MANEJO DO SOLO E PRODUÇÃO DE BIOMASSA COM PLANTAS DE COBERTURA PARA ADIÇÃO DE NUTRIENTES EM POMAR

Documentos relacionados
CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA FRUTICULTURA ATRAVÉS DE PLANTAS DE COBERTURA NO MANEJO DO SOLO

DECOMPOSIÇÃO DE RESÍDUOS DE PALHA DE MILHO, AVEIA E NABO FORRAGEIRO EM SISTEMA CONVENCIONAL E PLANTIO DIRETO

BENEFÍCIOS DAS PLANTAS DE COBERTURA E ADUBOS VERDE PARA O SOLO. Palavras-Chaves: Fitomassa. Nitrogênio. Propriedades do Solo. Leguminosas.

AVALIAÇÃO DE DIFERENTES COBERTURAS DO SOLO NO INVERNO PARA ASSOCIAÇÃO COM A CULTURA DE ERVA-MATE, NO MUNICÍPIO DE PONTA-GROSSA PARANÁ.

PRODUTIVIDADE DA BATATA, VARIEDADE ASTERIX, EM RESPOSTA A DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ-SC

Correção da acidez subsuperficial no plantio direto pela aplicação de calcário na superfície e uso de plantas de cobertura e adubação verde

Adubos verdes para Cultivo orgânico

PRODUÇÃO DE CULTIVARES DE AZEVÉM NO EXTREMO OESTE CATARINENSE. Palavras-chave: Lolium multiflorum L., Produção de leite, Pastagem de inverno.

Manejo de Precisão: Rotação de Culturas. Engº Agrº Dr. Antônio Luis Santi

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 593

MATÉRIA SECA DE PLANTAS DE COBERTURA DO SOLO DE PRIMAVERA/VERÃO 1 DRY MATTER OF COVER CROPS PLANTS OF SPRINGER/SUMMER

431 - AVALIAÇÃO DE VARIEDADES DE MILHO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTIO EM SISTEMA ORGÂNICO DE PRODUÇÃO

Palavras chaves: Plantas de cobertura, Rendimento de grãos, Raphanus vulgaris.

RESPOSTA DE MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM Brachiaria ruziziensis À ADUBAÇÃO, EM DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL

SISTEMAS DE PRODUÇÃO E EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DE FERTILIZANTES

EVOLUÇÃO DO CONSÓRCIO MILHO-BRAQUIÁRIA, EM DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL

MANEJO DA PASTAGEM ANUAL DE INVERNO AFETANDO A EMERGÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO MILHO EM SUCESSÃO 1. INTRODUÇÃO

AVALIAÇÃO DA SUCESSÃO DE CULTURAS E NITROGÊNIO NA PRODUTIVIDADE DE ALGODOEIRO EM SISTEMA DE PLANTIO DIRETO RESUMO

AVALIAÇÂO DO DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO E REPRODUTIVO EM PLANTAS DE PESSEGUEIRO

ADUBAÇÃO VERDE. Prof. Francisco Hevilásio F. Pereira (UAGRA/CCTA/UFCG) AGRICULTURA GERAL. Objetivos principais. Objetivos específicos

ANÁLISE ECONÔMICA DE SISTEMAS DE MANEJO DE SOLO E DE ROTA CÃO COM CULTURAS ,(, PRODUTORAS DE GRAOS NO INVERNO E NO VERÃO

AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DE MILHOS HÍBRIDOS CONSORCIADOS COM Brachiaria brizantha cv. MARANDÚ

RELATÓRIO TÉCNICO WISER TÍTULO: AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA AGRONÔMICA E VIABILIDADE TÉCNICA DA UTILIZAÇÃO DO PROGRAMA WISER NA CULTURA DO MILHO

NITROGÊNIO NO TECIDO VEGETAL DE PLANTAS HIBERNAIS E ESTIVAIS

SISTEMAS DE PRODUÇÃO E EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DE FERTILIZANTES

BALANÇO ENERGÉTICO DE SISTEMAS DE ROTAÇÃO OU SUCESSÃO DE CULTURAS, ENVOLVENDO TRIGO E SOJA, EM PLANTIO DIRETO

AVALIAÇÃO AGRONÔMICA DOS FOSFATOS NATURAIS DE ARAD, DE DAOUI E DE GAFSA EM RELAÇÃO AO SUPERFOSFATO TRIPLO. Resumo

Desempenho Operacional de Máquinas Agrícolas na Implantação da Cultura do Sorgo Forrageiro

