INDICADORES DE CONFIANÇA E DE CLIMA ECONÓMICICO

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Transcrição:

INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA DIRECÇÃO DE ESTATÍSTICAS SECTORIAIS E DE EMPRESAS INDICADORES DE CONFIANÇA E DE CLIMA ECONÓMICICO Edição de Setembro 2010 Maputo, Outubro de 2010

ÍNDICE APRESENTAÇÃO... 2 1.ANÁLISE AGREGADA... 3 2.ANÁLISE SECTORIAL... 6 2.1. Inquérito de Conjuntura ao Sector de Alojamento e Restauração... 6 2.2. Inquérito de Conjuntura ao Sector dos Transportes... 7 2.3. Inquérito de Conjuntura à produção Industrial... 8 2.4. Inquérito de Conjuntura ao Sector da Construção Civil e Obras Públicas... 9 2.5. Inquérito de Conjuntura ao Sector do Comércio... 10 2.6. Inquérito de Conjuntura ao Sector de Outros Serviços... 11 3. ANEXOS... 12 3.1.Resumo Estatístico de Indicadores de conjuntura: 2004-2010... 12 3.2.Nota Metodológica... 13 3.3.Ficha Técnica... 15 1

APRESENTAÇÃO Indicadores de confiança e clima económico constituem um boletim mensal sobre a conjuntura económica. Expressa opiniões de agentes económicos a cerca do andamento e perspectiva da sua actividade, particularmente sobre emprego, procura, preços, produção e vendas. A informação em alusão é compilada com base em inquéritos qualitativos mensais realizados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) convista apurar o comportamento da economia num horizonte temporal de curto prazo de modo a proporcionar informação aos utilizadores na gestão e monitoria da política económica. A informação deste boletim compreende séries cronológicas que vão desde Janeiro de 2004 até ao mês de referência. Nesta edição, apresenta-se na primeira parte uma análise sucinta dos indicadores agregados: clima económico, expectativas da procura, de emprego, dos preços de bens e serviços, o indicador de emprego actual e finalmente as limitações da actividade. Na segunda parte, é apresentada uma análise sectorial. Basicamente, dá-se uma imagem opinativa dos empresários sobre o sector e procura-se identificar as causas que estão por detrás dum determinado comportamento/perfil económico. No final encontra-se um quadro resumo estatístico, uma nota metodológica, na qual também se explicita o modo de cálculo de alguns indicadores derivados, e ainda uma ficha técnica. Salienta-se que os resultados do mês em análise são indicativos, referindo-se às empresas respondentes e não ao universo. O INE agradece às entidades informadoras e a todos que colaboraram e tornaram possível a compilação desta informação. Eventuais comentários, críticas, sugestões ou esclarecimentos poderão ser solicitados ao Instituto Nacional de Estatística na Direcção de Estatísticas Sectoriais e de Empresas (DESE), departamento de estatísticas de bens e ambiente (DEBA). Maputo, Outubro de 2010 2

Clima económico encerra o terceiro trimestre em baixa. A conjuntura económica, avaliada pelo indicador do clima económico das empresas, continuou desfavorável no mês de Setembro, encerrando assim o III trimestre com uma diminuição relativamente ao segundo trimestre, apesar das medidas governamentais para conter o custo de vida. Esse facto continuou, como nos meses anteriores, a dever-se principalmente à queda progressiva de expectativas da procura. Porém, no mesmo período, o indicador de expectativas de preços de bens e serviços recuou relativamente ao mês de Agosto. Ao nível sectorial, apenas os sectores de Alojamento e Restauração e de Construção registaram um andamento positivo. 1.ANÁLISE AGREGADA A confiança dos empresários na economia foi, em média, desfavorável durante todo o terceiro trimestre de 2010 facto que interrompe a sua tendência positiva que se registava desde o II trimestre de 2009 (Fig.1). Esta situação não surpreende pois o indicador de clima económico (ICE) vem registando uma diminuição progressiva desde Maio do corrente ano. Em relação, ao indicador de expectativa de emprego, outra medida de confiança da economia, regista-se que este mantevese estável durante o terceiro trimestre, após a recuperação verificada no II trimestre de 2010, e uma queda aparatosa no IV trimestre de 2009. O aumento de expectativa de emprego, que aparentemente contradiz o ICE no período em análise, representa algum optimismo empresarial de curto prazo na economia, sobretudo em relação à procura principal determinante do indicador do clima. Ao nível mensal, o Indicador do clima económico prolongou a tendência negativa, pelo quinto mês consecutivo, tendo se situado ao nível da média da série (Fig.1.1), em consequência da progressiva deterioração das expectativas de procura, assim como da redução das expectativas de emprego no mês em análise. 3

