RESPONSABILIDADE AMBIENTAL PERGUNTAS FREQUENTES

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Transcrição:

RESPONSABILIDADE AMBIENTAL PERGUNTAS FREQUENTES 2012-08-30 1. Em que consiste o regime da responsabilidade ambiental? O regime jurídico da responsabilidade por danos ambientais (regime da responsabilidade ambiental), foi aprovado pelo Decreto-Lei n.º 147/2008, de 29 de julho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 245/2009, de 22 de setembro, pelo Decreto-Lei n.º 29-A/2011, de 1 de março e pelo Decreto-Lei n.º 60/2012, de 14 de março. O referido diploma transpôs para a ordem jurídica nacional a Diretiva 2004/35/CE, de 21 de Abril, que aprovou, com base no princípio do poluidor pagador, o regime da responsabilidade ambiental aplicável à prevenção e reparação dos danos ambientais. O regime da responsabilidade ambiental visa assegurar a reparação dos danos causados ao ambiente perante toda a coletividade, tendo como base o princípio da responsabilização, consagrado na alínea h) do artigo 3.º da Lei da Bases do Ambiente, aprovada pela Lei n.º 11/87, de 7 de Abril. 2. Quem é a autoridade competente para a aplicação do diploma? A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) é, nos termos do art. 29.º, a autoridade competente para a aplicação do regime da responsabilidade ambiental. 3. Qual o âmbito de aplicação do diploma? O regime da responsabilidade ambiental aplica-se: (i) aos danos ambientais (definidos na alínea e) do n.º1 do art. 11.º); (ii) às ameaças iminentes (definidas na alínea b) do n.º1 do art. 11.º) desses danos; causados em resultado do exercício de uma qualquer atividade desenvolvida no âmbito de uma atividade económica, independentemente do seu carácter público ou privado, lucrativo ou não, abreviadamente designada atividade ocupacional. 4. Qual a responsabilidade em que podem incorrer os operadores abrangidos pelo diploma? Para efeitos das competências da APA na qualidade de autoridade competente para a aplicação do regime da responsabilidade ambiental, apenas releva o regime da responsabilidade administrativa (capítulo III do diploma), ao abrigo do qual os operadores (alínea l) do n.º 1 do art. 11.º) estão obrigados a adotar medidas específicas (arts. 14.º e 15.º), perante o Estado, sempre que causem um dano ambiental ou uma ameaça iminente desse dano. 5. A quem se aplica o diploma? 1

O diploma é aplicável a qualquer pessoa singular ou colectiva, pública ou privada, que execute, controle, registe ou notifique uma atividade abrangida pelo regime da responsabilidade ambiental (alínea l) n.º1 do art. 11.º). 6. Quais as atividades listadas no anexo III? O anexo III do Decreto-Lei n.º 147/2008, de 29 de julho foi alterado pelo art.º 49º do Decreto-Lei n.º 60/2012, de 14 de março, pelo que, em conformidade com a nova redação que lhe foi dada, estão listadas as seguintes atividades: 1. A exploração de instalações sujeitas a licença, nos termos do Decreto-Lei n.º 173/2008, de 26 de agosto, que estabelece o regime jurídico relativo à prevenção e controlo integrados da poluição, e que transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 96/61/CE, do Conselho, de 24 de setembro, relativa à prevenção e controlo integrados da poluição, alterada pela Diretiva n.º 2003/35/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de maio, e codificada pela Diretiva n.º 2008/1/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de janeiro. Ou seja, todas as atividades enumeradas no anexo I do Decreto-Lei n.º 173/2008, de 26 de agosto, com exceção das instalações ou partes de instalações utilizadas exclusivamente para a investigação, desenvolvimento ou experimentação de novos produtos ou processos. 2. Operações de gestão de resíduos, compreendendo a recolha, o transporte, a valorização e a eliminação de resíduos, incluindo a supervisão destas operações, a manutenção dos locais de eliminação no pós encerramento, que estejam sujeitas a licença ou registo, nos termos do Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de setembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011 de 17 de junho, que transpõe a Diretiva 2008/98/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de novembro de 2008, relativa aos resíduos. Estas operações incluem, entre outras, a exploração de aterros nos termos do Decreto -Lei n.º 183/2009, de 10 de agosto, alterado pelo Decreto-Lei n.º 84/2011, de 20 de junho, que transpõe a Diretiva n.º 1999/31/CE, do Conselho, de 26 de abril, relativa à deposição de resíduos em aterros, e a exploração de instalações de incineração nos termos do Decreto-Lei n.º 85/2005, de 28 de abril, alterado pelo Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de setembro e pelo Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, que transpõe a Diretiva n.º 2000/76/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 4 de dezembro, relativa à incineração de resíduos. Estas operações não incluem a utilização de lamas provenientes de estações de tratamento de águas residuais urbanas em solos agrícolas, licenciada nos termos do Decreto-Lei n.º 276/2009, de 2 de outubro, que transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 86/278/CEE, do Conselho, de 12 de junho. 3. Todas as descargas para as águas interiores de superfície que requeiram licenciamento prévio, nos termos do Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de agosto, alterado pelos Decretos-Leis n.ºs 52/99, 53/99 e 54/99, todos de 20 de 2