ADENSAMENTO DE SEMEADURA EM TRIGO NO SUL DO BRASIL

ANÁLISE ECONÔMICA DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO MISTOS: GRÃOS, CULTURA DE COBERTURA E PECUÁRIA,

EFEITO RESIDUAL DE LONGO PRAZO DA ADUBAÇÃO DE PRÉ-PLANTIO COM TORTA DE MAMONA NA PRODUÇÃO DE AMOREIRA-PRETA

15 AVALIAÇÃO DOS PRODUTOS SEED E CROP+ EM

PRODUTIVIDADE AGRÍCOLA DO MILHO HÍBRIDO AG7088 VT PRO3 CULTIVADO SOB DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO

EFICIÊNCIA AGRÔNOMICA, DE ESTIRPES DE RIZOBIO NATIVO DO CERRADO DO TOCANTINS INOCULADOS EM FEIJÃO-CAUPI

RENDIMENTO DE FEIJÃO CULTIVADO COM DIFERENTES FONTES DE ADUBOS VERDES NA PRESENÇA E AUSÊNCIA DE COBERTURA NITROGENADA.

SISTEMAS DE PRODUÇÃO E EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DE FERTILIZANTES

Resposta do Milho Irrigado à Adubação Nitrogenada em Sucessão ao Nabo Forrageiro como Cobertura de Solo no Inverno.

Avaliação da performance agronômica do híbrido de milho BRS 1001 no RS

RELATÓRIO PARCIAL PARA AUXÍLIO DE PESQUISA. Interessado: Tânia Maria Müller, Dolvan Biegelmeier

RESISTÊNCIA MECÂNICA DO SOLO A PENETRAÇÃO E PRODUTIVIDADE DA CULTURA DO MILHO SOB DISTINTAS PLANTAS DE COBERTURA E DOSES DE NITROGÊNIO

RELATÓRIO DE PESQUISA 11 17

DISPONIBILIDADE DE MACRONUTRIENTES EM LATOSSOLO APÓS O USO DE ADUBAÇÃO VERDE

MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM BRAQUIÁRIAS EM ESPAÇAMENTO NORMAL E REDUZIDO

Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2010)

Rendimento e caraterísticas agronômicas de soja em sistemas de produção com integração lavoura-pecuária e diferentes manejos de solo

Produtividade da soja no plantio direto em função da escarificação, do uso de haste mais profunda na semeadura e da cultura antecessora

XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE

EFEITOS DA FERTILIZAÇÃO COM NITROGÊNIO E POTÁSSIO FOLIAR NO DESENVOLVIMENTO DO FEIJOEIRO NO MUNICÍPIO DE INCONFIDENTES- MG.

ADUBAÇÃO NITROGENADA EM NABO FORRAGEIRO PARA BIOMASSA NITROGEN IN TURNIP FORAGE FOR BIOMASS

CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DA MAMONEIRA FERTIRRIGADA EM MOSSORÓ RN

MANEJO DE NUTRIENTES EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO MANEJO DE NUTRIENTES EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO. Manejo de nutrientes no algodoeiro nos solos de Mato Grosso

Henrique Pereira dos Santos 1 ; Renato Serena Fontaneli 2 ; Silvio Tulio Spera 3 & Jane Rodrigues de Assis Machado 4

Bolsista PBIC/UEG, graduando do Curso de Agronomia, UnU Ipameri - UEG. Orientador, docente do Curso de Engenharia Florestal, UFG-Campus Jataí.

PRODUTIVIDADE DE CULTIVARES DE FEIJÃO-CAUPI EM FUNÇÃO DE DIFERENTES ÉPOCAS DE PLANTIO

Modalidade do trabalho: Relatório técnico-científico Evento: XIX Jornada de Pesquisa

PRODUÇÃO DE FITOMASSA DE ADUBOS VERDES DE VERÃO EM CULTIVO EXCLUSIVO E CONSORCIADO

BIOMASSA E PRODUTIVIDADE DE MILHO VERDE INTERCALADO COM GUANDU, SUCEDENDO O CULTIVO DE CUCURBITÁCEAS, EM DIFERENTES MANEJOS DO SOLO 1

ESTRATÉGIAS DE APLICAÇÃO E FONTES DE FERTILIZANTES NA CULTURA DA SOJA 1

SELEÇÃO DA CULTURA DE INVERNO PARA A AGRICULTURA FAMILIAR DO SUL DE MINAS GERAIS

o custo elevado dos fertilizantes fosfatados solúveis em água

Potencial produtivo das espécies aveia e azevém com diferentes adubações

Palavras-Chave: Adubação mineral. Adubação orgânica. Cama de Peru. Glycine max.

