Avaliação dos Atributos Sensoriais de Umbuzada (Spondias tuberosa Arruda Câmara)

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Transcrição:

Avaliação dos Atributos Sensoriais de Umbuzada (Spondias tuberosa Arruda Câmara) Fernanda Fernandes Pinheiro da Costa 1, Nataly Roberta Bezerra Santana 2, Joabis Nobre Martins 3, Luciana Façanha Marques 4, Rodrigo de Araújo Soares 5 1 Especialista em Processamento de Produtos de Origem Animal IF Sertão PE. e_mail: fernanda.fernandes@ifsertao-pe.edu.br 2 Especialista em Nutrição Clínica IF Sertão PE. e_mail: nataly.santana@ifsertao-pe.edu.br 3 Mestrando em Engenharia Agrícola - UFCG. e-mail: martinsjnta@gmail.com 4 Doutoranda em Engenharia Agrícola - UFCG e_mail: luciana.marques@ifsertao-pe.edu.br 5 Mestre em Ciência dos Alimentos IF Sertão - PE. e_mail: rodrigo.araujo@ifsertao-pe.edu.br Resumo: O aproveitamento de muitos frutos tem sido uma alternativa viável para evitar o desperdício dos mesmos, bem como na agregação de valor por meio da produção de subprodutos. Objetivou-se, avaliar sensorialmente a umbuzada em diferentes formulações, por meio dos testes de aceitação e preferência. Os frutos de umbu foram colhidos no estádio 3 de maturação e higienizados. Do fruto foi produzida a polpa que foi utilizada em três diferentes formulações: na primeira formulação utilizou-se 50% de polpa de umbu e 50% de leite fluído (50:50) e 105g de açúcar, na segunda 25% de polpa de umbu, 75% de leite fluído (25:75) e 105g de açúcar e na terceira formulação utilizou-se 79% de polpa de umbu, 21% de leite fluído e 105g de açúcar. Para a avaliação sensorial, foi realizado o Teste de Aceitação e Preferência, utilizando 100 provadores não treinados de ambos os sexos, os quais avaliaram 5 atributos (cor, sabor, textura, aroma e aceitação global). Os dados sensoriais foram submetidos à análise de variância ANOVA, sendo realizado o teste de Tukey para comparação entre as médias, ao nível de 5% de significância. De acordo com os resultados, a amostra (25:75) foi a de maior preferência pelos provadores em relação às demais, tornando uma alternativa de utilização da fruta na alimentação. Palavras-chave: aceitação, preferência, processamento, umbu 1. INTRODUÇÃO O processamento de uma grande variedade de frutos tem se tornado cada vez mais eminente, evitando assim o desperdiço e levando ao aproveitamento total dessas matériasprimas vegetais na produção de subprodutos como: polpas de frutas, geleias, compotas, sucos concentrados, néctares, doces, dentre outros produtos. Mendes (1990) define o umbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda Cam.) como uma fruteira nativa de regiões semiáridas do Nordeste brasileiro. É uma planta xerófila, caducifólia, da família das anacardiáceas, adaptada ao calor, aos solos pobres e à falta de água. É uma árvore de pequeno porte, de copa em forma de guarda-chuva, esparramada, de tronco curto, com galhos retorcidos e muito ramificados. Levando em consideração o aproveitamento do fruto nativo da região, a umbuzada é uma forma de consolidar o umbu para a população em forma de sucos e/ou vitaminas, agregando valor comercial ao mesmo, bem como, valor nutricional à alimentação da comunidade. De acordo com Borges et al. (2007), atualmente, o umbu é consumido apenas na região Nordeste do Brasil, principalmente na forma in natura ou preparados como refresco, sorvete e umbuzada (polpa do umbu cozida com leite e açúcar). Diversos produtos podem ter o umbu