fevereiro, 56/99 de 26 de fevereiro, 431/99 de 22 de outubro, 243/2001, de 5 de setembro, e 135/2009, de 3 de junho, e de acordo com o previsto na Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro, alterada pelo Decreto-Lei n.º 245/2009, de 22 de setembro, e no Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de maio. 4. Todas as descargas de substâncias para as águas subterrâneas que requeiram licenciamento prévio, nos termos do Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de agosto, e de acordo com o previsto na Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro e no Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de maio. 5. As descargas ou injeções de poluentes nas águas de superfície ou nas águas subterrâneas que requeiram título de utilização dos recursos hídricos ou registo nos termos da Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro. 6. Captação e represamento de água sujeitos a título de utilização dos recursos hídricos, nos termos da Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro. 7. Fabrico, utilização, armazenamento, processamento, enchimento, libertação para o ambiente e transporte no local de: a) Substâncias perigosas, de acordo com os critérios do Regulamento (CE) n.º 1272/2008, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de dezembro de 2008, alterado pelos Regulamentos n.º 1336/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho de 16 de dezembro de 2008, 790/2009 da Comissão, de 10 de agosto de 2009, 440/2010, da Comissão, de 21 de maio de 2010 e 286/2011 da Comissão, de 10 de março de 2011, relativo à classificação, rotulagem e embalagem de substâncias e misturas; b) Misturas perigosas (1), de acordo com os critérios do Regulamento (CE) n.º 1272/2008, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de dezembro de 2008, relativo à classificação, rotulagem e embalagem de substâncias e misturas; c) Produtos fitofarmacêuticos, definidos nos termos do n.º 1 do artigo 2.º do Regulamento (CE) n.º 1107/2009, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de outubro, relativo à colocação no mercado dos produtos fitofarmacêuticos; d) Produtos biocidas definidos na alínea a) do n.º 1 do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 121/2002, de 3 de maio, alterado pelos Decretos-Leis n.ºs 332/2007, de 9 de outubro, 138/2008, de 21 de julho, 116/2009, de 18 de maio, 145/2009, de 17 de junho, 13/2010, de 24 de fevereiro, 112/2010, de 20 de outubro, e 47/2011 de 31 de março, que transpõe a Diretiva n.º 98/8/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de fevereiro, relativa à colocação de produtos biocidas no mercado. (1) Até 1 de junho de 2015 aplica-se o Decreto-Lei n.º 82/2003, de 23 de abril, que transpõe a Diretiva n.º 1999/45/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 31 de maio, relativa à aproximação das disposições legislativas, regulamentares e administrativas dos Estados membros 3

respeitantes à classificação, embalagem e rotulagem de preparações perigosas, republicado pelo Decreto-Lei n.º 63/2008, de 2 de abril. 8. Transporte rodoviário, ferroviário, marítimo, aéreo ou por vias navegáveis interiores de mercadorias perigosas ou poluentes definidas nos anexos I e II do Decreto-Lei n.º 41-A/2010, de 29 de abril, que transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 2006/90/CE, da Comissão, de 3 de novembro, relativa ao transporte ferroviário de mercadorias perigosas, e a Diretiva n.º 2008/68/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 24 de setembro, relativa ao transporte terrestre de mercadorias perigosas, ou no Decreto-Lei n.º 180/2004, de 27 de julho, alterado pelos Decretos-Leis n.ºs 236/2004, de 18 e dezembro, 51/2005, de 25 de fevereiro, e 263/2009 de 28 de setembro, que transpõe a Diretiva n.º 2002/59/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de junho, relativa à instituição de um sistema comunitário de acompanhamento e de informação do tráfego de navios. 9. Exploração de instalações sujeitas a autorização, nos termos da Diretiva n.º 84/360/CEE do Conselho, de 28 de junho de 1984, relativa à luta contra a poluição atmosférica provocada por instalações industriais, revogada pela Diretiva n.º 2008/1/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de janeiro, relativa à Prevenção e Controlo Integrados da Poluição, alterada pela Diretiva n.º 2009/31/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de abril de 2009, e transposta pelo Decreto-Lei n.º 173/2008, de 26 de agosto. 10. Quaisquer utilizações confinadas, incluindo transporte, que envolvam microrganismos geneticamente modificados definidos pelo Decreto-Lei n.º 2/2001, de 4 de janeiro, que transpõe a Diretiva n.º 90/219/CEE, do Conselho, de 23 de abril, relativa à utilização confinada de microrganismos geneticamente modificados, alterada pela Diretiva n.º 98/81/CE, do Conselho, de 26 de outubro. 11. Qualquer libertação deliberada para o ambiente, incluindo a colocação no mercado ou o transporte de organismos geneticamente modificados definidos no Decreto-Lei n.º 72/2003, de 10 de abril, alterado pelo Decreto- Lei n.º 164/2004, de 3 de julho, que transpõe a Diretiva n.º 2001/18/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de março, relativa à libertação deliberada no ambiente de organismos geneticamente modificados. 12. As transferências transfronteiriças de resíduos, no interior, à entrada e à saída da União Europeia, que exijam uma autorização ou sejam proibidas na aceção do Regulamento n.º 1013/2006, de 14 de junho, relativo à fiscalização e ao controlo das transferências de resíduos no interior, à entrada e à saída da Comunidade, alterado pelos Regulamentos n. os 1379/2007 da Comissão, de 26 de novembro de 2007, 669/2008 da Comissão, de 15 de julho de 2008, 308/2009 da Comissão, de 15 de abril de 4

