GERMINAÇÃO DE VARIEDADES DE Panicum maximum SUBMETIDAS A TRATAMENTO COM NITRATO DE POTÁSSIO

Documentos relacionados
GRAU DE PUREZA DE SEMENTES FORRAGEIRAS COMERCIALIZADAS NA CIDADE DE POMBAL-PB 1

GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE PASPALUM NOTATUM FLÜGGE. 1

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE MELANCIA EM DIFERENTES TEMPERATURAS 1. INTRODUÇÃO

Superação da Dormência em Sementes de Brachiaria ruziziensis

TESTES DE VIGOR 22/05/ INTRODUÇÃO O QUE É A QUALIDADE DAS SEMENTES? É CARACTERIZADA PELOS ATRIBUTOS GENÉTICO, FÍSICO, FISIOLÓGICO E SANITÁRIO

Termos para indexação: IVG, Vigor de sementes, Leguminosa tropical

Efeito do estresse hídrico e térmico na germinação e crescimento de plântulas de cenoura

Universidade Federal do Ceará Campus Cariri 3 o Encontro Universitário da UFC no Cariri Juazeiro do Norte-CE, 26 a 28 de Outubro de 2011

UNIFORMIZANDO A GERMINAÇÃO NA CULTURA DO CRAMBE (Crambe. abyssinica)

EFEITO DO TEOR DE UMIDADE DAS SEMENTES DURANTE O ARMAZENAMENTO NA GERMINAÇÃO DE MILHO CRIOULO

ÉPOCAS E DOSES DE APLICAÇÃO DE NITROGÊNIO SOBRE COMPONENTES DO RENDIMENTO DE SEMENTES DO CAPIM- BRAQUIÁRIA

Resumo. Estudante de Ciências Biológicas, UPE, estagiária da Embrapa Semiárido, Petrolina, PE. 3

Rotações Lixas (nº) Tempo (seg) rpm ,64 94,83 79,72 83, ,26 63,69 72,55 49, ,36 32,19 34,71 24,93

TÍTULO: PRODUÇÃO DE FORRAGEM DE ESPÉCIES DE BRACHIARIA SUBMETIDAS A DIFERENTES ALTURAS DE CORTE

AVALIAÇÃO DE TRATAMENTOS PARA SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA EM SEMENTES DE PINHÃO MANSO (JATROPHA CURCAS L.)

AVALIAÇÃO DA QUEBRA DE DORMÊNCIA COM ÁCIDO SÚLFURICO EM SEMENTES DE Brachiaria brizantha CULTIVAR MG5

Influência da luz no processo germinativo de cultivares comerciais de alface (Lactuca sativa)

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS CONTROLADAS

Palavras-chave: lentilha; vigor; germinação.

Formulário para submissão de trabalho

LEVANTAMENTO DA QUALIDADE DE SEMENTES DE AZEVÉM PRODUZIDAS FORA DO SISTEMA DE CERTIFICAÇÃO

02 IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE DAS SEMENTES

Germinação de sementes de capim-búfel em função de variações na temperatura média do ar 1

TRATAMENTOS PARA SUPERAÇÃO DA DORMÊNCIA DAS SEMENTES DE CAPIM- BRAQUIÁRIA CULTIVAR MARANDU 1

Qualidade fisiológica de sementes de Mimosa caesalpiniifolia Benth. em função de diferentes períodos de armazenamento

CURVA DE ABSORÇÃO DE ÁGUA EM SEMENTES DE MAMONA.

Conceitos básicos sobre pastagens e sementes para sua formação

TESTE DE CONDUTIVIDADE ELÉTRICA EM DIFERENTES ESTRUTURAS DE SEMENTES DE SOJA 1. INTRODUÇÃO

Biofertilizante de origem Suína na formação inicial de Mudas de Graviola (annomamuricata l.) e matéria seca da raiz.

