DOCUMENTÁRIO EM ÁUDIO FALA PIRATA 1

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Transcrição:

DOCUMENTÁRIO EM ÁUDIO FALA PIRATA 1 Cynthia da Silva PINHEIRO 2 Flávia Martins Rezende de MELLO 3 Girlene da Silva MEDEIROS 4 Lais da Motta PINHEIRO 5 Edvan Fleury da Costa SOARES 6 Alisson ZEITEN 7 Huylame Affonso Tavares BRUCE 8 Allan Soljenítsin Barreto RODRIGUES 9 Universidade Federal do Amazonas, Manaus, AM RESUMO O Jornalismo interpretativo é um dos mecanismos que possibilita aos leitores, ouvintes, telespectadores e internautas verem aprofundados temas superficialmente tratados na mídia diária ou até mesmo esquecidos. Os áudios documentários se mostram adequados a este gênero jornalístico, pois possibilitam a compreensão ampliada dos fenômenos e das circunstâncias que envolvem as temáticas tratadas. O documentário em áudio Fala Pirata utiliza esse gênero jornalístico para abordar o problema da chamada pirataria musical. PALAVRAS-CHAVE: Pirataria; música; documentário em áudio; jornalismo. 1 Trabalho submetido ao XVIII Prêmio Expocom 2011, na Categoria Jornalismo, modalidade Documentário em Áudio. 2 Aluno líder do grupo e estudante do 3º. Semestre do Curso Jornalismo, email: cynthiablink@hotmail.com 3 Estudante do 3º. Semestre do Curso de Jornalismo, email: flavia.rezende@gmail.com 4 Estudante do 3º. Semestre do Curso de Jornalismo, email: girlene.medeiros@hotmail.com 5 Estudante do 3º. Semestre do Curso de Jornalismo, email: lais_mota@yahoo.com.br 6 Estudante do 3º. Semestre do Curso de Jornalismo, email: edvan@gmail.com 7 Estudante do 3º. Semestre do Curso de Jornalismo, email: zeiten@hotmail.com 8 Estudante do 3º. Semestre do Curso de Jornalismo, email: huylame.bruce@gmail.com 9 Orientador do trabalho. Professor do Curso de Jornalismo, email: allan_soljenítsin@yahoo.com.br 1

INTRODUÇÃO Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação O documentário em áudio Fala Pirata foi elaborado e produzido como trabalho experimental no âmbito da disciplina Radiojornalismo do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Ele se propõe a provocar o debate sobre quais as questões relacionadas à pirataria 10 musical. O foco da grande reportagem delimita-se, especialmente, sobre a pirataria de músicas por meio de internet, abordando quais as principais formas utilizadas para se copiar uma música, os principais prejudicados, a implicações legais e os beneficiados com essa ação ilegal. Acreditamos que o Fala Pirata adéqua-se à modalidade Documentário em Áudio, da categoria Jornalismo, prevista do regulamento do XVIII Prêmio Expocom 2011 (Exposição da Pesquisa Experimental em Comunicação). Isso porque, de acordo com Barbosa Filho (2003), o documentário em áudio apresenta uma análise a respeito de um tema restrito ou específico, tendo como função aprofundar determinado assunto. O Fala pirata apresenta a análise do tema pirataria musical com objetivo de informar os ouvintes por meio do aprofundamento da questão e, conseqüentemente, promover o debate. Os gêneros jornalísticos do rádio podem ser apresentados em três categorias: informativo, opinativo e interpretativo (FERRARETO, 2000). No gênero informativo, o fato não possui muitos detalhes, também não é muito aprofundado. Podemos citar como exemplo os noticiários e os boletins radiofônicos. O gênero opinativo opina sobre o tema, mas com ligações com outras temáticas. Acreditamos ancorar teoricamente o Fala Pirata dentro da terceira categoria apontada por Ferrareto (2000), ou seja, o interpretativo. Nessa categoria, o objetivo é permitir a interpretação dos fatos em profundidade prendendo a atenção do ouvinte utilizando os recursos de sonoplastia. O documentário em áudio não é muito utilizado no Brasil, mas é uma das formas de se abordar determinado tema ou assunto de uma maneira mais aprofundada (FERRARETO, 2000). Baseia-se na pesquisa de dados e arquivos sonoros, reconstituindo ou analisando um fato importante. Inclui ainda, recursos de sonoplastia, envolvendo montagens elaboração de um roteiro prévio (p. 57). A informação de aprofundamento é normalmente realizada no Brasil através de reportagens, entrevistas e programas de debates. Optamos pelo formato de documentário em áudio para abordar o tema da pirataria por ele tornar possível à utilização de reportagens ampliadas sobre assuntos cotidianos, o 10 A pirataria pode se apresentar de forma mais tradicional, fazendo cópias não autorizadas dos produtos vendidos pelas empresas, ou utilizando fortemente os benefícios da evolução tecnológica e disponibilizando o produto das gravadoras de forma digital e gratuita (BARROS, p.10, 2003). 2