2009, 413/2010 da Comissão, de 12 de maio de 2010 e 664/2011, de 11 de julho de 2011. 13. A gestão dos resíduos de extração, nos termos do Decreto-Lei n.º 10/2010, de 4 de fevereiro, que transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 2006/21/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de março, relativa à gestão dos resíduos das indústrias extrativas. 14. A operação de locais de armazenamento nos termos do regime jurídico da atividade de armazenamento geológico de dióxido de carbono (CO2). 7. O que são danos ambientais? Os danos ambientais abrangem: (i) - Danos causados às espécies e habitats naturais protegidos; (ii) Danos causados à água; (iii) Danos causados ao solo. Nas situações descritas em (i) e (ii) apenas se considera a existência dos danos ambientais aí referidos se estes tiverem efeitos significativos e adversos. Na situação descrita em (iii) apenas se considera a existência dos danos ambientais aí referidos se estes tiverem risco significativo para a saúde humana. Os danos ambientais podem ocorrer direta ou indiretamente. Por exemplo, podem ser causados danos à água ou ao solo por precipitação de substâncias perigosas na sequência de emissões gasosas acidentais dessas substâncias perigosas. 8. Como determinar a existência de efeitos significativos e adversos? O carácter significativo dos danos causados às espécies e habitats naturais protegidos que afectem adversamente a consecução ou a manutenção do estado de conservação das espécies e habitats naturais protegidos é avaliado tendo como ponto de referência o estado de conservação, no momento dos danos, e tendo em consideração o disposto no capítulo IV do Diploma. No caso dos danos causados à água, o carácter significativo dos mesmos é avaliado através da verificação da afectação: (i) do estado ecológico ou do estado químico das massas de água de superfície, (ii) do potencial ecológico ou do estado químico das massas de água artificiais ou fortemente modificadas, ou (iii) do estado quantitativo ou do estado químico das massas de água subterrâneas. Os danos causados ao solo são verificados em função do risco que constituem para a saúde humana, determinados através de um processo de avaliação de riscos que tem em conta as características e funções do solo, o tipo e a concentração das substâncias, preparações, organismos ou microrganismos perigosos. 5

9. Quais as obrigações para os operadores decorrentes do regime da responsabilidade administrativa? Qualquer operador (definido na alínea l) do n.º1 do art. 11.º) que exerça: (i) uma atividade listada no anexo III do diploma e que, independentemente da existência de culpa ou dolo (responsabilidade objectiva), cause um dano ambiental ou ameaça iminente desse dano, em resultado dessa atividade, é obrigado a adotar medidas de prevenção (art. 14.º) e reparação (art. 15.º) do dano ou ameaça causados; (ii) uma atividade que não esteja listada no anexo III do diploma e que, com dolo ou negligência (responsabilidade subjectiva), cause um dano ambiental ou ameaça iminente desse dano, em resultado dessa atividade, é obrigado a adotar medidas de prevenção (art. 14.º) e reparação (art. 15.º) do dano ou ameaça causados. 10. Quais as obrigações dos operadores em sede de prevenção e reparação de danos ambientais? Os operadores estão obrigados a adotar medidas de prevenção (arts.14.º e 18.º) sempre que, em resultado do exercício de qualquer atividade ocupacional: (i) se verifique uma ameaça iminente de dano ambiental; (ii) ocorra um dano ambiental (para evitar a ocorrência de danos subsequentes); (iii) a autoridade competente assim o determine. Os operadores estão obrigados a adotar medidas de reparação (arts.15.º e 18.º) sempre que: (i) ocorra um dano ambiental; (ii) a autoridade competente assim o determine. 11. Em que consiste a reparação dos danos ambientais? A reparação dos danos ambientais assume diversas formas (anexo V), consoante o tipo de dano. No caso dos danos causados à água, as espécies e habitats naturais protegidos, o regime visa a restituição do ambiente ao estado anterior ao dano, ou seja, ao seu estado inicial (alínea j) do n.º 1 do art. 11.º). Para o efeito, os recursos naturais e/ou serviços deteriorados devem ser restituídos ao seu estado inicial ou compensados, no sítio danificado ou em sítio alternativo, sempre que essa restituição não seja possível. No caso dos danos causados ao solo, o regime exige a sua descontaminação para assegurar que o solo contaminado deixe de comportar riscos significativos de efeitos adversos para a saúde humana, tendo em conta a utilização actual ou futura do solo. O anexo V do diploma contém directrizes adicionais a ter em conta no que respeita às medidas tendentes a reparar os danos ambientais. 12. Quem suporta os custos associados à prevenção e à reparação dos danos ambientais? 6

