FERNANDO PAROIS JAPIASSÚ



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Transcrição:

FERNANDO PAROIS JAPIASSÚ LEV ANT AMENTO DE PARÂMETROS DE CÁLCULOS DE BLINDAGEM DE SALAS DE RADIOTERAPIA UTILIZADOS NO PAÍs E SEU IMPACTO NAS METODOLOGIAS DE CÁLCULO EXISTENTES Dissertação aprovada para obtenção do Grau de Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Radioproteção e Dosimetria do Instituto de Radioproteção e Dosimetria da Comissão Nacional de Energia Nuclear na área de Física Médica. Orientador: Dr. Alessandro Facure Neves IRD/CNEN Co-Orientador: Dr. Luiz Antonio Ribeiro da Rosa Rio de Janeiro - Brasil 2013

Japiassú Fernando Parois Levantamento de parâmetros de cálculos de blindagens de salas de radioterapia utilizados no país e seu impacto nas metodologias de cálculo existentes / Fernando Parois Japiassú- Rio de Janeiro: IRD/CAPES 2013. xii 90 p.; il.; 29cm. Orientadores: Alessandro Facure Neves Luiz Antonio Ribeiro da Rosa Dissertação (mestrado - Instituto de Radioproteção e Dosimetria. 2013 Referências bibliográficas: p. 87-90 1. Radioterapia 2. Cálculo de blindagens 3. Aceleradores lineares 4. Teleterapia. 5. Efeitos biológicos. 6. Radioproteção. I. Instituto de Radioproteção e Dosimetria. li. Título. CNEN-Siblioteca Técnico ClentlflC2 Ano &J ~ n.' 02 I ~ 1: Preço d:=j..~ N.O PHL O 4-1 7l~ 1 :. ' ' ~ "' < '

FERNANDO PAROIS JAPIASSÚ LEV ANTAMENTO DE PARÂMETROS DE CÁLCULOS DE BLINDAGEM DE SALAS DE RADIOTERAPIA UTILIZADOS NO PAÍS E SEU IMPACTO NAS METODOLOGIAS DE CÁLCULO EXISTENTES Rio de Janeiro 11 de julho de 2013. Dr. Alessandro Facure N~ IRD Dra. Simone Coutinho Cardoso - IFIUFRJ Dr. Denison De S Santos - IRD Dra. Maria Helena Marechal - CNEN

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AGRADECIMENTOS À minha esposa Claire pelo carinho compreensão e apoio que foram fundamentais no desenvolvimento desse trabalho. Ao professor e orientador Alessandro Facure pela orientação paciência e por ter me dado a oportunidade de realizar este trabalho. Ao professor e co-orientador Luiz Antônio pelo apoio e contribuições para o desenvolvimento deste trabalho. À minha mãe e à minha irmã que me apoiaram de todas as maneiras durante o desenvolvimento do trabalho. Aos amigos do IRD Cristian e Tiago pelas ricas discussões sobre radioproteção e radioterapia. À CNEN e o IRD pelo apoio fmanceiro e de infraestrutura para o desenvolvimento deste trabalho. Aos fisicos dos serviços de radioterapia visitados pela paciência e presteza durante fase de levantamento dos parâmetros de tratamento. Ao colega Hélio Salmon pela oportunidade de estágio que de certa forma contribuiu para o desenvolvimento desta pesquisa. Aos funcionários do serviço departamento de Física Médica do IRD pelo suporte durante o curso de Mestrado. À todos que contribuíram direta ou indiretamente para o êxito deste trabalho. ' ' ' ' ' " iv ' ' ' ~

