AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA DE ESCOLARES DE SETE A NOVE ANOS DE IDADE DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE MOGI GUAÇU, SÃO PAULO

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Transcrição:

ISSN 0103-4235 ISSN 2179-4448 on line Alim. Nutr., Araraquara v. 22, n. 2, p. 191-196, abr./jun. 2011 AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA DE ESCOLARES DE SETE A NOVE ANOS DE IDADE DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE MOGI GUAÇU, SÃO PAULO Andréia Mazzer de JESUS* Maria Jacira Silva SIMÕES** RESUMO: O objetivo deste estudo foi verificar o estado nutricional, por meio da antropometria, e a adiposidade central de escolares da rede municipal de ensino de Mogi Guaçu, SP, segundo gênero e idade. Avaliou-se 261 escolares, com idade entre sete e nove anos. Os dados foram obtidos mediante avaliação antropométrica determinando peso, estatura e circunferência da cintura. Para o diagnóstico nutricional, foram utilizados os dados expressos em escores z de E/I e do IMC/I com base no referencial do World Health Organization de 2007. 18 Para verificar a adiposidade central, utilizou-se da medida da circunferência da cintura, avaliada segundo a distribuição dos percentis propostos por McCarthy et al. 8 Foram classificados como eutróficos 172 (65,9%) escolares; 41 (15,7%) apresentaram sobrepeso, 32 (12,3%) obesidade, 14 (5,4%) obesidade grave, 1 (0,4%) magreza e 1 (0,4%) magreza acentuada. Predominou sobrepeso em crianças do gênero feminino e obesidade e obesidade grave no gênero masculino. Com relação à idade, o sobrepeso predominou nos escolares com nove anos e a obesidade e obesidade grave foram observadas nos escolares com oito anos. Todos os escolares apresentaram estatura adequada. Quanto à circunferência da cintura, diferença significativa (p<0,05) foi observada nos meninos com nove anos. A presente pesquisa evidenciou ocorrência expressiva de excesso de peso nos escolares avaliados e adiposidade central nos meninos com nove anos. PALAVRAS-CHAVE: Estado nutricional; adiposidade central; escolares. INTRODUÇÃO Nos últimos anos, em decorrência de mudanças no perfil nutricional da população, estudos epidemiológicos revelam redução nos déficits nutricionais e aumento na prevalência de sobrepeso e obesidade, fato que vem preocupando os pesquisadores e profissionais das áreas da saúde, pois o excesso de peso tem atingido um contingente cada vez maior de crianças. 11, 12, 16,17 No Brasil, registrou-se nas últimas décadas um aumento na prevalência de obesidade de 4,1% para 13,9% em crianças em idade escolar e adolescentes. 7, 9,17 Outro ponto relevante, com relação ao excesso de peso infantil, refere-se à preocupação com a distribuição da gordura corporal. Recentemente, a preocupação básica em relação à criança obesa era o alto risco de se tornar um adulto obeso, atualmente cresce o receio quanto à presença de adiposidade central em razão da associação com complicações para a saúde decorrentes de disfunções metabólicas e cardiovasculares durante a infância. 1,15 Com base nos possíveis riscos à saúde resultantes de déficit ou excesso de peso, a avaliação do estado nutricional torna-se indispensável para o acompanhamento das condições de saúde da população infantil. Este procedimento além de ser essencial para o diagnóstico de alterações do estado nutricional favorecerá a formulação de estratégias efetivas, reduzindo agravos à saúde, tanto em idade precoces quanto na vida adulta. 