Ocorrência de protozoários e helmintos em amostras de fezes de cães e gatos da cidade de São Paulo

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Transcrição:

Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci. vol.36 n.2 São Paulo 1999 Ocorrência de protozoários e helmintos em amostras de fezes de cães e gatos da cidade de São Paulo Occurrence of protozoa and helminths in faecal samples of dogs and cats from São Paulo city Solange Maria GENNARI 1 ; Nobuko KASAI 1 ; Hilda Fátima de Jesus PENA 1 ; Adriana CORTEZ 1 CORRESPONDÊNCIA PARA: Solange Maria Gennari Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira Av. Orlando Marques de Paiva, 87 05508-000 São Paulo SP e-mail: sgennari@usp.br RESUMO Foram examinadas, pelo Laboratório de Doenças Parasitárias do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, no período de janeiro de 1991 a janeiro de 1995, amostras de 353 cães e de 187 gatos, com idades variadas e de diferentes áreas da cidade de São Paulo. Os métodos de diagnóstico empregados foram: centrífugoflutuação em solução de sacarose e centrífugo-sedimentação em água-éter. Aproximadamente 45,0% das amostras de cães examinadas (160 amostras) apresentaram-se positivas e o percentual de ocorrência de parasitos, em relação ao total de amostras foi: Ancylostoma spp. 20,40; Toxocara canis 8,49; Giardia sp. 7,65; Cryptosporidium parvum 2,83; Cystoisospora spp. 2,55; Sarcocystis spp. 1,70; Hammondia heydorni 0,85; e Spirocerca lupi, Trichuris vulpis e Dipylidium caninum 0,28. Das 187 amostras recebidas, provenientes de gatos, somente oito eram negativas e observou-se a ocorrência (%) de Cystoisospora spp. 38,5; Toxocara sp. 34,22; Giardia sp. 16,04; Cryptosporidium parvum 14,44; Ancylostoma spp. 13,37; Dipylidium caninum

10,69; Sarcocystis spp. 8,56; Physaloptera spp. 4,81; oocistos tipo "Hammondia- Toxoplasma" 1,60; Strongyloides stercoralis 1,60; e Platynosomum concinum 1,07. Em cães, as associações mais freqüentemente observadas foram: Ancylostoma spp. + T. canis em oito amostras e Ancylostoma spp. + Giardia sp. e Ancylostoma spp. + T. vulpis em cinco amostras. Em gatos, Toxocara sp. e Cystoisospora spp., encontrados em 24 amostras, e Toxocara sp. + Ancylostoma spp. em cinco amostras, foram as associações mais comumente observadas. UNITERMOS: Cães; Gatos; Helmintos; Protozoa. INTRODUÇÃO O crescente número de animais de companhia, principalmente nos grandes centros, tem estreitado o contato entre esses e o homem, aumentando a exposição humana a agentes de zoonoses. Só nos Estados Unidos estimou-se que existam 52 milhões de cães e 55 milhões de gatos domiciliados entre aproximadamente 60% das famílias americanas 2. Dentre as zoonoses parasitárias, a Larva Migrans Visceral, devido à infecção pelas larvas do nematódeo de cães e gatos, Toxocara spp. é, provavelmente, a mais emergente 25. Outra zoonose de grande importância no mundo todo é a Larva Migrans Cutânea, causada principalmente por larvas infectantes de Ancylostoma braziliense, ancilostomatídeo de cães e gatos 25. O Cryptosporidium parvum, considerado um agente zoonótico, foi descrito em humanos em 1976 18,20. O mesmo agente, alguns anos mais tarde, foi descrito em gatos por Iseki 15, que o denominou de C. felis. Entretanto, alguns anos mais tarde, por apresentar morfologia e desenvolvimento que não o distinguia do C. parvum, foi considerado a mesma espécie 10,26. Em 1983, o C. parvum também foi diagnosticado em cães 29. No início dos anos 80, avolumaram-se os relatos de criptosporidiose intestinal em pacientes com AIDS e o C. parvum passou a ser considerado agente patogênico oportunístico 28, causando diarréia intensa e persistente a indivíduos imunodeprimidos 11,24. Trabalhos recentes vêm indicando a similaridade entre a Giardia presente no homem e em muitas espécies animais, levando a crer que há grande possibilidade de transmissão entre as diferentes espécies 25. Esta é uma das parasitoses mais comuns no homem, provavelmente por poder se propagar pela água consumida. No Brasil, trabalhos realizados com necropsias ou com exame de material fecal de cães 3,4,6,8,14,17,19,23 e de gatos 5,16 evidenciam a prevalência dos diferentes agentes. No estado de São Paulo, Zago Filho; Barreto 30 realizaram um estudo em Ribeirão Preto, e Amaral et al. 1 ; Fenerich et al. 12 ; Ogassawara et al. 21,22 e Côrtes et al. 7, na cidade de São Paulo, sempre encontrando vários agentes parasitários, seja em animais errantes ou