Por sectores inquiridos, a confiança empresarial na economia continuou em recuperação apenas nos sectores de Alojamento incluindo a restauração e de Construção (Fig.1.2). Os restantes sectores empresariais registaram uma diminuição da confiança na sua actividade no período em análise. A trajectória descendente do indicador das expectativas da procura, já referida anteriormente, deveu-se ao contributo dos mesmos sectores que influenciaram a redução do indicador do clima económico no mês em análise, com maior realce nas quedas de confiança da procura futura nos sectores da produção industrial e de Outros Serviços (Fig.1.3). Os ramos de Alojamento incluindo a restauração e ainda de construção registaram um aumento de expectativas de procura mas não suficiente para inverter o sentido do indicador da procura agregada. No que se refere, ao emprego futuro, o indicador de expectativa de emprego voltou a mostrar sinais de redução em Setembro, facto influenciado grandemente pela avaliação em baixa no sector de Transportes e ainda uma ligeira redução das expectativas de emprego no sector de produção industrial incluindo, os ramos de produção e distribuição de electricidade, gás e água (Fig1.4). 4

No mesmo período em análise, o emprego actual exibiu, também, sinais de recuo relativamente ao mês de Agosto (Fig.1.4). O facto referido anteriormente é atribuído, principalmente, aos contributos da apreciação negativa de todas as actividades, com excepção de Transportes e ainda de Alojamento e restauração, esta última actividade que teve aumento da procura dos seus serviços no mês análise. O indicador de expectativa de preços de bens e de serviços em geral interrompeu a sua tendência positiva em Agosto, ao recuar em Setembro face ao mês anterior, situando-se o seu valor ao nível do mês de Maio do corrente ano (Fig.1.6). Os agentes económicos de todos sectores inquiridos tiveram uma expectativa de redução dos preços em Setembro face ao mês de Agosto. Porém, os empresários dos sectores de Transportes, bem como de Alojamento foram as únicas excepções das actividades inquiridas que têm expectativas de aumento dos preços, facto que se deve à época de maior procura dos serviços dos sectores que se aproxima. Cerca de 38% das empresas inquiridas enfrentaram algum obstáculo em Setembro, facto que representa um aumento de empresas com constrangimentos relativamente ao mês anterior (Fig.1.7). Os serviços de Transportes e de Construção continuaram, a semelhança dos meses anteriores, a registar maior proporção de empresas com constrangimentos, com 62% e 59% respectivamente. 5

2.ANÁLISE SECTORIAL 2.1. Inquérito de Conjuntura ao Sector de Alojamento e Restauração Em Setembro, a confiança nas actividades de Alojamento e Restauração continuou em recuperação, pelo terceiro mês consecutivo (Fig.2.1), situação favorecida principalmente pelo aumento da procura actual dos serviços do sector bem como da avaliação positiva das perspectivas de procura. O volume de negócios actual registou, contrariamente, uma diminuição ligeira no mesmo período. Essa recuperação da confiança pode, também, ser relacionada com a apreciação favorável das perspectivas da capacidade hoteleira, bem como à previsão de aumento dos preços dos serviços do sector (Fig.2.1.1.), tendo em vista a época alta do sector que se aproxima. Cerca de 19% das empresas do sector, em análise, enfrentaram alguma limitação de actividade no mês de referência, facto que representa um incremento de empresas em mau ambiente de negócios do sector face ao mês anterior (Fig.2.2.). Os principais factores por detrás dessa situação continuaram, como nos meses anteriores, a ser a concorrência, falta de pessoal qualificado bem como de outros factores não especificados. 6

2.2. Inquérito de Conjuntura ao Sector dos Transportes No sector de Serviços de Transportes incluindo os serviços relacionados ao ramo, a confiança continuou em abrandamento, ainda que a um baixo ritmo, pelo segundo mês consecutivo (Fig.2.2). Esse facto foi resultado da redução das perspectivas de emprego e diminuição do volume de negócios actual. No entanto, a perspectiva futura do volume de negócios aumentou substancialmente no mesmo período de referência. Por outro lado, tanto a carteira de encomendas, como as tarifas terão aumentado em Setembro relativamente ao mês anterior (Fig.2.2.1). Cerca de 62% das empresas do sector dos Transportes tiveram algum constrangimento na sua actividade em Setembro, facto que representa um agravamento da quebra do ambiente de negócios face ao mês anterior (Fig.2.2.2). Os custos operacionais elevados, as dificuldades financeiras e os outros factores não especificados foram os principais obstáculos enfrentados pelo sector. 7