4, 14 A avaliação nutricional de escolares permite orientar o planejamento, execução, monitoramento e avaliação de programas de saúde nos municípios e ou regiões, traçando o perfil nutricional desta população e consequentemente a qualidade de vida. 13 Sendo assim, realizou-se este estudo com o objetivo de verificar o estado nutricional e a adiposidade central de escolares com idade entre sete e nove anos, da rede municipal de ensino de Mogi Guaçu/SP. MATERIAL E MÉTODOS O delineamento amostral adotado foi o probabilístico estratificado, segundo o número de escolares matriculados em cada instituição de ensino e série. Participaram do estudo, as 22 Escolas Municipais de Ensino Fundamental de Mogi Guaçu, cujos escolares foram selecionados aleatoriamente. O tamanho da amostra foi calculado a partir do universo de 4026 escolares matriculados, e de uma proporção de excesso de peso de 13,9%, nível de significância de 5%, margem de erro de 1% e variabilidade máxima de proporção de 25%. Obteve-se um total de 176 escolares. Visando assegurar o total de 176 escolares foram entregues, aos pais ou responsáveis dos escolares, 429 Termos de Consentimento Livre e Esclarecido TCLE. Foi autorizada a participação de 287 escolares. Os critérios de exclusão observados foram deficiência física ou mental. * Programa de Pós-Graduação em Alimentos e Nutrição Curso de Mestrado Faculdade de Ciências Farmacêuticas UNESP 14801-902 Araraquara SP Brasil. E-mail: andreia.mazzer@ig.com.br. ** Departamento de Ciências Biológicas Faculdade de Ciências Farmacêuticas UNESP 14801-902 Araraquara SP Brasil. 191

Os dados foram obtidos mediante avaliação antropométrica dos escolares, determinando peso, estatura e circunferência da cintura. As medidas antropométricas, peso e estatura, foram obtidas por meio de balança eletrônica com estadiômetro, da marca Filizola, com capacidade máxima para 180kg, graduada em 100g, nivelada e calibrada. Para o diagnóstico do estado nutricional dos escolares, foram utilizados os dados expressos em escores z de estatura/idade (E/I) e do índice de massa corporal/ idade (IMC/I) com base no referencial do World Health Organization (WHO) de 2007. 18 Utilizou-se como pontos de corte de E/I z < -3 (muito baixa estatura), -3 z < -2 (baixa estatura), z -2 (estatura adequada) e para o IMC/I z < -3 (magreza acentuada), -3 z < -2 (magreza), -2 z < +1 (eutrofia), +1 z <+2 (sobrepeso), +2 z <+3 (obesidade), z + 3 (obesidade grave). Para analisar a adiposidade central, foi utilizada a circunferência da cintura, medida na parte mais estreita do tronco (cintura natural) e avaliada segundo a distribuição dos percentis proposto por McCarthy et al. 8 Os pontos de corte utilizados para classificação de excesso de gordura corporal abdominal foram 58,8; 60,9 e 63,2 cm para os meninos nas idades de sete, oito e nove anos, respectivamente. Para as meninas, os valores foram de 58,7; 60,4 e 62,0 para as mesmas idades. Esses pontos de corte se referem ao percentil 90 desta proposta. O aplicativo Microsoft Office Excel 2007 foi utilizado para criação do banco de dados, onde foram armazenadas as informações obtidas. Os dados foram apurados e apresentados em tabelas. Para análise foi realizada estatística descritiva das variáveis e determinadas associações entre as categorias do estado nutricional e da adiposidade central, com gênero e idade, por meio do teste qui-quadrado de aderência. O nível de significância adotado foi de 5%. Para tais análises utilizou-se o programa BioEstat 5.0. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Araraquara SP, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP. RESULTADOS Do total de 287 escolares autorizados a participar do estudo, 261 estavam presentes no dia da coleta de dados e aceitaram participar da pesquisa. Destes, 123 (47,1%) pertenciam ao gênero masculino e 138 (52,9%) ao gênero feminino. Quanto à idade, 102 (39,1%) escolares estavam com sete anos, 105 (40,2%) com oito anos e 54 ( 20,7%) com nove anos. Avaliando o estado nutricional das crianças segundo z-escore do IMC/idade, observou-se que 172 (65,9%) escolares eram eutróficos, seguidos de 41 (15,7%) com sobrepeso, 32 (12,3%) obesos, 14 (5,4%) obesos grave, sendo que apenas 1 (0,4%) apresentou magreza e 1 (0,4%) magreza acentuada. No entanto, todos os escolares apresentaram estatura adequada para idade, com base no z-escore do índice estatura/idade. Comparando a frequência observada com a esperada da distribuição do z escore do IMC/idade segundo gênero, nota-se que a obesidade e obesidade grave estiveram acima do valor esperado no gênero masculino; já, no gênero feminino, chamou a atenção a alta frequência de sobrepeso e obesidade acima do valor esperado. Esses dados podem ser observados na Tabela 1. A Tabela 2 mostra a comparação da frequência observada com a esperada, segundo a distribuição do z-escore do IMC/idade por idade. Verifica-se que nas crianças com sete anos, a frequência de obesidade esteve acima do esperado e na faixa etária de oito e nove anos, os dados foram semelhantes, apresentando frequências de sobrepeso, obesidade e obesidade grave observadas acima do esperado. Visando complementar a avaliação antropométrica e verificar a adiposidade central dos escolares avaliados, utilizou-se a medida da circunferência da cintura. A Tabela 3 mostra os resultados da avaliação da circunferência da cintura dos escolares avaliados, segundo a idade e o gênero, com base nos pontos de corte do percentil 90 proposto por McCarthy et al. 8 Observa-se que 53 (38,4%) meninas e 55 (44,7%) meninos apresentaram aumento da circunferência abdominal. Tabela 1 Distribuição do z-score (z) de IMC/Idade (IMC/I), segundo gênero, dos escolares avaliados nas Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs). Mogi Guaçu, SP, 2009. z para IMC/I z<-3-3 z<-2-2 z<+1 +1 z<+2 2 z<+3 z 3 Total Gênero Masculino 0,2 2,6 100,7 16,7 2,6 0,2 123,0 % (OMS) 0,1 2,1 81,8 13,6 2,1 0,1 100,0 Valor Amostrado - - 79,0 16,0 16,0 12,0 123,0 % Valor Amostrado 0 0 64,2 13,0 13,0 9,8 100,0 Gênero Feminino 0,2 2,9 112,9 18,7 2,9 0,2 138,0 % (OMS) 0,1 2,1 81,8 13,6 2,1 0,1 100,0 Valor Amostrado 1,0 1,0 93,0 25,0 16,0 2,0 138,0 % Valor Amostrado 0,7 0,7 67,4 18,1 11,6 1,4 100,0 Teste de Aderência. Gênero masculino: p<0,001. Valor crítico = 11, 0705. χ² calculado = 887, 8002. Gênero feminino: p<0,01. Valor crítico = 11, 0705. χ² calculado = 84, 8017. 192

Tabela 2 Distribuição do z-score (z) de IMC/Idade (IMC/I) dos escolares, segundo a idade, avaliados nas Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs). Mogi Guaçu, SP, 2009. z para IMC/I z<-3-3 z<-2-2 z<+1 +1 z<+2 +2 z< 3 z 3 Total Sete anos 0,1 2,2 83,5 13,9 2,2 0,1 102,0 % (OMS) 0,1 2,1 81,8 13,6 2,1 0,1 100,0 Valor Amostrado 1,0-72,0 15,0 12,0 2,0 102,0 % Valor Amostrado 1,0 0 70,6 14,7 11,8 2,0 100,0 Oito anos 0,1 2,2 85,9 14,3 2,2 0,1 105,0 % (OMS) 0,1 2,1 81,8 13,6 2,1 0,1 100,0 Valor Amostrado - - 67,0 16,0 14,0 8,0 105,0 % Valor Amostrado 0 0 63,8 15,2 13,3 7,6 100,0 Nove anos 0,1 