Corte Fácil: equipamento para medir e cortar raízes para processamento de minicenouras. João Bosco Carvalho da Silva 1 ; João Mendonça Naime 2 ; Jairo Vidal Vieira 1. 1- Embrapa Hortaliças C. postal 218 CEP 70359-970 Brasília-DF www.cnph.embrapa.br; 2- Embrapa Instrumentação Agropecuária. www.cnptia.embrapa.br RESUMO A tecnologia de processamento de mini cenouras foi desenvolvida na Embrapa Hortaliças no ano de 2001. O processo consiste em tornear pedaços de raiz de cenoura tornando-os arredondados, visualmente mais atrativos e prontos para serem consumidos, agregando valor à categoria de raízes finas que freqüentemente são descartadas. A etapa mais trabalhosa e que estrangula o processo tem sido a preparação da matéria prima, quando as raízes de cenoura são cortadas e separadas por diâmetro, para posteriormente serem processadas na torneadora. Atualmente o trabalho é realizado manualmente, utilizandose apenas uma faca e um gabarito para medição dos pedaços de cenoura. Nesta etapa, um operário consegue cortar cerca de seis caixas de cenoura por dia. Para aumentar o rendimento do trabalho e melhorar a padronização do produto, foi desenvolvido um equipamento que facilita a medição e a realização dos cortes. Neste equipamento, as raízes são colocadas sobre uma estrutura que se movimenta sobre dois eixos horizontais e contém uma guilhotina com lâmina fina. A medição do diâmetro e do comprimento é feita por duas barras inclinadas. O operário movimenta a estrutura até o ponto correspondente à medida desejada e aciona manualmente a guilhotina. Os pedaços de raiz passam por uma fenda e caem em uma caixa colocada embaixo da máquina. Em seguida, o operário reposiciona o restante da raiz para realizar novos cortes. Avaliação realizada com quatro operários resultou na estimativa de aumento do rendimento de corte de sete para dez caixas por operário por dia. Palavras-chave: Daucus carota, minicenoura, cenourete, catetinho, processamento mínimo.
ABSTRACT Corte Fácil: Equipment for measure and cut roots for nimi-carrot processing. A new technology for mini-carrots processing was developed by Embrapa Hortaliças on year 2001. The process consist in remove angular parts of carrots pieces becoming them rounded, visually attractive and ready to use, adding value to thin roots that is frequently discharged. The most hard phase that difficult the process has being the raw material preparation, when the roots are cut and grated by diameter for later processing in a burnisher. Nowadays this work is handily done employing only a knife and a measure pattern to cut pieces of carrot. In this case a worker cut about six crates a day. Intending to improve yield and have better pattern of mini-carrots, it was developed a equipment that becomes easier the measurement and cut procedure. The roots are put in a mobile structure that runs over two horizontal shafts and has a guillotine whit a sharp blade. The measurement of length and diameter are done by two inclined bars. The worker moves the structure just at the point correspondent to the diameter measure and act handily the guillotine. The pieces run across a space and fall into a box under the machine. After that, the worker replace the remain to cut a new piece. Evaluation was done with four worker and estimate the incremental yield of seven to tem crates a day. Keywords: Daucus carota, mini-carrot, baby carrot, minimally processing. INTRODUÇÃO A minicenoura é um produto saudável, visualmente atrativo e pronto para ser consumido. O processo de produção exige relativamente pouco investimento, e tem sido adotado por diversas agroindústrias de base familiar, tendo como resultado a substituição total da importação das baby carrots e a redução do custo ao consumidor em cerca de 30%. O preço, entretanto ainda é muito alto, comparando-se o custo da matéria prima e o preço do produto processado. Por isso foi necessário buscar alternativas tecnológicas para redução dos custos com aumento da capacidade de processamento. O processamento consiste na remoção das superfícies angulares de pedaços de raiz de cenoura cortados em tamanho padronizado. Utilizando-se um equipamento denominado de torneadora, os pedaços são submetidos à abrasão, tornando-se arredondados. (Silva et al., 2001; Lana et al., 2001; Embrapa Hortaliças, 2002).