desenvolvimento do senso crítico e aguçar o imaginário do ouvinte (FERRARETO, 2001; MCLEISH, 2001). 2 OBJETIVO Fala Pirata é um documentário em áudio cujo foco é a questão da pirataria musical e tem como objetivo geral abordar o tema em profundidade. Decorrem deste objetivo geral os seguintes objetivos específicos: Definir o ato de pirataria; Abordar as formas de se copiar uma música; Mostrar quem se beneficia; Demonstrar a importância desse comércio para quem depende de tal prática; Relatar os prós e os contras da pirataria musical; Debater o papel da internet em relação à pirataria musical; Tratar a visão jurídica e as penas que decorrem da pirataria musical. 3 JUSTIFICATIVA A pirataria foi escolhida como tema para este documentário em áudio por ser um assunto que interessa à população e transforma as relações sociais. De acordo com pesquisa da Federação do Comércio do Rio, feita em nove capitais brasileiras, 42% da população utilizam produtos copiados. O Brasil já é o décimo país com maior incidência de pirataria e o quarto maior pólo de distribuição de produtos falsificados e copiados ilegalmente em todo o mundo. Fica apenas, atrás da China, Rússia e Índia. O fato é que a pirataria ocorre na sociedade brasileira e sua prática se intensifica como o uso dos telefones e da internet. A pirataria uma prática mais antiga do que se imagina. O termo é uma referência adotada desde o tempo dos gregos, no qual os piratas, aqueles que navegavam nos mares da época, se apoderavam das riquezas de quem encontrassem pelo caminho. Desde, aproximadamente 700 a.c, a pirataria já começava a causar problemas e tomou proporções maiores no século I d.c, quando uma frota de mil navios piratas atacou e destruiu uma frota romana. A partir daí, a atividade exercida pelos piratas, ficou conhecida como pirataria e até hoje causa prejuízos à sociedade (BARROS, 2003). Piratear roupas, brinquedos, livros e principalmente artigos audiovisuais música e filmes - vêm se tornando atividade corriqueira na sociedade. O ato, apesar de ser punido pela Lei com até quatro anos de prisão, é um assunto delicado para a sociedade, pois se contrapõe com aqueles que têm essa atividade, como fonte de renda. Esse tipo de comércio 3

informal já movimenta trinta bilhões de reais por ano, conforme dados do Ministério da Justiça. Apesar de ser um problema presente no dia-a-dia, muitas pessoas ainda não tem conhecimento das implicações legais e sociais da pirataria. A proposta do documentário em áudio Fala Pirata é informar os ouvintes, principalmente os jovens (usuários da internet e principais consumidores de produtos fonográficos) sobre a pirataria na web e promover o debate sobre suas causas e conseqüências. A viabilidade (tecnológica / gerencial / mercadológica) do trabalho está diretamente ligada à escolha do tema (atual e polêmico), a carência de informações do público alvo (o interesse pelo assunto) e a qualidade (ética/técnica/estética) que a equipe procurou dar o documentário. Acreditamos que, assim como já fez a Rádio da Universidade Federal do Amazonas (RadioUfam), outras emissoras e até mesmo radioweb s também possam veicular o Fala Pirata em sua programação. 4 MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS Robert McLeish (2001) afirma que não existem normas rígidas que definam a realização e o esboço de um documentário. Se o produto tem intenção de oferecer um relato equilibrado e verídico sobre algo ou alguém, então trata-se de um documentário (p.23). No entanto, como a proposta era produzir um produto radiofônico inovador e experimental, optamos por seguir a trilha apontada por Melo (2005) no sentido de procurar atender no documentário em áudio a principal finalidade da produção jornalística interpretativa: informar e contextualizar os cidadãos oferecendo um tratamento jornalístico que permita o aprofundamento da temática. Nesse sentido, a reportagem pretendeu cumprir um papel importante, no que diz respeito a informar os ouvintes sobre o problema da pirataria na indústria fonográfica brasileira. Logo, todo o processo, desde a construção da pauta, passando pela captação das informações e, por fim, a edição, foi orientado para permitir a interpretação de fatos jornalísticos acerca do tema. Beltrão (1980), também nos orienta que a informação de idéias, situações e fatos atuais, interpretados à luz do interesse coletivo e transmitidos periodicamente à sociedade com o objetivo de difundir conhecimentos e orientar a opinião pública no sentido de promover o bem comum é um dos princípios do jornalismo de interpretação da realidade. Para informar a sociedade sobre uma temática, é necessário mais do que torná-la pública. Faz-se necessário apontar as situações e as circunstâncias relacionadas a ele, a fim de que o receptor possa confrontá-lo com sua própria cultura, analisá-lo e formar opinião. 4