AVALIAÇÃO DE TRATAMENTOS PARA SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA EM SEMENTES DE Crambe Abyssinica

QUALIDADE DE SEMENTES DE ALGODOEIRO EM MATO GROSSO

AVALIAÇÃO E MANEJO DE DOENÇAS EM Brachiaria brizantha cv. BRS PIATÃ. Área Temática da Extensão: Tecnologia.

Germinação e vigor de sementes de Moringa oleifera Lam. procedentes de duas áreas distintas

ESCARIFICAÇÃO QUÍMICA DE SEMENTES DE SUCUPIRA-PRETA (Bowdichia virgilioides KUNTH) COM DIFERENTES COLORAÇÕES DE TEGUMENTO

SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA EM CAPIM-BRAQUIÁRIA

Superação de dormência de sementes de gueroba (Syagrus Oleracea Becc.)

SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA EM SEMENTES DE Leucaena leucocephala SOB DIFERENTES MÉTODOS. Apresentação: Pôster

Avaliação do desenvolvimento inicial de milho crioulo cultivados na região do Cariri Cearense através de teste de germinação

Premissa básica para produção animal em pasto é a existência de pasto

INFLUÊNCIA DE DIFERENTES MÉTODOS DE SEMEADURA PARA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CORIANDRUM SATIVUM L.

ENVELHECIMENTO ACELERADO COMO TESTE DE VIGOR PARA SEMENTES DE FEIJÃO-CAUPI

Semeadura 13/11/ Qualidade das sementes e a taxa de semeadura são muito importantes para o sucesso da formação da pastagem

Autor (es): Dalise Aparecida Silva, Jakeline Aparecida Greiver Ribeiro Ferreira, Carlos Manoel de Oliveira

INFLUENCIA DA SALINIDADE POR CLORETO DE SÓDIO NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Crotalaria juncea L.

ENVELHECIMENTO ACELERADO EM LOTES DE SEMENTES DE CENOURA ENVOLVENDO TEMPERATURA E TEMPOS DE EXPOSIÇÃO Apresentação: Pôster

ESTABELECIMENTO DE CAMPOS DE PRODUÇÃO DE SEMENTES.

TESTE DE VIGOR EM SEMENTES DE CEBOLA. Apresentação: Pôster

s u m o s IIII III IIl D1 lii II p A N D Simpósio slicultura NA AMAZÔNIA ORIENTAL: CONTRIBUIÇÕES DOPROJETO EMBRAPAIDFID .:..

ESTUDOS SOBRE A GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE GOIABEIRA-SERRANA

MÉTODOS PARA QUEBRA DE DORMÊNCIA EM SEMENTES DE MURICI (Byrsonima crassifolia (L.) Rich.) Graduandos do Curso de Agronomia, UnU Ipameri - UEG.

EFEITO NA GERMINAÇÃO E O VIGOR DE SEMENTES DE PIMENTÃO(Capsicum annum L.)EM DIFERENTES TIPOS DE SOLOS TRATADO COM HIDROPLAN. ;José C.

ASPECTOS A CONSIDERAR DENTRO DE UMA UBS DE SEMENTES DE FORRAGEIRAS ENG. AGR. DR. EVALDO CERVIERI FILHO VETORSEEDS CONSULTORIA LTDA

Diferentes Temperaturas E Substratos Para Germinação De Sementes De Mimosa caesalpiniifolia Benth

ALELOPATIA DE FOLHAS DE CATINGUEIRA (Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P.Queiroz) EM SEMENTES E PLÂNTULAS DE ALFACE (Lactuca sativa)

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA (Ricinus communis L.) CULTIVAR NORDESTINA, SOB DIFERENTES CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO.

fontes e doses de nitrogênio em cobertura na qualidade fisiológica de sementes de trigo

ANÁLISE DA GERMINAÇÃO DE SEMENTES COMERCIAIS DE CUCURBITA MÁXIMA (ABÓBORA GILA)

Plantio do amendoim forrageiro

SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA DE SEMENTES DE Delonix Regia Raf. (LEGUMINOSAE - CAESALPINIOIDEAE )

