TÍTULO: AVALIAÇÃO DA INCONTINÊNCIA FECAL E/OU ANAL EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS

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Transcrição:

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA INCONTINÊNCIA FECAL E/OU ANAL EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: FISIOTERAPIA INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA AUTOR(ES): MICHELE MITCHIE TOYODA ORIENTADOR(ES): ALESSANDRA FERNANDES LOUREIRO COLABORADOR(ES): SHEILA DE MELO BORGES

AVALIAÇÃO DA INCONTINÊNCIA FECAL E/OU ANAL EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS RESUMO: Objetivo: Avaliar a presença da incontinência fecal (IF) e/ou incontinência anal (IA) nos idosos institucionalizados, assim como, traçar o perfil dos idosos com IF e/ou IA e correlacionar as variáveis dos dados sociodemográficos e condições de saúde com o Índice de IF e/ou IA. Métodos: Foram avaliados 34 idosos institucionalizados por meio de uma ficha de dados sociodemográficos e condições de saúde, rastreio cognitivo pelo Mini Exame do Estado Mental e o Índice de IF e/ou IA pelo Cleveland Clinic Florida (CCFSS). Resultados: Foi possível observar que 34 (100%) idosos relataram que nunca eliminaram de forma involuntária fezes sólidas, líquidas ou gases, entretanto 11 (32,4%) idosos relataram uso de protetor de roupa e modificação no estilo de vida avaliados por meio do CCFSS. O CCFSS apresentou correlação com idade (r=0,356; p=0,039), com acidente vascular encefálico - AVE (r=0,511; p=0,002), com a mobilidade (r=0,517; p=0,002); com a incontinência urinária (r=0,506; p=0,002), uso de fralda (r=0,990; p<0,001) e por fim, estilo de vida (r= 0,743; p<0,001). Conclusão: Não houve relato de IF e/ou IA nos idosos institucionalizados avaliados neste estudo, mas foi possível observar que estes idosos com melhor pontuação no CCFSS são mais jovens, não apresentam AVE, bem como são mais independentes para mobilidade, apresentam menor alteração no estilo de vida, utilizam menos protetores de veste e consequentemente também não apresentam incontinência urinária, demonstrando haver controle esfincteriano positivo. Palavras-chaves: idosos; incontinência fecal; instituição de longa permanência para idosos. 1. INTRODUÇÃO A Incontinência fecal (IF) é definida como perda involuntária de fezes em local e tempo socialmente inadequados 1,2. Já o termo incontinência anal (IA) é utilizada para englobar tanto a perda involuntária de material fecal quanto de gases 2,3. 1

A IF não aumenta significativamente a mortalidade, mas acarreta consequências físicas, incluindo lesões de pele, infecções urinárias, alterações nutricionais e inatividade física 2. Além disso, representa significativos custos econômicos referentes ao uso de protetores de vestes, diagnóstico, cuidados especializados, reabilitação e medicamentos 2. Promove também mudanças psicossociais, relacionadas à perda de independência, isolamento social e impacto emocional. Todas essas consequências podem afetar a vida diária, a saúde geral e a qualidade de vida de pacientes incontinentes. Entre os idosos, a incontinência é apontada como a segunda causa mais comum de institucionalização 2. Dentro da equipe multidisciplinar faz-se necessária a presença do fisioterapeuta que além de detectar de forma precoce, através de índices de IF e/ou IA, tem o papel de tratar e prevenir estas disfunções dispondo de técnicas específicas como o biofeedback para a reeducação dos músculos do assoalho pélvico, melhorar a consciência da contração anal e melhorar a sensibilidade da ampola retal. Estudos como estes são relevantes, uma vez que os idosos subestimam os sintomas da IF devido à percepção de que este seria resultado do processo de envelhecimento e, além do mais, a prevalência da IF tem aumentado na população idosa. 2. OBJETIVOS Objetivo Geral: Avaliar a presença de IF e/ou IA nos idosos institucionalizados. Objetivos Específicos: Correlacionar as variáveis dos dados sociodemográficos e condições de saúde com o Índice de IF e/ou IA. 3. MÉTODOLOGIA: Tipo de estudo Trata-se de um estudo analítico, observacional do tipo transversal. Casuística Foram avaliados 34 (n=34) idosos voluntários institucionalizados nos locais participantes da presente pesquisa e que seguem os critérios de inclusão e exclusão. 2

