Estruturas de Mercado. Concorrência Perfeita Monopólio Monopsônio Oligopólio Concorrência Monopolística

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Transcrição:

Estruturas de Mercado Concorrência Perfeita Monopólio Monopsônio Oligopólio Concorrência Monopolística

Introdução Os mercados estão estruturados de maneira diferenciada em função de quatro fatores principais: O número de firmas produtoras atuando no mercado; A homogeneidade ou diferenciação dos produtos da firma. Se existe ou não barreiras ao acesso de novas empresas nesse mercado. Metodologia de controle dos preços. Portanto, serão analisadas as diversas estruturas de mercado existentes.

Introdução As estruturas de mercado a serem estudadas são: Concorrência Perfeita; Monopólio; Monopsônio; Oligopólio; Concorrência Monopolística. Quais são as principais diferenças entre elas? Alguém é capaz de citar exemplos em cada um dos quatro?

1. Concorrência Perfeita É um tipo de estrutura de mercado em que há um grande número de vendedores (empresas) e de compradores (clientes). O volume de empresas é tão grande que quando uma organização é olhada isoladamente, ela não gera qualquer influência em relação à oferta e preço no mercado onde atua. Atualmente, não existe mercado tipicamente de concorrência perfeita, pois as condições requeridas são muito rigorosas.

1. Concorrência Perfeita Pode-se dizer que o mercado da concorrência perfeita é o sonho ideal de todo economista liberal. Portanto, as firmas produtoras, juntamente com os indivíduos consumidores são os responsáveis por determinar no ambiente do mercado a quantidade e o preço a serem seguidos por todas as firmas do setor econômico, em um fluxo natural de oferta e procura em meio à relação entre os participantes

1.1. Concorrência Perfeita - Características Número de compradores e vendedores muito grande: Nenhum deles tem expressão suficiente para modificar a situação de equilíbrio prevalecente; Os produtos transacionais são homogêneos: Supõe-se que os produtos se Substituam tão perfeitamente que nenhum deles pode ser diferenciado; O mercado é totalmente permeável: Não há barreiras de entrada ou saída por novas empresas;

1.1. Concorrência Perfeita - Características Não há quaisquer formas de coalizações entre produtores ou compradores: Todos atuam de forma independente. O preço é estabelecido pelo próprio mercado, resultando de transações transparentes e voluntárias: Todos os participantes têm pleno conhecimento das condições gerais em que opera o mercado, e assim se submetem ao preço definido pelo mercado.

1.1. Concorrência Perfeita - Características Não existem lucros econômicos ou lucros extraordinários a longo prazo: Quando a receita total se iguala ao custo total, o lucro extraordinário (econômico) é zero, embora existam lucros normais, pois nos custos totais, estão incluídos os custos implícitos (que não envolvem desembolso) e os explícitos.

1.2. Concorrência Perfeita - Exemplos Produtos agrícolas: Geralmente apontados como o mais próximo do modelo perfeitamente competitivo. O mercado dos produtos hortifrutigranjeiros é o que mais e aproxima a esse tipo de mercado. O sal de cozinha: Nenhum produtor de sal consegue obter lucro econômico, ou seja, acima de uma determinada média, pois a produção, em geral, já é extremamente eficiente, evitando desperdícios. Se algum concorrente elevar muito os preços, existirão marcas substitutas que permitirão ao consumidor continuar comprando sem alteração em seu orçamento pessoal.

1.2. Equilíbrio da firma e a Concorrência Perfeita A partir do preço de equilíbrio, determinado pelo mercado, cada empresa individual produzirá a quantidade que indica a sua curva de oferta: Ela será condicionada pelos custos de produção. Nessa estrutura de mercado temos uma demanda perfeitamente elástica, devido aos seguintes fatores: Ao preço P*, qualquer quantidade produzida pela empresa será absorvida pelo mercado; Não há possibilidade de praticar preços superiores a P*; Não há razão para se operar abaixo desse nível;

1.3. Equilíbrio da firma e a Concorrência Perfeita Se a firma ofertar o produto a um preço abaixo do preço dos concorrentes: A firma venderá toda a sua produção e não afetará o preço de equilíbrio de mercado. Se ofertar o seu produto acima do preço de mercado: Nada venderá.