TÍTULO: EFEITOS DA PROFUNDIDADE DE PLANTIO NA GERMINAÇÃO E PRODUÇÃO DE MASSA DO CAPIM BRAQUIARÃO ADUBADO NO PLANTIO

GERMINAÇÃO DE SEMENTE COMUM, ESCARIFICADA E REVESTIDA DE DIFERENTES ESPÉCIES FORRAGEIRAS TROPICAIS

TEOR DE UMIDADE NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE PITANGUEIRA EM DOIS AMBIENTES

EFEITO DO CONDICIONAMENTO OSMÓTICO NA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE ALGODÃO COLORIDO (Gossypium hirsutum L. )

Efeitos de Diferentes Substratos na Germinação de Mimosa caesalpiniifolia Benth.

Germinação a campo de arbóreas nativas com o uso de hidrogel

Palavras-chave: Phaseolus lunatus. Zea mays. densidade de plantio.vigor.

GERMINAÇÃO DA SEMENTE TESTE DE GERMINAÇÃO TESTE DE GERMINAÇÃO - MÉTODO MÉTODO 05/05/2018 SEMENTES: 400 SEMENTES PURAS CAPÍTULO 5

AVALIAÇÃO DE MÉTODOS PARA REMOÇÃO DA MUCILAGEM DE SEMENTES DE TOMATE (Lycopersicon esculentum, MILL.)

RELATÓRIO ANO

Consórcio Milho-Braquiária

LONGEVIDADE DE SEMENTES DE Crotalaria juncea L. e Crotalaria spectabilis Roth EM CONDIÇÕES NATURAIS DE ARMAZENAMENTO

METODOLOGIA PARA A CONDUÇÃO DO TESTE DE GERMINAÇÃO EM SEMENTES DE (Jatropha curcas L.)

Qualidade fisiológica de sementes de milho crioulo cultivadas no norte de Minas Gerais.

143 - QUALIDADE DE SEMENTES DE CEBOLA CULTIVAR BAIA PRODUZIDAS SOB SISTEMA AGROECOLÓGICO E AVALIAÇÃO DAS MUDAS RESULTANTES

Pesquisa apresentada como Trabalho de Conclusão de Curso de Agronomia (DEAg/UNIJUÍ). 2

EMBEBIÇÃO E VIABILIDADE DE SEMENTES DE MAMONA (Ricinus communis L.)

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 2165

SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA EM SEMENTES DE CORAÇÃO-DE- NEGRO (Albizia lebbeck L. Benth.)

DURAÇÃO DO TESTE DE GERMINAÇÃO DE Brachiaria brizantha cv. MARANDU (Hochst. ex A. Rich.) Stapf 1.

Influência do número de horas de envelhecimento acelerado sobre o vigor de sementes de cenoura.

INFLUÊNCIA DA COLORAÇÃO DA EMBALAGEM NA VIABILIDADE DE SEMENTES ORGÂNICAS DE Solanum lycopersicum var. cerasiforme DURANTE O ARMAZENAMENTO

Eliana Aparecida Rodrigues Bióloga formada pelo Unipam e 1 a bolsista do VIII-PIBIC.

PRÉ-HIDRATAÇÃO EM SEMENTES DE ALGODÃO E EFICIÊNCIA DO TESTE DE ENVELHECIMENTO ACELERADO 1

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DE CAMPINA GRANDE-PB

QUALIDADE DE SEMENTES CARACTERÍSTICAS QUE AFETAM A QUALIDADE DAS SEMENTES QUALIDADE DE SEMENTES 1. PUREZA GENÉTICA. Sementes geneticamente puras