Critérios de inclusão: Idosos com idade igual ou superior a 60 anos pertencentes a ambos os gêneros (masculino e feminino); Idosos institucionalizados; Alfabetizados com no mínimo 4 anos de escolaridade formal; Estado cognitivo preservado, segundo nota de corte por escolaridade do Mini- Exame do Estado Mental (MEEM); Ter assinado voluntariamente o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Critérios de exclusão: Idosos com doenças psiquiátricas que possam causar possíveis erros no estudo como transtorno bipolar e esquizofrenia; Idosos com dificuldade de comunicação como surdez, idosos estrangeiros; Preenchimento incompleto dos questionários. 4. DESENVOLVIMENTO Esta pesquisa teve inicio após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Santa Cecília, sob o protocolo de número CAAE: 24382613.7.0000.5513, e seguiu os princípios éticos para pesquisa envolvendo seres humanos, conforme a Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Os idosos foram abordados individualmente dentro das instituições e convidados a participar da pesquisa após breve explanação sobre o assunto. A pesquisa foi realizada em 06 instituições de longa permanência para idosos na cidade de Santos, entre os meses de janeiro a março de 2014. Após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, os idosos foram avaliados por meio de um roteiro elaborado pelas autoras contendo os seguintes instrumentos: questionário sociodemográfico e condições de saúde, Mini-Exame do Estado mental para rastreio cognitivo e foi aplicado o Cleveland Clinic Florida Scoring System (CCFSS) para avaliar a IF e/ou IA, todos detalhados a seguir. 3

Instrumentos de pesquisa - Questionário sociodemográfico e condições de saúde: os dados incluídos foram: nome; gênero; idade; escolaridade; raça; estado civil; presença de comorbidades (hipertensão arterial, diabetes, incontinência urinária, depressão, acidente vascular encefálico, outros); início dos sintomas da incontinência fecal (ano); tempo de institucionalização; uso de algum tipo de laxante; uso de fralda geriátrica; medicamentos em uso; observações: se o idoso deambula ou é acamado, se usa cadeira de rodas ou andador/bengala. - Mini exame do estado Mental (MEEM): é um instrumento de rastreamento cognitivo que avalia orientação temporal, orientação espacial, registro de três palavras, atenção e cálculo, recordação das três palavras, linguagem e capacidade construtiva visual. Serão utilizadas as notas de corte propostas no estudo de Brucki et al. 4 segundo escolaridade, onde: 20 para analfabetos; 1-4 anos de escolaridade: 25; 5-8 anos: 26.5; 9-11 anos: 28; >11 anos: 29. - Cleveland Clinic Florida Scoring System (CCFSS): é um questionário descritivo, simples, traduzido para o português e utilizado em outros trabalhos no Brasil 3,5,6-8, devido à sua importância na avaliação da gravidade da IA com o sistema de perguntas e respostas objetivas, possivelmente com pequena interferência cultural, este instrumento foi selecionado. Apresenta pontuação de 0 a 20 e avalia o tipo (sólido, liquido, gás) e a frequência da incontinência, a necessidade de proteção das vestes e a alteração do estilo de vida. Neste índice, pontua-se cada item de 0 a 4. Os indivíduos continentes recebem pontuação zero enquanto a incontinência máxima é pontuada como vinte. Considera-se como incontinência leve os pacientes que apresentarem índices de 1 a 8 e moderada/grave aqueles que apresentarem índices de 9 a 20 5,8,9,10. Análise estatística Os dados coletados foram registrados no Programa SPSS 16.0 para realização de análise estatística específica. Os dados contínuos foram expressos como média e desvio padrão. Os dados nominais foram expressos por meio da frequência relativa e absoluta. O dado ordinal referente ao CCFSS foi expresso por meio da frequência relativa e absoluta para ordenar a classificação nas subanálises 4