RESUMO Ao projetar salas de tratamentos de radioterapia as dimensões das barreiras são estabelecidas com base em metodologias de cálculo 'americanas especificamente relatóriosdancrp N A9; N 51 e maisrecentementeianc:rp N 151. Estes cálculos se baseiam em parâmetros que refletem-as previsões de tratatllentosaserem realizaq.os no interior da sala a qual por sua vez reiletea-realidade específicá<de cada pajs. Existe no entanto uma" variedade de ~técnicasmodernas de:radieterápia taisco.mo radioterapia de intensidade. moclulada;(imrt irradiação; de cojp(linteiro(tbie radiocirut:gia (ReR etn queqs. doentes SãQ;trátados.de uma:maneira muito~diferentedo que durante os tratamentos mais convencionais. Essaunodiflçações no tratamento:não são levadas em conta ;pelametodologia de.. cálculo deblmdagens tradicional" podendo acarretar em salas de tratamento mal'projetadas A fim de estabelecer 'uma comparaçãoenti:e a. metodologia.utilizada no calculo de blindagemproj eto e.arealidade dos tratamentos; realizados 'no' Brasil. duas instalações de.. radioterapia foram " selecionados ambas " f{lzendo" uso.. de técnicas: de tratamento tradicionais e modemas;como descritoacima.d.ados.relativosaos: tratamentos realizados duranteumperiodo de seis (;6 meses de operação.e.m ambas as instituições foram coletados:: Baseado. nestas info1lllações~'umnovo eonjuntode parâmetros de utilização :necessáriospam. a concepção de'; blindagem" foram estabelecidos. Isto permitiu; um novo: cálçu.lo da e.spessura. das.barreiras; A espessura da barreirare.~ultante desse cálculo folentãocompàrada com a espessuji(l da barreira propósta no projeto de blindagem aprovado' pela autoridade: reguladora; c..';.: " ' Em primeiro IUigar referente à instalação públicaa espessura de todas as ~atreiras primárias propostasno\projetode blindagetn ~ão maiores :de que a espessura resultante a partir d.e.cálcu1ps.' :baseados. em parãmetros'.observados na rotina;. Em segundo lugar. relativoà instalação particular osdadqsmostnull! que: as 'espe.ssuras de. três das quatro barreiras primárias/descritas: no 'projeto:são maioresdol que a.espessura resultante de cálculos: com base. nas condições de furtcionamento'.atuais. Quando 'as espessuras das bar.reiras: secundárias' foram"cal~uladás com basenas.médias: dos tratamentos realizados nos primeiros '.seis meses de 2011.08 resultados ficaram:abaixo~iespessuras propostas no projeto de blindagem. dá instalação pública. No entanto os. dados que refletem as situações maisí extremas observadas na rotina' mostram.quea.'espe.ssuraproposta.no projeto de blindagem não. atende aos. requisitos :de pr'oteçãoi'na.instalação privada. estimativas -conservadoras foram utilizadas na concepçjo rdo.projeto' de blindagem o que resultou em espessuras debap'eiras adequadas para condições.de funcionamento normais e e:x:tremas. De fato. as espessuras: de barreira cqnstruídassão. e.mmédia. 31 centímetros maior espessui-amaiorcdp que a exigidapelosdado.8jbaseados ttarotina.. ': A espessura âaharreira primária resultante a partir de cálculos base.ados: na rotina de utilização sustenta a. hipótese de. que há urna-re.dução da necessidade de' espessura. da barreira primária em instalações' que utilizam técnicas modernas dp' radioterapia em contraponto aos teqw$it"os. de espessura primária de 'instalaçõ.es que utiliza. apenas técnicas de tratamente' convencionais. A bipótesede um aumento das. necessidades de espessura para barreiras secundárias das instalações que. utilizam' IMR T foiconfirtnada pelos dados obtidos da instalação pública. Os resultados obtidos da instalação particular denotam que a adi~ão dt: fat~res copserva~oras no método de cálcul( t~m 'li1-ll'mensial. de produzir barreu-as '" adéqúadas para" aínbas âs' condições médiâs' e extremas de utilização do acelerador. No entanto o aumento dos custos correspondentes deve ser considerado. Palavras chave: Radioterapia; Cálculo de Blindagens; Aceleradores Lineares. v

AUS:rRACT Wheh designing radiotherapy' treatment tooms' the dimensions' of barriers are established or the ba.sis' of American. calculation' meili:odologies~' specifically; NCRP RepOltN 49 'NCRP'Report N '51 and~morerecently;ncrp Report N 15L Such battier calculationswe based on. parameters reflecting' ;predictions of treatments to be performed withinthe room; which:in.tum reftect aspedfic reality found; in acountry. There exists' howeveri a'varietyi'of modérrl' ra.diotherapy te~hniques :such as' Intensity Modulated RailiathmThetiapy '(IMRT; Total Body :Ittiadiation (TBl and ratljosurgery (SRS; where patierits:arê tteated fi ia: muchdifferent' waythan.. during more conventional" treatrnents~ wmêh;are not taken:intq' aocounrin the traditional shielding calculation methodology. This may lead t01a1faultydesign oftreattnent rooms.; Inorder to' establish acomparisónbetween:the methodolog:y used tocalculate shielding design 'andthe'r'eality. ôi treatments perfonnedin Brazil two radiotherapy facilitie$' were selected both ofthem offeringtraditional and modem;treatméntteolmiques'\as.described' abóve'. Data in relatioií~'withtreatmentsj;perfotmed iover:a' periodof six (6'months.;of operations' in both :institutions were' cohected.based on tliis infotnlation;. a:new sei af realisticparameters required fof shielding design' was estãblishcd;: whicb itíauril ;allowed for' 'a new calculation' or: barri~r thickn:ess for' bothfacilitie&. 1'he:barrier thickness resulting from'this calculatiorf was then :compared:witb the bàrrier thiclmess proposedas part' ofthe. original shieldirig'gesign :approved bythe regulatory:authotity". First concerning the public facility the thicknes:s'ofàlilprimaryhaniers'proposedjn;the shiélding design was' iactual1y larger than the thlckness: resulting.. fromealeulationsb:ased on. tea1isticparameters~ Second 'conceming :th~: p'l:ivafe'faciuty' 'the'new; data' sb:(jw~'t.h:at the thiclmess af three out ofthe fowprimary batri~rsdescribed in;thê"projêét is}arger; than the thick:ness resulting 'from- fcaloulationsh'àsedoncurtent. i<:>perating :'condíti6ns~ When it: oomes. to' thickness' :af secondary barriers~'calculatións based' 011 i averages of treatments over six 'rtlonths show'i'esults below the proposed thicknesses'in tlie shielding design of the: public'ifacility;..lioweverç.data reflécting. the: most. extreme 'situatial1s observed: :inroutineop'efations. show:that the' thiók:ness proposedoin: ilie' design 'proj ect does not meei; sbielding réquirements; 'ln;tbe';priváte faeility"inore<tojisétvative estimates were usediti the s4ieldingdêsign;which tesulted'íh' suitablê'barrier thickness inboth normal and exttemeoperatirig conditions.'ln fact; the'actualbamerthielmess is in avetltg'e 31' cm greater :thàn th:ethicknessreeluired' by the ' reality-based data..'.'.'!.' The primary i batrier" thickness 'resulting'from 'reality..:based:calculations supports the assumption than smallbr pritnary:àarrier thicknessis:required'infacilities using modem techniquesof radiatiotrithefapy~as~dppdsed to thicrnessrequireme.nts fi.faéilities: that OJily. uses conventional ttteatment. techniques. Thehypethe'sis ;of inctea$ed.thickness requirements for sécondaty Ibarriersofinstallationsusing IMRT 'was cónfttt'íledby data obtained from the public' facility. The :results 'obtained fro'mthe :private; f~cility denote thatthe addition ofconsewative factors in thecalculation meth0d 'will ptoducebarriers suitable: forbothaverage iand extreme "conditiofls of :accelerator;usage~however; corresponding increased costs must alsobe considered; ". Key words:'raruotherapy; Shielding Calcula#on; tm.em:acçel~rators: ' - ~.;. " < -' :. '" (' '..." vi. ' " ' '

