TEORES DE ÓLEOS ESSENCIAIS DE FOLHAS FRESCAS E SECAS EM DIFERENTES ESTADOS DE DIVISÃO DE CIDRÃO (Aloysia triphylla (L Hérit) Britton).

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Transcrição:

TEORES DE ÓLEOS ESSENCIAIS DE FOLHAS FRESCAS E SECAS EM DIFERENTES ESTADOS DE DIVISÃO DE CIDRÃO (Aloysia triphylla (L Hérit) Britton). RENATA DA SILVA 1 ; JOSÉ EDUARDO BRASIL P. PINTO 2 ; SUZAN K. V. BERTOLUCCI 3.; KÊNIA ALMEIDA DINIZ 4. 1 Mestranda em Plantas Medicinais, Condimentares e Aromáticas; Departamento de Agricultura; Universidade Federal de Lavras. Instituição financiadora de bolsa de pesquisa: CNPq. rsplmed@yahoo.com.br RESUMO Aloysia triphylla (L Hérit) Britton (Verbenaceae) é conhecida pelos nomes populares: cidrão, erva-luísa, cidró. É originária da América do Sul, provavelmente do Chile. A infusão das folhas e flores do cidrão a 1 ou 2% é utilizada principalmente em afecções nervosas, melancolia, em aromaterapia e na cosmética. O objetivo do trabalho foi avaliar os teores de óleo essencial de cidrão em folhas frescas e secas e em diferentes estados de divisão. Suas folhas foram coletadas no campo, dispostas em delineamento inteiramente casualizado. Utilizou-se três repetições e cinco tratamentos: T1- folhas frescas fragmentadas em 1cm; T2- folhas frescas processadas em liquidificador; T3- folhas frescas inteiras; T4- folhas secas inteiras; T5- folhas secas pulverizadas em moinho. A extração de óleo foi efetuada por uma hora e trinta minutos, no aparelho de Clevenger modificado, através da técnica de hidrodestilação. O melhor tratamento foi extração em folhas frescas, fragmentadas em 1cm para obtenção de óleo essencial de folhas de cidrão, em condições relatadas neste trabalho. Palavras-chave: Aloysia triphylla, óleo essencial, secagem, estado de divisão. 2 Orientador; Prof. Departamento de Agricultura; Universidade Federal de Lavras. 3 Prof. Departamento de Agricultura; Universidade Federal de Lavras. 4 Mestranda; Departamento de Agricultura; Universidade Federal de Lavras. Instituição financiadora de bolsa de pesquisa: CAPES. 288

INTRODUÇÃO Conforme Lorenzi (2000), Aloysia triphylla (L Hérit) Britton (Verbenaceae) é conhecida pelo nomes populares: erva-cidreira, cidró, cidró-pessegueiro, cidrão, ervaluísa e cidrozinho. É uma planta perene, arbustiva, com folhas lanceoladas e verticiladas, simples, inteira, originária da América do Sul, provavelmente do Chile (Uesugi et al., 2003). A infusão das folhas e flores do cidrão a 1 ou 2% é utilizada em afecções nervosas, melancolia, hipocondria, histerismo, afecções estomacais, antiespasmódico, falta de apetite, digestões lentas e difíceis e na cosmética. O óleo essencial do cidrão possui grande valor econômico no mercado. É também empregada em aromaterapia. Utilizada para problemas nervosos e digestivos e para acnes (Lorenzi, 2000). A obtenção de princípios ativos vegetais está deixando de ser extrativista e assumindo caráter produtivo (Vargas et al., 2000), o que exige melhor aproveitamento das etapas de processamento das plantas e extração de seus princípios ativos. O objetivo do presente trabalho foi avaliar os teores de óleo essencial de Aloysia triphylla em folhas frescas e secas em diferentes estados de divisão, visando otimizar a extração de óleo essencial. MATERIAL E MÉTODOS Mudas de Aloysia triphylla foram produzidas na primavera no Horto Ervas e Matos da Universidade Federal de Lavras, a partir da planta matriz pertencente ao banco de germoplasma do Setor de Cultura de Tecidos e Plantas Medicinais da UFLA. Para propagação vegetativa, estacas apicais de 5cm de comprimento e 2cm de diâmetro foram cultivadas em bandejas de poliestireno de 72 células, contendo substrato comercial. Após dois meses de cultivo, 7 mudas com altura de 10 cm de parte aérea foram transplantadas para o campo experimental do Setor de Olericultura da UFLA, Lavras- MG, dispostas em delineamento inteiramente casualizado. Para cada muda foi efetuada a aplicação de 3L de composto orgânico por planta no momento do transplantio e três meses depois. Ao final de 192 dias, em meados do outono, as folhas foram coletadas de plantas com 1,5 metro de altura (de todos os ramos da planta, nas regiões apical, mediana e basal, formando assim, amostra composta). 289

