma das técnica mais realizadas em cirurgia oftalmológica. Apesar de, com um cirurgião experiente, ser uma cirurgia relativamente rápida, quando realizada por um interno que se está a iniciar nesta técnica, poderá ser uma cirurgia mais demorada e difícil. Com este vídeo pretendemos mostrar as dificuldades sentidas por um interno durante a curva de aprendizagem das suas primeiras cirurgias de catarata. Material e Métodos: Apresentação em vídeo das dificuldades encontradas, por um interno, nas primeiras cirurgias de catarata realizadas. Resultados: Apesar de, com um cirurgião experiente, a cirurgia de catarata parecer ser um procedimento simples e rápido, é quando observamos um interno a começar a operar que percebemos as dificuldades inerentes a cada passo desta técnica. Desde a abertura das portas de entrada até à hidratação das mesmas, todos os passos são extremamente desafiantes para o interno. Para além disso, este acto cirúrgico é realizado com recurso ao microscópio, outro desafio para quem está a começar. A técnica de fractura do núcleo escolhida foi a divide and conquer, técnica mais utilizada para cirurgiões iniciantes, como nesta situação. Em todos os casos apresentados não se registaram complicações intra ou pós-operatórias relevantes. A melhor acuidade visual corrigida (MAVC) um mês após a cirurgia foi, em todos os doentes, de 10/10. Conclusão: A gravação dos vídeos das primeiras cirurgias de catarata, para depois revisão e discussão com um cirurgião experiente, é um método de aprendizagem importante e útil para um cirurgião iniciante. Cada passo da cirurgia e eventuais complicações devem ser revistas e explicadas, de modo a poder verificar-se uma evolução e melhoria da técnica realizada pelo interno.

09:02 VD39 - LENTE INTRAOCULAR FÁQUICA, CATARATA E DESCOMPENSAÇÃO ENDOTELIAL - QUE ABORDAGEM CIRÚRGICA? Armando Pimenta Leal 1, Maria João Quadrado 1, João Pedro Marques 1, João Povoa 1, Esmeralda Costa 2, Andreia Martins Rosa 3, Cristina Tavares 1, Joaquim Murta 3 ( 1 Centro de Responsabilidade Integrado de Oftalmologia - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, 2 Centro de Responsabilidade Integrado de Oftalmologia - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra; Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), 3 Centro de Responsabilidade Integrado de Oftalmologia Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra; Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC)) Introdução: A catarata e a descompensação endotelial são duas complicações sérias das lentes intra-oculares fáquicas. A sua resolução no mesmo tempo cirúrgico é a abordagem mais conveniente para o doente, mas implica uma criteriosa técnica cirúrgica. Material e Métodos: Doente do sexo feminino de 54 anos de idade, com história de implante de LIO de suspensão à íris em 2002 por alta miopia de -30 dioptrias em ambos os olhos. A melhor acuidade visual corrigida (MAVC) do OD em 2002 pré implante da LIO fáquica era de 20/200 e após implante melhorou para 20/100. Em 2015 apresentou-se no nosso serviço com queratopatia bolhosa e catarata nuclear OD LOCS II. A MAVC era de apenas 20/400. A contagem de células endoteliais não foi possível. Apresentamos uma técnica inovadora de cirurgia de catarata em olhos com LIO fáquicas de suporte à íris. Após uma incisão de 2.75 mm e injeção de viscoelástico dispersivo, o háptico temporal da LIO fáquica é libertado e reenclavado inferiormente às 7h. A injeção de epinefrina intracamerular permite uma boa midríase para a catarata, sendo rapidamente reversível para a realização do transplante lamelar posterior. Foi inserida uma LIO monobloco no saco capsular. A incisão foi estendida para 5.5 mm para permitir o explante da LIO fáquica após libertação dos hápticos. Suturou-se a porta de entrada e procedeu-se ao transplante endotelial (DSAEK). Resultados: Observou-se uma melhoria anatómica e funcional, apresentando a doente uma córnea transparente com lentículo bem aplicado, um segmento anterior calmo com LIO CP in situ. A acuidade visual passou para 20/100 sem correção. Conclusão: Esta nova abordagem permite efetuar a facoemulsificação da catarata em doentes previamente implantados com LIO fáquica mantendo uma excelente estabilidade da câmara anterior. O DSAEK permanece a cirurgia mais frequentemente efetuada nas doenças endoteliais da córnea, e quando efetuado no mesmo tempo operatório que a cirurgia de catarata permite evitar uma outra intervenção cirúrgica, com todas as vantagens daí decorrentes para o doente.