ÍNDICE DE FIGURAS Pg. Figura 2.1: Ilustração' de um paciente sendo' submetido' a um tratamento' de radio'terapia co'm acelerado'r lineát. A região' amarela (co'ne representa o' feixe colimado' de tratamento' e as setas vermelhas repres'entam ~ 'radiação de fuga: qhê i não' co'ntribui p'âtio ttata:m~nto'.. 19 Figura 2.2 - Exemplo' do's vo'lumes relacio'nado's co'm o' plànejamento 3D: GTV :... Gro'sStUmbr vol\ime CTV-' ClinicaI larget vo'lume ITV - interna:l targét vo'lumee' PTV - planning target vo'lume (Adaptado' de: Po'dgo'rsák et ai. 2005. Figura 2.3 "- a' Ex~iripld dê DVHcUmuldiivo' pata um tratamento <lé'próstatâ ~o'fu 22 quatro' campo's. b exemplo' de um DVH cumulativo' ideal. (Adaphidode: Podgbrsâk i' et al.'20d5:" i;' " " 22 Figura' 2.4'~":Exemplbsde diferentes técnicas de'irladiação' de corpo'futeiro'. 24 ; Figura 2.5 - Exemplo' de um MLC integrado' em um acelerado'r linear. (Po'dgo'rsak et ai 20(5~ 26 Figura 2.6 - Sistema Gamma knife de ultima geração'. (po'dgorsàk'et ai 2005. 28 Figura' 2;"'.. A Mo'lrlhhl estereotáiica; B 'Caixa d.elo'cai1zaçãoco'm :marcado'fl" ' fiduciaís. (Khan:; Fáiz M2003'. ' i:" i'" >><'28 Figura2~8 '>DiaWama: ' to'm 'o esqo.em~'de um linac moderno. l{ad~ptaao'lâê: ; Po'dgo'rsak et ai. 2005. Figura"2;9 - Exemplô'de um léiaute de um 'bunk:er 'pàfa Umac~li~tado'r &(Ü d';';::. médit6. A'B C''DetÓ; são barreiras secundárias. c e AsãobâITeiras;ipruriárl~. (Adaptado' de: McGmley; 19~8.:;' - 35 Figura 2.10 - Exemplo' dasref1~xões da radiação' déntro da: sala -boni as. co'ntribuições para a dôseiià porta. Figura 3.1 - Aceleradores considerados'na éxecllçã6do trabalho' (a Trilo'gy da ' instalação' A e (b Clinac ixda: instáhiçào B. " Figura 3.2 - Exemplo' da plahilha de entrada de dado's. Figuta 3~3 - Efé11iploda pianilha de cálculocíàsbarreiras primária.s~ Figura 3.4 - Exemplo' da planilha de cálculo' do' custo' da diferença. Figura: 4.1':'Numero' detrações po'r dia classificadas' por tétnica'ctnpregada:" ; 'Figura 4.2 - Número de frações po'r dia classificadas po'r técnica empregada..i \ ~. ;.é 46 \'48 50 55 '57 59 60 vii

Figura 4.3 - Média de dose por fraç~o classificada por técnica empregada em cada -.. mês na instalação A. Figura 4.4 - Média de dose por fração classificada por técnica empregada em cada mês na instalaçãob. Figu~a 4.5 - llustnlção. das barreiras. q~e são irradiadas. pelo. o feixe primário quando o gantry é posicionado nos ~gulos determinados..65 ~.... '. ' "... Figura 4.6 - Fração de tempo em que o feixe permanece dir~cjoj1~4:o Par~ ~q~~~( ;.-.' ".. ".. ~ I '. <. barreiras primáqas da it;lstalaçã.o A...' '... " >; p5 ' '. t '. '. o" '~ '~-' Figura 4.7 - Fração de tempo i:!m que Qfeixe p~1ja~ec~.direciop.adopara ~.q~~tro. barreiras primárias dé! Íl;lStalação B.".. ' ; c 67 :.. " Figura 4.~ - Ex.emplo.. d~ planilha de l1ílc"lo. da carga de trabalh.o. primária.y. ;'... _.. ~... '... '\ ".. ;... : ~ secun~áj:ia ~a Wstala~ão~. " r' ' r:' ' ' 71 Figura 4.9 - Exemplo da planilha de cálculo da carga de trabalho primájjare secundária utili~~9. dados q\ie re~etep1 cond~ç?~ d~ op~raçãp ;~~ç~~. ';la ;. instalaçãp A Figura 4.10 - Exemplo da planilha de cálculo da carga de trabalho primária e secundária d~jnstalaçãq 13. Figura 4 1 - Espesswas_~asquatro b~eiras pri~~~ Wiinstal~ção A.: retiradas...-' "' ".. ' '.' "."... '.' ".: :. i 62 63!" 1 ~;;.71 dos cálculos apresentados no projeto de blindagem ç;tlçula~ çom base nas.' 1' " " ~;. 1 "...'. condiç9~ de. ~9i9n~etto :a~l da.1lls4tlaç~q <P3:4o~ QV s;alcul~4~; le~m;ldo-s~..0_'. "...."..:.'..... ';'.'.em conta as situações mais extremas observadas na instalação. "~. : i. :.: 74 Figura4.~~ ~ E~Písswas.d~q.l:larrobarr~i!as prim~.~ 4~ in.~:ta\~ção B: reti.radéts"r:. ': dos cálçulos apr(;sep.tados. no projeto de. blindagem. çakuladas. com base nas -'. :~' J'~'~' '.' ": <.."'<._... ~;.'!....' :"' '. :. 'i" " ~.' \.:1:' _ condições de funcionamento atual da instalação (Dados9u. ~alclll8:~s levando;s~.. " em conta as situaçi$esmais extr~masobservadas. na instal8:ç~o.. ~ "..!...J ~.".'."~ f:'.75.. '. Figura 4.13 - Espessuras das barreiras secundárias da inst;a1aç~o /.. 76 Figura 4.14. - Espessuras das barreirasseçund(írias ~a instalação R "."".'.'. "". ""' :;""1 ". < ~.' :. Figura 4.15 - Espessuras das barreiras secundát;i~dll mstal~ç~oa. - '~'" '.' '.' - " ;. Figura 4.16 - Espessuras das barre~s. secundárias da instalaçãq B. o' ~!.". J..' J.' ~ ''!. Figura 4.17 - Dose q~e chega à porta devido às v!irias compoh~ntes dç~adiaç.ão I'lCl instalação A..' ;.' '.:."... ~'\! '. '-..' Figura 4.18 - ~os~ que chega à porta devido a várias compq(lent~.~~. r~diaç~~ ~.~ instalação B.. viii 77 78 79 ' ' ' ' ' ' ~ ' '

