FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA. Ano lectivo de 2014/2015 DIREITO PENAL II PROGRAMA TEORIA GERAL DO CRIME

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FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA Ano lectivo de 2014/2015 DIREITO PENAL II Regente: Prof. Doutor Augusto Silva Dias PROGRAMA TEORIA GERAL DO CRIME I. Introdução 1. Conceito sociológico, antropológico e jurídico de crime. 2. A teoria geral ou dogmática do crime: validade e funções função hermenêutica, função atributiva, função de realização da justiça punitiva. Exemplificação prática. 3. Evolução histórica da dogmática do crime. II. O crime doloso, consumado, praticado por um só autor 1. O facto típico. 1.1. O conceito de acção típica. 1.1.1. O conceito de acção na história da dogmática penal: a disputa entre um conceito ontológico e um conceito normativo de acção. Crítica e tomada de posição. 1.1.2. O conceito significativo de acção: entre o factor bio-psíquico e o sentido corrente. 1.1.3. As funções dogmáticas do conceito significativo de acção. 1.1.4. Acção e omissão como objecto possível das normas penais. 1

1.2. O tipo incriminador. 1.2.1. As várias acepções da palavra «tipo» e sua relevância dogmática: tipo indiciador; tipo de ilícito; tipo de culpa; tipo de erro; tipo de garantia. 1.2.2. Os elementos do tipo legal - taxonomias correntes: elementos descritivos e elementos normativos - crítica da distinção; elementos objectivos e elementos subjectivos. 1.2.3. Classificação dos tipos legais segundo os elementos objectivos comuns: a) Segundo o agente: crimes gerais ou comuns; crimes específicos (próprios e impróprios); crimes de mão própria. Caracterização dos agentes: autores e participantes critérios de distinção. b) Segundo a existência ou não de um evento espacial e temporalmente separado da acção: crimes de mera actividade e crimes de resultado; d) Segundo o dano causado ao bem jurídico protegido: crimes de perigo (abstracto, abstracto-concreto e concreto) e crimes de lesão; e) Segundo a duração da consumação: crimes instantâneos e crimes permanentes. A distinção entre consumação e termo do facto típico; f) Segundo o modo de formação: crimes «sui generis», crimes qualificados e crimes privilegiados; c) Segundo a estrutura do comportamento: crimes de acção e crimes de omissão. Casos-limite de diferenciação entre acção e omissão: a interrupção de acções de salvamento. A distinção entre omissão própria e comissão por omissão. 1.2.4. A posição de garante como elemento dos tipos comissivos por omissão (artº10 nº2 do CP): fontes da posição de garante; fontes formais e fontes materiais. Posição de garante e dever especial de agir. 1.2.5. Causalidade e imputação objectiva como elementos não escritos dos crimes de resultado. a) Teorias da causalidade: a teoria da equivalência das condições ou da «conditio sine qua non»; crítica. b) Nexo causal e nexo de imputação objectiva: noção de causalidade e critérios normativos de imputação. c) Especificidades da imputação objectiva nos crimes de comissão por omissão. 2

1.2.6. O tipo subjectivo. a) O dolo como elemento subjectivo geral dos tipos (art.13º do CP). b) Intencionalidade e dolo. i) Elementos do dolo. ii) Modalidades do dolo: o problema da distinção entre dolo eventual e negligência consciente; teorias da probabilidade e teorias da aceitação; apreciação crítica e solução à luz dos arts.14 nº3 e 15 al.a) do CP. c) O erro sobre os elementos objectivos do tipo (artº16 nº1, primeira parte do CP). Constelações: i) O erro sobre o objecto da acção e o erro sobre a identidade da vítima. ii) O erro na execução. iii) O erro sobre o processo causal. iv) O erro de subsunção e sua irrelevância. v) O erro sobre a posição de garante nos crimes de comissão por omissão. vi) O erro sobre proibições formais que se mostram razoavelmente indispensáveis para aceder ao problema da ilicitude do facto - remissão. d) Os elementos subjectivos específicos. 1.2.7. Os crimes agravados pelo resultado e a chamada preterintencionalidade (artº18 do CP). 1.2.8. A exclusão da tipicidade. a) O risco permitido e a adequação social das acções. b) O consentimento do ofendido. 2. O facto ilícito: as causas de justificação. 2.1. Tipicidade e exclusão da ilicitude (ou justificação) do facto. 2.3. Fundamentos e princípios da exclusão da ilicitude. 2.4. Causas de justificação gerais e causas de justificação especiais (próprias ou impróprias). a) A legítima defesa (artº32 do CP); b) O direito de necessidade (artº34 do CP); c) O conflito de deveres (artº 36 nº1 do CP); d) A obediência hierárquica (artº36 nº2 do CP); e) O consentimento presumido (artº39 do CP); 3