2.3. Inquérito de Conjuntura à produção Industrial A actividade da produção Industrial, incluindo a produção e distribuição de água, gás e de electricidade, voltou a cair em Setembro, ainda que tenha sido a um baixo ritmo relativamente ao mês de Agosto (Fig.2.3). Esta situação pode ser atribuída, principalmente, à deterioração das perspectivas de procura e ainda a actividade actual que apresenta quedas progressivas. No mesmo período de referência, o volume de negócios actual continuou a aumentar, facto que não se reflectiu na diminuição dos stocks actuais (Fig.2.3.1), pois estes estiveram acima do normal. A previsão dos preços dos produtos industriais foi avaliada no mesmo mês de análise como de diminuição, provavelmente devido às medidas governamentais para conter o alto custo de vida no país, principalmente na indústria de panificação. Cerca de 40% das empresas deste sector enfrentaram algum constrangimento em Setembro, facto que representou um recuo pois o número de empresas em má situação aumentou em Setembro (Fig2.3.2). A concorrência, a falta de matéria-prima, a falta de acesso ao crédito, equipamento obsoleto foram, entre outros, os principais obstáculos do sector no mês de referência, como anteriormente. 8

2.4. Inquérito de Conjuntura ao Sector da Construção Civil e Obras Públicas O indicador de confiança do sector de Construção continuou no mês de Setembro, em recuperação pelo terceiro mês consecutivo, ao ser apreciado favoravelmente (Fig.2.4). A recuperação do sector de construção deveu-se à avaliação favorável das perspectivas de emprego e ainda do aumento da carteira de encomenda, que permitir suplantar as perspectivas do volume de negócios que tiveram um abrandamento. Os agentes económicos do sector consideraram, também que em Setembro, a actividade corrente e a previsão de preços do sector registaram uma diminuição relativamente ao mês de Agosto (Fig.2.4.1). Das empresas inquiridas deste sector, 58.3% delas tiveram algum obstáculo em Setembro, o que representa uma ligeira recuperação face ao mês anterior (Fig.2.4.2). Os principais problemas do sector continuaram a ser, como anteriormente, a baixa procura (pouca adjudicação de obras), falta de equipamento e de materiais e outros factores não especificados. 9

2.5. Inquérito de Conjuntura ao Sector do Comércio O sector do Comércio - que inclui ainda actividades de manutenção e reparação de veículos automóveis, bens de uso doméstico e pessoal continuou em queda de confiança ao registar em Setembro uma diminuição relativamente aos últimos dois meses (Fig.2.5). Este abrandamento, a exemplo do mês passado, foi influenciado pelas opiniões desfavoráveis em todos componentes do indicador síntese do sector, com maior destaque à manifestação de pessimismo nas expectativas da procura. No mesmo sector, o volume de negócios actual as previsões do volume de negócios e ainda as previsões de preços registaram também uma diminuição (Fig.2.5.1). Cerca de 30% de empresas deste sector enfrentaram alguma limitação na sua actividade no mês em análise, facto que representa um incremento de empresa em mau ambiente de negócios do sector face ao mês anterior. A concorrência, a baixa procura e os outros factores não especificados foram os problemas mais destacados por empresas do sector no período em análise (Fig.2.5.2). 10

2.6. Inquérito de Conjuntura ao Sector de Outros Serviços O indicador de confiança do sector de Outros Serviços - que abrange actividades de consultoria diversa, aluguer e actividades imobiliárias, tecnologias de comunicação e informação, agência de viagens e turismo, clínica e consultórios privados de saúde e veterinários, de Ensino privado, despacho aduaneiro, Serviços Sociais, colectivos, culturais, desportivo e artísticos, entre outros continuou o prolongamento da trajectória descendente pelo quinto mês consecutivo (Fig.2.6). O perfil do sector, descrito acima, deveu-se à apreciação desfavorável de todas variáveis componentes, com maior realce para as perspectivas de procura. Os agentes económicos do sector apreciaram, também, desfavoravelmente a procura actual e o volume de negócios (Fig.2.6.1). No que respeita aos constrangimentos, 20% das empresas deste sector, no mês em análise, foram afectados por algum factor, situação que é uma melhoria ligeira do ambiente de negócios face ao mês anterior. Os factores que influenciaram essa situação foram, principalmente, a concorrência e a baixa procura, com 21% (Fig.2.6.2). 11