deste questionário (sólidos, líquidos, gases, protetores de veste e alteração no estilo de vida); e mediana com valores do mínimo e máximo para representar a tendência central e dispersão do CCFSS. Para avaliar a correlação entre os resultados obtidos no teste CCFSS com dados sociodemográficos e condições de saúde foi utilizado o teste de coeficiente de correlação de Spearman. 5. RESULTADOS Foram avaliados 34 idosos, cuja média de idade dos participantes desta pesquisa foi de 80,1 anos, 18 (52,9%) do sexo feminino e 16 (47,1%) do sexo masculino, sendo que destes 19 (55,9%) eram viúvos e teve um predomínio da raça branca (91,2%), como ilustra a tabela 1. Em relação ao grau de escolaridade podese observar a média de estudo de 6,97 anos (Tabela 1), o que refletiu no escore de 27,3 na avaliação do MEEM (5-8 anos de estudo = 26,5) (Tabela 2) atingindo a pontuação deste exame. Tabela 1 - Dados sociodemográficos dos idosos avaliados (n=34) Variáveis Média DP FA FR (%) Idade 80,1 9,1 Escolaridade 6,9 3,1 Gênero Feminino 18 52,9 Masculino 16 47,1 Raça Branco 31 91,2 Negro 01 2,9 Pardo 01 2,9 Amarelo 01 2,9 Estado Civil Solteiro 09 26,5 Casado 02 5,9 Divorciado 04 11,8 Viúvo 19 55,9 Legenda: FA: Frequência Absoluta; FR: Frequência relativa; N: amostra; DP: Desvio padrão. 5

Já no quesito de comorbidades associadas ao quadro de envelhecimento, os participantes apresentaram em média de 2,6 doenças, com uso em média de 6,15 medicamentos de forma diária, com tempo de internação média na instituição de 32,1 meses (Tabela 2). Ainda no relato das comorbidades, as mais frequentes foram: hipertensão arterial (n=18; 52,9%), diabetes mellitus (n=13; 38,2%) e depressão (n=6; 17,6%) (Tabela 2). Ainda na tabela 2, é possível observar que na avaliação da incontinência urinária (IU), 73,5% (n=25) idosos relataram não ter a perda de urina. Além da avaliação da perda de urina, também foi questionado aos idosos sobre uso de fraldas geriátricas e uso de laxantes, e foi possível observar que 67,7% (n=23) dos idosos avaliados não usavam fraldas e 88,2% (n=30) não faziam uso de laxante; além disso, não houve relato de sintomas de incontinência anal nessa população (Tabela 2). Por fim, com relação à mobilidade, a maioria dos idosos 64,7% (n=22) deambulava sem necessidade de dispositivos auxiliares (Tabela 2). Tabela 2 Condições de saúde dos idosos avaliados (n=34) Variáveis Média DP FA FR (%) MEEM 27,3 1,9 Medicamentos 6,1 3,3 Total de Doenças 2,6 1,1 Institucionalizado 32,1 40,4 Comorbidades HAS 18 52,9 DM 13 38,2 Depressão 06 17,6 AVE 03 8,8 Parkinson 03 8,8 Mobilidade Deambula 22 64,7 Bengala 06 17,6 Andador 03 8,8 Cadeira de rodas 01 2,9 Acamado 02 5,9 Sintomas da IF 0 0 Continua 6