Os custos das medidas de prevenção e reparação adotados em virtude do disposto no regime da responsabilidade ambiental são suportados pelo operador responsável pelo dano ambiental ou ameaça iminente desse dano. Nos casos que a autoridade competente tenha atuado diretamente (art. 17.º) e executado, ela própria, as medidas de prevenção ou reparação, pode recuperar os custos suportados, exigindo o seu pagamento ao operador responsável, através: (i) de direito de regresso; (ii) de garantias sobre bens imóveis ou outras garantias adequadas. Se diversos operadores forem responsáveis por um dano ambiental, devem os mesmos suportar os custos inerentes à reparação desse dano, solidariamente ou na proporção da sua responsabilidade. 13. O que podem os particulares/interessados fazer sempre que tenham conhecimento de um dano ambiental ou de uma ameaça iminente desse dano? Qualquer interessado (art. 18.º n.º 2) pode: (i) apresentar à autoridade competente observações relativas a situações de danos ambientais ou de ameaça iminente desses danos; (ii) pedir a intervenção da autoridade competente, apresentando com esse pedido os dados ou intervenções relevantes de que disponham. A autoridade competente analisa o pedido de intervenção, comunicando às partes interessadas o respetivo deferimento ou indeferimento. Caso determine a existência de um dano ambiental, e o requerente tenha legitimidade, notifica o operador sobre o pedido de intervenção, tendo em vista a tomada de decisão relativa às medidas a adotar. 14. Quem está sujeito à obrigação de constituir garantias financeiras? Qualquer operador que exerça uma ou mais atividades listadas no anexo III do diploma, deve obrigatoriamente constituir uma garantia financeira que lhe permita assumir a responsabilidade ambiental inerente à atividade por si desenvolvida. Para operadores de pequena dimensão está em estudo pela APA a especificação de uma análise simplificada de risco. Está também em estudo pela APA a determinação do valor da garantia financeira a prestar nos casos em que o risco de dano ambiental das atividades exercidas for negligenciável. 15. Qual a data a partir da qual as garantias financeiras são exigíveis? As garantias financeiras são exigíveis a partir de 1 de Janeiro de 2010. 16. Quais os requisitos a que devem obedecer as garantias financeiras? Os operadores podem constituir uma ou mais garantias financeiras, próprias e autónomas. As referidas garantias podem ser: (i) alternativas; ou (ii) complementares entre si. 7

As garantias obedecem, ainda, ao princípio da exclusividade, não podendo ser desviadas para outro fim nem objeto de qualquer oneração, total ou parcial, originária ou superveniente. 17. Que formas de garantias financeiras podem ser constituídas? As garantias financeiras podem ser constituídas através de: (i) Subscrição de apólices de seguro; (ii) Obtenção de garantias bancárias; (iii) Participação em fundos ambientais; (iv) Constituição de fundos próprios reservados para o efeito. 18. A que requisitos devem obedecer as garantias bancárias? As garantias bancárias devem ser: (i) contratadas com uma instituição autorizada na União Europeia ou no Espaço Económico Europeu; (ii) autónomas e à primeira solicitação ( first demand ); (iii) incondicionais e irrevogáveis; (iv) liquidáveis no prazo de 24 horas. O beneficiário das garantias bancárias é a Agência Portuguesa do Ambiente. 19. Que fundos ambientais estão em causa? A participação em fundos ambientais pode ser feita através de fundos ambientais, nacionais ou internacionais, reservados para o efeito. 20. Como determinar o montante da garantia financeira? O valor da garantia financeira deve ser estabelecido com base na estimativa dos custos das medidas de prevenção (art. 14.º) e reparação (art. 15.º) dos danos potencialmente envolvidos. Para o efeito, o operador deve: 1. Efectuar a caracterização da atividade ocupacional, incluindo todas as operações que envolvam riscos para o ambiente. 2. Identificar o estado inicial (alínea j) do n.º1 do art. 11.º): analisar a situação atual das espécies e habitats naturais protegidos, das massas de água de superfície e subterrâneas e dos solos na envolvente da atividade ocupacional, suscetíveis de ser afetadas pelas situações de risco resultantes da atividade ocupacional. 3. Identificar e analisar os cenários de risco previsíveis, isto é, os incidentes suscetíveis de ocasionar danos ambientais (alínea e) do n.º1 do art. 11.º) com probabilidade de ocorrência não negligenciável, tais como a libertação acidental de substâncias perigosas, incêndio, explosões, entre outros. 4. Avaliar os danos ambientais associados aos cenários de risco previsíveis. 5. Definir os programas de medidas para a prevenção e a reparação dos danos ambientais, nos termos do disposto no anexo V do diploma. 8