3. ANEXOS 3.1.Resumo Estatístico de Indicadores de conjuntura: 2004-2010 Indicadores diversos Valor do mês (Set-10) Máximo Mês Mínimo Mês Média Desvio padrão Indicador do Clima Económico 100,3 107,6 Abr-10 86,7 Jan-04 99,9 4,4 Indicador de Expectativas de Emprego 103,2 110,6 Nov-09 83,7 Jan-04 100,0 5,2 Indicador de expectivas de Procura 93,4 109,5 Set-06 85,93 Jan-04 100,0 4,2 Indicador de expectivas de Preços 104,7 109,5 Ago-10 90,7 Jun-04 100,0 4,4 Emprego Actual 102,9 108,29 Ago-09 87,8 Nov-05 99,9 4,6 Indicador de Confiança IC -Alojamento e Restauração 99,2 114,6 Mai-05 90,4 Nov-04 99,9 5,2 Volume de Negócios 101,4 114,5 Mai-05 78,8 Fev-05 100,0 6,7 Procura Actual 102,1 122,9 Abr-07 77,3 Jan-04 99,7 8,4 Perspectiva de Procura 94,0 125,0 Jul-06 72,3 Dez-04 100,1 9,6 IC-Transportes 97,4 114,0 Mar-10 91,3 Abr-09 100,2 5,0 Volume de Negócios 93,4 115,8 Mar-10 82,0 Mai-09 100,1 6,7 Perspectiva de Emprego 104,0 123,1 Jul-10 81,8 Mar-09 100,6 8,7 Perspectiva de Volume de Negócios 94,8 123,0 Mar-10 75,8 Jan-04 100,0 8,9 IC-Indústria 90,9 113,8 Dez-09 80,4 Jan-04 100,0 6,4 Actividade Actual 95,5 117,8 Out-05 78,8 Mar-05 99,9 10,0 Perspectiva de Emprego 93,9 119,5 Jul-09 81,6 Jan-04 100,1 11,1 Perspectiva de Procura 83,5 116,8 Dez-09 74,2 Jan-04 99,9 8,0 IC-Construção 112,9 120,3 Ago-06 78,8 Jan-04 99,7 7,8 Encomenda 115,2 119,6 Fev-10 74,1 Jan-04 99,5 10,3 Perspectiva de Emprego 115,2 118,2 Ago-06 71,8 Jan-04 99,9 10,2 Perspectiva Volume de Negócios 108,3 126,6 Ago-06 82,7 Fev-06 99,7 7,8 IC-Comércio 103,6 114,8 Jul-10 78,9 Mai-06 99,8 7,4 Actividade Actual 103,5 113,7 Mar-08 65,4 Abr-04 99,8 9,5 Procura actual 113,7 121,1 Jul-10 68,8 Set-05 99,8 9,5 Perspectiva de Procura 93,6 118,7 Mai-10 80,4 Abr-04 99,7 10,5 IC-Outros Serviços 98,0 113,3 Abr-10 82,0 Jun-04 99,9 6,8 Actividade Actual 99,2 121,3 Fev-10 78,8 Abr-04 99,8 10,0 Perspectiva de Procura 86,3 119,2 Out-06 82,6 Jun-04 100,2 8,1 Perspectivas de Volume de Negócios 108,5 116,1 Out-07 82,3 Dez-09 99,9 7,5 Fonte: INE/Inquéritos Mensais de Conjuntura/2010 12