17 EFEITO DA APLICAÇÃO DE MICRONUTRIENTES NA

EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DE UM POLIFOSFATO SULFORADO (PTC) NO ALGODOEIRO EM SOLO DE GOIÂNIA-GO *

Impacto Ambiental do Uso Agrícola do Lodo de Esgoto: Descrição do Estudo

AVALIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE METAIS PESADOS EM GRÃOS DE SOJA E FEIJÃO CULTIVADOS EM SOLO SUPLEMENTADO COM LODO DE ESGOTO

ADUBAÇÃO NPK DO ALGODOEIRO ADENSADO DE SAFRINHA NO CERRADO DE GOIÁS *1 INTRODUÇÃO

BOLETIM TÉCNICO nº 19/2017

ADUBAÇÃO NITROGENADA DE COBERTURA E FOLIAR ASSOCIADAS A DOIS TIPOS DE COBRETURA MORTA NA PRODUTIVIDADE DE FEIJÃO (Phaseolus vulgaris)

MANEJO DA PASTAGEM DE INVERNO AFETANDO FITOMASSA REMANESCENTE, COBERTURA DO SOLO, PLANTAS DANINHAS E RENDIMENTO DE CULTURAS 1.

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE MILHO CRIOULAS PARA A PRODUÇÃO DE SILAGEM NO MUNICÍPIO DE ARAQUARI - SC

ANÁLISE DE RISCO DE SISTEMAS DE MANEJO DE SOLO E DÊ ROTA CÃO COM CULTURAS PRODUTORAS DE GRÃOS NO INVERNO E NO VERÃO

IDENTIFICAÇÃO DE FATORES DA FERTILIDADE QUÍMICA DO SOLO INTERFERINDO NA PRODUTIVIDADE EM AGRICULTURA DE PRECISÃO

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 585

VALORES DE FÓSFORO, CÁLCIO, MAGNÉSIO, OBTIDO NA PLANTA DO MILHO SEM ESPIGAS EM CONSÓRCIO COM FORRAGEIRAS 1.

Avaliação de Doses e Fontes de Nitrogênio e Enxofre em Cobertura na Cultura do Milho em Plantio Direto

PALAVRAS-CHAVE: Adubação; Alimento; Clima; Metabolismo MAC.

Vanderson Modolon DUART 1, Adriana Modolon DUART 2, Mário Felipe MEZZARI 2, Fernando José GARBUIO 3

CLAUDINEI KURTZ Eng. Agrônomo, Dr. Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina

Avaliação Preliminar de Híbridos Triplos de Milho Visando Consumo Verde.

AVALIAÇÃO DO USO DO PÓ DE ROCHA NO DESEMPENHO DE DUAS VARIEDADES DE MANDIOCA DE MESA

PROJETO DE PESQUISA DESENVOLVIDO NO CURSO DE BACHARELADO DE AGRONOMIA DA UERGS- UNIDADE DE TRÊS PASSOS 2

TÍTULO: AVALIAÇÃO REGIONAL DE CULTIVARES DE FEIJÃO NO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL

Composição Bromatológica de Partes da Planta de Cultivares de Milho para Silagem

Coberturas vegetais vivas do solo para bananeira

DENSIDADE DE SEMEADURA E DOSES DE NITROGÊNIO EM COBERTURA NO TRIGO DE SEQUEIRO CULTIVADO EM PLANALTINA-DF

INFLUÊNCIA DO FOTOPERÍODO NO DESENVOLVIMENTO DE ADUBOS VERDES EM DIFERENTES ÉPOCAS DE SEMEADURA NO SUDESTE GOIANO

18 PRODUTIVIDADE DA SOJA EM FUNÇÃO DA

Produção de sementes Espaçamento entre as linhas (cm)

PRODUÇÃO DE GRÃOS E DECOMPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS CULTURAIS DE MILHO E SOJA EM FUNÇÃO DAS PLANTAS DE COBERTURA

Uso de Adubação Verde em Videira no Submédio São Fran is o

Rendimento de grãos de trigo cultivado em seqüência ao adubo verde nabo forrageiro

Atributos químicos do solo sob diferentes tipos de vegetação na Unidade Universitária de Aquidauana, MS

INTERAÇÃO ENTRE NICOSULFURON E ATRAZINE NO CONTROLE DE SOJA TIGUERA EM MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM BRAQUIÁRIA