6. Determinar os custos das medidas referidas. 21. Como proceder à identificação do estado inicial? A identificação do estado inicial a desenvolver pelos operadores, no âmbito do Decreto-Lei n.º 147/2008, de 29 de Julho, deve centrar-se nas três componentes ambientais abrangidas pelo diploma, sempre que aplicável, designadamente: (i) espécies e habitats naturais protegidos: delimitação dos habitats naturais com estatuto de proteção legal e identificação da distribuição natural das espécies de fauna e flora, de acordo com a melhor informação disponível. (ii) água: identificação das massas de água de superfície e subterrâneas e do respetivo estado, de acordo com a Lei nº 58/2005 de 29/12, o Decreto-Lei nº 77/2006 de 30/03, o Decreto-Lei nº 208/2008 de 28/10 e legislação complementar (designadamente as Portarias nºs 702/2009, de 6/07, 1115/2009 de 29/09), bem como com a melhor informação disponível. (iii) solo: características físicas e químicas do solo, de acordo com a melhor informação disponível. Na metodologia a desenvolver deve ser especificado o seguinte, sempre que aplicável: ano de referência para início de caracterização, periodicidade/frequência de actualizações da caracterização; fontes de informação utilizadas. Para os operadores que desenvolvem as atividades especificadas no ponto 8 do anexo III do diploma, nomeadamente transporte rodoviário de substâncias perigosas, deverão os mesmos, com base no conhecimento dos trajetos preferencialmente adotados, desenvolver a metodologia que melhor se adapte ao caso específico. 22. Já se encontra publicada a portaria referida no n.º 4 do art. 22.º do diploma? O n.º 4 do artigo 22.º do diploma 1, estabelece que podem ser fixados limites mínimos para os efeitos da constituição das garantias financeiras obrigatórias, mediante portaria a aprovar pelos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças, do ambiente e da economia. Importa esclarecer que a publicação desta portaria constitui uma possibilidade a que o Governo pode recorrer, se assim o entender, não existindo qualquer obrigação de se proceder à regulamentação do diploma quanto a este aspecto, pelo que o mesmo se encontra plenamente em vigor. Com efeito, o facto de a portaria não ter sido publicada, não desonera os operadores que exerçam alguma das atividades listadas no anexo III do referido Decreto-Lei, da obrigação de, a partir de 1 de Janeiro de 1 O n.º 4 do art. 22.º do Decreto-Lei n.º 147/2008, de 29 de Julho foi alterado pelo Decreto-Lei n.º 29- A/2011, de 1 de Março. 9

2010, constituírem uma ou mais garantias financeiras, nos termos acima referidos. A publicação da portaria não se encontra prevista a curto prazo, sendo que a observação do funcionamento do mercado quanto a este aspecto, bem como a análise dos tipos e montantes de garantias financeiras constituídas pelos operadores abrangidos por esta obrigação, permitirá aferir da necessidade do estabelecimento de montantes mínimos para as mesmas. Neste contexto, sublinha-se que a Diretiva 2004/35/CE, relativa à responsabilidade por danos ambientais, no n.º 2 do seu art. 14.º, estabelece que a Comissão Europeia apresentará um relatório 2 sobre a eficácia da Diretiva, designadamente em termos de: (i) reparação de danos ambientais; (ii) disponibilidade a custos razoáveis e sobre as condições dos seguros e outros tipos de garantia financeira; (iii) uma abordagem gradual da implementação de garantias financeiras; (iv) um limite máximo para a garantia; e (v) exclusão das atividades de baixo risco. 23. Já se encontra publicada a portaria referida no n.º 3 do art. 23.º do diploma? O n.º 2 do art. 23.º do diploma, estabelece que sobre as garantias financeiras incide uma taxa no montante máximo de 1% do respetivo valor, destinada a financiar a compensação dos custos da intervenção pública, de prevenção e reparação dos danos ambientais, a liquidar pelas entidades seguradoras, bancárias e financeiras, que nelas intervenham. O n.º 3 do mesmo art. 23.º, dispõe que o montante concreto da referida taxa, bem como as suas regras de liquidação e pagamento, são fixados portaria a aprovar pelos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças, do ambiente e da economia. A definição do montante da taxa acima referida encontra-se em fase de estudo, tendo em vista a posterior publicação da portaria prevista no art. 23.º, não sendo devida qualquer taxa até à publicação da referida portaria. 24. A APA dispõe de uma minuta para a constituição da garantia bancária ou de uma minuta de apólice de seguro? Na presente data e para qualquer uma das modalidades de garantia financeira escolhida não existe uma minuta específica. 25. A APA procede à validação de minutas de garantia bancária ou de apólice de seguro? 2 À luz do previsto no artigo 14ª da Diretiva 2004/35/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de Abril de 2004 (Diretiva RA) foi elaborado o relatório COM (2010)581, de 12 de Outubro, do Parlamento Europeu e do Conselho. 10