Contudo, Melo (2003) amplia esse pensamento ao apontar que a atividade jornalística envolve um grau de complexidade maior. Para ele, jornalismo é: [...] o processo social que se articula a partir da relação (periódica/oportuna) entre organizações formais (editoras/emissoras) e coletividades (públicos receptores), através de canais de difusão (jornal / revista / rádio / televisão / cinema / internet) que asseguram a transmissão de informações (atuais) em função de interesses e expectativas (universos culturais e ideológicos). (p.17) Por isso, a reportagem foi construída de forma que o ouvinte compreenda a problemática que envolve a questão da pirataria no país. Tanto o texto quanto a lista de entrevistados foram pensados com objetivo de propiciar o entendimento das circunstâncias subjacentes da temática. Para tanto, a produção da reportagem não prescindiu do compromisso com a coletividade. Assim, o processo do fazer jornalístico esteve associado à função da atividade profissional, como defende Melo (2006a), onde processo requereu uma discussão subdividida em dois aspectos: quanto à ética e quanto processo operacional. Com relação às questões éticas, elas envolveram os princípios de veracidade e de liberdade. Para Melo (2006a), os jornalistas trabalham exclusivamente com relatos verossímeis, sendo inadmissível a transgressão da fronteira entre realidade e ficção. A credibilidade de uma empresa jornalística está alicerçada na fidedignidade com que relata cotidianamente os fatos e suas versões. Quanto às características operacionais, os critérios utilizados para definir o que seria publicado são: atualidade, oportunidade, universalidade e caráter público do tema (MELO, 2006). Segundo Melo (2005), há quatro formatos em que no gênero Jornalismo Interpretativo: Dossiê, Perfil, Enquete e Cronologia. O formato adotado no áudio documentário Fala Pirata foi o Dossiê, pois, conforme o autor, esse se caracteriza por um mosaico destinado a facilitar a compreensão dos fatos. A equipe realizou uma pesquisa de trilhas sonoras e efeitos. Esse levantamento compõe uma das partes do processo de produção, que, conforme Ferrareto (2001), significa pensar em conjunto todos os elementos da linguagem radiofônica: a voz, a música, os efeitos sonoros e o silêncio: É o estudo, a seleção e a aplicação de recursos sonoros e é fundamental à elaboração de um programa radiofônico. O produtor deve possuir sensibilidade e conhecimento suficientes para utilizar o som, base do rádio, como um poderoso instrumento à sua disposição. É necessário que 5

o produtor tenha sempre em mente que diferentes tipos de sons provocam efeitos diversos sobre o ouvinte. (FERRARETO, 2001, p. 23) As músicas e os efeitos utilizados tiveram como objetivo explorar a sugestão, criando imagens na mente do ouvinte. Esse processo foi auxiliado pelo tom e pela flexão das vozes dos locutores. Os efeitos permitem ao ouvinte ver o que esta sendo descrito e a música possibilita ao ouvinte sentir o que se transmite (FERRARETO, 2001, p.34). Foram utilizados quatro tipo de trilhas: característica (música que identifica um programa no início e no fim de cada bloco, no início e no fim de cada transmissão), cortina (breve trecho musical que identifica ou separa uma determinada parte de um programa radiofônico em relação ao todo), vinheta (usada quase sempre com sentido semelhante ao da característica ou da cortinam nas se diferencia por associar o texto à musica) e fundo musical BG- (música geralmente instrumental em volume inferior ao do texto lido por um locutor ou apresentador. O BG tem função expressiva e reflexiva). Em relação à produção dos textos, estes tiveram que atender as características do radio, onde ele precisa articular-se com a utilização de música e efeitos. Outra preocupação foi de deixar o texto o mais claro e conciso do que o dos jornais ou da televisão (estes veículos possuem outros recursos: fotos, imagens,infográficos etc.) (PARADA, 2000). A última etapa do processo foram as gravações e a edição, que foi feito pelo técnico administrativo da Ufam com acompanhamento da equipe de produção. 5 DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO O documentário em áudio Fala Pirata possui 21 minutos e 50 segundos de duração. A abordagem do documentário é feita a partir do ângulo da polêmica do crescimento da pirataria musical. Sendo um produto radiofônico jornalístico, ele foi produzido com base em pesquisa documental, entrevistas externas e gravação de texto (off) e a utilização de trilhas e efeitos sonoros para ilustrar o conteúdo abordado. As informações obtidas na pesquisa documental prévia e em algumas entrevistas serviram de base para a construção do texto narrado pelas apresentadoras (off) e os entrevistados foram escolhidos tendo como critério sua o grau de informações que pudessem oferecer aos ouvintes. Abaixo a abordagem para cada entrevistado: - O Advogado, Felipe Barros, é o ator social que contribui com esclarecimento dos aspectos jurídicos sobre a pirataria; 6

