PLANO TRIENAL DE FORMAÇÃO PERMANENTE para Catequistas Crescer em humanidade e na fé através de processos ricos em humanidade e fé João Paulo II XV jornadas da Juventude Tor Vergata -2000 «Evangelizar constitui, com efeito, a satisfação, a vocação própria da Igreja, a sua identidade mais profunda. Ela existe para evangelizar (EN 14). Situada no coração da evangelização, a Catequese mereceu desde sempre uma atenção especial, por parte da Igreja. Em 2005, a Comissão Episcopal, no documento Para que Acreditem e Tenham Vida, recorda que «na transmissão da fé ocupam um lugar especial os catequistas que, em nome da comunidade, orientam os vários grupos da catequese não só da infância e adolescência, mas também de jovens e adultos. São eles o rosto e porta-voz da fé da Igreja e testemunhas da experiência de fé das comunidades. Não apenas transmitem conhecimentos religiosos mas iniciam nas várias dimensões da fé: na oração, na celebração da liturgia e no comportamento cristão, a partir da sua experiência pessoal de vida cristã. Não se devem considerar como professores que ensinam a doutrina cristã mas, sobretudo, como discípulos de Jesus Cristo que guiam no caminho que eles próprios se esforçam por seguir. Enquanto educadores da fé, são o coração das nossas comunidades que vivem da Palavra do Senhor e do pão da vida. Assim a escolha criteriosa e a formação sólida destes obreiros do Evangelho deve tornar-se uma das principais preocupações dos pastores que reconhecem a prioridade da catequese.» A partir do estudo da natureza e especificidade da catequese na Missão evangelizadora da Igreja, da reflexão da Comissão Episcopal, da análise da realidade e do diálogo com vários agentes de evangelização, surgiu a necessidade de elaborar e implementar um Plano Trienal de Formação Permanente sistemática, para além do plano de formação específica para catequistas proposto no projecto formativo do SDEC. 1-Justificação/Finalidade A complexidade da realidade social, religiosa, o pouco entusiasmo na missão (por vezes), a necessidade de dizer a fé e de dar razões da esperança, torna, mais do que nunca, necessário proporcionar aos catequistas um itinerário formativo que lhes permita desenvolver o seu percurso de maturação humana, bíblico-teológica, espiritual e catequética, em ordem a serem testemunhas capazes de fazer surgir o desejo de Deus e de acompanhar a iniciação à vida na fé de adultos, jovens e crianças, em Igreja/Comunidade. 1
2- Critérios inspiradores para a formação dos catequistas Este projecto formativo tem em conta os critérios enunciados no número 237 do Directório Geral da catequese. Serão tidos em conta essencialmente os seguintes: «Formar catequistas para as necessidades evangelizadoras deste momento histórico, com os seus valores, desafios e sombras, (..) dotados de uma profunda fé, de uma clara identidade cristã e eclesial e de uma profunda sensibilidade social, para enfrentarem esta tarefa. Formar catequistas, para que sejam capazes de transmitir, não apenas um ensino, mas também uma formação cristã integral, desenvolvendo «tarefas de iniciação, de educação e de ensino». Dito por outras palavras: são necessários catequistas que sejam, ao mesmo tempo, mestres, educadores e testemunhas.» 3- Dimensões da formação A formação dos catequistas compreende diversas dimensões, por isso deverá: «-ajudar o catequista no seu amadurecimento como pessoa, como pessoa de fé e como apóstolo. -ter em conta aquilo que o catequista deve saber, para bem realizar a sua tarefa. Esta dimensão, impregnada pela dupla fidelidade à mensagem e à pessoa, requer que o catequista conheça adequadamente a mensagem que transmite e, ao mesmo tempo, o destinatário que a recebe, para além do contexto social em que este vive. -ter em conta a dimensão do saber fazer já que a catequese é um acto de comunicação. A formação tende a fazer do catequista um «educador da pessoa humana e da vida da pessoa» (DGC 238) 4- Objectivos O Itinerário trienal de formação tem como objectivos: -Conhecer a dinâmica da fé confessada no Credo, celebrada na liturgia, vivida na prática dos mandamentos e na oração (CI 26); -Crescer como pessoa, como crente e como apóstolo ; -Desenvolver competências, para transmitir, não apenas um ensino, mas também uma formação cristã integral, desenvolvendo «tarefas de iniciação, de educação e de ensino» (DGC 237). 5- Metodologia a- Didáctica dos encontros Pretende-se uma formação centrada na aprendizagem de saberes e competências. Serão utilizadas diversas metodologias para a condução dos encontros: exposição teórica, experiências, análise de experiências/testemunhos, análise de documentos, análise de casos, trabalhos de grupo, percursos simbólicos 2