ÍNDICEDÊ T ABELA8 Tabela 2.1 - Grau de toxicidades geniturinária (GU e gastrointestinal (GI desenvolvidas devido ao uso de diferentes técnicas de radiote'rapüi. (ti é onl1irtero de pacientes. (Bin S. Teh et ai 1999. : " Tabela 2.2 - Limiares de dose para efeito determinístico nas gônadas ó1staíirió é medula óssea. (Tauhata L. et ai. 2003. " '.. 32 Tabela 2.3 - Limites de dose anuais estabelecidos pela notriia 3.01 da OON.33 Tabela 2.4 - UM/cGy e UM total para a técnica convencioilalé' IMRt:(ÂdaptuÍó. j _ f:. de: Followill et ai. 1997.. 38 Tabela 2.5 - Distribuição do fator de uso para intervalos de 'âjigu1bs do gahiry d~ 9Ó l ;C: e 45 graus. (Adaptado da NCRP 151. ' ' 40 Tabela 2.6 - Fatoiesde ocupação'sugeridos '(Adáptaaocla'NCRP 15(2005. Tabela 2.7 - Camadas deci-redutoras primárias para concreto' (235'g 'êfu~3ta:ço"" (787 g cm- 3 e chumbo (1135 g cm- 3. Valores' sügeridos em' centírriettos. '....;: (Adaptado do relatório n 0 ~. 43 151 do NCRP 2005. Tabela 4.1 - Frações de RCE administradas naidstaiaçà<> B. Tabela 4.2 - Médias de dose por fração para 6 meses de 2011 epârâ'j\lnhó de '2012.. 62 Tabela 4.3 - Média dos tamanhos de campo'(éih2y de tratamento etricadá:rnês na' instalação A. Tabela 4.4 - Média do tamanho de campo para de tratamentó"etri cadà' 'riiês na; Pg. 17 " '68 instalação B. 69 Tabela 4.5 - Parâmetros de cálculo da carga de trabathb primária apresentados no projeto de blindagem da instalação B. i '. 72 Tabela 4.6 - Cálculo do custo da diferença das barreiras primádas' dainstal~çãô A." 82 Tabela 4.7 - Cálculo do custo da diferença das barreitatsêtu'ndárias'da'instaláção:. A. '82 Tabela 4.8 - Cálculo do custo da diferença das barreiras prinláriàs da instalação :8: ';.' '83 Tabela 4.9 - Cálculo do custo dadifereriça das b'arteiras securidátias da'inshtlaçko' '' B. ~. J 83 " ~: _ l ".f ix

LISTA D.E ABREVATUAAS AIEA - Agência internacional de energia atômica. BEV - Beam 's eye view.. CDR - Camadadecired:uwra.. CNEN - Comissão nacional de energia nuclear. i o'r ' l "> CSR - C~ada s~mí-tedutora. t- CRT - Coriformal radiation therapy. CTV - Clinie{11target 1I0~U1rU! '. ";. " I ~ DMLC ~}inam~e Multjl~af epllimatqr. ;" -.:. :: "'.!. " 'o." DVH - Dose-volume histogram. EPID -:- Eleptrqnic portal image deviee.. - lo:. ~ : ~. _...: " ~ j' 1 1 ~.. GTV - Gross tumor volume. " ICRU - Inter!JatiolJal eommisst0n?t!(~~c!ia~i?r~n.~(s g~t:l 1111;F~re17Je.~ts; IDR - Instantaneu.s do~e rate.... " IGRT~ Iwq.geguir!~d radipticm th{!1"apy.. - ~ i '. I.'. '" " f IMA T - Intensity modulated are therapy. IMRT - Intensity modulated ratliation therapy. " " I '? ';!' l. '. : l ~.. JNCa.~ ~stitu~on~ciollaldo;c~~~r.;. i IOE - Indiyí4:uo ocupaciollalrn~te exp9s~o ' ;.. _' f:.. ' " :. ITV - Internai target volume. MLC :- MIlltileaf eolimator" " '. '.:' I" ". _. NCRP - National eouneil of radiation protection and measurements. PET -:-Positron ~"li$.sion tpm.ogr(lphy. " ~'. : : '.' J. ' ". PQRT - Programa de qualidade em radioterapia. PTV - Planningtarg~t vqlume.. " ' '. '-;~.. '.. '. ' RCE -:- Radiocirurgia ~~~~~l~qtáx.ica RM - Ressonância magnética. SMLC T Statie multileafeollirnator..'..." " :" ".'.'; SPEçr :-. Single p'osit~qn ~missi01j: C(Tflpu(f!d tr:mqgrap~'. T ADR - Time averaged dose rate. TBI - Total body irradiation. TPS - Treatment planning system. UM - Unidade monitora. x ;:': " " " ~. ' '.!..' : :'.~': ; ;(' "':... ~. ~ :' ~ i[' "o r~ - l' ' ' '