09:10 VD40 - NA BUSCA DA LENTE Isa Sobral 1, Cristina Fonseca 1, João Póvoa 1, Conceição Lobo 2 ( 1 Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), 2 Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra) Introdução: A luxação de lentes intra-oculares de câmara posterior (LIO CP) para a cavidade vítrea é uma complicação relativamente rara decorrente da cirurgia de catarata. Actualmente estão descritas várias técnicas cirúrgicas para recuperação de LIOs luxadas, incluindo acesso límbico, via pars plana ou combinada. O presente trabalho tem como objectivo exibir um vídeo de cirurgia de explante de LIO CP luxada em doente previamente vitrectomizado, com posterior inserção de nova LIO no sulco. Material e Métodos: Exibição de vídeo de cirurgia de explante de LIO luxada em bloco, em doente vitrectomizado (descolamento de retina regmatogéneo - 2013), e posterior inserção de nova LIO no sulco. Resultados: Doente 68 anos, sexo masculino, com queixas de diminuição da AV com cerca 1 mês de evolução no olho direito (OD). Apresentava melhor acuidade visual corrigida (MAVC) OD dedos a 1 m e olho esquerdo (OE) 10/10, LIO CP luxada inferiormente (6h) na cavidade vítrea OD e cristalino transparente OE, à fundoscopia OD retina assente, rasgadura barrada com laser às 10h, sem outras soluções de continuidade e sem alterações OE. O doente foi submetido a cirurgia de explante da LIO luxada, que se iniciou com recurso a indentação escleral para pesquisa da LIO. Após a sua identificação, procedeu-se ao posicionamento da LIO para a câmara anterior e posterior extracção da lente em bloco. Foi implantada nova LIO no sulco. Actualmente, o doente apresenta MAVC 8/10 OD, sem queixas oculares e LIO bem posicionada. Conclusões: A luxação de LIO é uma complicação pouco comum pós cirurgia de catarata, que requer uma atitude terapêutica atempada, com agilidade técnica e cirúrgica. O procedimento demonstrado permitiu com sucesso o explante da LIO luxada em bloco (proporcionando menor dano endotelial) e implante de nova LIO no sulco. Esta técnica permitiu obter bons resultados no pós-operatório com reabilitação visual precoce do doente.

09:18 VD41 - FACOFAGIA VIA PARS PLANA EM SUBLUXAÇÃO DO CRISTALINO PEDIÁTRICA Marco Frederico Marques 1, João Pedro Marques 1, José Costa 1, Catarina Paiva 1, Maria João Quadrado 2, Joaquim Neto Murta 2 ( 1 Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, 2 Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra; Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra) Introdução: A Síndrome de Marfan é uma doença do tecido conjuntivo, autossómica dominante, causada por uma mutação no gene da fibrilina. A subluxação do cristalino, provocada por uma função deficiente das fibras zonulares, é uma causa importante de baixa acuidade visual nestes doentes, com risco de desenvolvimento de ambliopia. Este vídeo apresenta uma abordagem cirúrgica possível a um caso de subluxação do cristalino em contexto de síndrome de Marfan em idade pediátrica. Material e métodos: Após marcação da esclera a 4mm do limbo com compasso, introduziu-se o sistema de irrigação às 8h. Com uma agulha 23G, realizou-se nova incisão escleral às 10h para introdução do vitréctomo e procedeu-se a facofagia via pars plana. Suturaram-se cuidadosamente as duas incisões esclerais com vycril 7/0. Realizaram-se depois três incisões límbicas: às 10 e 2h, e uma maior, às 12h, com uma faca 4.1mm. Por esta incisão introduziu-se, após a injeção de material viscoelástico, uma lente de câmara anterior (Verisyse +14.0D, Abbott, IL, USA) de fixação à íris e realizou-se uma iridectomia superior. Concluiu-se a cirurgia com a hidratação das incisões límbicas e sutura da porta principal com nylon 10/0. Resultados: Apresentamos um caso de subluxação do cristalino em contexto de Síndrome de Marfan em idade pediátrica. No pré-operatório, a melhor acuidade visual corrigida (MAVC) no pior olho era de 20/400 com -12 dioptrias (D) esféricas. O endotélio corneano possuía uma reserva de 3437 cél/mm2 e a profundidade da câmara anterior era de 3.15mm. Tanto a cirurgia como o pós-operatório decorreram sem intercorrências. Dois meses após a cirurgia era objectivável uma MAVC de 20/30 para longe com +1.50x60º D, e 20/25 para perto com adição de +3.0 D, sem queixas oftalmológicas. A contagem de células endoteliais após a cirurgia situava-se nas 3126 cél/mm2. Conclusões: A subluxação do cristalino é uma consequência possível da mutação no gene da fibrilina. A consequente diminuição da acuidade visual prejudica o desempenho escolar, implicando uma urgente resolução. A facofagia via pars plana torna menos provável a herniação de vítreo para a câmara anterior, diminuindo a probabilidade de complicações. A cirurgia realizada permitiu a recuperação da função visual desta criança.