Em conformidade com o disposto no diploma RA, não há lugar à validação de minutas de garantia financeira por esta Agência, enquanto Autoridade Competente para efeitos da aplicação do mesmo. 26. Qual a metodologia de análise de risco que o operador deve adotar? O diploma RA não especifica nenhuma metodologia de análise de risco, pelo que os operadores poderão adotar aquela que melhor se adaptar à atividade ocupacional desenvolvida e aos danos ambientais que esta possa causar, nos termos da alínea e) do art.º 11º, aos descritores: (i) Espécies e habitats naturais protegidos; (ii) Água; (iii) Solo, quando exista risco para a saúde humana. A análise de risco poderá também identificar cenários cujo risco pode ser minimizado através da adoção de novas medidas e consequentemente poder contribuir para diminuir os custos das medidas de prevenção e reparação dos danos potencialmente envolvidos. 27. Quem deve efectuar a análise de risco? A realização da análise de risco ambiental a efetuar à atividade ocupacional, no âmbito do presente diploma, poderá ser realizada pelo próprio operador ou entidade externa contratada para o efeito. 28. Após o encerramento de um atividade quando é que deixa de existir a obrigação da constituição da GF? O Diploma RA impõe como obrigatória a constituição de garantias financeiras aos operadores que exerçam as atividades ocupacionais enumeradas no anexo III, apenas e só durante essa mesma atividade, ou seja, enquanto o operador desenvolver a atividade económica desenvolve também a atividade ocupacional e durante esse período é obrigado, por força do artigo 22º, à constituição da garantia financeira. Ao deixar de exercer a atividade ocupacional (n.º 1 do art.º 2º) do anexo III do Diploma RA, deixa também de existir, para o operador, a obrigação de constituir a garantia financeira, uma vez que esta obrigação só subsiste enquanto o mesmo exercer essa atividade ocupacional. Por último, atenda-se ainda ao exposto no art.º 33º do diploma RA que refere Consideram-se prescritos os danos causados por quaisquer emissões, acontecimentos ou incidentes que hajam decorrido há mais de 30 anos sobre a efectivação do mesmo.. Ao prescreverem ao fim de 30 anos (artigo 33º) pode o operador, caso entenda necessário, salvaguardar eventuais responsabilidades futuras e assim manter em vigor as garantias financeiras para além da cessação da sua atividade. Contudo trata-se de uma opção própria do operador, sem cariz de obrigação legal, pelo que cabe a estes analisar qual a melhor maneira de fazer face a essa eventual demanda no quadro do artigo 33º, mas que já fora duma obrigação legal imposta pelo artigo 22º. 11

29. Como pode ser constituído um fundo próprio? Um fundo próprio é um instrumento financeiro titulado através de um ativo da empresa. A constituição do fundo próprio pode ser assegurada através de uma acta de reunião ou declaração de constituição do mesmo, assinada pelo responsável com poderes para obrigar a empresa, e através de declaração emitida pelo respetivo Revisor Oficial de Contas (ROC) ou Técnico Oficial de Contas (TOC), conforme aplicável. O operador deve assegurar que o fundo tem solvabilidade suficiente para responder perante o montante da responsabilidade que visa garantir. 30. Quais as atividades de transporte de mercadorias perigosas que se encontram abrangidas pelo ponto 8 do Anexo III? Encontram-se abrangidas as seguintes atividades de transporte: Rodoviário e ferroviário de mercadorias perigosas ou poluentes definidas nos anexos I e II do Decreto-Lei n.º 41-A/2010, de 29 de Abril, que transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 2006/90/CE, da Comissão, de 3 de Novembro, relativa ao transporte ferroviário de mercadorias perigosas, e a Diretiva n.º 2008/68/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 24 de Setembro, relativa ao transporte terrestre de mercadorias perigosas; Marítimo, aéreo ou por vias navegáveis interiores de mercadorias perigosas ou poluentes definidas no Decreto-Lei n.º 180/2004, de 27 de Julho, que transpõe a Diretiva n.º 2002/59/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de Junho, relativa à instituição de um sistema comunitário de acompanhamento e de informação do tráfego de navios. No que respeita às atividades referidas no 1º ponto, importa atender às disposições do Decreto-Lei n.º 41-A/2010 de 29 de Abril, que publicou o Acordo Europeu Relativo ao Transporte Internacional de Mercadorias Perigosas por Estrada (ADR). Encontram-se assim, abrangidas as operações de transporte de mercadorias perigosas, incluindo as operações de carga e de descarga, as transferências de um modo de transporte para outro e as paragens exigidas pelas condições do transporte, realizadas nas vias do domínio público, bem como em quaisquer outras vias abertas ao trânsito público, quando estas se encontrem sujeitas às disposições constantes dos anexos I e II do Decreto-Lei n.º 41-A/2010 de 29 de Abril. O ADR prevê, no entanto, algumas especificidades para determinadas situações ou determinados tipos de transporte, nomeadamente as isenções totais ou parciais referidas nos seus Parágrafos 1.1.3.1, 1.1.3.2, 1.1.3.3 e 1.1.3.6, Capítulo 3.3, Capítulo 3.4. e Capítulo 3.5, nomeadamente: 12