sumário 1. INTRODUÇÃO 13 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 16 2.1. Radioterapia conformaciona13d 20 2.2. Irradiação de Corpo Inteiro - TBI 23 ; ; ~.' 1-.< 2.3. IMRT 24 i 2.4. Radiocirurgia estereótáxica - ReE 27 _: ": ". 2.5. Funcionamento geral dos aceleradores lineares de USO Ólédico 29 2.5.t. Produção de raios-x 29.. ;;" 2.6. Proteção Radiológica 31 2.7. Cálculo de Blindagens para salas de radioterapia 34 2.7.1. Leiaute de salas 34 2.7.2. Carga de trabalho 35 2.7.3. Carga de trabalho devido a TBI 36 2.7.4. Carga de trabalho devido a IMRT 37 2.7.5. Fator de uso e fator de ocupação 39 2.8. Metodologia de cálculo de blindagens 41 2.8.1. Cálculo de barreiras primárias 42 2.8.2. Cálculo de barreiras secundárias 43 2.8.3. Cálculo de porta 45 3. MATERIAIS E MÉTODOS 48 3.1. Coleta dos parâmetros dos tratamentos 48 3.2. Planilhas de entrada 49 3.2.1. Parâmetros calculados na planilha 50 3.3. Cálculo dos parâmetros de blindagem 51 3.3.1. Número de Pacientes. 51 3.3.2. Média de dose entregue. 52 3.3.3. Cálculo do fator de uso. 53 3.3.4. Cálculo da carga de trabalho 53 3.3.5. Média do tamanho de campo 54 3.4. Cálculo e comparação de barreiras 55 3.5. Cálculo do custo 56 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 58 4.1. Parâmetros de cálculos de blindagens 58 4.1.1. Número de frações por dia na instalação A 58 4.1.2. Número de frações por dia na instalação B 60 4.1.3. Dose entregue por fração na instalação A 61 4.1.4. Dose entregue por fração na instalação B 63 xi

4.2 4.1.5. Cálculo do fator de uso para a instalação A 4.1.6. Cálculo do fator de uso para ainstalaçãob 4.1.7. Média do tamanho de campo na instalação A 4.1.8. Média do tamanho de campo na instalação B o tamanho de campo dos tratamentos realizados na instalação B apresentam uma média de 158 cm\ com um desvio médio de 26 cm 2 Esse tamanho de campo represérità um campo quadrado equivalente a 125 cm x 125 cm. O tamanho de ÇampR máxiino utilizado llesta instalação foi de 1159 cm2 para um tratamento de cabeça e pe~cdç~.' ;'"... '. '69 4.1.9. Calculo da carga de trabalho da iqstalayãoa 70 4.1.10. Cálculo da carga de trabalho d~ ks~iaçã~ B " 72 4.2.1. Barreiras primárias das instalações 4.2.2. Barreiras secundárias e porta das iqstalações A e B ''t.'1 i";:. ".' ;' f~: ' j' ;:.';'. -{" ~ 4.2.3. Análise de custo das barreiras da nistalação A e B. 5. CONCLUSÃO.;; i. ".'[;' '.i.'i REFERÊNCIAS BffiLIOGRÁFICAS 87 i" ; 64 66 68 69 74 74 76 81 85 '> ' ' i;'.-.i- ": :.' -. ~ I.' I.; ~'.'! - ~!. ' ''-: '1 '." " : ' I'" xii }

1. INTRODUÇÃO o uso da radiação para o tratamento do câncer cresceu bastante é 'hoje a radioterapia é uma das três principais modalidades de tratamento cont~a o' câncer. A radioterapia é empregada em aproximadamente 60% de todos os casós' defumores malignos diagnosticados inclusive naqueles mais prevalentes nó país como os de próstata pulmão mama e colo uterino [1]. Um dos fatores que impulsionam esse crescimento é o aunientô da taxa de cma de pacientes tratados com essa' modalidade. Diversos avanços tientlficos 'médído!; qtie surgiram recentemente criaram' também uma gamàimensa de opções terapêuticas patá o' paciente' oncológicô [2]. Hoje~ é possível ampliar as chances dé sucessódo tratamento devido às melhorias tecnológicas dos equípamentos e do conhecimento dos efeitos biológicos da radiação acumulados durante vários alios desde a descob~rta dos raios-x. Os avanços :tecnológicqsocomdos' na radioterapia: desde' ôs primeiros tratameritos até os diàs de hoje são notáveis. Nos primórdios a busca por feixes'mais energéticos forçou a criação de aparelhos robustos extremamente caros e complexos. Esse cenário começou a mudar a partir 'da décàda de 50 quando muitos outrôs equipamentos foram desenvolvidos para o usó em radioterapia com' atenção' especíal para <ffrradiadorde ~(balto e o acelerador linear médico (inedicallinac. Com os novos equipameritos mais adequados para ó uso médico o maiór' desafio da ramotetapia não era mais a busca pela alta energi:ae sim a 'busca de uma melhor estratégia para irradiação tumoral bem como a reduçã.o :datoxiddade do tratamento. Nos dias de hoje ós modernos equipamentos 'de radioterapia são capazes de conformar o campo de irradiação de modo' a atingir tumores' das mais variadas formas' com' predsão milimétrica em qualquer profundidade no corpo humimo e etn uni curto futerv310 de tempo. 'O desenvolvimento das novas técnicas de tratamento' radiotérapiéo pór outro lado apresenta um 'ituportante impacto nas questões relacionadás li' proteção rádiológica. Na busca por maior' controle Sobre a distribuição' das dosés' deradiáção' administradas no tumor e visando poupar os tecidos sadios foi' desenvolvida uma ' técnica capaz de modular a intensidade d~s feix~~ de tr~tan;tentq. Nã~há dúvidàs qu~:a radioterapia de iritensidadem9<l1llada (IMRT é uma técnica que possibilita Uma. Q1~lhor 13