DETERMINAÇÃO DE ÍNDICES DE QUALIDADE NA SELEÇÃO DE LOTES DE SEMENTES DE ALGODOEIRO * RESUMO

CAPINS MARANDU, MASSAI E MOMBAÇA EM DIFERENTES SUBSTRATOS

Marque a opção do tipo de trabalho que está inscrevendo: (x) Resumo ( ) Relato de Caso

em função da umidade e rotação de colheita

Potencial Fisiológico de Sementes de Brachiaria ruziziensis

TÍTULO: ACÚMULO DE BIOMASSA E COMPRIMENTO DE RAIZ DE ESPÉCIES DE BRACHIARIA SUBMETIDAS A DUAS DISPONIBILIDADES HÍDRICAS

Superação da dormência de sementes de Brachiaria brizantha cv. Marandu

SISTEMAS DE CONSÓRCIO EM MILHO SAFRINHA. Gessi Ceccon 1 1.INTRODUÇÃO

Germination of seeds of Bauhinia cheilantha (Caesalpinaceae) and Myracrodruon urundeuva (Anacardiaceae) submitted to salt stress

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE SOJA PRODUZIDAS NO MUNICÍPIO DE FREDERICO WESTPHALEN-RS

TRATAMENTOS PARA SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA DE SEMENTES DE AROEIRA PIRIQUITA (Schinus molle L.) E AROEIRA BRANCA (Lithraea molleioides (Vell.

INFLUÊNCIA DO EXTRATO AQUOSO DAS FOLHAS DE MORINGA (Moringa oleifera Lam.) NA GERMINAÇÃO DE AROEIRA-DO-SERTÃO (Myracrodruon urundeuva Fr. All.).

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FITOSSANITÁRIA E GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Avena strigosa E Lolium multiflorum

CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS DE SEIS CULTIVARES DE PANICUM NO PERÍODO DO ESTABELECIMENTO INICIAL. Apresentação: Pôster

Transcrição:

GERMINAÇÃO DE VARIEDADES DE Panicum maximum SUBMETIDAS A TRATAMENTO COM NITRATO DE POTÁSSIO Kleyton Chagas de Sousa 1 Antonia Almeida da Silva 1 Janinny Nobre Duarte 1 Jullyanna Pereira da Silva 1 Francisco Luiz de Sousa Silva 1 Juan Carlos Alvarez-Pizarro 2 RESUMO: A dormência pode ser definida como um fenômeno pelo qual sementes de uma determinada espécie, mesmo estando viáveis e tendo as condições ambientais favoráveis (luz, temperatura e oxigênio), não germinam. Um dos métodos de quebra de dormência em Panicum maximum, indicado pelas Regras para Análise de Sementes (RAS) é através do uso de nitrato de potássio (KNO 3 ) a 0,2% durante a embebição das sementes. Assim, objetivou-se, no presente trabalho, verificar a eficácia do processo de quebra de dormência utilizando KNO 3 na germinação de sementes de diferentes cultivares de P. maximum. No experimento utilizaram-se as variedades: Araúna, Massai, Mombaça e Tanzânia, utilizando substratos umedecidos com 30 ml de água destilada (controle) ou com 30 ml de solução de KNO 3 a 0,2%. A cultivar Mombaça apresentou melhor taxa e índice de velocidade de germinação na presença de KNO 3 quando comparado à germinação em água. Essa cultivar e a cultivar Tanzânia foram as mais responsivas ao KNO 3, enquanto que araúna e Massai tiveram suas taxas e índice de velocidade de germinação reduzidos. Conclui-se que o KNO 3 pode ser necessário para quebra de dormência em algumas variedades e não em outras. Palavras chave: Quebra de dormência; Forragens; Gramíneas forrageiras INTRODUÇÃO As gramíneas forrageiras vêm se mostrando como espécies de grande valor, especialmente para a alimentação animal, sendo os ruminantes os beneficiários principais de sua produção. Freixial e Barros (2012) dizem que as forragens são fundamentais para assegurarem a produção de alimento nos períodos onde a produção de pastagem é escassa ou mesmo nula. Dentre as forragens, as cultivares da espécie Panicum maximum vem se mostrando como alternativa para o incremento da produção animal, devido ao seu alto potencial de produção de massa seca por unidade de área, adaptabilidade, qualidade de forragem, facilidade de estabelecimento e aceitabilidade pelos animais (MARTINS E NAKAGAWA, 2010). Deminicis et al. (2009) cita que a semente tem como papel biológico a conservação e a propagação da espécie, devendo germinar quando as condições são adequadas para a crescimento inicial da plântula. Para o estabelecimento da cultura, a propagação por semente vem se mostrando como a mais fácil, de menor custo financeiro e a mais rápida de ser realizada. No entanto é observado que na espécie P. 1 Estudantes do Curso de Agronomia, UFCA, Crato, Ceará e-mail:eu_kleyton@yahoo.com.br; toinhaalmeida2010@hotmail.com; janinny-duarte@bol.com.br; jullyannaps@hotmail.com; luiz.sousasilva@yahoo.com.br 2 Professor Adjunto do Curso de Agronomia, UFCA, Crato, Ceará e-mail: alvarez-pizarro@cariri.ufc.br 1