Parágrafo 1.1.3.1 - Isenções ligadas à natureza da operação de transporte Parágrafo 1.1.3.2 - Isenções ligadas ao transporte de gases Parágrafo 1.1.3.3 - Isenções ligadas ao transporte de carburantes líquidos Parágrafo 1.1.3.6 - Isenções ligadas às quantidades máximas totais por unidade de transporte, desde que a condição abaixo seja cumprida: - As mercadorias transportadas pertençam à mesma categoria de transporte (CT) 1,2,3 e 4 e no caso em que as quantidades de mercadorias a bordo de uma única unidade de transporte não ultrapassem os valores indicados na coluna do respectivo quadro (1.1.1.3.6.), de 20 l/kg para a CT1; 333 l/kg para a CT 2; 1 000 l/kg para a CT3 e ilimitada para a CT4. - As mercadorias transportadas na mesma unidade de transporte pertençam a categoria de transporte diferentes (CT) 1,2,3 não ultrapassem os 1 000 l/kg. Capítulo 3.3 - Disposições especiais de isenção do ADR aplicáveis a certas matérias ou objectos Não estão submetidas às prescrições do ADR as seguintes matérias, para as quais a coluna 6 do Quadro A do capítulo 3.2 o indica por intermédio de uma disposição especial: Disposição Especial Nº. ONU Classe Descrição da Matéria Perigosa 32 UN 1346 4.1 Silício cristalino, granulado 37 UN 1398 4.3 Silício-alumínio em pó revestido. 38 UN 1403 4.3 Cianamida cálcica com o máximo de 0,1% massa de carbonato de cálcio. 39 1408 4.3 Ferrocilico com menos de 30% massa ou pelo menos 90% de silício. 45 1549 6.1 Composto inorgânico sólido de antimónio, NSA com o máximo de 0,5% de arsénico em relação à massa total. 13

3141 6.1 Composto inorgânico líquido de antimónio com o máximo de 0,5% de arsénico em relação à massa total. 59 1869 4.1 Magnésio ou ligas de magnésio que contenham no máximo 50% de magnésio. 62 1907 8 Cal sodada contendo no máximo 4% de hidróxido de sódio. 65 2984 5.1 Peróxido de hidrogénio em solução aquosa contendo menos de 8% de peróxido de hidrogénio. 141 2969 9 Farinha de rícino ou grãos de rícino em flocos ou bagaço de rícino com tratamento térmico. 144 1170 3 Etanol com o máximo de 24% de álcool 3065 3 Bebidas alcoólicas contendo no máximo 24% de álcool. 168 2212 9 Amianto azul ou amianto castanho desde que fixado num ligante natural (cimento, asfalto, resina ). 2590 9 Amianto branco desde que fixado num ligante natural (cimento, asfalto, resina ). 177 1564 6.1 Composto de bário com sulfato de bário. Disposição Especial Nº. ONU Classe Descrição da Matéria Perigosa 190 1950 2 Aerossóis (asfixiantes, corrosivos, inflamáveis) com capacidade até 50 ml/embalagem e com dispositivo de protecção. 191 2037 2 Recipientes de baixa capacidade contendo gás cuja capacidade não exceda 50 ml. 208 1454 5.1 Nitrato de cálcio não contendo mais de 10% de nitrato de amónio nem mais de 12% de água de cristalização. 14

216 3175 4.1 Sólidos ou misturas contendo líquidos inflamáveis na condição de que nenhum líquido excedente seja visível no momento de carregamento da mercadoria ou do fecho da embalagem, do veículo ou do contentor. Os volumes e objectos selados com menos de 10 ml de um líquido inflamável dos grupos de embalagem II e III absorvido num material sólido. 217 3243 6.1 Sólido contendo líquido tóxico, NSA na condição de que nenhum líquido excedente seja visível no momento do carregamento da mercadoria ou do veículo ou do contentor. 218 3244 8 Sólidos contendo líquido corrosivo, NSA na condição de que nenhum líquido excedente seja visível no momento do carregamento da mercadoria ou do veículo ou do contentor. 242 1350 4.1 Enxofre desde que transportado como pérolas, grânulos, pastilhas ou palhetas 335 3077 3082 598 2794 (ácido) 2795 (alcalino) 9 Os volumes com misturas sólidas ou líquidas contendo menos de 10 ml/10 g de MP não estão submetidas ao Nºs. ONU 3077 e ONU 3082 (nº. afectos às matérias perigosas do ponto de vista do ambiente) 9 Acumuladores novos - bem acondicionados Acumuladores usados sem danos no invólucro, bem acondicionados, sem vestígios exteriores de bases ou ácidos e com os curto-circuitos protegidos Capítulo 3.4. - Mercadorias perigosas embaladas em quantidades limitadas - As mercadorias embaladas em quantidades limitadas em que a massa bruta de uma embalagem combinada não deve ultrapassar 30 kg e a dos tabuleiros com cobertura retráctil ou estirável não exceda os 20 kg e são cumpridas as demais exigências das disposições gerais estabelecidas em 3.4.1 Capítulo 3.5 - Mercadorias perigosas embaladas em quantidades exceptuadas 15

