Organização de Computadores 1

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Transcrição:

Organização de Computadores 1 3.4 SISTEMA DE ENTRADA E SAÍDA Prof. Luiz Gustavo A. Martins

Arquitetura de von Newmann: Computadores atuais Componentes estruturais: Memória Principal Unidade de Processamento Central (CPU) Registradores PC Unidade Lógica e Aritmética Unidade de Controle Sistema de E/S Sistema de Interconexão (Barramento do Sistema)

Sistema de E/S Composto por periféricos e módulos de E/S. Realiza a troca de informação entre o computador e o ambiente externo. Computador usuário (ex: teclado, monitor). Entre dispositivos (ex: sensores, computadores). Armazenamento de dados (ex: disco magnético). Todos os sistemas devem ter meios eficientes para receberem entradas e deliberarem saídas.

Problemas de E/S Comunicação CPU periférico: Ampla variedade de dispositivos com diferentes lógicas de operação. Dispositivos E/S são mais lentos que CPU e MP. Diferentes formas de representações. Solução: Módulo de E/S. Comunicação Módulo periférico: Periféricos têm tempo de resposta bem diferentes. Solução: drivers (módulos de SW de E/S).

Taxas Típicas de Dispositivos de E/S

Dispositivos externos que proporcionam a troca de informação com o ambiente (usuários e outras máquinas). Podemos classificar os periféricos em: Iteração humana: provê a comunicação com o usuário. Iteração automatizada: provê a interface com a máquina. Comunicação: provê a comunicação com dispositivos remotos. Não estão conectados diretamente ao barramento. A interface entre periféricos e módulo é feita por: Sinais de dados. Sinais de controle. Sinais de estado (status). Periféricos

Estrutura Básica do Periférico Sinais de controle do Módulo E/S Sinais de status para o Módulo E/S Periférico Sinais de dados (bits) de e para o Módulo E/S Lógica de Controle Buffer Transdutor Dados (específico ao dispositivo) de e para o ambiente Lógica de controle: controla as operações em resposta aos comandos enviados pelo módulo de E/S. Transdutor: converte os dados da forma digital para outras formas de energia (saída) e vice-versa (entrada). Buffer: mantém temporariamente os dados que estão sendo transferidos.

Componente interno responsável pelo: Controle de um ou mais periféricos. Interface entre periféricos e computador (CPU e MP). Principais atribuições: Módulos de E/S Comunicar com a CPU/MP pelo barramento do sistema. Comunicar com os periféricos por links adequados. Fornece uma visão simplificada do dispositivo para a CPU.

Módulos de E/S: Principais Funções Controle e temporização: coordenação o fluxo de dados entre o computador e os periféricos. Comunicação com a CPU: envolve a decodificação de comandos, envio e recebimento de dados, informação sobre status de periféricos e reconhecimento de endereço. Comunicação com periféricos: envolve o envio de comandos, transferência de dados e consulta de status. Bufferização dos dados: armazenamento temporário visando adequar as diferentes taxas de transferência. Detecção de erros: identificação de erros e envio de informações para o processador. Mau funcionamento (físico) ou erro na transmissão dos bits (lógico).

Operação de Entrada de Dados Etapas da operação: 1. A CPU verifica o status do módulo de E/S. 2. O módulo de E/S retorna o status. 3. Se pronto (ready), a CPU requisita a transferência. Se (busy), a CPU volta a executar o passo 1. 4. O módulo de E/S obtém os dados do dispositivo. 5. O módulo de E/S transfere os dados para a CPU. Existem variações: Ex: acesso direto à memória (DMA).

Estrutura Básica do Módulo de E/S Interface com o barramento do sistema Interface com os periféricos

Decisões de um Módulo de E/S Esconder ou revelar as propriedades do dispositivo à CPU. Suportar simples ou múltiplos periférico(s). Controlar ou delegar as funções do dispositivo à CPU. Algumas destas decisões podem ser tomadas no nível do Sistema Operacional.

