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EU, POESIA (Eric Fanuel) Nascia eu, pequenino Em meados dos anos setenta Filho de dona de casa Daquelas que sempre inventa Um meio dos filhos alegrar Comia apenas farinha E ainda dizia gostar O almoço, o pão e a carne Era para os filhos alimentar Ainda pequeno, eu queria Ser algum dia cantor Imitava Evaldo Braga Erasmo, dizia meu avô Aos quatro anos fazia Com a inocência normal Minha primeira poesia Na veia o dom, afinal Te amo, te amei E sempre vou te amar Quem sabe um dia Podemos casar Na escola chegava chorando E chorando saia também Na timidez exagerada A nota era boa, era 100 Ali encontrei a menina Minha primeira paixão Que nunca me percebeu Hoje, metido, eu rio Nem sabe ela o que perdeu Tentei ir para o futebol O Hulk construiu um campinho Onde nem chuva nem sol Parava nosso Flamenguinho

Eu fazia muitos gols Mas ainda não adiantava O primeiro que me zoasse Eu, nervosinho, chorava Assim também nas brincadeiras O alvo era eu, o pior Sabiam do meu nervosismo Do quanto sofria o temor Do fato de ser rejeitado Coisas que nem na poesia As palavras que eu ouvia Em tempo algum caberiam Fui crescendo e sofrendo As dores de tal rejeição Porem, mesmo sem jeito Decidi estender a mão Capinava mesmo mal Roçava o pasto, tal qual Tomava conta do gado Deixava o chiqueiro lavado Buscava resto de comida Nos vizinhos, era minha vida Para os porcos alimentar Sem disso me envergonhar Minha mãe vendia roupas Perfumes, salgados, bolos, louça Fazia faxina e assim Fez amizades sem fim Me ensinou a fugir Das drogas que viessem a mim Fez de mim, homem de bem Que não desrespeita ninguém Minha mãe tinha o dom De dizer que tudo era bom Não mentia, apenas sentia Que o que Deus nos permitia Ser motivo de alegria

Chegou enfim a adolescência E todo mundo namorava Apenas eu e minha timidez Que isolado me deixava Até que apareceu ela Uma menina legal Que me deixava feliz Mesmo ela achando normal Ser de um monte de meninos E eu, me sentindo pequenino Deixava que ela viesse E pelo menos por um instante Meu vazio preenchesse Eu era o ruim de bola O mais feinho da escola Mostrar minha canção não ousava Pois meu peito já sangrava Só de pensar na rejeição Preferia a solidão Que logo me apresentou a bebida Tão jovem, já na berlinda Minha mãe olhava triste Será que meu filho ainda existe? E me apresentou um lugar Um grupo de jovens da igreja Que me deram a liberdade De mostrar minha poesia E ser parte desse mundo Que tinha em um amor profundo O motivo da alegria Deus conosco, era o nome De Jesus, Emanuel Filho de Deus, onde um dia Eu Eric, virei Fanuel Vitorias vieram no grupo Mas ainda me sentindo Rejeitado eu seguia

Pois amigos eu fiz de verdade E posso afirmar que fizemos História na nossa cidade Ali aprendi que é normal Cantar pra um ou cinco mil Cantar na capelinha do morro Ou nos quatro cantos do Brasil Lá também eu encontrei Aquela que por anos seria Companheira de minhas lutas E com quem me casaria Dela ganhei quatro filhos Mas o destino não quis Que a nossa união, tão suada Pudesse ser eternizada Da igreja, parti para o samba Deus segurando com a mão Nas letras da minha canção Cantei as matas, os guias Os orixás, quem diria? Vieram me abraçar Neste novo mundo viajei Subi a serra no trem Cantei os ciganos, o amor A luz, que outra igual não tem Cantei as crenças populares A cidade emancipada O verde, os rios, os mares A Bahia, os reis, a paz sonhada Foram 10 premiações Só em Guapimirim Viajei pelo Brasil Sambas de sonhos sem fim Magé voltou a ter carnaval Ganhamos o samba na Flor A pioneira do mundo Exalando todo amor

E nossa parceria Motivo de tanta alegria Virou família arretada Nesta imensa jornada Deus na sua bondade Me trouxe um novo amor Aquela que completaria O que o poeta sonhou Mais dois filhos, nova vida Comecei a ir pra roda Samba de raiz, sem moda Eis a missão escolhida Na praça, no calçadão Na Baixada, consagração A cultura agora é o ar Que eu escolhi respirar Abraçando a literatura Condecorado imortal Ciências, letras e artes Sentimento sensacional Fui escolhido enfim NO samba, que levo a bandeira A ser um sambista de fato Pela Estação Primeira Décadas em prol da canção No estúdio realização Não sonhei em ser um bamba Mas viver, além do samba A estrada longa pela frente Não me assusta, me convida A ser um louco insistente Fazendo da arte, minha vida