maximum, há uma germinação desuniforme e lenta, sendo isto devido ao estado de dormência das sementes. A dormência é de ocorrência comum na maioria das gramíneas forrageiras tropicais, podendo afetar a qualidades fisiológicas das sementes, na emergência das plântulas no campo e o estabelecimento da área de forragem (COSTA et al., 2011). É importante ressaltar que a porcentagem de germinação como medida de qualidade da semente é um pré-requisito importante na implantação das culturas, uma vez que determina a maior ou menor rapidez no estabelecimento do stand inicial, se as condições ambientais forem favoráveis (GARCIA et al., 1998 ). A dormência pode ser definida como um fenômeno pelo qual sementes de uma determinada espécie, mesmo estando viáveis e tendo as condições ambientais favoráveis (luz, temperatura e oxigênio), não germinam (JUNIOR et al., 2011 ). Para superar a dormência as sementes precisam passar por algum tipo de processo que minimize os efeitos do fator responsável por esse estado. Os processos de quebra de dormência podem ser do tipo físico, mecânico ou químico. Um dos métodos de quebra de dormência em P. maximum, indicado pelas Regras para Análise de Sementes (RAS) (Brasil, 1992), é através do uso de nitrato de potássio (KNO 3 ) a 0,2% durante a embebição das sementes. Assim, objetivou-se, no presente trabalho, verificar a eficácia do processo de quebra de dormência utilizando KNO 3 na germinação de sementes de diferentes cultivares de Panicum maximum. MATERIAIS E MÉTODOS O Experimento foi conduzido no laboratório de Biologia da Universidade Federal do Cariri (UFCA) com sede na cidade de Crato-Ceará, no mês de julho do ano 2013. No experimento, utilizaram-se as seguintes variedades: Araúna, Massai, Mombaça e Tanzânia, todas doadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA Semiárido) localizada em Petrolina - Pernambuco. A fim de se obter sementes puras, os lotes recebidos passaram por processo de homogeneização e foram submetidos à limpeza em peneiras e separados manualmente de impurezas. Antes da semeadura as sementes foram desinfetadas em uma solução de hipoclorito de sódio comercial diluído 1:3 em água durante cinco minutos. Logo em seguida, as sementes foram enxaguadas com abundante água corrente. A semeadura foi realizada em recipientes de plástico, sendo as sementes colocadas entre camadas de papel toalha. O papel foi umedecido com 30 ml de água destilada (controle) ou com 30 ml de solução de KNO 3 a 0,2%. Em cada recipiente foram colocadas 50 sementes. Os recipientes foram fechados e pesados em balança analítica. A germinação foi avaliada diariamente, considerando-se sementes germinadas aquelas com comprimento de radícula equivalente a metade do tamanho da semente. Em ocasião da análise, a água perdida por evaporação foi reposta. Considerou-se o ponto final do teste quando a taxa de germinação se estabilizou, cerca de 8 dias após a semeadura. Foi analisado o índice de velocidade de germinação (IVG) como estabelecido por Popinigis (1985) pela formula: IVG = E1+ E2+...+En N1+N2+...+Nn Onde: IVG= Índice de Velocidade de germinação; 2