Modo de Endereçamento Endereçamento mapeado na memória: dispositivos de E/S e memória compartilham um único espaço de endereçamento. Os endereços são divididos entre a memória e dispositivos de E/S. E/S parece como uma memória de leitura/escrita. Não requer comando especial para E/S. Endereçamento independente: dispositivos de E/S e memória utilizam um espaço de endereçamento separado. Dobra a capacidade de endereçamento (espaço de memória e de E/S). Necessidade de diferenciar entre E/S e memória. Comandos especiais para E/S.

Exemplo de Endereçamento (10 bits) Endereçamento mapeado na memória Endereçamento independente End. 0 1 511 512 1022 1023 7 6 5 4 3 2 1 0 dados controle / status Memória Dispostivos de E/S End. 0 1 1023 Espaço de Memória End. 0 1 35 1023 Espaço de E/S dados C / E 0 = ocupado 1 = pronto 1 = iniciar leitura End. Instrução Operando 200 Carregar AC 1 Armazenar AC 1023 202 Carregar AC 1023 Desviar se sinal = 0 202 Carregar AC 1022 End. Instrução Operando 200 Iniciar E/S 35 201 Testar E/S 35 Desviar se ocupado 201 Leitura 35

Técnicas de Operação de E/S Modo como são realizadas as operações de E/S. Afeta a iteração entre CPU/memória e módulo de E/S. Técnicas utilizadas: Transferência E/S CPU MP Transferência E/S MP sem Interrupções E/S programada com Interrupções E/S dirigida por interrupção Acesso direto à memória (DMA)

E/S Programada Método de E/S mais simples. Dados são transferidos entre CPU e módulo E/S. CPU tem controle direto da operação. CPU espera até operação de E/S ser completada. Requer consulta periódica (verificação do status). Desvantagem: desperdício de processamento. Vantagem: Implementação Simples.

Instruções e Comandos de E/S Instrução E/S: comando lido da memória principal. Execução da instrução E/S consiste na geração e envio de: Comando de E/S. Endereço que especifica o módulo e o periférico apropriados. Cada dispositivo possui um endereço de identificação. Ponto de vista CPU: transferência de dados = acesso à memória. Comando E/S: solicitação enviada pela CPU ao módulo. Controle: usado para ativar um periférico e indicar a ação a ser executada. Teste: usado para testar as condições de estado do periférico Gravação e leitura : indica ao módulo para obter um dado do barramento e transmiti-lo ao periférico ou vice-versa.

E/S Programada: Leitura de Dados CPU solicita uma operação de E/S. Módulo de E/S realiza a operação. Módulo de E/S configura os bits de status. CPU verifica o status periodicamente. Se pronto, a CPU obtém os dados do módulo. CPU grava os dados na memória.

E/S Controlada por Interrupção Técnica para reduzir o tempo gasto nas E/S. Contorna os problemas de espera da CPU. Próprio módulo de E/S informa quando operação for concluída (via interrupção). Não precisa de verificação periódica do status do dispositivo. CPU executa a Rotina de Serviço de Interrupção (ISR).

E/S com Interrupção: Leitura de Dados Ponto de vista da CPU: Solicita uma operação de E/S. Aguarda, executando outras tarefas. Verifica se há interrupção pendente. Se existir: salva o contexto na pilha e executa rotina de tratamento da interrupção. Caso contrário: continua sua operação. Ponto de vista do módulo de E/S: Executa a operação de E/S solicitada. Configura os bits de status. Envia sinal de interrupção. Envia dados ao barramento, qdo. requisitado.

Processamento da Interrupção Rotina de Tratamento da Interrupção

Interrupção: Funcionamento da Pilha

E/S por interrupção: Decisões de Projeto Múltiplos módulos múltiplas interrupções. Como identificar módulo gerador da interrupção? Linhas de interrupção individuais Software polling Daisy chain ou hardware polling Arbitragem do barramento (bus mastering) Como lidar com múltiplas interrupções? Desabilitar interrupções Definir prioridades Múltiplas linhas: CPU pega a linha de maior prioridade. SW de pesquisa ou Daisy-chain: a ordem de pesquisa determina a prioridade. Arbitragem: somente o mestre atual pode interromper.