09:26 VD42 - IMPLANTE DE LIO TÓRICA EM DOENTE COM ANTECEDENTES REFRACTIVOS DE QUERATOTOMIA RADIÁRIA Pedro Coelho, Carlos Menezes, José Lemos, Rita Gonçalves, Tiago Maio, Rui Resende, Paula Tenedório (Hospital Pedro Hispano) Introdução: A queratotomia radiária é um procedimento refractivo obsoleto, contudo continua a ter implicações na abordagem dos doentes necessidade de cirurgia de catarata. Além do cálculo da potência da lente intra-ocular ser mais complexo, o próprio procedimento cirúrgico é tecnicamente mais desafiante pelo risco de descompensação das incisões radiárias. O objetivo desde video é descrever a cirurgia de catarata num doente com queratotomia radiária prévia. Material e Métodos: Edição de vídeo e posterior revisão de processo clínico. Resultados: Doente do sexo feminino, de 69 anos de idade, com história prévia de queratotomia radiária para correcção de miopia foi observada em consulta e proposta para cirurgia de catarata. A melhor acuidade visual corrigida pré-cirurgia (MAVC) era de 6/20. Com o doente na posição sentado foi marcado o eixo horizontal e posteriormente o eixo corneano mais curvo com o anel de fixação de Gimbel/Mendez. A cirurgia decorreu sem incidentes, com implante da LIO no saco capsular. A LIO utilizada foi a Carl Zeiss AT TORBI 709M +21,00 +3,00 at 170. No final da cirurgia verificou-se a estabilidade das queratotomias. Na última consulta de seguimento, 3 meses após a cirurgia, a córnea encontrava-se transparente e a LIO estável e com bom alinhamento relativamente ao eixo pretendido. A doente encontra-se satisfeita com o resultado visual final, apresentando uma MAVC de 20/25 com um equivalente esférico de +0,75. Conclusão: Um bom resultado cirúrgico pode ser obtido nos doentes com antecedentes de queratotomia radiaria desde que seja realizada uma avaliação pré-cirúrgica adequada.

09:34 VD43 - QUERATOPRÓTESE DE BOSTON + VÁLVULA DE AHMED + FACOEMULSIFICAÇÃO E IOL: UM PROCEDIMENTO TRIPLO André Vicente 1, Brandon D. Ayres 2, Christopher J. Rapuano 2 ( 1 Centro Hospitalar Lisboa Central, 2 Cornea Service, Wills Eye Institute, Thomas Jefferson University Hospital, Philadelphia, Philadelphia, USA) Introdução: A queratoprótese de Boston é uma prótese que permite obter um eixo visual sem astigmatismo, não tendo risco de rejeição associado. Permite normalmente uma recuperação rápida da visão no pós-operatório. Os autores apresentam um vídeo de um procedimento triplo de colocação de queratoprótese de Boston. Material e Métodos: Foram realizadas no mesmo tempo operatório, a implantação de uma válvula de Ahmed, facoemulsificação com inserção de IOL de câmara posterior (3 peças) e colocação de uma queratoprótese de Boston. Resultados: O procedimento decorreu sem complicações intraoperatórias. Conclusões: A queratoprótese de Boston (Boston K-Pro), embora esteja associada a potenciais complicações, é uma opção que permite melhorias da acuidade visual em doentes com mau prognóstico.