- O Antropólogo, Sérgio Ivan Gil Braga. oferece a base histórica para o documentário em áudio. Esse profissional contribui trazendo dados, estatísticas e pesquisas a respeito da pirataria musical de maneira que trazer contribuições para contextualizar o ouvinte; - A professora, Maria Zildênia de Oliveira, mostra a visão de um profissional de educação sobre a polêmica da pirataria musical e de que maneira o educador influencia a sociedade, contribuindo ou não, para a divulgação da pirataria musical. - A jornalista, Baby Rizzatto, é contra a pirataria musical e dá a opinião como comunicadora e consumidora. - O músico, Celdo Braga, apresenta duas visões que se convergem. Ele mostra como a pirataria afeta a vida de um profissional de música que vive, ou não, dos próprios direitos autorais e apresenta a legislação relacionada aos direitos autorais e como se chegou ao atual cenário de descumprimento dessas leis, que favorece o crescimento da pirataria musical; - Profissionais ambulantes, estudantes, consumidores e músicos estão dentro do momento Fala povo em que os atores sociais são abordados e questionados a comentar sobre o que conhecem de pirataria musical, se são contra ou a favor e a própria opinião sobre o assunto. O Fala povo tem a intenção de inserir a opinião da comunidade, oriunda de vários segmentos sociais, sobre o assunto do documentário em áudio; - O representante da distribuidora Disco Laser, Rui Costa, oferece ao documentário dados sobre a mensuração de prejuízos que distribuidoras têm em função da pirataria musical no cenário atual; - O músico amazonense, Chico da Silva, oferece dados acerca da vida de um artista que vive de direitos autorais. Dessa forma, o músico contribui de maneira significativa ao apresentar ele é afetado diante da pirataria musical. 6 CONSIDERAÇÕES O filósofo Jean-Jacques Rousseau afirma que na democracia a vontade da maioria tem sempre razão, mas o julgamento que a guia nem sempre está informado. O documentário em áudio Fala Pirata foi concebido e executado no sentido de contribuir para a diminuição da desinformação sobre a questão da pirataria, pois, conforme diz Traquina (2005), nesses e em outros casos a prática jornalística assumiu o conceito de serviço público, cabendo a ela fornecer aos cidadãos as informações necessárias ao exercício da cidadania. 7

REFERÊNCIAS BARBOSA Filho, André. Gêneros Radiofônicos: os formatos e os programas em áudio. São Paulo, Coleção Comunicação e estudos, ed. Paulinas, 2003. BARROS, Monique Pereira Ibitinga de. Análise do Futuro da Indústria Fonográfica Brasileira Diante das ameaças da Pirataria e Música Digital. 2003. 101p. Dissertação (Mestrado em Administração) - Departamento de Administração, PUC-Rio, Rio de Janeiro. BELTRÃO, L. Jornalismo interpretativo: filosofia e técnica. 2ª ed., Porto Alegre: Sulina, 1980. FERRARETO, Luiz Artur. Rádio o veículo, a história e a técnica. 2 ed.porto Alegre. Sagra-Luzzatto, 2000. FERRARETO, Luiz Artur. Rádio: o veículo, a história e a técnica. Porto Alegre: Editora Sagra Luzzatto, 2001. MELO, J M de. Estudos de jornalismo comparado. São Paulo: Pioneira, 1972.. Jornalismo Opinativo. (3ª. Ed.), Campos do Jordão, Mantiqueira, 2003.. Evidências brasileiras pesquisa realizada no jornal Folha de S. Paulo - definições. Power-point material pedagógico produzido em 28 de março de 2005.. Jornalismo e ética. Material didático apresentando em Power-point na 19ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, 2006a.. Gêneros da Comunicação de massa: teoria dos gêneros midiáticos. Material didático apresentando em power-point em aula na pós-graduação da Umesp, 2006b.. Gêneros da comunicação de massa: análise dos gêneros e formatos jornalísticos. Material didático apresentado em power-point, em aula na pós-graduação da Umesp, s/d. PARADA, Marcelo. Rádio: 24horas de jornalismo. São Paulo: Editora Panda, 2000. McLEISH, R. Produção de rádio: um guia abrangente da produção radiofônica. Trad.: Mauro Silva. SP:Ed. Summus, 2001. TRAQUINA, Nelson. Teorias do Jornalismo porque as notícias são como são. 2ª. Ed. Florianópolis: Insular, 2005. 8