b- Percurso pessoal de auto-formação Sendo o adulto o primeiro responsável da formação, será solicitado que este adquira saberes e competências em regime de auto-formação através de: leitura/análise, renovação e implementação práticas renovadas. Será criado um espaço de partilha. 6- Temas para o triénio: 2011-2012 Creio O Catequista vive e testemunha a Fé 2012-2013 Creio em Deus: Pai, Filho e Espírito Santo O Catequista conhece e vive em e com Cristo 2013-2014 Creio na Igreja O Catequista vive e testemunha em comunidade 7. Planificação trienal Temas 2011-2012 ano A 2012-2013 ano B 2013-2014 ano C Creio Catequista vive e testemunha a Fé Creio em Deus Catequista conhece e vive em e com o Deus Creio na Igreja Catequista vive e testemunha em comunidade Áreas Teologia- Bíblia Experiências Pessoais de Fé na Escritura (modelos e anti-modelos) Conteúdos Os Credos da História Bíblica (das profissões de Fé dos hebreus, ex-escravos, às proclamações de Fé do Apocalipse) O que é, como se faz e para que serve um Povo de Deus? (do povo de Israel à Igreja de Jesus) Espiritualidade Viver e educar na e para a oração Espiritualidade do catequista Oração em comunidade Desenvolvimento humano e social Auto-Conhecimento e Equilíbrio Pessoal Sentido de Vida e Comunicação Consciente Crescer em Comunidade - Comunicação e Liderança Carismáticas Catequética- Pedagogia/didáctica -Catequese como iniciação à vida na fé -Educar para a fé Catequese e família parceiros na Educação -Pedagogia da Revelação/catequética -Evolução da catequese e os desafios da transmissão - A Palavra de Deus na catequese -Perfil do Catequista -Catequista e comunidade 8. Planificação anual Creio Catequista vive e testemunha a Fé -2011-2012 Teologia- Bíblia Espiritualidade Áreas Conteúdos Experiências Pessoais de Fé na Escritura (modelos e anti-modelos) Viver e educar na e para a oração Desenvolvimento humano e social Catequética-Pedagogia/didáctica Auto-Conhecimento e Equilíbrio Pessoal -Catequese como iniciação à vida na fé -Educar para a fé Catequese e família parceiros na Educação 3
A formação permanente não pode reduzir-se a esta proposta, sobretudo no que diz respeito à formação teológica e espiritual. Estas deverão ser reforçadas pela participação em formações, encontros, retiros propostos quer a nível paroquial, quer vicarial... 9- Tempos Duração do plano de formação permanente: Sugestão de distribuição da carga horária: 34 horas anuais, distribuídas da seguinte forma. Out/Dezembro Janeiro/Mar Abril/Maio 4h- sábado Bíblia 8h- domingo Espiritualidade 4h- sábado Catequética 2h- noite Bíblia 2h- noite Catequética 2h- noite Desen. P. e S. 2h- noite Bíblia 2h- noite Catequética 2h- noite Desen. P. e S. 2h- noite Catequética 2h- noite Catequética 2h- noite Desen. P. e S. Auto formação Auto formação Total horas: 10 Total horas: 14 Total horas: 10 10- Indicações para a implementação do Plano de Formação Âmbitos da formação/local A formação será de âmbito Diocesano. Realizar-se-á em cada Vigararia ou Região Pastoral. Para uma maior aproximação da realidade dos formandos, haverá alteração de local em cada módulo ou ano, segundo as necessidades dos catequistas. Destinatários Destinatários: todos os catequistas, de modo especial os coordenadores de ano/centro e os membros das equipas vicariais (nomeadamente os que orientam temas do curso de iniciação). Pré-requisitos para a inscrição Tendo em conta a especificidade da formação, requer-se que o catequista tenha, previamente, realizado o Curso de Iniciação ou pelo menos tenha dois anos de exercício do ministério de catequista, na comunidade. As fichas de inscrição deverão ser assinadas pelos respectivos Pároco. Plano dialogado e aprovado em reunião de Assessores da Catequese Aprovado pelo Sr. Bispo D. Manuel clemente Porto, 22 de Junho de 2011 4
«Os homens do nosso tempo, talvez sem se darem conta, pedem aos crentes de hoje não só que lhes falem de Cristo, mas também que de certa forma lho façam ver. E não é porventura a missão da Igreja reflectir a luz de Cristo em cada época da história, e por conseguinte fazer resplandecer o seu rosto também diante das gerações do novo milénio? Carta Apostólica Novo Millenio Ineunte (nº 16) «Faço-vos ainda um apelo, no sentido da formação permanente. Os cursos de catequese são fundamentais, nos seus vários níveis. A qualificação pedagógica nunca acaba, dada a evolução dos métodos e dos meios disponíveis. Mas, muito especialmente, nunca acaba o conhecimento de Cristo vivo, lição interminável sobre Deus, a humanidade e o mundo, cuja origem e finalidade nele se esclarecem: todas as coisas foram criadas por Ele e para Ele (cf. Carta aos Colossenses 1, 16). Para Ele todos convergimos, rumo ao encontro final com o seu e nosso Pai, no ímpeto do Espírito. A formação permanente traduz e realiza em nós a magnífica exclamação de Paulo: Assim posso conhecê-lo a Ele, na força da sua ressurreição e na comunhão com os seus sofrimentos, conformando-me com Ele na morte, par ver se atinjo a ressurreição de entre os mortos. Não que já o tenha alcançado ou já seja perfeito; mas corro, para ver se o alcanço, já que fui alcançado por Cristo Jesus (Carta aos Filipenses 3, 10-12). Na verdade, só catequizaremos o que conhecermos de Cristo vivo.» D. Manuel Clemente Carta aos catequistas, 16 de Julho de 2010 5