Material e Métodos O experimento foi conduzido em um Argissolo, alocado no campo experimental do curso de Engenharia Agronômica do Instituto Federal

Avaliação de variedades sintéticas de milho em três ambientes do Rio Grande do Sul. Introdução

CALAGEM, GESSAGEM E MANEJO DA ADUBAÇÃO EM MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM Brachiaria ruziziensis

DOSES DE FERTILIZANTES PARA O ABACAXIZEIRO PÉROLA NA MESORREGIÃO DO SUL BAIANO

CONSORCIO DE MILHO COM BRACHIARIA BRINZANTHA

Transcrição:

MANEJO DO SOLO E PRODUÇÃO DE BIOMASSA COM PLANTAS DE COBERTURA PARA ADIÇÃO DE NUTRIENTES EM POMAR Marciano Balbinot 1, Neuri Feldmann 1, Anderson Rhoden 1, Fabiana Muhl 1 Palavras-chave: leguminosas, pessegueiro, fitomassa. INTRODUÇÃO No Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2012), o cultivo do pessegueiro ocupa área de 19.199 hectares, produzindo 232.987 toneladas de frutas. Os Estados da região Sul (RS, PR e SC) somam área de 16.573 hectares de plantio e produção de 175.159 toneladas, equivalendo a 86% e 75% da área cultivada e da produção brasileira, respectivamente. Para que seja possível alcançar bons resultados na fruticultura de acordo com o desejado, deve-se primeiramente escolher com critério a localização do pomar, tipo de solo, topografia, espécies e cultivares, aquisição de mudas de qualidade, realizar práticas para controle de pragas e doenças, entre outros. No entanto, um fator que merece atenção especial é o correto manejo do solo, uma vez que se for realizado de maneira inapropriada pode-se conduzir a baixas produtividades, aliado ao aumento dos custos de produção, provocando descrença na atividade e diminuição da área de cultivo dos pomares, principalmente por parte dos produtores menos assistidos tecnicamente. O manejo do solo tem sido motivo de intensos trabalhos de pesquisas com resultados indiscutíveis, contudo, para espécies frutíferas, percebe-se a necessidade de ampliar os estudos buscando mais informações, assim, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o manejo de solo em pomar a partir da produção de biomassa e da adição de nutrientes na cultura do pessegueiro através de plantas de cobertura. 1 Professores do curso de Agronomia da Faculdade de Itapiranga/SC. E-mail: marciano_balbinot@yahoo.com.br 1

MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido em pomar comercial de pessegueiro (Prunus persica, L. Batsch) das cultivares Chimarrita e Premier, com três anos de idade, enxertados sobre porta-enxerto Aldrighi, nos ciclos produtivos 2009/2010 e 2010/2011, no Município de São João do Oeste/SC, (altitude 430m, latitude de 27º 05 05 S e longitude de 53º 35 38 W). O solo do local é classificado como associação Cambissolo e Nitossolo (EMBRAPA, 2006). Foi utilizado o delineamento experimental em blocos ao acaso, com cinco repetições, considerando cada planta uma parcela. Os tratamentos foram constituídos por: CM (cobertura morta), solo mantido com cobertura vegetal permanente através de capim Cameron/Napier (Pennisetum purpureum), importado de área externa ao pomar, na quantidade de 100 Mg ha -1 de massa da matéria verde distribuída em três períodos durante o experimento; e PC (plantas de cobertura), solo mantido com cobertura vegetal implantada através de plantas de cobertura. No inverno (2 ciclos), foi utilizado o consórcio de aveia preta (Avena strigosa), ervilhaca peluda (Vicia villosa) e nabo forrageiro (Raphanus sativus), com densidade de 100 Kg ha -1 de sementes e no verão (1 ciclo), feijão de porco (Canavalia ensiformis) com densidade de 200 Kg ha -1 de sementes (BEVILAQUA et al., 2008). O material vegetal foi amostrado para avaliação ao final de cada período, em três pontos por parcela, com auxílio de um quadro com área correspondente a 0,25m 2. Posteriormente, foram pesadas em balança digital, e acondicionadas em estufa a 60º C até peso constante, sendo novamente pesadas, determinando-se a composição de massa da matéria fresca e seca. Depois de secas as amostras foram enviadas ao laboratório da UTFPR Campus Pato Branco para avaliação da composição, com relação ao nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca) e magnésio (Mg). RESULTADOS E DISCUSSÃO A produção de massa da matéria verde para ambas as cultivares de pessegueiro apresentada no consórcio de aveia, ervilhaca e nabo, nos dois ciclos de cultivo 2009/2010 e 2010/2011, variou entre 21,74 Mg ha -1 e 44,96 Mg ha -1, sendo a média de 31,99 Mg ha -1. Em relação à massa de matéria seca os valores ficaram entre 4,94 Mg ha -1 e 8,52 Mg ha -1, com média de 6,6 Mg ha -1 (Tabela 1). Este resultado foi pouco acima do obtido por Martins e Rosa Jr. (2005), com o mesmo consórcio de plantas de cobertura, onde constataram valor de 5,48 Mg ha -1 de massa da matéria seca. 2