09:42 VD44 - EXTRUSÃO DE QUERATOPRÓTESE DE BOSTON: ABORDAGEM COM RECOBRIMENTO CORNEO- ESCLERAL João Quadrado Gil 1, João Luís Silva 1, Esmeralda Costa 2, Andreia Rosa 2, Cristina Tavares 1, Maria João Quadrado 2, Joaquim Murta 2 ( 1 Centro de Responsabilidade Integrado de Oftalmologia - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, 2 Centro de Responsabilidade Integrado de Oftalmologia - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra; Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra) Introdução: Alguns doentes com opacidades corneanas significativas têm mau prognóstico após queratoplastia penetrante convencional. É o caso de doenças severas da superfície ocular acompanhadas de deficiência de células límbicas ou neovascularização corneana avançadas. Nestes doentes, a utilização de uma queratoprótese de Boston (Boston K-Pro) surge como uma boa alternativa, oferecendo um eixo visual transparente e sem astigmatismo e uma recuperação visual rápida. Modificações constantes no desenho da prótese, técnica cirúrgica e acompanhamento pós-operatório têm melhorado os resultados obtidos. No entanto, o sucesso de longo prazo permanece um desafio complexo, e a gestão apropriada das complicações encontradas é fundamental para manter os ganhos funcionais obtidos. A possibilidade de melting corneo-escleral e consequente extrusão da queratoprótese é uma das complicações possíveis, que exige resolução cirúrgica apropriada e atempada. Métodos: Descrição de caso clínico, através da apresentação de um vídeo editado, detalhando a correção cirúrgica de um caso de extrusão parcial de queratoprótese de Boston. Resultados: Doente de 56 anos com história de opacificação corneana completa por insuficiência límbica total após queimadura química. Em 2009 realizou implante de queratoprótese de Boston no olho direito (OD) com boa recuperação funcional e sem história de outras complicações no pós-operatório. Sem outros antecedentes pessoais de relevo. O doente foi referenciaddo do exterior para o nosso serviço por apresentar perda sectorial do recobrimento conjuntival, com extrusão completa da metade temporal da queratoprótese. A zona óptica central permanecia preservada e o doente apresentava uma melhor acuidade visual corrigida de 8/10 (Snellen). A abordagem cirúrgica compreendeu a construção manual de um enxerto corneo-escleral de formato semi-circular, através da utilização de um trépano central de 4.5 mm de diâmetro. O enxerto foi depois posicionado sobre a porção exposta da queratoprótese e suturado utilizando suturas simples. A porção lateral do enxerto corneano foi fixa à margem do recobrimento conjuntival restante e o anel escleral fixo à esclera do doente. O período peri e pós operatório imediato decorreu sem intercorrências. No período de seguimento observado verificou-se aposicionamento perfeito do recobrimento corneo-escleral, sem zonas de deiscência e sem extrusão da queratoprótese. Não houve novas complicações de relevo. O doente manteve a boa acuidade visual central e apresentou melhoria subjetiva da tolerabilidade da queratoprótese. Conclusão: A abordagem cirúrgica apresentada, com construção sob medida de um enxerto corneo escleral para recobrimento de uma extrusão parcial de queratoprótese, permitiu um bom sucesso anatómico e funcional para uma complicação grave. Apesar do sucesso técnico observado, a retenção da queratoprótese a longo prazo constitui um desafio constante pelo que o acompanhamento cuidado no futuro permanece essencial.

09:50 VD45 - SURGICAL CHALLENGES IN KERATOPLASTY Maria Teresa Iradier Urrutia, Laura Palmero Fernández, Diego Ruiz Casas, Ricardo Cuiña Sardiña (Iradier Eye Clinic. Madrid, España) Introduction: Solving complicated corneal cases can be challenging. We present four highly problematic cases of keratoplasty referred to our Cornea department that put the surgeon s skills to test. Material and Methods: The first case was a long-term 4-mm corneal perforation in a 69 year-old female with rheumatoid arthritis and Sjögren Syndrome. A protected penetrating keratoplasty was performed to avoid the complications of open-sky surgery. The second patient was a 70 year-old female with severe corneal neovascularization after recurrent herpes virus keratitis in her left eye. A penetrating keratoplasty was performed with an 8 mm cobalttitanium-molybdenum Krumeich ring, which has been found to inhibit growth of superficial vessels into the transplant and appears to reduce the rate of immune reactions. The third case consisted of corneal scarring and neovascularization secondary to repeated herpes virus keratitis in a 52 year-old male, treated with a penetrating keratoplasty. The patient presented with peripheral recurrent melting in previous keratoplasty for which prior amniotic membrane and lamellar scleral grafts had failed. Thus, peripheral lamellar and a new penetrating keratoplasty were performed. The fourth patient was a 31 year-old male with recurrent pterygium associated with symblepharon after multiple interventions, in which peripheral lamellar keratoplasty, symblepharon resection and fornix reconstruction with amniotic membrane transplantation were carried out. Results: Ocular globe integrity was achieved and visual acuity improved from light perception to hand motion in the first patient. Unfortunately, she had severe retinal atrophy. In the second patient, visual acuity improved from hand motion to 20/100 six months after surgery, without neovascularization of the cornea donor across the ring. The melting process halted in the third patient, and cataract surgery had to be performed in order to recover visual acuity. The last patient had good aesthetic result and visual acuity improved from 20/40 to 20/25 one month after surgery. In a 6- month follow-up no signs of recurrence were observed. Conclusions: The complexity of these cornea cases, demanded the surgeons combine several techniques during keratoplasty in order to achieve satisfactory results.