cobertura tumoral e que permite reduzir os efeitos.colaterais inerentes à toxicidade das radiações em tecidos normais. No entanto a utilização dessa técnica leva à necessidade de utilização de um número muito maior de unidades monitoras (UM T quando comparada com. técnicas convel1cionais. A radiocirurgia estereotáxica. (RCE é outra ; '....!' ' -_!' '. técnica que utiliza pat:âmetros atípicps e não conv~p.cionais. Além de fazer ljso de ;um ;' -." :..' '".".. '" alto l1úmero de UM. a. taxa de dose administrada pelo <rquípamento ta1ubé~.' '' ""'t ' "...' "0 ""-!(. aumentada podendo atingi~ em alguns equipamentos 1000 cqy(lllin 1l.1 m do alvo. Quando novas técnicas são propostas e novos parâm~~ros de trataltieptosão estipulados deve ser realizaqa lwj.a avaliação d~. condições de.r~dioproteção dp serviço de.!.'. '. -. ";';' " '.' ~.. ": :.' " r~dioterapi~"p~~ vepficar Se os tratamentos?ontinuam sendo efetuados com.segurança. J ~...~. ' '.. ::."'.' '.....'...' '' '"--' qs. yájculos. de.çlindagem etp. r~?iot~rap\a são basyados nqs parâmetros de trat~~nto ~~. uma vez que e~te~ parâmetros sãq modificados~as b~indagens necessárias J?llfareduzir as doses nas red~n~ezas.da sala devemseralt~radas: A preocllpação com a proteção radiolp~i~a teve injcio de forma: tardi~" wa~ seguiu o desenvolvimento d~s.. técnicas radiológicas. Nos primeiros. anos. após a descoberta dos r~os-x em 1895 foi evidenciada a possibilidade de que esses raios ;'.....' pudessem vir a causar prejuízos à saúde humana. Conhecendo-se o risco que a radiação " " '.'...'.... '. oferece ap ser humano alguma.s medid"-s prote~qras.foram desenvolvidas. Por. exemplo } ; ~ ;.' ~ '..:. 1" ~ : ;.' :' j' ';".' blindagens forrup desenhadas para conter os tubos ~eraios-~ além de terem f sido. ". ".'. "..':. -... ' ~. ". """' \. -' " -. ". realizadas medidas experimentais:... ~~ 1!an~i~sã( e;espalhame~to da"l.a4i~ção em diferentes materiais [3]. Entretanto ~os estágios iniciais da rfldiologi~não.exi~tiaum '. ' ' ;'!.'... ;...' ". ".. oi. : consenso sobre o~.. ~pec!(~ d~pr.ot~ç-~oj~*?lóg~r~.li ser~m. cobertos e somente na década.de 2( as.pri~e~r~s re~omendlições foré@ P1l9~cadas. [3]. A partir da formação de comissões para Q e~tudo e dis.cuss~o como por exemplo a Comissão Intet;naçional 4~ é da radioproteção...' -.. ".' '. ' Proteçãp Radiol6gica (ICRPe o conselho norte-aillejjcano de proteção radiológica (NCJtPforam es~belecidos limites -'.. '.' ".'... ; :.; < :. \.'.: de dose para trabalhadores e indivíduos do público. As comissões criadas estabelec~ram c<llceitose recqmendaram.dados~p?rtantespara aprojeção de.lindagej1s de salas de radioterapia. Por exemplo as recomendações do NCRP fornecem tabelas com as : "." :".. " -< esp.essuras tnín~tnas de blindagtms para r~duzi.r. em dez vezes os níveis derad~aç~c. ~rn... ' ~ '... ''-. ".... '.. " ' ---.----...-'..----...-.----...---..-----. " '.'... : ' 1 Uma unidade monitor é uma medida da energia entregue pelo feixe de radiação de um acelerador linéar empregado em radiotefápia por'unidadé:dê massa' de ar càhtidan6:volume:sel1síiiêl dê uma' câmara de ionização interna ao eq~ (s~ejltos d~ radi~ap@. são.~~qs para admfnistrar umá determinada dose absôrvida em determinadas condições. Umpádrão'de"éalibração é que 1 UM corresponda a uma dose absorvida de 1 cgy. 14 ' '} ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' '

