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Transcrição:

IPEF: FILOSOFIA DE TRABALHO DE UMA ELITE DE EMPRESAS FLORESTAIS BRASILEIRAS PBP/1.11.4.1. CIRCULAR TÉCNICA N o 102 Maio/1980 ISSN 01003453 PERSPECTIVAS DA UTILIZAÇÃO DO BENEFICIAMENTO DE SEMENTES DE Eucalyptus 1. INTRODUÇÃO Admir Lopes Mora * José Zani Filho ** Paulo Yoshio Kageyama *** Para o cumprimento dos programas florestais, observase que há um alto consumo anual de sementes (cerca de 20.000 kg de sementes de Eucalyptus). É verídico que, atualmente, dispomos de poucas áreas certificadas, ou seja, áreas que produzem sementes com qualidades (somente 20 do total consumido) e que, certamente, contribuem para aumentar o êxito da implantação e produtividade florestal. A filosofia de utilizar racionalmente as sementes deve ser intensificada, pois os resultados iniciais alcançados por BALLONI et alii (1979) demonstraram que o beneficiamento das sementes é uma das alternativas para aumentar a relação número de mudas produzidas por quilograma de sementes. Este trabalho procura evidenciar as diferenças existentes entre as sementes de várias espécies de Eucalyptus no que se refere ao número e tamanho de sementes. 2. MATERIAL * Eng o Ftal. Responsável Técnico do Setor de Sementes IPEF ** Acadêmico do CEFESALQUSP e bolsista do Setor de Sementes do IPEF *** Professor do Departamento de Silvicultura ESALQ/USP

Para este estudo, recorreuse às análises realizadas para os diferentes lotes de sementes comercializadas pelo Setor de Produção de Sementes do IPEF Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais, o período de 1977 a 1979. Os lotes de sementes normalmente são compostos de 20 a 30 árvores, dependendo da espécies. 3. RESULTADOS Os resultados deste trabalho estão divididos em duas faces, a saber: 3.1. Laboratório A primeira caracterização que pode ser atribuída aos diferentes lotes é o número de sementes viáveis por quilograma de sementes. A Tabela 1 destaca as diferenças existentes entre as espécies, as quais podem variar de 900.000 (E. grandis) a 100.000 (E. citriodora) sementes viáveis por quilograma de sementes. Verificase que há uma tendência de se manter uma média de produção nos diferentes anos estudados. Por outro lado, observase que em um mesmo ano há variações entre as médias dos lotes, fato este que pode estar associado à variação normal e também aos erros de amostragem. Embora os resultados de laboratório apresentem elevado número de sementes/quilograma, o número de mudas produzidas está em torno de 5 a 20 do obtido em laboratório. Nas diferentes espécies e lotes forma quantificados os diferentes tamanhos de sementes, registrandose a quantidade de sementes que ficam retidas em diferentes malhas. Tabela 1: Número médio de sementes viáveis por quilograma de semente e respectiva pureza em porcentagem. 1977 1978 1979 Espécie/Procedência N o s de N o s de N o s de E. grandis Mogi Guaçu SP 32 863090 17,1 15,6 24 872364 15,4 16,5 36 90489 18,3 17,1 E. saligna Itatinga SP 43 536416 21,8 14,4 37 521870 27,5 13,8 E. urophylla Camaquã SP 29 514501 16,1 17,2 49 486778 16,8 18,1 E. citriodora Rio Claro SP 27 103158 17,7 49,3 C.V. = Coeficiente de variação Tabela 2: Porcentagem de sementes retidas por diferentes peneiras. Peneiras (0 em mm) Espécie 1,016 0,838 0,686 0,610 0,508 E. saligna E. grandis E. urophylla E. paniculata E. citriodora 25 10 40 35 42 32 36 50 100 23 31 17 12 7 16 5 2 3 11 2 1

Observase que há diferenças entre espécies no que diz respeito ao tamanho de sementes. Em função da espécie, poderseá beneficiar as sementes de tal modo que possamos ter quantidades equivalentes e que deverão ser semeadas em canteiros diferentes. DONI FILHO (1974) constatou em E. grandis, procedência Rio Claro, que as sementes de tamanho menor que 0,59 mm, por terem baixo teor de pureza, pequena participação do total de sementes puras do lote e se caracterizarem por elevada participação no peso do lote, devem ser eliminadas. A importância deste beneficiamento é ressaltada pelo fato que o tamanho de semente influencia diretamente o tamanho da muda em fase de viveiro. Realizandose o beneficiamento, o trabalho de viveiro será diferenciado e, certamente, o número de mudas produzidas poderá duplicarse em relação aos resultados convencionais (20.000 a 50.000 mudas por quilo de semente). 3.2. Campo Os resutlados do experimento instalado na Guatapará Florestal S/A., em convênio com o IPEF, com 2 anos de idade (Tabela 3), evidenciam as perspectivas do trabalho de beneficiamento de sementes. Tabela 3: Resultados de crescimento do E. grandis em função do tamanho de sementes, aos dois anos de idade, em Sta. Rita do Passa Quatro SP. Tratamento Altura (m) DAP (cm) Falhas Peneira 0,84 mm Peneira 0,71 mm Peneira 0,59 mm Peneira 0,50 mm Semente comercial 11,4 11,8 11,7 11,6 11,6 8,7 8,6 10,0 12,7 5,5 8,3 8,3 4. CONCLUSÕES Baseados nos resultados obtidos, podese inferir que: 4.1. A separação das sementes de Eucalyptus spp, de acordo com o seu tamanho, é uma das alternativas para aumentar a produção de mudas em relação a um quilograma de semente. 4.2. As sementes de qualidade genética atualmente produzidas poderão ser melhor aproveitadas, reduzindose o consumo de sementes por área plantada. 4.3. Há a necessidade de realizar diferentes combinações de peneiras, principalmente em função da espécie. Por exemplo, para o E. urophylla poderiam ser separadas três classes de tamanho: 1,016; 0,838 e o restante, enquanto que para o E. grandis seriam: 1,016; 0,838; 0,686 e o restante. 4.4. O trabalho de manejo no viveiro (adubação, repicagem, etc) deverá ser diferenciado em função do tamanho de semente. Estudos neste sentido já estão sendo conduzidos e deverão ser divulgados brevemente.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALLONI, E.A. et alii Efeito do tamanho de semente de Eucalyptus grandis sobre o vigor das mudas no viveiro e no campo. CONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO, 3, Manaus, 1979. DONI FILHO, L. Influência do beneficiamento, em algumas características de um lote de sementes de Eucalyptus grandis Hill ex Maiden, baseado na separação pelo peso específico e tamanho. IPEF, Piracicaba (9): 91113, 1974.

Esta publicação é editada pelo Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais, convênio Departamento de Silvicultura da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo. É proibida a reprodução total ou parcial dos artigos publicados nesta circular, sem autorização da comissão editorial. Periodicidade irregular Permuta com publicações florestais Endereço: IPEF Biblioteca ESALQUSP Caixa Postal, 9 Fone: 332080 13.400 Piracicaba SP Brasil Comissão Editorial da publicação do IPEF: Marialice Metzker Poggiani Bibliotecária Walter Sales Jacob Comissão de Pesquisa do Departamento de Silvicultura ESALQUSP Prof. Hilton Thadeu Zarate do Couto Prof. João Walter Simões Prof. Mário Ferreira Diretoria do IPEF: Diretor Científico Prof. João Walter Simões Diretor Técnico Prof. Helládio do Amaral Mello Diretor Administrativo Luiz Ernesto George Barrichelo Responsável por Divulgação e Integração IPEF José Elidney Pinto Junior