1,2 44,2 7,3 1,2 0,1 54,0 % (OMS) 0,1 2,1 81,8 13,6 2,1 0,1 100,0 Valor Amostrado - 1,0 33,0 10,0 6,0 4,0 54,0 % Valor Amostrado 0 1,8 61,1 18,5 11,1 7,4 100,0 Teste de aderência. Sete anos: p<0,01; valor crítico = 11, 0705. χ² calculado = 77, 3095. Oito anos: p<0,001; valor crítico = 11, 0705. χ² calculado = 487, 7745. Nove anos: p<0,001; valor crítico = 11, 0705. χ² calculado = 227, 9234. Tabela 3 Avaliação da circunferência da cintura (CC) segundo idade (em anos completos) e gênero dos escolares avaliados nas Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs), Mogi Guaçu, SP, 2009. Adequado Aumento da CC* Total avaliado Gênero Idade n % n % n % 7 26 55,3 21 44,7 47 100,0 Masculino 8 28 56,0 22 44,0 50 100,0 9 14 53,8 12 46,2 26 100,0 7 37 67,3 18 32,7 55 100,0 Feminino 8 33 60,0 22 40,0 55 100,0 9 15 53,6 13 46,4 28 100,0 *Aumento da CC: > percentil 90, McCarthy et al., 2001. 8 A Tabela 4 mostra a distribuição da circunferência da cintura dos meninos, separados por faixa etária. Observa-se que não houve diferença significativa (p>0,05) na comparação entre os valores observados e os esperados na idade de 7 e 8 anos. No entanto, os meninos de 9 anos apresentaram maiores valores de circunferência da cintura que o esperado. Quanto à distribuição dos percentis da circunferência da cintura dos escolares do gênero feminino (Tabela 5), estatisticamente (p>0,05) os resultados da amostra estão coerentes com os valores esperados. DISCUSSÃO Foi possível verificar, por meio dos dados obtidos que 65,9% dos escolares encontram-se eutróficos, porém notam-se percentuais elevados de sobrepeso (15,7%), obesidade (12,3%) e obesidade grave (5,4%). Cabe registrar que o sobrepeso predominou, nos escolares do gênero feminino (18,1%) enquanto a obesidade e a obesidade grave apresentaram percentuais mais elevados, nos escolares do gênero masculino, sendo 13,0% e 9,8%, respectivamente. No que se refere à idade, verificou-se percentuais elevados de obesidade (13,3%) e obesidade grave (7,6%) nos escolares com oito anos de idade. Com relação ao défi cit nutricional, os resultados encontrados mostraram baixas prevalências, sendo 0,4% tanto para magreza, quanto para magreza acentuada. Esses dados corroboram os achados de estudos nacionais e internacionais de base populacional, com crianças em idade escolar, os quais indicam redução na prevalência dos défi cits nutricionais e ocorrência expressiva de sobrepeso e obesidade. Anjos et al. 2 em um estudo realizado com 3387 escolares de sete a dez anos de idade, da rede pública de ensino do município do Rio de Janeiro, registraram prevalência de baixo peso de 1,9% para as meninas e de 2,8% para os meninos. A prevalência de sobrepeso foi de 18% para as meninas e de 14% para os meninos, enquanto 193

Tabela 4 Distribuição dos percentis da Circunferência da Cintura dos escolares do gênero masculino, segundo a idade, avaliados nas Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs), Mogi Guaçu, SP, 2009. Percentis Circunferência da Cintura 5 10 25 50 75 90 95 Sete anos (McCarthy et al., 2001) 8 47,9 48,9 50,9 53,3 56,1 58,8 60,7 Valor Amostrado 53,2 54,0 56,0 58,0 62,8 69,1 70,7 Oito anos (McCarthy et al., 2001) 8 48,7 49,9 52,1 54,7 57,8 60,9 62,0 Valor Amostrado 54,5 55,0 57,5 60,0 68,1 82,0 82,6 Nove anos (McCarthy et al., 2001) 8 49,7 51,0 53,4 56,4 59,7 63,2 65,4 Valor Amostrado 56,5 58,0 60,0 62,5 68,5 78,0 83,0 Teste de Aderência. Sete anos: p>0,05. valor crítico = 12, 5916. χ² calculado = 6, 2727. Oito anos: p>0,05. valor crítico = 12, 5916. χ² calculado = 17, 5669. Nove anos. p<0,05 valor crítico = 12, 5916. χ² calculado = 12, 8660. Tabela 5 Distribuição dos percentis da Circunferência da Cintura dos escolares do gênero feminino, segundo a idade, avaliados nas Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs), Mogi Guaçu, SP, 2009. Percentis Circunferência da Cintura 5 10 25 50 75 90 95 Sete anos (McCarthy et al., 2001) 8 47,4 48,4 50,3 52,7 55,6 58,7 60,8 Valor Amostrado 51,0 52,0 53,8 56,5 59,5 64,4 68,8 Oito anos (McCarthy et al., 2001) 8 48,5 49,6 51,5 54,1 57,1 60,4 62,7 Valor Amostrado 52,4 54,0 55,0 58,5 64,0 73,1 74,9 Nove anos (McCarthy et al., 2001) 8 49,5 50,6 52,7 55,3 58,5 62,0 64,5 Valor Amostrado 53,2 54,6 57,8 61,5 64,6 72,3 84,7 Teste de Aderência. Sete anos: p>0,05; valor crítico = 12, 5916. χ²calculado = 2, 9315. Oito anos: p>0,05; valor crítico = 12, 5916. χ² calculado = 7, 1697. Nove anos: p>0,05; valor crítico = 12, 5916. χ² calculado = 10, 4388. para obesidade ficou em torno de 5% para ambos os sexos. Com o mesmo objetivo, Ruiz et al., 13 em um estudo realizado com 1310 escolares de seis a dez anos da rede pública de ensino de Santa Maria, RS, verificaram prevalência de 11,6% para obesidade, 11,3% para sobrepeso, 71,5% para eutrofia e 5,6% para baixo peso. No que se refere aos dados internacionais, no período de 1999 e 2006, Dommarco 5 registrou que a prevalência de sobrepeso e obesidade entre os escolares mexicanos aumentou 33%, passando de 20,2% para 26,8%. Ferreira & Marques-Vidal 6 em um estudo realizado com 1125 escolares portugueses na faixa etária de seis a dez anos de idade, 194

verificaram prevalência de 23% para sobrepeso e 12,6% para obesidade. Frente ao aumento expressivo de excesso de peso, tem-se observado uma preocupação com o tipo de depósito de distribuição de gordura corporal, uma vez que esta se relaciona com o prognóstico de risco para a saúde. Sabendo-se que os índices antropométricos não discriminam a distribuição da gordura corporal, 3 utilizou-se como procedimento complementar na avaliação do estado nutricional dos escolares, a medida da circunferência da cintura, a qual apresenta correlação com IMC e detecta adiposidade central, segundo estudos epidemiológicos em adultos. Ressalta-se que não há um referencial padronizado de circunferência da cintura para crianças e adolescentes no Brasil e no mundo, no entanto, algumas propostas nos permitem avaliar esse indicador. No presente estudo, a medida da circunferência da cintura foi avaliada com base nos pontos de corte propostos por Mc Carthy et al., 8 os quais se referem ao percentil 90. De acordo com os resultados, 55 (44,7%) meninos e 53 (38,4%) meninas apresentaram medida da circunferência da cintura igual ou acima do percentil 90. Vale ressaltar que os valores acima do esperado predominaram nos escolares com nove anos de idade, sendo 12 (9,7%) meninos e 13 (9,4%) meninas. Com relação às análises estatísticas, observou-se diferença significativa (p>0,05) na comparação entre os valores observados e os esperados da circunferência da cintura dos escolares do gênero masculino com nove anos de idade. Cabe registrar que diferenças étnicas, hábitos de vida, ausência de consonância metodológica são fatores que tornam por vezes difícil a comparação entre estes trabalhos, enfatizando a necessidade de um ponto de corte recomendado mundialmente para a faixa etária em estudo. A presente pesquisa evidenciou percentual elevado de excesso de peso, totalizando 