O feijão-de-porco em único cultivo isolado apresentou produção média de massa da matéria verde no pomar de pessegueiro Chimarrita e Premier de 62,13 Mg ha -1 e de 15,37 Mg ha -1 de massa da matéria seca (Tabela 1), sendo o dobro das culturas de inverno e superior também aos apresentados na literatura, que define o potencial de produção de massa da matéria seca para essa cultura entre 5 e 8 Mg ha -1 (PENTEADO, 2007). As possíveis razões para essa elevada produção de massa da matéria seca do feijão-de-porco pode ter sido o solo e o clima da região que juntos potencializam o desenvolvimento da cultura. Segundo Amado et al. (2002), a produção de fitomassa das espécies utilizadas como cobertura de solo é decorrente das condições climáticas, edáficas e fitossanitárias e principalmente do seu sistema radicular. Quanto mais o sistema radicular penetrar no solo, tanto maior será a produção de biomassa. A produção de biomassa média no decorrer do período foi de 124,12 Mg ha -1 de massa da matéria verde e 28,57 Mg ha -1 de massa matéria seca, o que correspondeu à adição de N, P, K, Ca e Mg em quantidades de 1.224,3 Kg ha -1, 104,5 Kg ha -1, 717,84 Kg ha -1, 279,07 Kg ha -1 e 60 Kg ha -1, respectivamente (Tabela 1). Tabela 1 Massa da matéria verde (M.V), massa da matéria seca (M.S), nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) em adubos verdes de inverno e verão na produção de pêssego Chimarrita e Premier, safras 2009/2010 e 2010/2011. São João do Oeste - SC, 2011. Cultivares M.V M.S Nutrientes (% na M.S) Nutrientes (Kg ha -1 ) (Mg ha 1 ) (Mg ha -1 ) N P K Ca Mg N P K Ca Mg Aveia + Ervilhaca + Nabo - 2009/2010 Chimarrita 23,16 5,52 2,14 0,48 3,41 0,87 0,41 118,13 26,50 173,33 48,02 22,63 Premier 21,74 4,94 2,48 0,55 3,74 1,09 0,34 122,51 27,17 184,76 53,85 16,80 Feijão-de-porco - 2009/2010 Chimarrita 62,40 15,20 5,15 0,30 1,73 1,40 0,22 782,80 45,60 262,96 212,80 33,44 Premier 61,87 15,53 5,26 0,32 1,52 1,24 0,17 816,88 49,70 236,06 192,57 26,40 Aveia + Ervilhaca + Nabo - 2010/2011 Chimarrita 44,96 8,52 3,70 0,40 3,76 0,38 0,13 315,24 34,08 320,35 32,38 11,08 Premier 34,10 7,42 3,95 0,35 3,48 0,29 0,13 293,09 25,97 258,22 21,52 9,65 Chimarrita 130,52 29,24 1216,2 106,18 756,64 293,20 67,15 Premier 117,71 27,89 1232,5 102,84 679,04 264,94 52,85 Média 124,12 28,57 1224,3 104,51 717,84 279,07 60,00 Total Cabe ressaltar que o elevado aporte de biomassa das plantas de cobertura, associado ao seu considerável teor de N, foi responsável por adicionar ao sistema em média 40 Kg de N por tonelada de massa da matéria seca, o que corresponde a cerca de 100 Kg de formulação 3