09:58 VD46 - QUERATOPLASTIA PENETRANTE COMBINADA COM EXTRACÇÃO EXTRACAPSULAR DO CRISTALINO E IMPLANTE DE LENTE INTRAOCULAR: O PROCEDIMENTO TRIPLO! Ivo Gama, Walter Rodrigues, Manuel Monteiro-Grillo (Hospital Santa Maria - Centro Hospitalar Lisboa Norte) Introdução: A queratoplastia penetrante(qp) combinada com extracção extracapsular do cristalino a céu aberto e implante de lente intraocular (procedimento triplo-pt) tem sido o tratamento de escolha para doentes com opacidade da córnea e catarata concomitantes. O procedimento combinado permite reduzir o número de procedimentos utilizados e uma reabilitação visual mais rápida do que a realização das mesmas cirurgias isoladamente. O leucoma da córnea associado catarata significativa foi responsável por 19-35% das cirurgias triplas de 1976-2004, sendo a distrofia endotelial de Fuchs a patologia corneana que mais motivou procedimentos triplos nesse período(31-80%). A associação da QP à cirurgia de catarata permite a realização desta última com maior segurança. Material e Métodos: Apresenta-se um vídeo que demonstra todos os passos cirúrgicos da realização do PT no olho direito de um doente de 70 anos, com leucoma central extenso da córnea de longa duração (desde criança) e catarata densa. A cirurgia foi realizada por Cirurgião de Córnea sénior graduado (WR). Durante o vídeo, são fornecidos conselhos e dicas para a realização bem-sucedida de cada passo cirúrgico. Resultados: No pré-operatório, a acuidade visual era de percepção luminosa sem projecção. Perante a constatação pré-operatória de catarata densa associada ao leucoma central da córnea, optou-se pelo PT. Primeiro, procedeu-se à trepanação da córnea do dador, seguida da trepanação da córnea hospedeira, com trépano de Hessburg-Barron. De seguida, iniciou-se a cirurgia de catarata a céu aberto. Corou-se a cápsula anterior com azul tripano, e preencheu-se aa câmara anterior com dispositivo viscocirúrgico. Foi criada uma capsulorréxis circular contínua, com uso de cistótomo. A hidrodissecção, seguida da extracção extra-capsular do cristalino foram realizadas. Foi realizada irrigação-aspiração manual dos restos corticais com cânula de Simcoe e foi implantada uma lente intraocular acrílica de 3 peças no saco capsular, com cápsula posterior íntegra. Foi aspirado o viscoelástico da câmara anterior e, de seguida, o enxerto querático foi suturado à córnea hospedeira com 2 suturas contínuas de monofilamento de 10-0. Ao fim de 5 meses de seguimento pós-operatório, sem complicações, o enxerto é transparente e não existe opacificação da cápsula posterior. Conclusão: O procedimento triplo, apesar de menos utilizado actualmente, mantém-se actual, como o tratamento de eleição de leucomas centrais extensos da córnea associados a catarata significativa. É necessária uma boa visualização do cristalino para uma cirurgia de catarata segura, facto que é possível pela associação da QP, no mesmo tempo operatório, permitindo maximizar a reabilitação visual num único tempo cirúrgico. A extracção extracapsular do cristalino a céu aberto é segura, quando realizada por cirurgiões experientes. No caso apresentado, a cirurgia tripla permitiu alcançar uma transparência de meios e bons resultados, sem complicações.