domiciliados. As amostras de fezes utilizadas no presente trabalho eram de animais domiciliados e retratam a ocorrência de endoparasitos em cães e gatos de diferentes áreas da cidade de São Paulo. MATERIAL E MÉTODO Foram examinadas 353 amostras fecais de cães e 187 de gatos, recebidas pelo Laboratório de Doenças Parasitárias do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, de janeiro de 1991 a janeiro de 1995. As amostras eram provenientes de animais domiciliados, de diferentes áreas da cidade de São Paulo e com sexos, raças e idades variadas. As fezes foram examinadas pelos métodos de centrífugo-flutuação em solução de sacarose (d = 1,203g/cm 3 ) e centrífugo-sedimentação em água-éter 13. Oocistos tipo Toxoplasma-Hammondia, quando encontrados, só foram classificados como tal e não identificados através de passagem em camundongos. RESULTADOS Das 353 amostras de cães, 160 apresentavam-se positivas (45,32%), seja em infecções únicas ou associadas (Tab. 1). Os números e as porcentagens de ocorrência para cada um dos gêneros encontram-se coligidas na Tab. 1. Tabela 1 Número e porcentagem de amostras fecais de cães, positivas para as diferentes espécies de parasitos. Laboratório de Doenças Parasitárias do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP (1991-1995).

n = número total de amostras examinadas. A Tab. 2 mostra os números e porcentagens de parasitismo único, ou em associação com outros, de Ancylostoma spp. e de T. canis. As associações mais freqüentemente observadas foram: Ancylostoma spp. e T. canis em oito amostras, Ancylostoma spp. e Giardia sp., e Ancylostoma spp. e T. vulpis em cinco amostras para cada associação. Tabela 2 Número e porcentagem de amostras fecais de cães, positivas para Toxocara canis e Ancylostoma spp., em infecções únicas ou em associações. Laboratório de Doenças Parasitárias do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP (1991-1995). n = número de animais positivos. Das 187 amostras provenientes de gatos, 179 (95,72%) estavam positivas. A Tab. 3 ilustra os números e porcentagens dos parasitos encontrados, em ordem decrescente. Tabela 3

Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP (1991-1995). n = número total de amostras examinadas. O T. cati esteve presente em 64 amostras, estando em 52 destas em infecção mista e em 12 amostras como único parasito. O Ancylostoma spp. apresentou-se menos freqüente, estando presente em 25 amostras, sendo quatro em infecção única e 21 em associação com outros parasitos (Tab. 4). Tabela 4 Número e porcentagem de amostras fecais de gatos, positivas para Toxocara spp. e Ancylostoma spp., em infecções únicas ou em associações. Laboratório de Doenças Parasitárias do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP (1991-1995). n = número de animais positivos. As associações mais freqüentemente observadas nas amostras de gatos foram: Toxocara sp. e Cystoisospora spp., em 24 amostras e Toxocara sp. e Ancylostoma sp. em cinco amostras.