- As mercadorias embaladas de matérias perigosas em quantidades muito pequenas. As quantidades máximas por embalagem (ex. E1 (embalagem maior) quantidade max. embalagem interior 30 ml/g e quantidade max. embalagem exterior 1000 ml/kg ) até 1000 volumes por unidade de transporte. Assim, para as atividades de transporte de mercadorias perigosas para as quais estão previstas isenções totais ou parciais na aplicação do ADR, acima elencadas, verifica-se a sua exclusão do âmbito do ponto 8 do anexo III do Diploma RA, e como tal, a exclusão do âmbito de aplicação do art.º 12º e 22º do Diploma RA. 31. As Convenções Internacionais referidas na alínea b) do n.º 2 do artº 2º do Diploma RA e elencadas no seu Anexo I, encontram-se em vigor em Portugal? Relativamente às Convenções internacionais elencadas no Anexo I do Diploma RA, refere-se o seguinte: a) Convenção Internacional de 27 de Novembro de 1992 sobre a responsabilidade Civil pelos Prejuízos Devidos à Poluição por Hidrocarbonetos Convenção CLC É relativa à responsabilidade civil dos armadores pelos prejuízos devidos à poluição por hidrocarbonetos causados pelos seus navios, e funciona em articulação com o fundo previsto na Convenção da referida na alínea b) do Anexo I. Neste âmbito todos os navios de transporte de hidrocarbonetos têm que possuir um certificado de seguro que assegure a cobertura de danos causados pela sua atividade. Esta Convenção cobre apenas os hidrocarbonetos transportados enquanto produtos, não se referindo ao combustível dos próprios navios. Esta Convenção encontra-se transposta para o direito interno nacional pelo Decreto n.º 40/2001, de 28 de Setembro, alterado pelo Decreto n.º 4/2006, de 6 de Janeiro, e em aplicação. b) Convenção Internacional de 27 de Novembro de 1992 para a Constituição de um Fundo Internacional para Compensação pelos Prejuízos Devidos à Poluição por Hidrocarbonetos Contidos em Tanques de Combustíveis Convenção FUND A Convenção referida na al. b) do Anexo I do Diploma RA, é respeitante ao Fundo Internacional para Compensação pelos Prejuízos causados devidos à poluição por hidrocarbonetos, para o qual contribuem os países importadores de hidrocarbonetos. Aplica-se em articulação com a Convenção referida na alínea anterior. A contribuição para o Fundo é efetuada pelos países importadores de petróleo, através dos seus armadores. 16

Esta Convenção encontra-se ratificada e publicada pelo Decreto do Governo n.º 38/2001, de 25 de Setembro. c) Convenção Internacional de 23 de Março de 2001 sobre a Responsabilidade Civil Pelos Prejuízos Devidos à Poluição por Hidrocarbonetos Contidos em Tanques de Combustível Convenção BANCAS Convenção Bancas, relativa a Poluição por Hidrocarbonetos contidos em tanques, não foi, até à data, assinada por Portugal. Não obstante, a suas regras têm que ser aplicadas aos navios de bandeira Portuguesa. d) Convenção de 3 de Maio de 1996 sobre a Responsabilidade e a Indemnização por Danos Ligados ao Transporte por Mar de Substâncias Nocivas e Potencialmente Perigosas Convenção HNS Não entrou em vigor quer a nível nacional quer a nível internacional. As Convenções referidas de a) a d) referem-se às águas nacionais e zona económica exclusiva (até 200 milhas da costa). A nível nacional o acompanhamento destas Convenções é efetuado pelo Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, I.P. e) Convenção de 10 de Outubro de 1989 sobre a Responsabilidade Civil pelos Danos Causados Durante o Transporte de Mercadorias Perigosas por Via Rodoviária, Ferroviária e por Vias Navegáveis Interiores. Não se encontra em aplicação. O acompanhamento desta Convenção é efetuado, a nível nacional, pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres, I.P. Face ao acima exposto conclui-se que, nos termos da alínea b) do n.º 2 do art.º 2º do Diploma RA, encontram-se excluídos do âmbito de aplicação do seu Capítulo III, os incidentes que resultem do transporte por mar de hidrocarbonetos, enquanto mercadoria. 17