Posteriormente, as folhas foram levadas para o laboratório, onde realizou-se uma seleção do material vegetal, descartando-se as folhas injuriadas. Utilizou-se três repetições e cinco tratamentos: T1- folhas frescas fragmentadas em 1cm; T2- folhas frescas processadas em liquidificador; T3- folhas frescas inteiras; T4- folhas secas inteiras; T5- folhas secas pulverizadas em moinho. A secagem das folhas foi realizada à sombra, naturalmente, durante 20 dias. Para a extração dos componentes voláteis utilizou-se amostras de 40g de folhas frescas. E para folhas secas, foi feito uma correlação entre a biomassa fresca e seca naturalmente, onde 40g de folhas frescas corresponderam em média a 15,25g de folhas secas à sombra naturalmente. O método extrativo foi a hidrodestilação em aparelho de Clevenger modificado por uma hora e trinta minutos. O hidrolato, obtido de cada hidrodestilação foi então, submetido à partição líquido-líquido com três porções de 25mL de diclorometano. As frações orgânicas de cada repetição foram reunidas e secas com uma pequena porção de sulfato de magnésio anidro. O sal foi removido por filtração simples e o solvente evaporado à temperatura ambiente em capela de exaustão de gases até peso constante do óleo essencial purificado. Diante da massa obtida determinou-se o teor percentual do óleo essencial nas folhas de cidrão, expresso em g/100g de folhas. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, e em seguida ao teste de Tukey em nível de 5% de probabilidade de erro. RESULTADOS E DISCUSSÃO O tratamento que obteve maior teor de óleo essencial foi na extração com folhas frescas e fragmentadas em 1cm. Porém, não houve diferença estatística entre este e as folhas frescas inteiras, frescas processadas em liquidificador e folhas secas inteiras. O tratamento que obteve o menor teor de óleo foi observado com as folhas secas pulverizadas em moinho e não diferiu estatisticamente do tratamento de folhas secas inteiras (Tabela 1). 290

Tabela 1- Resultados dos teores de óleo essencial de Aloysia triphylla (T1- folhas frescas fragmentadas em 1cm; T2- folhas frescas processadas em liquidificador; T3- folhas frescas inteiras; T4- folhas secas inteiras; T5- folhas secas pulverizadas em moinho), Lavras-MG, 2004. Tratamentos Teor médio de óleo (%) T1 T2 T3 T4 T5 0.09925 a 0.08992 a 0.09575 a 0.07825 ab 0.05433 b Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Quanto ao estado de divisão das folhas, podemos inferir que quando se fragmenta muito a folha, o óleo essencial fica mais exposto e volatiliza, porém, devese fragmentá-la em 1cm para que a extração obtenha máximo rendimento, nestas condições relatadas. Santos et al. (2000), trabalhando com pimenta negra, pimenta câpsico, cardamomo (com casca) e cravo relata que após a moagem convencional houve perda no teor de óleo essencial de 34,3%, 15%, 40% e 34%, respectivamente. O processo de moagem envolve geração de calor, o que pode resultar na perda de componentes voláteis. Observou-se ainda que extração de óleo em folhas frescas resultará em maiores teores de óleo essencial de cidrão em detrimento às folhas secas, pois o processo de secagem ocasiona volatilização do óleo essencial. Conte et al. (2001) avaliou folhas de alfavaca (Ocimum gratissimum L.): inteiras e secas ao ar; frescas congeladas; trituradas ao liquidificador; inteiras e frescas; inteiras e secas em estufa (40º C) e concluiu que a 291

secagem das folhas reduz muito o teor de óleo essencial, enquanto as folhas frescas apresentaram o dobro do teor de óleo. Dentre os tratamentos que utilizaram folhas frescas: inteiras; congeladas e inteiras; trituradas em liquidificador; este último foi superior aos demais, porém entre estes três tratamentos não houve diferença significativa. CONCLUSÃO O melhor tratamento para extração de óleo essencial em folhas de cidrão (Aloysia triphylla (L Hérit) Britton) é extração em folhas frescas, fragmentadas em 1cm. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CONTE, C.O.; LAURA, V.A.; BATTISTELLI, J.Z.; CECONETTO, A.O.; SOLON, S.; FAVERO, S. Rendimento de óleo essencial de alfavaca por arraste à vapor em Clevenger, em diferentes formas de processamento das folhas. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 19, Suplemento, CD ROM, julho 2001. LORENZI, H. Plantas Medicinais do Brasil. 2. ed. Nova Odessa: Plantarum, 2000. p. 486. SANTOS, E.V.M. Extração de matérias primas vegetais. In: SHARAPIN, N. Fundamentos de tecnologia de produtos fitoterápicos. Santafé de Bogotá, D.C., Colômbia, 2000. p. 34. UESUGI, P.; STEFANINI, M.B.; MING, L.C.; MARQUES, M.O.M. Influência de dosagens de IBA (ácido indol-butírico) no óleo essencial de estacas caulinares de Aloysia triphylla (L Hérit) Britton. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PLANTAS MEDICINAIS, 2. 2003, Campinas. Anais... Campinas: Instituto Agronômico, 2003. p.59. VARGAS, S.F.S.; SACRAMENTO,L.V.S.; LIMA, M.A.P. Produção de mudas de hortelã para o cultivo hidropônico: qualidade de enraizamento. Horticultura Brasileira, Brasília, v.18, Suplemento, julho 2000. p.905-906. 292