na sua formulação, e técnicas de análise sensorial consiste em analisar os alimentos por meio dos sentidos da visão, olfato, paladar, tato e audição e são usualmente utilizados para verificar ou identificar a qualidade de um produto (DUTCOSKY, 2007) Diante do exposto, objetivou-se no trabalho avaliar a aceitação da umbuzada em diferentes concentrações de polpa de umbu: leite, por meio dos testes de aceitação e preferência. 2. MATERIAL E MÉTODOS O presente trabalho foi desenvolvido no Instituto Federal do Sertão Pernambucano Campus Salgueiro na Planta de Processamento de Produtos de Origem Vegetal. Os umbus foram adquiridos nos umbuzeiros da própria instituição, sendo colhidos manualmente e higienizados com hipoclorito de sódio a 200 ppm de cloro livre, os demais ingredientes necessários à elaboração das umbuzadas (açúcar, leite) foram adquiridos no mercado local do município de Salgueiro PE. Os umbus utilizados foram uniformizados quanto ao grau de amadurecimento e teve sua classificação confirmada de acordo com o tamanho, coloração da casca e firmeza da polpa, conforme pode ser visto na tabela 1. Tabela 1 Classificação e descrição de frutos do umbuzeiro Estádio de maturação do fruto Descrição 1 - Extremamente verde - Frutos pequenos e com coloração externa totalmente escura, polpa com consistência totalmente firme 2 Verde - Frutos com coloração escura, polpa com consistência firme 3 - De vez - Frutos com coloração externa parcialmente verde escuro (50%), polpa com consistência firme 4 Maduro - Frutos com coloração externa totalmente verde /amarelado, polpa com consistência firme 5 - Extremamente maduro - Frutos bastante maduros e caídos ao solo, apresentando polpa com consistência mole Fonte - COSTA, 2004 Para o preparo da umbuzada foram utilizados os umbus que estavam no estádio 3 de maturação, os mesmo foram cozidos em uma panela com água e em seguida passados em uma peneira até a formação de um creme. Foi adicionado ao creme de umbu, o leite e o açúcar, e homogeneizado em liquidificador industrial. Foram realizadas três formulações de umbuzada variando a concentração de polpa de umbu e leite. Na primeira utilizou-se 50% de polpa de umbu e 50% de leite fluído (50:50), na segunda 25% umbu e 75% leite (25:75) e na terceira formulação utilizou-se 79% polpa de umbu e 21% leite (79:21) e 105g de açúcar em cada uma das formulações. Foram realizados testes de aceitação e preferência, com 100 provadores não treinados de 17 a 50 anos, estudantes e profissionais de ambos os sexos. As amostras foram servidas em copos plásticos previamente codificados e foi servida água para que os mesmos pudessem ingerir entre a degustação de uma amostra e outra. Está apresentado na Figura 1, o modelo da ficha de avaliação sensorial utilizada.

Os tratamentos, dispostos em Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC), foram submetidos à análise de variância ANOVA, sendo realizado o Teste de Tukey a nível de 5% de probabilidade, utilizando o software estatístico ASSISTAT Versão 7.6 beta. TESTE DE ACEITAÇÃO NOME: DATA: SEXO: M ( ) F ( ) IDADE: Você aprecia o umbu? SIM ( ) NÃO ( ) Por favor, avalie a amostra utilizando a escala abaixo para descrever o quanto você gostou ou desgostou do produto. Marque a posição da escala que melhor reflita seu julgamento. Classificação da escala Escore Muitíssimo 9 Gostei Muito 8 Moderadamente 7 Ligeiramente 6 Não gostei nem desgostei Indiferente 5 Ligeiramente 4 Desgostei Moderadamente 3 Muito 2 Muitíssimo 1 Amostra Cor Sabor Textura Aroma Aceitação global 357 196 274 TESTE DE PREFERÊNCIA Por favor, prove as amostras apresentadas. Ordene-as de acordo com sua preferência, colocando o número 1 (amostra de maior preferência), 2 (segunda) e 3 (terceira preferência) na frente do código da amostra. Tome um gole de água entre a análise das amostras. Espere 30 segundos entre uma amostra e outra. AMOSTRA ORDEM DE PREFERÊNCIA 357 196 274 Figura 1 Modelo de ficha utilizada na avaliação sensorial 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Estão apresentados na Tabela 2, os valores médios para as avaliações de: cor, sabor, textura, aroma, aceitação global e preferência, analisados nas amostras de umbuzada. Verifica-se efeito significativo para os atributos sensoriais: cor, sabor, aceitação global e preferência em nível de 1% de probabilidade pelo teste F. Já a textura, verifica-se efeito significativo de 5% pelo teste F, sendo que o atributo aroma não foi significativo. Em relação ao parâmetro cor, os valores variaram de 6,75 a 6,88, sendo que somente a amostra 2 diferiu estatisticamente a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. Estudos feitos por Santos et al (2006) avaliaram a elaboração de bebidas lácteas fermentados com polpa de umbu, os resultados obtidos foram diferentes dos encontrados no presente trabalho. Isso pode ser explicado pela característica do fruto utilizado.