DISCUSSÃO É importante ressaltar que estes achados, baseados em exames de fezes, são mais adequadamente avaliados quando comparados com os resultados de levantamentos também baseados em exames coproparasitológicos. Isso porque vários trabalhos 3,4,5,6,7,8,9,14,16,17,21,22,23,30 foram realizados utilizando necropsias, que evidenciam infecções que podem não ser facilmente diagnosticadas pelo exame de fezes, como é o caso do D. caninum. Geralmente este parasito é subestimado em levantamentos baseados em exames laboratoriais de fezes, uma vez que seu diagnóstico é feito pelo encontro de proglotes em fezes frescas ou pelo achado das formas adultas nas necropsias e raramente pelo encontro de cápsulas ovígeras nas fezes. Entretanto, nos levantamentos baseados em exames coproparasitológicos geralmente utiliza-se maior número de amostras, o que vem compensar os possíveis diagnósticos falso-negativos. Para efeito de comparação dos resultados com os de outros autores, é importante enfatizar que os animais do presente experimento eram domiciliados e, a maioria deles, semiconfinados. Os resultados mostram a presença de 10 e 11 diferentes espécies de parasitos, respectivamente, nos cães e nos gatos. Nos cães, os ancilostomatídeos foram os mais freqüentes. Este foi um resultado esperado, pois animais de todas as faixas etárias foram contemplados nesta amostragem. Os cães podem ser parasitados por ancilostomídeos por toda a vida, enquanto desenvolvem uma forte imunidade contra os ascarídeos e somente aqueles com menos de seis meses de idade e as fêmeas no pós-parto é que eliminam ovos de ascarídeos nas fezes 27. Fenerich et al. 12, examinando amostras de fezes de cães domiciliados e Côrtes et al. 7, de cães errantes, ambos da cidade de São Paulo, encontraram, respectivamente, uma prevalência de 53,26% e 59,83% para Ancylostoma spp., valores estes mais elevados dos que os ora observados. Entretanto, os mesmos autores observaram, respectivamente, 10,07% e 11,7% de prevalência para ascarídeos, resultados mais elevados, porém semelhantes aos do presente experimento (8,49%). De um modo geral, esses achados refletem as observações feitas em várias regiões do país, onde o Ancylostoma spp. foi o parasito mais freqüentemente observado em cães 3,9,14,17,23. O segundo parasito mais prevalente nos cães foi o T. canis; o mesmo foi observado em Salvador, BA 4, em Viçosa, MG 3, e em Uberlândia, MG 23. Entretanto, este segundo posto foi alternado com o Trichuris vulpis, em estudos realizados em Belo Horizonte, MG 8, em Pelotas, RS 17, e em Porto Alegre, RS 14. Outros nematódeos observados nos cães foram o Spirocerca lupi e o Trichuris vulpis, porém com baixa ocorrência.

No presente estudo, a presença marcante dos protozoários Giardia sp., Cryptosporidium parvum, Cystoisospora spp., Sarcocystis spp. e Hammondia spp. vem reforçar a necessidade da utilização de técnicas de flutuação e de sedimentação mais sofisticadas que as técnicas de Willis ou o exame direto de esfregaços de fezes, que não possibilitam seu diagnóstico adequado. Nas amostras procedentes de gatos, o nematódeo predominante foi o Toxocara spp. (34,22%), seguido pelo Ancylostoma spp. (13,37%) e pelo Physaloptera spp. (4,81%). Ogassawara et al. 21, trabalhando com amostras fecais de gatos da cidade de São Paulo, também encontraram os Ascaridae e os Ancylostomidae como os nematódeos mais prevalentes, com 22,3% e 19,5% respectivamente. Côrtes et al. 7, em gatos errantes da mesma cidade, de modo diverso dos acima citados, observaram maior freqüência de animais positivos para Ancylostoma spp. (22,26%) que para Toxocara spp. (17,65%). Diferentemente do que ocorre em cães, a infecção por nematódeos da família Ascaridae ocorre em felinos de todas as faixas etárias, apesar de predominar em animais até seis meses de idade 21. Nos gatos, os protozoários apresentaram alta prevalência. Os coccídios estavam presentes em 63,1% das amostras, sendo Cystoisospora spp. o parasito mais freqüente (38,5%). Além desse, o C. parvum esteve presente em 14,44% das amostras examinadas, o Sarcocystis spp., em 8,56% e os oocistos tipo Hammondia-Toxoplasma, em 1,6%. Além desses, o gênero Giardia apresentou alta freqüência (16,04%), reforçando a importância dos protozoários como parasitos de gatos. Ogassawara et al. 21 também encontraram alta freqüência de coccídios (34,0%) nas amostras fecais examinadas e, do mesmo modo que para os ascarídeos, a maior freqüência ocorreu nos animais até seis meses de idade. A infecção pelo Ancylostoma spp. e pelo Toxocara spp., em cães, ocorreu em porcentagens bastante semelhantes levando-se em conta a ocorrência desses nematódeos em infecção única ou em associações. Entretanto, nos gatos, os casos de infecções múltiplas por Toxocara sp. e Ancylostoma spp. e outros parasitos foram, respectivamente, quatro e cinco vezes mais freqüentes que as infecções unicamente por Toxocara sp. ou Ancylostoma spp. O presente estudo vem reforçar as observações anteriormente realizadas na cidade de São Paulo 1,7,12,21,22, onde mesmo após aproximadamente dez anos do último estudo, observa-se que Toxocara spp. e Ancylostoma spp. continuam sendo os nematódeos mais prevalentes em cães e gatos. Também alerta para o aparecimento, em alta freqüência, de alguns protozoários como Giardia sp., Cystoisospora spp. e C. parvum, que não constavam na maioria dos levantamentos citados, provavelmente devido à metodologia empregada ou aos objetivos dos trabalhos.