Tabela 2 Condições de saúde dos idosos avaliados (n=34) (continuação) Variáveis Média DP FA FR (%) IU Não 25 73,5 Sim 06 17,6 Enurese noturna 03 8,8 Uso da fralda geriátrica Não 23 67,7 Durante a noite 6 17,6 Dia todo 5 14,7 Uso de laxante Não 30 88,2 Sim 4 11,8 Legenda: N: amostra; DP: Desvio padrão; FA: Frequência Absoluta; FR: Frequência relativa; MEEM: Mini exame do estado mental; Institucionalizado: Tempo institucionalizado em meses; Sintomas da IF: Inicio dos sintomas da Incontinência fecal; HAS: Hipertensão Arterial; DM: Diabetes Mellitus; AVE: Acidente Vascular Encefálico; IU: Incontinência Urinária. A tabela 3 mostra a gravidade da incontinência fecal e/ou anal de acordo com o CCFSS, em relação ao tipo de incontinência fecal e frequência, 34 (100%) dos indivíduos relataram que nunca eliminaram de forma involuntária fezes sólidas, líquidas ou gases; 23 (67,6%) nunca usaram protetores de vestes e 29 (85,3%) relataram nunca apresentar alterações no estilo de vida. Tabela 3 Índice de incontinência fecal e/ou anal CCFSS (n=34) Nunca Raramente Às vezes Geralmente Sempre Sólidas 34 (100) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Líquidas 34 (100) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Gases 34 (100) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Protetores de roupa 23 (67,6) 0 (0) 0 (0) 5 (14,7) 6 (17,6) Estilo de vida 29 (85,3) 4 (11,8) 1 (2,9) 0 (0) 0 (0) Legenda: Valores apresentados em frequência absoluta (%: frequência relativa); CCFSS:Cleveland Clinic Florida Scoring System; Raramente: Até uma vez ao mês; Às vezes: Entre uma vez por semana e uma ou mais vezes ao mês; Geralmente: Entre uma vez ao dia e uma ou mais vezes por semana; Sempre: Mais de uma vez ao dia; Protetores de roupa: Uso de protetores de roupa; Estilo de vida: Alteração do estilo de vida. Na avaliação do índice de incontinência fecal e/ou anal CCFSS que gradua a incontinência em uma escala de 0 a 20 pontos, podemos observar na tabela 4 uma 7

mediana de zero, onde mais da metade dos idosos avaliados 23 (67,6%) não pontuou na avaliação, justamente por não relatarem perda de fezes e/ou gases (tabela 3), entretanto 11 (32,4%) idosos pontuaram, sendo que destes, seis (17,6%) idosos obtiveram três pontos, um (2,9%) idoso quatro pontos, três (8,8%) idosos cinco pontos e somente um (2,9%) idoso obteve seis pontos (pontuação máxima nessa escala). Estes dados estão relacionados com uso de protetor de veste e alteração no estilo de vida, apesar de 100% relatarem não apresentar perda de sólidos, líquidos e gazes, como descrito anteriormente, conforme exposto na tabela 3. Tabela 4 Pontuação Total no Índice de Incontinência anal CCFSS (n=34) Pontuação Mediana Min Max FA FR (%) CCFSS 0 0 6 0 ponto 23 67,6 1 ponto 0 0 2 pontos 0 0 3 pontos 06 17,6 4 pontos 01 2,9 5 pontos 03 8,8 6 pontos 01 2,9 Legenda: Min-Max: Mínima-Máxima; FA: Frequência Absoluta; FR: Frequência Relativa; CCFSS: Cleveland Clinic Florida Scoring System; Pontuação: 0 - indivíduos continentes; 1 a 8 - incontinência leve; 9 a 20 incontinência moderada/grave. Em relação à análise de correlação entre as variáveis dos questionários sociodemográfico, condições de saúde e CCFSS não foi possível observar relação entre CCFSS e as variáveis gênero, raça, estado civil, escolaridade, tempo de instituição, hipertesão arterial, diabetes mellitus, depressão, doença de Parkinson, total de doenças, uso de laxantes, MEEM e medicamentos. Entretanto, na tabela 5, podemos observar correlação positiva fraca do CCFSS com idade (r=0,356; p=0,039); positiva moderada do CCFSS com acidente vascular encefálico (r=0,511; p=0,002), com a mobilidade (r=0,517; p=0,002); positiva forte do CCFSS com IU (r=0,766; p<0,001), com uso de fralda (r=0,990; p<0,001) e estilo de vida (r= 0,743; p<0,001). 8

