ICMS FRACIONAMENTO DA BASE DE CÁLCULO EM ELEMENTOS AUTÔNOMOS JOSÉ EDUARDO SOARES DE MELO FESDT/GRAMADO 23.10.14



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Transcrição:

ICMS FRACIONAMENTO DA BASE DE CÁLCULO EM ELEMENTOS AUTÔNOMOS JOSÉ EDUARDO SOARES DE MELO FESDT/GRAMADO 23.10.14

I. TELECOMUNICAÇÕES Incidência: Prestação de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza (LC n. 87/96, art. 2º, III). 1. Gerenciamento de Redes (Outsourcing) Monitoramento, acompanhamento de desempenho, detecção de falhas e fornecimento de relatórios gerenciais relativos a equipamentos e serviços de comunicação, executado por qualquer pessoa.

Não se confunde (a) gerenciamento da infraestrutura e dos equipamentos da rede de comunicação referente à operação, controle, e monitoramento com (b) serviço de gerenciamento de redes (atividades periféricas), que podem ser desenvolvidas internamente pelo cliente. Não Incidência do ICMS porque o gerenciamento constitui atividade que extrapola os limites e o conceito de serviço de comunicação. 2. Locação de Equipamentos Bens (modem, etc.) que são utilizados na prestação de serviços de comunicação (TV a cabo).

Não Incidência do ICMS: a) a ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações) entende que o fornecimento dos conversores e decodificadores não constitui prestação de serviço de comunicação (súmula n. 9); b) a locação de equipamentos não tem natureza de serviço de TV por assinatura; c) o judiciário decidira que os serviços suplementares ao serviço de comunicação constituem atividade-meio, não incidindo o ICMS.

STJ Serviços acessórios ou suplementares, aos serviços de comunicação, como v.g. a locação, a manutenção dos Estações Rádio-Base, das torres de transmissão, dos softwares de gerenciamento, e outros serviços similares, tendo a função de proporcionar as condições materiais necessárias à implementação do serviço comunicacional.

Não encerram fatores geradores do ICMS, porque, por si sós, não possibilitam a emissão, transmissão ou recepção de informações, não se enquadrando no conceito de serviço comunicacional. Ostentam a natureza de atos preparatórios ou posteriores à atividade tributada. (REsp nº 760.230-MG 1ª. Seção rel. Min. Luiz Fux j. 27.5.09 DJe 1.7.09)

3. Provedores O provedor de acesso à internet realiza serviço de valor adicionado, não prestando, propriamente, serviço de telecomunicação. STJ O ICMS não incide no serviço dos provedores de acesso à internet (súmula n. 334).

4. Telefonia e Serviço Móvel Celular Atividade que não constitui serviço de telecomunicação, senão de disponibilização do serviço, para assegurar ao usuário a possibilidade de fruição do serviço de telecomunicação, tratando-se de mera atividade intermediária. STJ O ICMS não incide sobre o serviço de habilitação de telefone celular (súmula nº 350).

STF (Pleno) Habilitação de Aparelhos Celulares. A Lei Geral de Telecomunicações não prevê o referido serviço como atividade-fim, mas atividade-meio para o serviço de comunicação. Os serviços preparatórios, tais como, habilitação, instalação, disponibilidade, assinatura, cadastro de usuário e equipamento, entre outros, configuram atividade-meio ou serviços suplementares, e não sofrem a incidência do ICMS.

Constituem atividades preparatórias. O legislador, o intérprete e o aplicador, não podem estender a incidência do ICMS às atividades que as antecedem e viabilizam. (RE 572.020-DF Pleno redator p/acórdão Min. Luiz Fux j. 6.2.14).

5. Adesão ao Serviço de TV via satélite DHT STJ Trata-se de atividade meramente preparatória à comunicação, não incidindo o ICMS no valor pago a título de adesão ao serviço (REsp nº 667.108-PR - 2ª. T. rel. Min. Castro Meira j. 28.10.08 DJe 1.12.08).

6. Habilitação, Cadastro de Usuários e Equipamentos, Ativação, Instalação de Terminais, Desligamento do Aparelho, Locação, Fornecimento de Listas Telefônicas, Transferência de Titularidade, Serviços de Secretaria, Datilografia, Mudança e Religação de Aparelhos, Despertador, Processamento de Dados. Não representam efetiva comunicação porque concernem a meros atos preparatórios ou posteriores a esta atividade. STJ Não incidência (REsp nº 883.254-MG, 1ª. Turma, j. 18.12.07, DJe 28.2.08)

II. GARANTIA ESTENDIDA Conjunto de Operações: a) consumidor adquire mercadoria mediante contrato de compra; b) consumidor tem opção de adquirir seguro garantia para a mercadoria adquirida; c) aceita a proposta da seguradora, e por intermédio do comerciante varejista, celebra contrato de seguro com a seguradora.