1.3. Equilíbrio da firma e a Concorrência Perfeita A curva de demanda do produto de uma firma: É uma reta horizontal paralela ao eixo das abscissas (demanda perfeitamente elástica) Nesse contexto, como eu posso representar as curvas de demanda e oferta do ponto de vista de equilíbrio da firma em um estrutura de Concorrência Perfeita?

1.3. Equilíbrio da firma e a Concorrência Perfeita

2. Monopólio É uma estrutura de mercado composta por apenas um único vendedor e muitos compradores, e o produto oferecido não possui substitutos próximos. Pode-se dizer que o monopolista é o mercado, e controla totalmente a quantidade de produtos que será colocada a venda. Nesse mercado os produtores monopolistas podem colocar um preço acima do preço de equilíbrio de mercado, mas não um preço qualquer. Porque?

2. Monopólio O preço não pode ser qualquer pois o monopolista tem que tomar uma decisão estratégica para maximizar seus lucros. Para poder maximizar seus lucros o monopolista precisa saber bem quais são seus custos e as características de demanda do mercado. Ex.: Uma editora que tem direitos autorais de edição de um livro no Brasil e decide vendê-lo a R$300,00. Porque não vender mais barato ou mais caro?

2.1 Poder de Monopólio Três fatores definem o grau de poder de Monopólio: 1. A elasticidade da demanda de mercado: Como a demanda da própria empresa será pelo menos tão elástica quanto a demanda de mercado, a elasticidade da demanda do mercado limita o potencial de poder de monopólio, ou seja, quanto menor a elasticidade da demanda, maior será o poder de monopólio. 2. Número de empresas atuando: Quanto mais empresas entrarem no mercado menor será o poder de monopólio. 3. A interação entre as empresas: Quanto mais agressiva for a competição entre as empresas com poder de monopólio, menor será o poder de monopólio.

2.2. Monopólio - Características Há uma única empresa produtora do bem ou serviço; Não há produtos substitutos próximos; Existem barreiras à entrada de firmas concorrentes, que podem ocorrer de várias formas: Monopólio puro ou natural; Patentes; Controle de matérias-primas chaves; Monopólio estatal ou institucional.

2.2.1. Monopólio puro ou natural Devido à alta escala de produção requerida, exige-se um elevado montante de investimento; A empresa monopolística já está estabelecida em grandes dimensões e tem condições de operar com baixos custos; Torna-se muito difícil alguma empresa conseguir oferecer a um preço equivalente à firma monopolista. Ex.: Empresas distribuição de água.

2.2.2. Patentes Enquanto a patente não cai em domínio público, a empresa é a única que detém a tecnologia apropriada para produzir aquele determinado bem. Ex. 1: Quando a Microsoft projetou a primeira versão do Windows, ela recebeu do governo um copyright, que dá a Microsoft o direito exclusivo (monopólio) de produzir e vender cópias do sistema operacional. Ex. 2: Remédios somente podem ser vendidos como genéricos a partir do momento em que a patente é quebrada.

2.2.3. Controle de matérias-primas chaves Quando uma única empresa, ou poucas, detém o poder de exploração de alguma matéria-prima presente na natureza, que na maioria das vezes é um bem escasso (ouro, minério). Quando determinado produto somente pode ser encontrado/produzido em ambientes favoráveis, condicionados a fatores como clima e tecnologia específica. Ex.: controle das minas de bauxita pelas empresas produtoras de alumínio.