Tabela 2 Valores médios de umbuzada em diferentes formulações Amostra Teste de aceitação Teste de preferência Cor Sabor Textura Aroma Aceitação global Preferência 1 6,75 a 4,98 ab 6,84 a 6,80 a 6,27 ab 1,80 b 2 5,77 b 5,68 a 5,86 b 6,05 a 5,90 a 1,65 b 3 6,88 a 4,21 b 6,27 ab 6,45 a 4,21 b 2,52 a MG 6,47 4,96 6,32 6,43 5,63 1,99 DMS 0,73 0,87 0,76 0,76 0,78 0,25 CV (%) 32,40 49,93 34,28 33,38 39,23 36,35 F cal 7,45** 7,85** 4,50* 2,68 ns 11,75** 35,65** Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem estaticamente a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey; MG - média geral; DMS - Desvio médio significativo; CV - Coeficiente de variação; ns - não significativo; * - significativo a 5%; ** - significativo a 1% de probabilidade pelo teste F. Em relação ao teste de preferência, verifica-se diferença significativa a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey na amostra 3 em relação as amostras 1 e 2. A aceitação global dos atributos foi de 6,27 para a amostra 1, 5,90 para a amostra 2 e 4,21 para a amostra 3, sendo que, a amostra de maior grau de preferência foi a de número 2(25:75). O fato está associado ao percentual de cada ingrediente, bem como as características do fruto. De acordo com Bispo (1989) a utilização da fruta em produtos é uma alternativa alimentar saudável e de paladar diversificado. 4. CONCLUSÕES Face ao exposto, a amostra contendo maior quantidade de leite foi a que teve maior preferência dos provadores em relação às demais amostras. O grau de maturação do fruto influenciou na qualidade sensorial do produto, recomendando a utilização de frutos com grau mais avançado de maturação. A utilização da polpa de umbu na elaboração de umbuzada proporciona alternativa de utilização da fruta na alimentação. AGRADECIMENTO À toda equipe do IF Sertão Campus Salgueiro que nos proporcionou a realização desse trabalho. REFERÊNCIAS BISPO, E.S. Estudos de produtos industrializados do umbu (Spondias tuberosa). Dissertação (Mestrado fitotecnia) Centro de Ciências Agrárias, UFC, 1989. BORGES, S. V.; MAIA, M. C. A.; GOMES, R. C. M.; CAVALCANTI, N. B. Chemical composition of umbu (Spondias tuberosa Arr. Cam) seeds. Química Nova, v. 30, n. 1, p.49-52, 2007. COSTA, N.P.; LUZ, T.L.B.; GONÇALVES, E.P.; BRUNO, R.L. Caracterização físicoquímica de frutos do umbuzeiro(spondias tuberosa ARR. CÂM), colhidos

em quatro estádios de maturação. Jornal Biosci,Uberlândia, v.20, n.2, p.65-71, agosto, 2004. DUTCOSKY, S.D. Análise sensorial de alimentos. 2ª ed. Curitiba-PR: Editora Universitária Champagnat, 2007. 123p. MENDES, B. V. Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.): importante fruteira do semiárido. Mossoró: ESAM, 1990. 63 p. (ESAM. Coleção Mossorense, série C, v. 564). SANTOS, C.T.; MARQUES, G.M.R.; FONTAN, G.C.R.; FONTAN, R.C.I.; BONOMO, R.C.F.; BONAMO, P. Elaboração e caracterização físico química de uma bebida láctea fermentada com polpa de umbu (Spondias tuberosa sp.). Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.8, n.2, 2006