Negócios Jurídicos 1. Contrato de Venda de Mercadoria Comerciante e Consumidor Operação Mercantil 2. Contrato de Prestação de Serviços de Garantias Complementares, com as coberturas seguintes:

a) extensão da garantia correção de vícios ocorridos após o término da garantia legal/contratual; b) complementação da garantia correção de vícios não cobertos pelos fornecedores. Comerciante e Seguradora, e Seguradora e Consumidor Operação de Seguro Resolução n. 122 de 3.5.05 (e n. 146 de 2006) da SUSEP, vinculada ao CNSP: seguro de garantia estendida é o contrato cuja vigência que se inicia após o término da garantia original de fábrica (art. 2º, parágrafo único).

Tributação ICMS valor (preço) da mercadoria LC n. 87/96 (art. 13, 1º, II). Integra a base de cálculo o valor correspondente a seguros. Trata-se de seguro relativo à garantia legal e/ou contratual (incorporada à mercadoria Código de Defesa do Consumidor). Não compreende a garantia estendida (facultativa e incidente após a venda da mercadoria).

IOS valor do seguro (garantia estendida) STJ REsp n. 1346749/MG 1ª. Turma Rel. Min. Benedito Gonçalves. Venda de garantia estendida é operação autônoma à compra. O valor pago pelo prêmio é repassado à seguradora, e não deve integrar o valor do produto entrar na base de cálculo do ICMS. Vista ao Min. Sergio Kukina (em 21.8.14)

III. VENDA COM CARTÃO DE CRÉDITO (ACRÉSCIMOS FINANCEIROS) E A PRAZO. FINANCIAMENTO PELA VENDEDORA, OU INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. LC nº 87/96 (art. 13, 1º, II, a) Integra a base de cálculo do ICMS o valor correspondente a juros e demais importâncias pagas, recebidas ou debitadas. Caso prático Empresa realiza venda de mercadoria, com preço fixo, com pagamento em parcelas mensais, mediante utilização de cartão de crédito.

Negócios Jurídicos: a) Venda à Vista - Contrato mercantil Nota Fiscal indica o preço da mercadoria ICMS calculado sobre esse preço - Abertura de Crédito Contrato Financeiro Liquidação da obrigação apurada mensalmente Juros (não incidência do ICMS). Contrato de compra e venda e contrato de financiamento não podem ser confundidos.

STF Tributário. ICM. Cartão Especial de Crédito. Valor de financiamento. Embora o financiamento do preço da mercadoria, ou de parte dele, seja proporcionado pela própria empresa vendedora, o ICM há de incidir sobre o preço ajustado para a venda, pois esse é que há de ser considerado como o do valor da mercadoria, e do qual decorre a saída do estabelecimento vendedor. O valor que o comprador irá pagar a maior, se não quitar o preço nos 30 dias seguintes, como faculta o contrato do Cartão Especial, decorre de opção sua, e o acréscimo se dá em razão do financiamento, pelo custo do dinheiro, e não pelo valor da mercadoria. (RE n. 101.103-0 2ª. T. rel. Min. Aldir Passarinho j. 18.11.88).

STJ Nas operações com cartão de crédito, os encargos relativos ao financiamento não são considerados no cálculo do ICMS. (Súmula n. 237). Nas hipóteses em que o financiamento é feito pelo próprio vendedor, não havendo intermediação de instituição financeira, a base de cálculo do ICMS é o valor total expresso na nota fiscal. (REsp n. 1.106.462-SP 1ª. Seção rel. Min. Hamilton Carvalhido j. 10.2.10 DJe 24.2.10).

b) Vendas à prazo Contrato em que as partes acertam a estipulação de um preço determinado com pagamento num certo período de tempo. STF Nesta modalidade há um único negócio jurídico (compra e venda), que incorpora ao preço normal da mercadoria o eventual acréscimo da venda a prazo.

Na venda a prazo o valor da operação constitui base de cálculo do ICMS. (ADIn n. 84-5 MG Pleno rel. Min. Ilmar Galvão j. 15.2.96 DJU 1 de 19.4.96). Nas vendas a prazo em que o financiamento foi feito pelo próprio vendedor, a base de cálculo é o valor total da venda. (Ag.Reg. no AI 853.737-SC 1ª. T. j. 10.4.12).

STJ O ICMS incide sobre o valor da venda a prazo constante da nota fiscal. (súmula n. 395). Ementa 1. Inexistindo similitude entre as operações de venda por cartão de crédito e venda a prazo, não se pode, a esta, aplicar analogicamente o teor da Súmula 237 desta Corte. 2. Diferentemente da venda financiada, que depende de duas operações distintas para a efetiva saída da mercadoria do estabelecimento (art. 2º do DL 406/68), quais sejam,

uma compra e venda e outra de financiamento, apresenta-se a venda a prazo como uma única operação, apenas com acréscimos acordados diretamente entre o vendedor e comprador. 3. Às vendas financiadas, correta a aplicação analógica da Súmula 237/STJ, devendo excluir da base de cálculo os encargos financeiros do financiamento. 4. Para as vendas a prazo, incluir-se-á na base de cálculo da exação os acréscimos financeiros prévia e diretamente acordados entre as partes contratantes. (Emb. de Div. em REsp n. 421.781-SP 1ª. Seção rel. Min. Eliana Calmon j. 13.12.2006 DJU 1 de 12.12.07, p. 227).