A etapa mais trabalhosa e que estrangula o processo tem sido a preparação da matéria prima, quando as raízes de cenoura são cortadas e separadas por diâmetro e comprimento, para posteriormente serem processadas na torneadora. Atualmente o trabalho é realizado manualmente, utilizando-se apenas uma faca e um gabarito para medição do diâmetro e do comprimento dos pedaços de cenoura. Nesta etapa, um operário consegue cortar cerca de seis caixas de cenoura por dia. MATERIAL E MÉTODOS Para aumentar o rendimento do trabalho, foi desenvolvido um equipamento que facilita a medição e a realização dos cortes. Neste equipamento, as raízes são colocadas sobre uma estrutura que se movimenta sobre dois eixos horizontais e contém uma guilhotina com lâmina fina. O operário movimenta a estrutura até o ponto correspondente à medida desejada e aciona manualmente a guilhotina. Os pedaços de raiz passam por uma fenda e caem em uma caixa colocada embaixo da máquina. Em seguida, o operário posiciona a raiz para novo corte. A medição do comprimento dos pedaços de raiz é obtida com a distância entre a lâmina de corte e a barra limitadora do comprimento. Parte da lateral dessa barra é fixada a seis centímetros da lâmina, para cortar pedaços que após o processamento são denominados de cenourete. Outra parte da barra limitadora do comprimento tem a lateral inclinada, para medir comprimentos variáveis de acordo com o diâmetro, que é medido por outra barra inclinada, instalada ao lado da lâmina. Dessa forma, quando o operário encosta a raiz simultaneamente na barra de diâmetro e na barra de comprimento, realiza o corte de pedaços que possuem o diâmetro igual ao comprimento, produzindo então a matéria prima para o produto denominado de catetinho, que tem o formato esférico. Ao acionar a lâmina, no final do curso da guilhotina aciona-se automaticamente um circuito elétrico de duas solenóides que afastam a barra medidora do comprimento, permitindo que o pedaço cortado caia na caixa colocada embaixo do equipamento. Em resumo, o equipamento é um gabarito que permite cortar pedaços de raiz de cenoura para serem processados como cenourete e como catetinho.
Para avaliar o equipamento, quatro operários realizaram trabalho cronometrado, cortando quatro porções de dez quilogramas de cenoura. O parâmetro utilizando foi o número de pedaços, tendo como comparativo o uso do corte fácil e o uso do gabarito de corte manual. RESULTADOS E DISCUSSÃO Avaliação realizada com quatro operários resultou na estimativa de aumento do rendimento de corte de sete para dez caixas por operário por dia, em relação ao processo atual de corte manual com utilização do gabarito de madeira. O rendimento do trabalho dependeu muito da habilidade do operário, pois cada cenoura tem que ser manuseada e posicionada para realizar cada corte. LITERATURA CITADA EMBRAPA HORTALIÇAS (Brasília,DF). Minicenouras: cenourete e catetinho. Brasília, DF: Embrapa Hortaliças: Embrapa Informação Tenológica, 2002. Equipe Técnica: Dejoel de Barros Lima, Jairo Vidal Vieira, João Bosco Carvalho da Silva, Milza Moreira Lana, vídeo 18 min. LANA, M. M.; VIEIRA, J. V.; SILVA, J. B. C.; LIMA, D. B. L. Cenourete e Catetinho: minicenouras brasileiras. Horticultura Brasileira, Brasília, DF, v.19, n.3, p. 376-379, nov. 2001. Tipo: AP (635.05) SILVA, J. B. C. da; VIEIRA, J. V.; LIMA, M. M.; LIMA, D. de B. Produção de cenourete e catetinho. Brasília, DF: Embrapa Hortaliças, 2001. 12 p. (Embrapa Hortaliças. Circular Técnica, 28). AGRADECIMENTOS Os autores agradecem a colaboração de Eremita dos Santos Campos, Marisete Nunues Martins, Beatriz Moreira da Silva e Marcelo Nicolau Pinto, que realizaram a avaliação do equipamento.
Figura 1. Corte Fácil: equipamento para medir e cortar raízes para processamento de minicenouras. Brasília, Embrapa Hortaliças, 2004. Figura 2 Corte Fácil: equipamento para medir e cortar raízes para processamento de minicenouras - vista superior. Brasília, Embrapa Hortaliças, 2004