Exemplo: Barramento do PC O 80x86 tem uma linha de interrupção. Sistemas baseados no 8086 utilizam um controlador de interrupção (8259A). 8259A: tem oito (8) linhas de interrupções. Seqüência de eventos: 8259A aceita interrupções. 8259A determina prioridades. 8259A sinaliza ao 8086. CPU reconhece (ack). 8259A coloca o vetor de identificação no barramento de dados. CPU processa a interrupção.

Exemplo: Barramento ISA Este barramento utiliza 2 controladores 8259A encadeados. O Link é via interrupção 2. Total de 15 linhas (16-1 para o link). IRQ9 é usada para redirecionar alguma coisa tentando usar a IRQ2. Arquiteturas atuais incorporaram o 8259A no Chipset.

E/S com DMA (Directly Memory Access) Técnicas anteriores requerem intervenção ativa da CPU. Possível solução: E/S com DMA. Controlador DMA: Módulo adicional (hardware) no barramento. Assume o papel da CPU na transferência dos dados. Ideal para transferência de grandes volumes de dados.

E/S com DMA: Leitura de Dados CPU configura o controlador DMA: Tipo de operação (leitura ou gravação). Endereço do dispositivo. Endereço inicial do bloco de memória. Quantidade de dados a ser transferida. Controlador DMA realiza as operações de transferência. Controlador DMA envia um sinal de interrupção. CPU recebe a interrupção e ativa a rotina de tratamento correspondente.

Estrutura Básica do Controlador DMA Endereço da memória + Endereço do dispositivo Linhas de Controle

Transferência DMA: Roubo de Ciclo DMA precisa usar o barramento para transferir os dados da memória para os dispositivos de E/S. Aguardar a liberação pela CPU. Forçar a suspensão temporária da CPU (roubo de ciclo). Assume controle do barramento por 1 ciclo de clock. NÃO é interrupção. Transfere um bloco de dados. CPU suspende o ciclo de instrução antes de usar o barramento. Provoca um atraso na CPU. Não tanto quanto se ela própria efetuasse a transferência.

Pontos de Parada da CPU

Configuração do DMA Único barramento e controlador DMA separado Único barramento e controlador DMA integrado Barramento separado e controlador DMA integrado

Características dos Canais de E/S Representa uma extensão do conceito de DMA. Capaz de executar instruções de E/S. Total controle sobre as operações de E/S. Instruções estão armazenadas na MP. CPU indica a localização do programa a ser executado. Controla transferência dos dados. Canal seletor: controla vários tipos de dispositivos de E/S de alta velocidade, ficando dedicado à transferência de dados de um deles. Canal multiplexador: transfere dados para vários dispositivos de E/S ao mesmo tempo. Intercala as unidades de dados entre os dispositivos de E/S.

Perspectiva Geral de E/S

Interfaces Externas A interface de um módulo de E/S com um periférico depende da natureza e da operação do periférico. Transferência: simplex, half ou full-duplex. Temporização (timming): Síncrona ou assíncrona. Multiplicidade: Ponto a ponto: linha dedicada entre o módulo de E/S e o periférico. Multiponto: utilizada para conexão de dispositivos externos de armazenamento em massa e multimídia.

Transmissão: Interfaces Externas Paralela: várias linhas de conexão entre o módulo e periférico. Diversos bits são transferidos ao mesmo tempo. Problema: limitação no tamanho do cabo. Propagação dos sinais no meio físico (cabo). Envolve um controle sofisticado complexo e caro. Serial: apenas uma linha para transmissão dos dados. Bits transmitidos em seqüência (um de cada vez). Bytes são serializados em uma ponta e remontados na outra. Implementação mais simples e barata. Não é afetada por atrasos no meio físico (cabo).

Exemplos de Interfaces e Periféricos RS-232 modems, faxs, placas áudio, placas de rede. PS/2 Mouse e teclado. Centronics impressoras, scanners. AGP placas gráficas. ATA/IDE discos magnéticos. ATAPI discos ópticos. SCSI discos magnéticos e ópticos, scanners. SATA discos magnéticos. USB discos magnéticos, impressoras, scanners, modems. Firewire discos magnéticos, câmaras fotográficas e vídeo. PCMCIA discos, faxs, modems, placas de rede.