E1, E2,..., En = nº de plântulas emergidas computadas na primeira, segunda,..., última contagem; N1, N2,...,Nn = nº de dias da semeadura à primeira, segunda,..., última contagem. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os gráficos a seguir mostram as taxas de germinação em porcentagem pelo tempo decorrido em dias após a semeadura das cultivares de P. maximum utilizadas no experimento, comparando os tratamentos com água (cor azul) e KNO 3 (cor vermelha) dentre as espécies. Figura 01- Porcentagem de Germinação (%) x Tempo (dias). A- Variedade Araúna. B- Variedade Massai. C-Variedade Mombaça. D- Variedade Tanzânia. A cultivar Mombaça apresentou maior porcentagem de germinação que as demais cultivares em ambos os tratamentos, sendo que quando submetido ao KNO 3 (0,2%) o rendimento foi maior. A menor porcentagem de germinação foi registrada para a cultivar Massai umedecida com o sal, demonstrando efeito contrario ao esperado, já que a tendência é aumentar a porcentagem e diminuir o tempo de germinação. Foi observado na variedade Araúna assim como na Massai que não houve taxas de germinação superiores, quando tratada com a solução em comparação com as embebidas em água. Observaram-se respostas diferentes entre as cultivares em relação ao IVG, sendo que a cultivar Mombaça se destacou em ambos os tratamentos como mostra o gráfico abaixo: 3

Figura 02- Índice de Velocidade de germinação das 4 cultivares. A solução de KNO 3 agiu de diferentes maneiras no índice de velocidade de germinação, tendo efeito benéfico nas cultivares Mombaça e Tanzânia e exercendo efeito negativo sobre as cultivares Araúna e Massai. CONCLUSÕES Sementes de diferentes cultivares de P. maximum têm diferentes respostas germinativas em presença de KNO 3. A cultivar Mombaça apresentou melhor desempenho com KNO 3 a 0,2%, quando comparada com as demais cultivares da espécie. As cultivares araúna e massai tiveram seus índices germinativos afetados em presença deste sal. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem o apoio econômico da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP). REFERÊNCIAS COSTA, C. J.; ARAÚJO, R. B.; BÔAS, H. D. C. V.; Tratamentos para a superação de dormência em sementes de brachiaria humidicola (rendle) schweick. Pesquisa Agropecuária Tropical, Goiânia, v. 41, n. 4, p. 519-524, out./dez. 2011. DEMINICIS, B.B.; VIEIRA, H.D.; ARAÚJO, S.A.C.; JARDIM, J.G. ; PÁDUA, F.T.; CHAMBELA NETO, A. Dispersão natural de sementes: importância, classificação e sua dinâmica nas pastagens tropicais. Arch. Zootec. 58 (R): 35-58. 2009. FREIXIAL, R. M. C.; BARROS, J. F. C. Forragens.Universidade de Érvora. Évora 2012. 4

GARCIA, R.; PEREIRA, O. G.; ALTUVE, S. M.; ALVARENGA, E. M. Efeito do potencial hídrico na germinação de sementes de três gramíneas forrageiras tropicais. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 27, n.1, p.9-15, 1998. JUNIOR, R. A.; CARDOSO R. D.; SANTOS, N. S. S.; SANTOS, S. R. G.; KOZUSNY- ANDREANI D. I. Superação da dormência de sementes de três essências florestais. Rev. Inst. Flor. v. 23 n. 2 p. 255-264 dez. 2011. POPINIGIS, F. Fisilogia da semente. Brasília: ABRATES, 1985. 298p. TOMAZ, C. A.; MARTINS, C. C.; CARVALHO, L. R.; NAKAGAWA, J. Duração do teste de germinação do capim-tanzânia. Revista Brasileira de Sementes, v. 32, nº 4 p. 080-087, 2010. 5