2.2.4. Monopólio estatal ou institucional Muitas legislações proíbem a existência de monopólio; Exclui-se apenas os segmentos de mercado onde, para o perfeito funcionamento deveria existir apenas uma empresa: São considerados estratégicos ou de segurança nacional (energia, extração de petróleo). Observa-se atualmente, que há uma movimentação para que estes segmentos sejam privatizados. Ex.: Transporte ferroviário de pessoas.

2.3. Equilíbrio da firma e o Monopólio No mercado monopolista: Preço de venda é maior que o preço de mercado em concorrência perfeita; O nível de produção é inferior. Os consumidores sairão perdendo: Terão de pagar um preço superior para obter o produto, que será oferecido em quantidade inferior. Como existem barreiras à entrada de novas empresas: Os lucros extraordinários devem persistir também a longo prazo.

2.3. Equilíbrio da firma e o Monopólio A demanda nesse mercado é geralmente inelástica: Até certo ponto, aumentos de preços implicam em aumentos de receita total. Mas, isso não significa que o monopolista possa aumentar os preços indefinidamente, pois, após certo ponto, a receita total diminuirá.

2.3. Equilíbrio da firma e o Monopólio

2.4. Monopólio X Competição Perfeita Curvas de demanda:

2.4. Monopólio X Competição Perfeita Para empresas competitivas: P = RMg = CMg Para empresas monopolistas: P > RMg = CMg

3. Monopsônio Ocorre quando há um único comprador e vários potenciais vendedores para um determinado produto ou serviço no mercado. A teoria microeconômica assume que a empresa monopsonista tem o poder de ditar as regras do jogo (preços, condições, etc.) aos seus fornecedores, da mesma maneira que um fornecedor monopolista controla o mercado de venda, em que existe apenas um vendedor para muitos compradores.

3. Monopsônio Em resumo, um comprador monopsonista é um ditador de preço, com controle quase completo de seus fornecedores. Se existir apenas um comprador, chamamos de monopsônio puro. O poder de monopsônio depende da elasticidade da oferta do mercado. Quanto maior for a elasticidade da oferta, maior será o poder de monopsônio do comprador.

3. Monopsônio Quando existirem diversos compradores atuando no mercado, o poder de monopsônio dependerá de quão agressivamente os compradores competem entre si pelo suprimento. Ex.: Se existem duas empresas de petróleo em uma determinada região, aquela de maior poder de monopsônio irá ter mais força para definir o preço que a mesma está disposta a pagar pelos suprimentos.

3.1 Monopsônio - Exemplo 1. Se considerarmos que a Petrobras é, há anos, a única empresa que investe na construção de refinarias no país, não há como deixar de concluir que ela exercia, sim, um poder monopsonial no mercado, não só referente à execução de obras, mas também de partes, peças e projetos para refinarias. 2. Uma região na qual existe vários produtores de leite e porém uma única usina onde este leite pode ser pasteurizado. A usina será única opção de venda para os produtores, de modo que ela terá condições de impor preços para a compra do leite.

4. Oligopólio É uma forma de mercado onde existem poucos vendedores, diante de um grande número de compradores. Os vendedores exercem grande controle sobre os preços dos produtos; É a estrutura de mercado que mais se observa na atualidade.

4. Oligopólio Pode caracterizar-se como: Um mercado em que há um pequeno número de empresas, como a indústria automobilística. Um grande número de empresas, mas poucas dominam o mercado, como a indústria de bebidas. O setor produtivo brasileiro é altamente oligopolizado, sendo possível encontrar inúmeros exemplos: montadoras de veículos, setor de cosméticos, a indústria de papel, indústria de bebidas, indústria química, indústria farmacêutica e etc.

4.1. Oligopólio - Características Pequeno número de produtores: Geralmente de grande porte, que dominam parcelas substantivas do mercado; Altos coeficientes de concentração: São raros os setores onde as cinco maiores empresas não detenham mais que 70% das receitas;

4.1. Oligopólio - Características Produto Homogêneo ou Diferenciado: O oligopólio pode ser puro ou diferenciado. Ele será considerado puro caso os concorrentes ofereçam um produto homogêneo (substitutos perfeitos). Ex.: Indústria de cimento, de alumínio, cobre, aço, etc. Caso os produtos não sejam homogêneos, o oligopólio será considerado diferenciado. Ex.: Indústria automobilística e de cigarros, cujos produtos, embora semelhantes, não são idênticos.

