ESTRUTURA E CLASSIFICAÇÃO MORFOFUNCIONAL DOS MÚSCULOS

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Transcrição:

ESTRUTURA E CLASSIFICAÇÃO MORFOFUNCIONAL DOS MÚSCULOS CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Profa. MSc. Ângela Cristina Ito

SITUAÇÃO HIPOTÉTICA Uma fisiculturista, 28 anos de idade, relata ter iniciado sua trajetória no esporte a partir de um descontentamento com o peso, aos dezesseis anos, quando começou a treinar musculação, pois, segundo ela, era obesa. Fez da paixão pelo esporte uma profissão, formando-se em Educação Física e trabalhando como personal trainer de novos fisiculturistas, em sua academia própria. Para que pudesse conquistar todos esses títulos, teve de sofrer durante anos com exercícios intensos, uma suplementação especializada e uma dieta rigorosa. De acordo com depoimentos da atleta, sua dieta é dividida em 7 refeições diárias equilibradas com vegetais, carnes e carboidrato, além de frutas e suplementos, como Whey Protein.

SITUAÇÃO HIPOTÉTICA Frente à situação da realidade descrita acima, você, como profissional da área da saúde, conseguiria explicar como ocorreu a hipertrofia dos músculos durante o exercício da musculação? Conseguiria descrever a estrutura morfológica das fibras musculares? Como ocorrem os movimentos de contração e relaxamento dos músculos? E as câimbras decorrentes do excesso de exercício físico?

DICA Retomando a situação hipotética mencionada anteriormente no convite ao estudo, como a personal trainer explicaria a seus alunos a morfologia da fibra muscular e a composição morfológica do músculo estriado esquelético? Por que esse conhecimento é importante para o aluno que tem como objetivo o ganho de massa muscular?

REFLITA... O que eu preciso conhecer para ser capaz de resolver essa situação-problema? Qual a estrutura morfológica das fibras musculares? Como elas se organizam para formar o músculo esquelético?

REFLITA... Como futuro profissional da saúde, é necessário que você conheça as características dos músculos do nosso corpo, colocando-se frente às situações cotidianas, como, por exemplo, a explicação de como acontece a hipertrofia através da atividade física.

SISTEMA MUSCULAR Os músculos representam de 40 a 50% do nosso peso. Possuem outras funções, além de proporcionar nossos movimentos essenciais, como andar, comer e respirar.

TIPOS DE MÚSCULOS

CONSTITUIÇÃO DOS MÚSCULOS FIBRA MUSCULAR

CONSTITUIÇÃO DOS MÚSCULOS FIBRA MUSCULAR Os músculos são constituídos por fibras musculares, também chamadas miócitos. As fibras musculares podem chegar a 30 cm de comprimento e são preenchidas por feixes longitudinais de miofibrilas, que são responsáveis pela contração muscular. As fibras musculares são agrupadas de acordo com o tipo de tecido que compõem, diferenciando-se no músculo esquelético, músculo liso ou músculo cardíaco. No músculo cardíaco, as células musculares são chamadas de cardiomiócitos.

CONSTITUIÇÃO DOS MÚSCULOS FIBRA MUSCULAR

FIBRA MUSCULAR ESTRIADA ESQUELÉTICA As fibras musculares estriadas esqueléticas constituem o que chamamos habitualmente de músculo esquelético. Estas se caracterizam por serem fibras longas em formato cilíndrico, podendo chegar a vários centímetros de comprimento. As células são multinucleadas e a posição de seus núcleos é periférica, localizando-se junto à membrana plasmática. Os núcleos possuem cromatina clara e são elípticos, possuindo um formato que nos lembra um charuto.