função da energia da radiação.(tvl. Também é possível encontrar nos relatórios do NCRP sugestões de diversos parâmetros como fatores de uso (U e ocupação (T tabelas com as frações de espalhamento de radiações nos pacientes etc. No Brasil o órgão que regulamenta e fiscaliza a proteção radiológica é a Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN. No campo particular do cálculo de blindagens em. radioterapia o órgão Brasileiro não.dispõe de. nenhuma norma.que. estabeleça parâmetros 'nacionais para o cálculo de blindagens de. instalações. de radioterapia. 'Assim. 'o órgão Brasileiro segueextraoficialmente.as recpmendações estipuladas pelo'ncrp. Entretanto a metodologia de cálculo' de blindagens proposta pelo órgão americano se:baseia emparâmetros.quesão reflexo dostipos de tratamentos conduzidos' nos Estados: Unidos e! portanto da realidade daquele país.' Além disso há no Brasil um' aumento do uso ~s técnicas modernas de radioterapiajámeucionadas; como IMRT" irradiação de :corpo:inteiro (TBI e SRSondeos pacientessãó:tratados"de maneirà muito distinta da foima convencional Essas modificações 'no tratamento nem sempre foram levadas em conta na elaboração de projetos de blindagenspodendo acarretar 'em salas de tratamento mal projetadas.. A'fun de realizar uma comparação entre a metodologia de cálculo convencional; adotada na maioria dos projetos de blindagens brasileiros e a realidade dos tratametitos nacionais foram selecionados dois serviços de radioterapia da cidade do Rio de janeiro que fazem uso detécmcasconvencionais.e técnicas modernas de radioterapia sendo um serviçopúblico e o outro privado. ' Neste trabalho designamos o serviço'públicoeomo instalação.a e; o serviço privado como instalação B. Foi feito um levantamento dos parâmetros dos tratamentos desenvolvidos por esses serviços no período de 6. (seis' meses."combase:nas informações obtidas através dos tratamentos a que os pacientes dos dois" hospitais foram submetidos foram levantados experimentalmenteos parâmetros que' representam' a. realidade de 'utilização das salas de tratamento: A partir' desses dados obtidos experimentalmente asespessutas das.barreirasdos serviços de radioterapia aqui analisados foram recalculadas e osr.esultados'foram:confrontados 'Com as' espessuras propostas no'projeto de blindagem aprovado pela autoridadereguladgra. \ 'o presente trabalho visa avaliar o impacto. dos parâmetros de tratamento utilizados no país nas barreiras de uma sala de tratamento projetada com base na metodologia de cálculo proposta nos:projetos aprovados pela CNEN;Combasenessas informações propor soluções para as incongruências apresentadas entre o projeto e a rotina de operação do serviço de radioterapia. 15

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA. Na radioterapia moderna; o método de. administração da dose é 'escolhido em função de diversos' parâmetros. como o tipo de radiação~ utilizada com diversas energias de feixe até a:técnica:mais adequada para o tratamento em função dojocal anatôlllico a ser tratado: Durante o s.éculo passadohouve um desenvolvimento (relativamente rápido da radioterapia. Gomoauxílio da eletrônicafoi possívelc produzir feixes das mmsl variadas energiás;. da ordem.de milhões deelétron.. volts[ 4]. A vánços' namecatrômqae na infol'lnática proporcionaram a produção' de equipamentos :capaz~"de :confonnar :0. feixe à regiãotumoralde modo! a reduzir as doses :~m regiões' indesejadas~: Eni virtude disso; os tratamentos radioterápicos modernos. são :capazes:de. administrar: doses mais altas na região"do volume de tratamento aó;inesmo:tempo:emque;entregam:do'sês mais baixas aosórgãos de risco [56]. As técnicasinodernas de entrega de' dose possibilitam modulara intensidade do feixe em detetminadasregiõesdo tumor(imrt.bem 'como localizar alterações na posição do tumor a partir de imagens.feitas; imediatamente antes do tratamento por meio de portais de imagens eletrônicas - EPIDs ou'conebeam CT (IGRT}..!...' ~ \ Um dos maiores. benefícios proporcionados ' pelas" técnicas.. modernas. de radioterapia é a redução da dose nos tecidosnonnais" devido àconfonnação do feixe de radiaçãoaol;volume de tratamento. Esse benefício foicorrob(1rado por.vários 'trabclihos científicos.[47-10] que compararam a toxicidade;.;.da técnica" convencioij.al.. de tratamento' (2D. e' ~.conformacional (3D-CRT para.. várias; Jocais anatômicos.. Por exemplo; emum estudo. realizado por Nesreen A. ecal; [7] não-foram 'observadas' diferenças' significantes entre tratamentos 2D e.3dno que' se refere;àcobertura. e distribuição de dose para tratamentos detuinores pediátricos. Entretanto OS! autores perceberam que.o.planejamento 3D possibilita reduziras. doses nos órgãos derisco: Em outro estudo comparativo [10] foram avaliadas dosesrecebidás pelos tecidos' normais para um. tratamento de câncer de. próstata. Esse : estudo concluiu que o tj;atamento 3D reduz as doses entreguésaos volumes 25% 40%. e 60% do reto. e os'volumes "30% e 60% da bexiga. quando comparado com a~técnica convencional. Um dos maiores avanços.dos sistemas' de entrega' de dose da ' radioterapia moderna foi o desenvolvimento do colimador de multilâmiilas '. ou MLC' - multi leal colimator Este colimador serve como um modificador de feixe; que visa alterar hão :só 16 :>. ~ :