4.1. Oligopólio - Características Existência de dificuldades para entrar na indústria: Existem barreiras que favorecem o surgimento do oligopólio, dificultando a entrada de novas firmas na indústria. Ex.: Existência de patentes e outras barreiras legais. Interdependência mútua: As empresas determinam seus preços com base nas estimativas de suas funções de demanda; Levam em consideração a reação de seus rivais, com uma elevada dose de incerteza.

4.2. Equilíbrio da firma e o Oligopólio A determinação de preços leva em conta as seguintes possibilidades: Adivinhar as ações dos rivais; Competir somente na base da publicidade; Formar um cartel, isto é, em vez de competir, cooperar e repartir o mercado. Cartel: É um acordo ilegal entre empresas visando a fixação de preços e eventualmente, fatias de mercado, anulando assim a evolução dos preços pela lei da oferta e procura.

4.2. Equilíbrio da firma e o Oligopólio Esses acordos, porém, tendem a ser instáveis: Cada membro do cartel tem incentivos para abaixar os preços e vender mais do que sua quota. O atrito entre os interesses coletivos do cartel e os individuais de seus integrantes frequentemente acaba em guerra de preços : Cada empresa procura aumentar sua participação no mercado. Caminha para um mercado em concorrência perfeita. Ex.: Mercado de venda de eletrodomésticos.

4.2. Equilíbrio da firma e o Oligopólio Outros tipos de coalizões relacionadas ao Oligopólio: Trustes: São associações de empresas a partir da fusão de várias empresas que já controlavam a maior parte do mercado, ou seja, são formados quando proprietários de empresas concorrentes se tornam sócios de uma única grande empresa. Dessa forma diminui-se a concorrência e a possibilidade de o consumidor encontrar produtos com menores preços.

4.2. Equilíbrio da firma e o Oligopólio Outros tipos de coalizões relacionadas ao Oligopólio: Holding: A partir do momento que grandes empresários, no lugar de montar suas próprias indústrias, passam a comprar ações de empresas de um mesmo ramo de negócio, surgem as holdings. Os empresários começam a controlar ações de duas ou três empresas concorrentes, que produzem um mesmo produto. Portanto, se um mesmo empresário é o proprietário de três empresas que produzem copos descartáveis, a concorrência não existe, configurando-se como uma farsa. Ex.: Licitações em empresas públicas (Petrobrás).

4.2. Equilíbrio da firma e o Oligopólio Ex.: 10 corporações controlam quase tudo que consumimos:

4.2.1 Modelos em um mercado Oligopolístico Atualmente não existe uma teoria geral do oligopólio, sendo que tudo que temos são casos ou modelos específicos. Dois dos modelos mais estudados: Modelo de Cournot; Modelo Stackelberg.

4.2.1 Modelos em um mercado Modelo de Cournot: Oligopolístico Empresas tomam decisões simultaneamente com relação a quantidade produzida, sendo que cada uma assume como fixa a produção da concorrente. Não há estimulo para produção ser maior ou menor, pois o lucro já é maior do se operassem no mercado competitivo.

4.2.1 Modelos em um mercado Modelo de Stackelberg: Oligopolístico Em vez de decidirem simultaneamente, as empresas decidem uma após a outra. Existe uma empresa que é líder, que decide em primeiro lugar, e uma empresa seguidora que toma a sua decisão, tendo como um dado a decisão da primeira.

5. Concorrência Monopolística Situa-se a meio termo entre as hipóteses referenciais da concorrência perfeita e do monopólio puro. Corresponde a um grande número de situações efetivamente encontradas na realidade dos mercados. Em um mercado com essas características pode ter uma maior aproximação da concorrência perfeita ou do monopólio puro.