SUMMARY Faeces from 353 dogs and 187 cats, received from January 1991 to January 1995 in the Department of Preventive Veterinary Medicine and Animal Health, Faculty of Veterinary Medicine, University of São Paulo, were examined for the presence of parasites. The animals were from different areas of the city of São Paulo, and the faecal materials were examined by the methods of flotation in sucrose solution and centrifugesedimentation in water-ether. Approximately 45.0% of the dog samples (160 samples) were positive and the occurrence (%) of parasites, in relation to the total of samples was: Ancylostoma spp. 20.40; Toxocara canis 8.49; Giardia sp. 7.65; Cryptosporidium parvum 2.83; Cystoisospora spp. 2.55; Sarcocystis spp. 1.70; Hammondia heydorni 0.85; and Spirocerca lupi, Trichuris vulpis and Dipylidium caninum 0.28. From the 187 cats samples, only eight were negatives and the occurrence (%) was: Cystoisospora spp. 38.5; Toxocara sp. 34.22; Giardia sp. 16.04; Cryptosporidium parvum 14.44; Ancylostoma spp. 13.37; Dipylidium caninum 10.69; Sarcocystis spp. 8.56; Physaloptera spp. 4.81; "Hammondia-Toxoplasma" 1.60; Strongyloides stercoralis 1.60; and Platynosomum concinum 1.07. In dogs, the most frequently associations were: Ancylostoma spp. + T. canis in eight samples and Ancylostoma spp. + Giardia sp. and Ancylostoma spp. + T. vulpis in five samples for each one of the associations. In cats, Toxocara sp. + Cystoisospora spp. were present in 24 samples, and Toxocara sp. + Ancylostoma spp. in five samples. UNITERMS: Dogs; Cats; Helminthes; Protozoa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1- AMARAL, V.; BIRGEL, E.H.; JULY, J.R. Análise de 1.431 exames coproparasitários em Canis familiaris da cidade de São Paulo. In: REUNIÃO CIENTÍFICA DA SOCIEDADE PAULISTA DE MEDICINA VETERINÁRIA, São Paulo, 1968. Anais. São Paulo, 1968. 2- VETERINARY services market for companion animals. Summary reports. Journal of the American Veterinarian Association, v.193, p.920-2, 1988. 3- ARAÚJO, R.B.; FERREIRA, P.M.; ASSIS, C.B.; DEL CARLO, R.J.; VIEIRA, D. Helmintoses intestinais em cães da microrregião de Viçosa - Minas Gerais. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.38, n.2, p.197-203, 1986. 4- BRUST, M.B.; MOTTA, J.G. DA; CALDAS, E.M.; JACQUES, S.A. Localização de helmintos nos diversos segmentos do intestino delgado de cães (Canis familiares) na cidade de Salvador, Bahia. Arquivos da Escola de Medicina Veterinária, v.1, n.1, p.115-22, 1976.

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