FIBRA MUSCULAR ESTRIADA ESQUELÉTICA

MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO No músculo esquelético, as fibras musculares estão organizadas em grupos de feixes. Esse conjunto de feixes é envolvido por uma camada de tecido conjuntivo chamada epimísio, que recobre o músculo inteiro. Desse epimísio, partem finos septos de tecido conjuntivo que se dirigem ao interior do músculo, separando os feixes; esses constituem o perimísio. Cada fibra muscular ainda é envolvida individualmente pelo endomísio, que é formado por uma lâmina basal de fibra muscular. Como trata-se de uma camada fina, o endomísio apresenta pouca população celular, sendo constituído por algumas células de tecido conjuntivo, principalmente fibroblastos.

FIBRA MUSCULAR ESTRIADA ESQUELÉTICA

CLASSIFICAÇÃO DO MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO Os músculos esqueléticos também possuem diferentes classificações. Eles podem ser classificados quanto: localização, forma, disposição da fibra muscular, função, nomenclatura.

CLASSIFICAÇÃO DO MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO Quanto à localização: superficiais ou cutâneos, exemplos: também na mão (região hipotenar) cabeça (crânio e face), pescoço e profundos, exemplos: na maioria das vezes, se inserem em ossos. Estão localizados abaixo da fáscia superficial.

MÚSCULOS SUPERFICIAIS E PROFUNDOS Músculos superficiais da cabeça Músculos profundos anteriores

CLASSIFICAÇÃO DO MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO Quanto à forma: músculos longos e músculos largos (fibras paralelas), músculos peniformes (fibras oblíquas).

MÚSCULOS LONGOS, LARGOS E PENIFORMES Músculo bíceps braquial músculo longo Músculo glúteo maior músculo largo Músculo reto femoral músculo peniforme

CLASSIFICAÇÃO DO MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO Quanto à disposição: retos (quando se encontram em paralelo à linha mediana), transversos (quando as fibras se encontram perpendiculares à linha mediana), oblíquos (quando as fibras se encontram em diagonal à linha mediana).

MÚSCULOS RETOS, TRANSVERSOS E OBLÍQUOS Músculo transverso do nariz

CLASSIFICAÇÃO DO MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO Quanto à função: agonistas, que são aqueles que ativam um movimento específico do corpo, contraindo-se ativamente para produzir um movimento desejado; antagonistas, que são aqueles que se opõem à ação dos agonistas (por exemplo, quando um músculo agonista se contrai, o antagonista se relaxa progressivamente de forma a produzir um movimento suave); sinergistas, que são aqueles que auxiliam a movimentação principal do músculo ou estabilizam as articulações para que não ocorram movimentos incorretos durante a ação principal; fixadores, que estabilizam a origem do agonista, possibilitando que ele seja mais eficiente.

CLASSIFICAÇÃO DO MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO Quanto à nomenclatura: O nome que o músculo recebe depende de vários fatores, como, por exemplo, sua fisiologia e topografia. Por exemplo, o músculo extensor dos dedos possui esse nome com base em sua ação de extensão. Outro exemplo de nomenclatura referente à localização é o músculo flexor superficial dos dedos, que recebe esse nome por se encontrar logo abaixo da pele.

RESOLUÇÃO DA SITUAÇÃO HIPOTÉTICA Ao instruir seus alunos, é importante que a personal trainer conheça e passe adiante o conhecimento sobre a composição do músculo, uma vez que esse conhecimento os ajudará no entendimento da fisiologia muscular e, consequentemente, da forma como ocorre a hipertrofia para ganho de massa, melhorando seus resultados na academia. De maneira geral, o tecido muscular esquelético é formado por feixes de células alongadas que contêm muitos filamentos, as miofibrilas. Em músculos como o bíceps ou o deltoide, muito trabalhados em musculação, por exemplo, as fibras musculares estão organizadas em grupos de feixes, sendo o conjunto de feixes envolvido por uma camada de tecido conjuntivo chamada epimísio, que recobre o músculo inteiro.

LEMBRE-SE! As variações no diâmetro das fibras musculares esqueléticas dependem de vários fatores, entretanto pode-se observar que o exercício físico aumenta a musculatura e diminui a quantidade de tecido adiposo. Esse fato é consequência da formação de novas miofibrilas, com aumento do diâmetro das fibras musculares, caracterizando a hipertrofia ou ganho de massa.