comercial de ureia. Destaque dado às leguminosas de verão cujo potencial de fixação biológica de N atmosférico é elevado (5,2% de teor na M.S). Para o consórcio a proporção de cada espécie dentro do sistema é determinante na composição bromatológica do conjunto. Dessa forma, no ciclo de 2009/2010 o consórcio, embora com a mesma proporção de sementes em ambos os ciclos, teve predominância de aveia, o que reduziu a proporção de N fixado/ciclado em relação ao ciclo 2010/2011. A antecipação da semeadura no ciclo de 2010/2011 (03/06/2010) provavelmente tenha sido fator determinante no aumento da produtividade de biomassa obtida e no maior equilíbrio entre as espécies do consórcio embora manejadas num ciclo menor com apenas 96 dias. Na incorporação de biomassa externa utilizando-se o capim Cameron efetuada em três épocas, foi adicionado o valor total de massa da matéria verde de 300 Mg ha -1 equivalendo a 99 Mg ha -1 de massa da matéria seca, o que correspondeu à adição de N, P, K, Ca e Mg em quantidades de 1.058,3 Kg ha -1, 108,9 Kg ha -1, 1.445,4 Kg ha -1, 386,2 Kg ha -1 e 360,3 Kg ha -1, respectivamente (Tabela 2). Com a alta adição de biomassa em termos de ciclagem de nutrientes, houve valor total superior a 1 Mg ha -1 de N e de K. Para os demais nutrientes os valores adicionados também foram expressivos. Tabela 2 - Importação de biomassa, concentração de N, P, K, Ca, Mg e adição e reciclagem de capim cameron (Pennisetum purpureum Schum.) na produção de pêssego Chimarrita e Premier, ciclos 2009/2010 e 2010/2011. São João do Oeste - SC, 2011. Época* M.V M.S Nutrientes (% na M.S) Nutrientes (Kg ha -1 ) (Mg ha -1 ) (Mg ha -1 ) N P K Ca Mg N P K Ca Mg 1 100 31 1,14 0,11 1,46 0,42 0,42 353,4 34,1 452,6 130,2 130,2 2 100 31 1,14 0,11 1,46 0,42 0,42 353,4 34,1 452,6 130,2 130,2 3 100 37 0,95 0,11 1,46 0,34 0,42 351,5 40,7 540,2 125,8 99,9 Total 300 99 1058,3 108,9 1445,4 386,2 360,3 * Época 1-12/07/2009 Época 2-06/12/2009 Época 3-17/04/2010 No entanto, considerando-se a elevada mão de obra envolvida no corte, transporte e distribuição desse material externo, além do custo de produção e ocupação de outra área, num comparativo prático com o uso de plantas de cobertura, a cobertura morta se mostrou com maior dificuldade de adoção, apresentando-se com menor perspectiva de recomendação em comparação ao outro. Para o mesmo período, mediante produção de fitomassa o conjunto de dois ciclos de inverno de plantas de cobertura (2009/2010 e 2010/2011), e um de verão foi responsável por adicionar 27,8% de M.S. comparativamente ao sistema de cobertura morta, 4

num ciclo total de 219 dias. Contudo, em face da elevada taxa de fixação e de ciclagem de nutrientes nas plantas de cobertura, o total de nutrientes foi 22% maior para o N, similar para o P e 50% maior ao K adicionado pelas 99 Mg ha -1 de capim Cameron/Napier. CONCLUSÃO O manejo do solo com produção de biomassa através de plantas de cobertura mostrouse eficiente na adição de nutrientes em área de fruticultura. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMADO, Telmo Jorge Carneiro; MIELNICZUK, João; AITA, Celso. Recomendações de adubação nitrogenada para o milho no RS e SC adaptada ao uso de culturas de cobertura do solo, sob sistema plantio direto. Revista Brasileira de Ciência do Solo. Viçosa, v.26, p. 241-248, 2002. BEVILAQUA, Gilberto A.P.; ANTUNES, Irajá F.; ZUCHI, Jacson; MARQUES, Robson L.L. Indicações técnicas para produção de sementes de plantas recuperadoras de solo para a agricultura familiar. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2008. 43 p. EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. 2006. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 2 Ed. Rio de Janeiro. 306p. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Áreas destinadas à colheita e colhida, quantidade produzida, rendimento médio e valor da produção dos principais produtos das lavouras permanentes, segundo as Grandes Regiões e Unidades da Federação - Brasil 2012. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/pam/2012/default_perm_ods.shtm Acesso em: 12 setembro 2014. MARTINS, Roone Maicon G.; ROSA JUNIOR, Edgard J. Culturas antecessoras influenciando a cultura de milho e os atributos do solo no sistema de plantio direto. Acta Scientiarum Agronomy. Maringá, v. 27. n. 2, p. 225-232, 2005. PENTEADO, Silvio Roberto. Adubos Verdes e Produção de Biomassa. Campinas: IDB, 2007, 164 p. 5