Tabela 5 Coeficiente de correlação (r) da escala de CCFSS com dados sociodemográficos e clínicos (n=34) Variáveis CCFSS r p-valor Idade 0,356 0,039 AVE 0,511 0,002 Mobilidade 0,517 0,002 IU 0,766 <0,001 Uso de fralda 0,990 <0,001 Estilo de vida 0,743 <0,001 Legenda: r: coeficiente de correlação de Spearman; CCFSS: Cleveland Clinic Florida Scoring System; IU: incontinência Urinária; AVE: Acidente Vascular Encefálico. 6. CONCLUSÃO A presente pesquisa pode concluir que não houve relato de incontinência fecal e/ou incontinência anal nos idosos institucionalizados avaliados neste estudo, mas foi possível observar que estes idosos com melhor pontuação no CCFSS são mais jovens, não apresentam AVE, bem como são mais independentes para mobilidade, apresentam menor alteração no estilo de vida, utilizam menos protetores de veste e consequentemente também não apresentam incontinência urinária, demonstrando haver controle esfincteriano positivo. 7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS 1. Cooper Z, Rose S. Fecal Incontinence: a Clinical Approach. The Mount Sinai Journal of Medicine. 2000; 67: 96-105. 2. Barbosa JMM. A avaliação da qualidade de vida e das estratégias de enfrentamento em idosos com incontinência fecal [dissertação]. Minas Gerais: Pós Graduação em Ciências da Reabilitação da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais; 2006. 9

3. Yusuf SAI, Jorge JMN, Habr-Gama A, Kiss DR, Gama RJ. Avaliação da Qualidade de Vida na Incontinência Anal: validação do questionário FIQL (Fecal Incontinence Quality of Life). Arquivos de Gastroenterologia. 2004; 41: 202-8. 4. Brucki SMD, Nitrini R, Caramelli P, Bertolucci PHF, Okamoto IH. Sugestões para o uso do mini-exame do estado mental no Brasil. Neuro-psiquiatr. 2003; 61 (3-B): 777-781. 5. Oliveira LCC. Tratamento da incontinência anal através da injeção transfincteriana de silicone: correlação entre os resultados clínicos, ultra sonográficos e de manometria anorretal, incluindo o índice de assimetria esfincteriana [tese]. São Paulo: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; 2006. 6. Oliveira LCC, Jorge JMN, Yusuf S, Habr-Gama A, Kiss D, Cecconelo I. Novos tratamentos para a incontinência anal: injeção de silicone melhora a qualidade de vida em 35 pacientes incontinentes. Rev. bras. colo-proctol. 2007; 27: 167-73. 7. Oliveira LCC. Incontinência fecal. J. bras. gastroenterol. 2006; 6: 35-37. 8. Santos CRS, Santos VLCG. Epidemiologia das incontinências urinária e anal combinadas. Acta Paul enferm. 2009; 22: 328-30. 9. Jorge JMN, Wexner SD. Etiology and Management of Fecal Incontinence. Diseases of Colon and Rectum. 1993; 36: 77-97. 10. Rothbarth J, Bemelman WA, Meijerink WJHJ, Stiggelbout AM, Zwinderman AH, Buyze-Westerweel ME et al. What is the impact of fecal incontinence on quality of life? Dis Colon Rectum. 2001; 44: 67-71. 10