33,34% dos escolares avaliados, nas Escolas Municipais de Ensino Fundamental de Mogi Guaçu, concretizando valores crescentes de sobrepeso e obesidade na população infantil. Os dados aqui apresentados poderão servir de subsídios para a implementação de ações de promoção da saúde e prevenção de doenças, bem como monitorar o estado nutricional, dessa população. Vale ressaltar que o ambiente escolar tem sido considerado o melhor espaço para a realização do levantamento de dados para a avaliação nutricional e para as intervenções necessárias, pois a maior parte dessa população frequenta a escola. 10 Frente ao exposto, verifica-se a necessidade de intensificar os estudos sobre as condições de vida, em especial da população infantil, para elucidação de fatores que contribuem para o desenvolvimento dos distúrbios nutricionais. AGRADECIMENTOS À Secretaria Municipal de Educação de Mogi Guaçu-SP, por sua compreensão ao autorizar esta pesquisa e por entender sua importância; à todos os funcionários das escolas envolvidas; aos pais ou responsáveis dos alunos e em especial, à todos os escolares que contribuíram para a realização desse trabalho. JESUS, A. M.; SIMÕES, M. J. S. Anthropometric evaluation of students from seven to nine years old of the municipal schools of Mogi Guaçu, São Paulo. Alim. Nutr., Araraquara, v. 22, n. 2, p. 191-196, abr./jun. 2011. ABSTRACT: The objective was to verify the nutritional status by anthropometry, and central adiposity of schoolchildren in the municipal schools of Mogi Guaçu, SP, according to gender and age. It was evaluated 261 students between seven and nine years old. Data were obtained by anthropometric evaluation, determining weight, stature and waist circumference. For the nutritional diagnosis, it was used data expressed in scores z of E/I and of IMC/I, with referential base of the World Health Organization of 2007. 18 To verify the central adiposity, it was used the measure of the waist circumference, appraised according to the distribution of the percentis proposed by McCarthy et al. 8 172 (65.9%) children were classified as eutrophic; 41 (15.7%) presented overweight, 32 (12.3%) obesity, 14 (5.4%) serious obesity, 1 (0.4%) thinness and 1 (0.4%) accentuated thinness. Overweight prevailed in children of the feminine gender and obesity and serious obesity in the masculine gender. Regarding the age, the overweight prevailed in the students with nine years old, while the obesity and serious obesity were observed in the children with eight years. All the students presented appropriate stature. As for the waist circumference, it was observed a significant difference (p<0.05) in the boys with nine years. This research has evidenced expressive occurrence of weight excess in the appraised students and central adiposity in boys with nine years old. KEYWORDS: Nutritional state; adiposity central; students. REFERÊNCIAS 1. ALMEIDA, C. A. N. et al. Circunferência abdominal como indicador de parâmetros clínicos e laboratoriais ligados à obesidade infanto-juvenil: comparação entre duas referências. J. Pediatr., v. 83, n. 2, p. 181-185, 2007. 2. ANJOS, L. A. et al. Crescimento e estado nutricional em amostra probabilística de escolares no Município do Rio de Janeiro, 1999. Cad. Saúde Pública, v. 19, p. 171-179, 2003. 3. BENJUMEA, M. V. et al. Circunferencia de la cintura em ninõz y escolares manizalenõs de 1 a 16 anõs. Rev. Colomb. Cardiol., v. 15, p. 23-34, 2008. 195

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