10:06 VD47 - QUANTIFICAÇÃO DA DISTORÇÃO LUMINOSA NO ÂMBITO DA CIRURGIA IMPLANTO-REFRATIVA José Salgado-Borges 1, Rita Silva 2, Helena Neves 3, Sofia Peixoto-De-Matos 4, Cristina Campos Borges 5, José González-Méijome 4 ( 1 Clinsborges e Hospital da Boa Nova, Porto, 2 Ceorlab e Hospital da Boa Nova, Porto, 3 Ceorlab,Um, Braga, 4 Ceorlab, Um, Braga, 5 Clinsborges, Porto) Introdução: O objetivo deste vídeo é apresentar um dispositivo experimental desenvolvido para a avaliação da qualidade de visão, com baixa iluminação, em pacientes pseudofáquicos com lentes intra-oculares. A técnica de medição baseia-se na quantificação do fenómeno de halos, starburst ou glare. Técnica: O dispositivo de medição é constituído por um painel de LEDs periféricos disposto em torno de um LED central de maiores dimensões, que atua como fonte de distorção luminosa. O objectivo é determinar o tamanho (%) e a forma (parâmetros de irregularidade) da zona em redor da fonte de luz na qual não são visiveis os LEDs periféricos que se iluminam aleatoriamente. Apresentamos a utilidade clínica do dispositivo com exemplos de comparação entre a distorção medida e a representada por um paciente recorrendo a exemplos gerados por computador. Também se mostra a sensibilidade da medição face a pequenas variações de desfocagem e introdução de aberração esférica.por fim, apresentam-se dados da medição de distorção luminosa em doentes com catarata, presbiopia e doentes com lentes intra-oculares monofocais, bifocais, trifocais ou acomodativas. Conclusão: A medição da distorção luminosa é uma técnica sensível a pequenas alterações da desfocagem esférica ou astigmática e aberrações esféricas. A técnica de quantificação da distorção luminosa é reprodutivel e mostra diferenças estatisticamente significativas entre lentes multifocais com diferentes características ópticas.

10:14 VD48 - SUBLUXAÇÃO DE LENTE INTRAOCULAR DE TRÊS PEÇAS ASSOCIADA À AUSÊNCIA DE UM HÁPTICO Mónica Santos, Miguel Castro, Arminda Neves, Joana Campos, Pedro Alfaiate, João Paulo Castro Sousa (Centro Hospitalar de Leiria) Introdução: A cirurgia de catarata com colocação de lente intraocular (LIO) é um procedimento cirúrgico frequente, tendo evoluído tecnicamente ao longo dos anos. Contudo, não é isenta de complicações, estando a rotura da cápsula posterior com ou sem prolapso do vítreo, a desinserção das zónulas e a luxação da LIO entre as mais comuns. As complicações estritamente relacionadas com a LIO não são relatadas frequentemente, embora alguns autores as tenham descrito em associação a implantes de lentes dobráveis com cartuchos de inserção. Material e Métodos: Os autores apresentam o vídeo da intervenção cirúrgica de uma mulher com 76 anos com retinopatia diabética e MAVC 1/10, com LIO do olho esquerdo descentrada. A abordagem foi efectuada por via límbica com explantação de LIO sem o háptico inferior e vitrectomia anterior, seguida de colocação de LIO de câmara anterior de fixação à íris com o sistema de VaccuFix. Resultados: No follow-up a MAVC foi de 2/10 com pressão intra-ocular normal, sem reacção inflamatória. Conclusões: Neste caso não foi observada nenhuma porção remanescente da LIO dentro do olho pelo que acreditamos que durante a manipulação e inserção da mesma, ocorreu a quebra de um dos hápticos, possibilitando o movimento da mesma no saco capsular. O objectivo deste vídeo é demonstrar que não sendo frequente na literatura, a subluxação de LIO danificada pode ocorrer e ser satisfatoriamente solucionada com substituição da mesma.