HIPERTROFIA Hipertrofia: aumento do tamanho de um órgão em consequência do aumento das funções celulares, o que provoca aumento do tamanho delas. A hipertrofia só ocorre se o fornecimento de oxigênio e de nutrientes for capaz de atender ao aumento das exigências celulares, se as organelas e os sistemas enzimáticos celulares estiverem íntegros e se a inervação estiver preservada. A hipertrofia mais conhecida é a dos músculos esqueléticos de um atleta, normalmente estimulada por exercícios físicos e, eventualmente, por medicações.

HIPERTROFIA A hipertrofia de um órgão e de suas células é uma forma de adaptação frente a maior exigência de trabalho. Uma hipertrofia fisiológica pode ocorrer em alguns órgãos, em vista do aumento das exigências feitas a eles em determinadas fases da vida, como a da musculatura uterina durante a gravidez, por exemplo. A hipertrofia também pode ser causada por um estímulo hormonal, como a hipertrofia do endométrio, durante a fase estrogênica do ciclo menstrual. As hipertrofias podem se tornar patológicas como, por exemplo, a hipertrofia do músculo cardíaco, em razão de pressão arterial alta. A hipertrofia é um processo reversível, quando cessa o estímulo, porém se o estímulo for além da capacidade adaptativa pode causar degeneração e até morte celular. O contrário da hipertrofia, quando a massa muscular diminui, é a atrofia.

HIPERTROFIA X HIPERPLASIA Na hipertrofia, não se desenvolvem células novas, mas as já existentes aumentam de tamanho. Já na hiperplasia, acontece um aumento do número de células de um tecido ou órgão. A hipertrofia corresponde, pois, ao aumento do tamanho e volume das células, sem aumento do número delas. Em se tratando dos músculos, a potência mecânica deles é aumentada.

HIPETROFIA MUSCULAR ESQUELÉTICA A hipertrofia pode ocorrer em qualquer tecido ou órgão do corpo humano ou dos animais (coração, próstata,endométrio,útero, etc.) e mesmo em tecidos não musculares. A hipertrofia muscular esquelética é um caso específico de hipertrofia. De tal forma, ela se tornou popularizada e é costume referir-se a ela apenas como hipertrofia muscular, sem precisar-se a que músculos se refere. A hipertrofia muscular esquelética é o aumento dos músculos estriados inseridos diretamente no esqueleto, que provoca o crescimento visível da musculatura e, dessa maneira, uma melhor modelagem e definição do corpo. Geralmente é muito requerida por atletas, fisiculturistas e outras pessoas que dependem de força física para o desempenho de suas atividades ou de cuidados estéticos com o corpo.

HIPERTROFIA MUSCULAR ESQUELÉTICA Adicionalmente, acredita-se que a musculação contribui para aquisição de um estado geral saudável, ajudando, sobretudo, o sistema cardiocirculatório. Ela pode ser provocada pela prática de musculação acompanhada pelo consumo equilibrado dos nutrientes necessários para que ocorra a hipertrofia (carboidratos e proteínas). Na maioria dos casos, a hipertrofia muscular tem como objetivo aumentar a força e a definição da musculatura, porque sem o aumento do tamanho do músculo não há aumento da força nem do volume da musculatura. Complicações: o consumo, sem orientação médica, de substâncias que proporcionam o rápido aumento de massa muscular (anabolizantes e esteroides) representa um grande risco para a saúde, podendo mesmo levar à morte.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, José. Histologia básica. 12 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. TORTORA, G.J. ; DERRICKSON, B. Corpo Humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 8 ed. Porto Alegre:Artmed, 2012. SOBOTTA, James. Atlas de Anatomia Humana. 22 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006, v2. DANGELO, J.G.; FATTINI, C. A. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar. 3 ed. São Paulo:Atheneu, 2008.