5.1. Concorrência Monopolística - Características Elevado número de concorrentes, que dominam pequenas fatias de mercado: Televisão; Móveis; Computadores; Celulares; Empresas de papel higiénico; Empresas de pastas de dentes.

5.1. Concorrência Monopolística - Características Produtos diferenciados (monopólio), mas que são substitutos próximos: Diferenciação real: Buscam-se diferenças reais nas características do produto. Costuma-se estabelecer, por exemplo, diferenças a respeito do aspecto de composição química, serviços oferecidos por vendedores, etc. Diferenciação ilegítima: as diferenças são artificiais, tais como marca, embalagem e design. Em outros casos, pode não haver nenhuma diferença, mas o consumidor pode ser levado a pensar que elas existem, normalmente como resultado de campanhas promocionais que, de maneira artificial, apontam características diferenciadoras entre os produtos.

5.1. Concorrência Monopolística - Características Existência de Livre Entrada e Saída de Firmas: Da mesma forma que no mercado de concorrência perfeita, não existem barreiras legais ou de qualquer outro tipo que impeçam a livre entrada e saída de firmas no mercado. Ex. 1: Restaurantes e bares; Ex. 2: Lojas de sapatos e roupas.

5.2. Concorrência Monopolística - Exemplo Produção e comercialização de batata frita (industrial): Sabor a queijo, natural, tipos de embalagem, com brindes, formato ondulado, liso, entre outros. Os produtos podem ser iguais, mas cada empresa vai tentar diferenciar seus artigos. Tênis de corrida: Pode ter molas, ser ortopédico, mais macio, reduzir o impacto, com gel ou sem gel.

5.3. Equilíbrio da firma e a Concorrência Monopolística A curva da demanda pelos produtos da empresa possui conformação a meio caminho da concorrência perfeita e do monopólio. A diferenciação do produto define um mercado mais cativo monopólio; Elevado número de substitutos torna a procura, em seu todo, mais elástica concorrência perfeita. A curva pode ser deslocada para mais e para menos pela atuação das empresas no mercado.

5.3. Equilíbrio da firma e a Concorrência Monopolística

6. Quadro resumo Características Número de vendedores Número de compradores Interdependência entre as empresas Acesso ao mercado Concorrência Perfeita Monopólio Monopsônio Oligopólio Concorrência Monopolística Grande Um único Grande Pequeno Potencialmente grande Grande Grande Um único Grande Grande Uma empresa não tem influência com relação às demais Acesso livre Não existe Quase impossível entrar uma nova empresa As empresas são condicionadas atender as exigências dos compradores Acesso livre, mas restrito ao preço que o comprador está disposto a pagar As políticas de uma empresa interferem nas ações das outras Acesso difícil, mas não impossível Cada empresa não leva em conta a reação das demais quando determina o preço Livre acesso

6. Quadro resumo Características Homogeneidade do produto Controle de preços pelo ofertante Exemplos Concorrência Perfeita Perfeita Nenhum, caso ideal Mercado atacadista agrícola Monopólio Monopsônio Oligopólio Concorrência Monopolística Produto único Total Disponibilid ade de água (monopólio natural) Produto único Baseado no que o comprador está disposto a pagar Produção de leite em próximo a cidades pequenas ou vilarejos Não homogêneos Certo controle, mas no longo prazo espaço para concorrência Bancos, empresas de transporte aéreo, petrolíferas Não homogêneos Certo controle se mais próximo de um monopólio, menos e mais próximo de uma concorrência perfeita Calça jeans, refrigerantes, bares, restaurantes

Referências principais Slides de aulas sobre Gestão de Projetos da prof. Ingrid Machado, do DEENP UFOP (2014/2). Pindyck,R. S.; Rubinfeld, D. L. Microeconomia. 7 ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010. http://www.geocities.ws/prof_dirceu/economia_estrut_mercado.htm