10:22 VD49 - RECOBRIMENTO DE DEFEITO ESCLERAL COM CÓRNEA DADORA Ana Filipa Miranda 1, Maria Daniela Rivera-Monge 2, Clara Bartha 2, Telma Pereira 2, Luciene Barbosa de Sousa 2 ( 1 Hospital Garcia de Orta, EPE, 2 Departamento de Doenças Externas e Córnea, Escola Paulista de Medicina (EPM), Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, Brasil) Introdução: Vários tecidos foram utilizados para recobrimento de defeitos esclerais incluindo membrana amniótica, esclera e derme. O caso apresentado em vídeo trata de um paciente cujo defeito escleral foi reparado com córnea dadora. Caso Clínico: J.S.A., sexo masculino, 40 anos, com antecedentes de ressecção de pterígio nasal do olho direito (OD) 5 anos antes com beta-irradiação. Foi observado no Departamento de Doenças Externas e Córnea do Hospital de São Paulo com queixas de olho vermelho, prurido e ardor no OD com um ano de evolução. Apresentava ao exame oftalmológico do OD acuidade visual (AV) de 20/20, pressão intraocular (PIO) de 16mmHg, defeito escleral medindo 9x4,5mm na região nasal com exposição uveal, sem outras alterações do segmento anterior e do exame fundoscópico. Foi realizado recobrimento do defeito escleral com patch de córnea. No 20º dia de pós-operatório o paciente apresentou hiperemia conjuntival, afinamento do patch e secreção purulenta. O exame microbiológico de raspado do mesmo mostrou a presença de Aspergillus fumigatus. O paciente foi medicado com anfotericina B tópica de hora em hora, cetoconazol oral e foi realizado novo patch de córnea, cirurgia que se apresenta em vídeo. Ao fim de 2 meses de pós-operatório o paciente encontrava-se assintomático com satisfatória cicatrização da córnea dadora. Conclusão: O tecido corneano tem sido utilizado como recobrimento em diversas situações. O caso apresentado demonstra a vantagem da sua utilização no recobrimento de defeitos esclerais.

10:30 VD50 - AUTO-TRANSPLANTE LIMBAR E RECOBRIMENTO COM MEMBRANA AMNIÓTICA. 5 MESES DE FOLLOW UP PÓS TRAUMATISMO QUÍMICO QUE SE SEGUIRÁ? Bruno Carvalho, Sara Crisóstomo, Ana Luísa Basílio, Lívio Costa, Nuno Aguiar Silva, Nuno Alves, Vitor Maduro, Carlos Batalha, João Feijão (Centro Hospitalar de Lisboa Central) Introdução: Os traumatismos químicos são uma das emergências mais devastadoras da superfície ocular, sendo o seu prognóstico dependente do agente químico, quantidade e duração da sua acção. Estes agentes, pelo seu efeito tóxico limbar, podem levar à perda ou deficiência de células limbares, essenciais nos processos cicatriciais e de repopulação celular da córnea. Objectivo: Apresentar a técnica cirúrgica realizada no Serviço de Oftalmologia do CHLC para reabilitação da superfície ocular. Material e Métodos: Caso clínico de um doente de 28 anos de idade que recorreu ao serviço de urgência há 6 meses, na sequência de traumatismo directo da face com cimento projectado. Realizou-se lavagem, limpeza, desbridamento dos resíduos de cimento e terapêutica tópica, numa fase inicial. Nas primeiras 4 semanas manteve-se terapêutica conservadora anti-inflamatória e lubrificante, embora esta se tenha revelado insuficiente, por defeito epitelial persistente. No final do 1.º e 3.º meses de tratamento, foi feito recobrimento da superfície ocular com membrana amniótica e, no 4.º mês, medicou-se com Cacicol. Por persistência de área de desepitelização residual, surgimento de área de neovascularização e conjuntivalização corneana periférica, e dada a reacção inflamatória fibrótica, ao 5.º mês decidiu-se realizar auto-transplante de células limbares, que se documenta com filmagem cirúrgica. Resultados: Demonstra-se o resultado cirúrgico imediato de uma técnica de reabilitação da superfície ocular, num doente com sequelas de traumatismo químico grave, tendo sido realizada remoção de tecido fibrovascular, peritomia, remoção de enxerto com cerca de 6mm da transição córneo-limbar superior do olho adelfo, o qual se dividiu em 12 segmentos de igual tamanho. Realizou-se a sua sementeira sobre a córnea desepitelizada do olho traumatizado. Por último, procedeu-se ao recobrimento da superfície ocular com dupla camada de membrana amniótica, que se colou com cola biológica e suturou com pontos simples. Verificou-se, no follow up imediato, uma melhoria progressiva da transparência corneana, fotofobia, queratalgia e da acuidade visual. Conclusão: O auto-transplante conjuntival é uma opção cirúrgica em casos de insuficiência de células limbares unilateral, sendo estes casos sempre complexos e de prognóstico reservado, podendo inclusivamente necessitar futuramente de cirúrgicas adicionais.