3.2.Nota Metodológica A. Objectivo e Importância dos Inquéritos Qualitativos de Conjuntura Os inquéritos de conjuntura são instrumentos de análise e interpretação da evolução da actividade económica de curto prazo que visam enriquecer o instrumental de análise da conjuntura interna, no que diz respeito ao sector real, e contribuir para a tomada de decisões de políticas mais acertadas e com a oportunidade desejada. As perguntas deste tipo de inquéritos são de carácter qualitativo, reflectindo as opiniões dos empresários sobre a situação geral das suas empresas, sobre o comportamento de algumas variáveis significativas no presente e também sobre as suas expectativas no futuro imediato. B. Actividades Económicas Abrangidas De acordo com a Classificação de Actividades Económicas (CAE.Rev1.) as áreas actualmente cobertas por estes inquéritos são: 1. Comércio (CAE: 50100 a 52604) 2. Outros Serviços (CAE: 64000-64999;70100-74999; 80001-80199;93000-93999) 3. Construção (CAE:45100 a 45599) 4. Alojamento e Restauração (CAE:55111 a 55999) 5. Transportes (CAE:60100-62200; 63010-63999) 6. Produção Industrial, Produção e Distribuição de Energia e Água (CAE: 10000-41999 ) C. Indicadores de Confiança e Indicador de Clima Económico das Empresas C1. Indicadores de Confiança: São Indicadores sectoriais que resultam das opiniões dos agentes económicos. O cálculo destes Indicadores dependem do ramo de actividade, e são obtidos calculando a média aritmética simples dos saldos de respostas extremas (S.R.E) das variáveis especificadas abaixo para cada subsector da economia, aplicando a média móvel dos três termos (Quadro 1): Quadro 1 - Metodologia do cálculo dos Indicadores de Confiança Por sector Alojamento e Restauração Transportes Produção Industrial Construção Comércio Outros Serviços Perspectiva de Volume de Negócios Volume de Negócios Encomenda Actividade Actual Actividade Actual Procura Actual Perspectiva de Procura Volume de Negócios Perspectiva de Emprego Perspectiva de Volume de Negócios Actividade Actual Perspectiva de Emprego Perspectiva de Emprego Perspectiva Volume de Negócios Procura actual Perspectiva de Procura Perspectiva de Procura Volume de Negócios C.2 Indicador de Clima Económica das Empresas (EE): É um instrumento de avaliação das expectativas dos agentes económicos sobre a evolução da economia no curto prazo. Este indicador é resultado da média aritmética simples dos SRE das mesmas variáveis que compõem os diferentes sectores após a sua normalização e aplicada a média móvel (vide Quadro 1)). C3. Indicador de Expectativas de Emprego (IEE) e do Emprego Actual; de Expectativas de procura e de preços: O indicador de expectativas de emprego é calculado com base nas séries dos S.R.E relativas às variáveis sobre perspectivas de emprego de todos inquéritos de conjuntura. Este indicador de é resultado da média aritmética simples após a normalização das séries e aplicada a média móvel. Essa metodologia é aplicada analogamente para indicadores de expectativas de procura, e de preços. O indicador do emprego actual é calculado da mesma maneira mas com a diferença de que uma vez que o sector de construção não tem esta variável, utiliza-se a actividade actual como proxy do emprego actual. 13

D. Outros aspectos metodológicos Amostra: É nacional e constituída por 684 empresas, grande parte com 30 ou mais pessoas ao serviço. Período de Recolha: De 25 do mês N até 15 do mês n+1 recolhe-se informação do mês N. Ponderação: O factor de ponderação é o número de pessoal ao serviço (NPS). Saldo de Respostas Extremas (SRE): diferença entre as respostas positivas (+1) e respostas negativas (-1), i.e., SRE= (SPositivo - SNegativo) *100%. Resultados: São apresentados com correcção de sazonalidade pelo método X12 Arima desenvolvido pelo US Bureau de Census através da interface DEMETRA do Eurostat. As séries dos SRE componentes do E são depois normalizadas por subtracção da média e respectivo desvio-padrão. Os resultados finais resultam do cálculo das médias móveis de três meses (MM3) para que as séries fiquem mais alisadas, expurgando comportamentos irregulares e permitindo uma maior percepção das tendências de curto prazo. Linguagem: A explicação não é em quanto foi/cresceu a economia, mas em como variou o comportamento/ a tendência da economia. 14

3.3.Ficha Técnica PRESIDÊNCIA João Dias Loureiro Presidente Manuel da Costa Gaspar Vice-Presidente Valeriano da Conceição Levene Vice-Presidente Título: Indicadores de Confiança e Clima económico Editor Instituto Nacional de Estatística Direcção de Estatísticas Sectoriais e de Empresas Av. Ahmed Sekou Touré, n 2 l, Caixa Postal 493 Maputo Telefones: + 258-21-49 10 54/5; 49 8118; 498141 Fax: + 258-21-49 17 44; 49 09 30 E-Mail: info@ine.gov.mz / vendas@ine.gov.mz Homepage: www.ine.gov.mz Direcção da obra Azarias Nhanzimo Director de Estatísticas Sectoriais e de Empresas Produção Camilo Amade Chefe de Departamento de Estatísticas de Bens e Ambiente Alberto Francisco Cossa 15