afonna do campo de irradiação mas também a sua intensidade.em diferentes pontos do volume de tratamento. Os tratamentos de radioterapia até então eram realizados com a intensidade de feixe uniforme com àlgutnas exceções;' com a utilização de blocos efi1trq~.'os melhoramentos' na direção do planejamento computacional a partir de imagens tomogníficas aliados. ao. uso doscolimadoresmultilâmina(mlc;possibilitaram '.' 0 desenvolvimento da radioterapia de intensidade modulada- '"""'!MRT. A técnioade:imrt apresenta-se' como uma forma mais complexa de radioterapia conformaciona13d;' Todavia~ a IMRTé Uma técnica menos eficiente :rio que se' refere a entrega de dose i[ 11] e ao mesmo tempo mais eficiente em poupartecidosnonnais quando comparada coiri as técnicas predecessoras -[7]. Hong et ai. ápresentam uma comparação entre o planejamento para um tratamento de IMRT e para irradiação convencional"com feixes tatigenci'ais :para 10 pacientes com câncer de mama. o estudo 'conclui que o 'tratamento com IMRTpode melhorar -a unifonnidade dentro do tecido d(j seio como também' reduzira dose em tecidos'ntmnais incluindo. o coração e o pulmão' [12J. Em uni: trabalho [9:J' que :relata a experi'êncià dinicacom IMRTno BaylorCollege 'ofmedicine as' doses nos lobos temporais e nos nervos craniais VIII foram;respectivamente;21;7gye'fs7 Gy'para tratamentos de cabeça e pescoço. ESSas doses' são muito menores do que atoleiâncía desses tecidos. Ainda referente à experiência do' Baylor coliege com tratamentos de IMRT em próstataas doses nos tecidos normais' como'vesicula seminal reto' é bexiga foram de :7W7"Gy 342Gye 233 Gy respectivamente; Também foi. feita uma comparação entre o. grau de toxicidades geniturináriá (OU egastrointestinal (61 desenvolvidas deviooao"uso de diferentes técnicas.- Os resultados desta 'comparação estão ilustrados na tabela 2.1. Tabela 2.1 - Grau de' toxicidadesgeniturinária' (GU e 'gas:trointestin~l (OI; desenvolvidas devido &0 uso de diferentes técnicas de radioterapia. (n ê o núm~ro de..'.;" ; " pacientes. '(Bin 'S. Teh~t~ 1999. " " Tdtaldé '- '..: Pacientes Grau de GU-RTOG : Grau de GI-RTOG n % Q 1 2 Q 1 2 Convencional 30 100 2 7% 12 40% 13 4330% 4 1330% 7 2330% 18 60% ".. '&:campos 30 100 2 6~ 17 5670% 9 30%. 5 1670% 4 B~ 20.6670% convenciónal " IMRT. 50 100 26 52% 9 :!-8% 15 30% 37. 74%.5 12% 7 1.4%

Nos dias de hoje as técnicas modemasderadioterapia como 3D-CRT e IMRT já estão bem estabelecidas em termos de suas aplicações e vantagens. Embora se conheça a superioridade da técnica 3D-CRT sobrea' técnica. convencional e as vantagens do tratamento com IMRT sobre as- técnicas 3D"-CRT e convencional 2D o radioterapeutaé quem irá indicar _ a técnica mais adequada de ~tratamento ' dependendo do 'caso a ser tratado; É necessário ressaltar que a escolha da técnicade tratamehto aser utilizadatenium impaóto diretq:nablindagemida'saiadetratainento [5;13]. Ouso de filtros com~grandes' ângulos;;ou mesmo ouso de.. 'blocos cerrobentipode alterar a quantidade.de ~dadesmonitoras{um:utilizadas"notratamento;[14].'no caso'do.uso de IMRToproblerna:seencontrano.fato de:qv.e; Qependendo dotipo;detratamento um maior número de UM poderá ser necessário para cobrir o volume de tratamento em comparação com a técnica convencional [5;]; 'Ü relatório: do':imr T colaborativeworking group (IMRT CWG [5] menciona um trabalho realizado porgràiit W. 111 em.que foram obtidos dados da carga de. trabalho para um aceleradár de 15MV tratando somente casos de câncer de próstata por; tomoterapia; com dose prescrita de 70; Gy divididas em;35 frações. Ainda segundo o IMRT CWG~ a média :de UM dos.tratamentos foi de 1561UMlpaciente e para 25pacíentes.pordia lévando a ;umacarga detràbalho de 195125 Rlsemno isocentrol Isso~ é;;significantementemaior do. que a carga. de trabalhq de. 100000 R/sern recqtllendadapelo.'ngrp N 49 [IS} para raíos-xde 10 MVconsiderando o tratamento de50.pacientes; Outro fator; que surge: como uso -de JMRT é o aumento da radiação de.. fuga através do: cabeçote do'aceleracior[51617]. Este fato se deve ao acréscimo 'ao tempodé feixe ligadoparaadministrar tratamentos que empregam um grande número de unidades monitoras. As. consequências dq' aumento '. da radiação de fuga do :cabeçote são muito importantes do ponto de vista da radioproteção do paciente e da blindagem da sala. No que se refere à radioproteção do paciente é sabido que um acréscimo na radiação de fuga através do cabeçote do equipamento implica no aumento da dose de corpo inteiro recebi dá' pela pessoa tratada [17].pataaééletàdoies 'q~e opl;ram aciina 'de 10 MV' há 1 '. ; um 'ácrésc~o na dose de. corpointeirô 'devid~ã. é~nfribuição dos'nêqq:'oils produzidos ' ' ' ' ' '. -. 2 Cerrobend éum~ liga me~lica com baixo ponto de'fusão. Essa liga metálica é utiúzad~'paracdar.uj1la barreirafisica que bloqueia a radiaçã~ de modo a atribuir uma fo~ aprd'prlada p3rà o CaJI.pO de irradiação.. '.. '. 3 Isocentro é umpo.nto xirtúal; Ílo e.spaço. queínarcaajnterseção.dil eixo de. ro.tação. dogémtry com b eixo. central do feixe. 18 '