f) Outras causas de exclusão da ilicitude: o chamado estado de necessidade defensivo; a acção directa; o exercício de um direito os direitos ou liberdades religiosa, cultural e de consciência. 2.5. Os elementos subjectivos das causas de justificação: alcance do artº38 nº 4 do CP. 2.6. O erro sobre os pressupostos objectivos de uma causa de justificação (artº16 nº2 do CP) e sua distinção do erro sobre a existência ou os limites de uma causa de justificação (remissão para o artº17). 2.7. Particularidades de algumas causas de exclusão da ilicitude nos crimes omissivos. 3. O facto culposo. 3.1. Princípio da culpa, culpa como categoria dogmática e culpa como critério de medida da pena. 3.2. A culpa como teoria do sujeito penalmente responsável. Dignidade da pessoa, direito à liberdade, lealdade comunicativa, vulnerabilidade humana, co-responsabilidade da sociedade. Culpa e desculpa. 3.3. Aferição da culpa: exigências normativas e exigências de individualização; o critério do tipo social do agente. 3.4. Teorias psicológica, normativa e funcional da culpa: apreciação crítica. 3.5. Elementos da culpa jurídico-penal. 3.5.1. A capacidade de culpa ou imputabilidade. 3.5.2. A consciência da ilicitude. 3.5.3. A exigibilidade de um comportamento conforme ao Direito. 3.6. Causas de exclusão da culpa e causas de desculpa. 3.6.1. A inimputabilidade (arts. 19 e 20 do CP): inimputabilidade em razão da idade e em razão de anomalia psíquica. A «actio libera in causa» (artº20 nº4 do CP). 3.6.2.A falta de consciência da ilicitude (art.17º do CP). 4

a) O erro sobre a ilicitude (artº17) e sua distinção do erro sobre as proibições formais do artº 16 nº1 parte final - sentido actual da distinção clássica entre «delicta in se» e «delicta mere prohibita». b) O erro sobre a ilicitude e o erro sobre a licitude (ou sobre a existência ou limites de uma causa de justificação). c) Censurabilidade do erro sobre a (i)licitude. d) O chamado «criminoso por convicção»: história e sentido actual da figura. 3.6.3. O excesso de legítima defesa desculpante (artº33 nº2 do CP). 3.6.4. O estado de necessidade desculpante (artº35 do CP). 3.6.5. A obediência indevida desculpante (artº 37 do CP). 3.7. O erro sobre os pressupostos objectivos de uma causa de desculpa (artº16 nº2 do CP): apreciação critica. 4. O facto punível (em sentido estrito). 4.1. Fundamento da autonomização da categoria da punibilidade: exigências fragmentárias de necessidade da pena. Elementos da punibilidade. 4.2. As condições de punibilidade. 4.2.1. Distinção entre condição de punibilidade e resultado típico. 4.2.2. Condições objectivas e condições mistas. 4.2.4. Condições negativas e condições positivas. 4.3. A exclusão da punibilidade 4.3.1. Causas de exclusão da pena. 4.3.2. Causas de isenção da pena gerais e especiais. 4.4. O problema da relevância da consciência da punibilidade. III. As formas imperfeitas do crime doloso 1. O crime tentado 1.1. Fundamento da punibilidade do facto tentado. 5

1.2. O «iter criminis»: resolução criminosa, actos preparatórios, actos de execução, consumação. A distinção entre actos preparatórios e actos de execução como pressuposto do limiar geral da punibilidade (o artº22 do CP). 1.3. Os elementos do facto tentado: tentativa inacabada e tentativa acabada. Tentativa e crimes de perigo. 1.4. A tentativa no crime de comissão por omissão: início e termo da execução. 1.5. Tentativa impossível, tentativa irreal ou supersticiosa e crime putativo. Conceito e fundamento da punibilidade da tentativa impossível (artº23 nº3 do CP). 1.6. A desistência e seu regime jurídico. 1.6.1. Requisitos e efeitos da desistência: a desistência como causa de isenção da pena. 1.6.2. Delimitação das diversas situações de desistência do artº24 ns.1 e 2. 1.6.3. Casos especiais de desistência: a desistência de actos preparatórios; a desistência da tentativa impossível; a desistência nos crimes permanentes; a desistência nos crimes omissivos. 2. A comparticipação criminosa (retoma e desenvolvimento de II.1.2.3.a.) 2.1. Autoria e participação: critérios objectivos e subjectivos de distinção; o do- mínio do facto e respectivas modalidades. 2.2. Formas de autoria: autoria singular; co-autoria; autoria mediata (artº26 do CP). O problema da autoria no seio de organizações complexas desvinculadas e não desvinculadas do Direito: o critério do domínio da organização para a execução do facto típico. 2.3. A participação. 2.3.1. Fundamento da punibilidade do participante: teorias da acessoriedade mínima, limitada e extrema (art.29º do CP). 2.3.2. As formas de participação. a) A instigação (artº26 in fine do CP): forma de participação punida como autoria. b) A cumplicidade (artº27 do CP). 6

2.3.3. Acessoriedade externa e interna. 2.3.4. Participação tentada e participação na tentativa. 2.3.5. Participação por omissão e participação na omissão. 2.4. A ilicitude na comparticipação: o problema da comunicabilidade das qualidades ou relações especiais do agente que fundamentam ou agravam a ilicitude (artº28 do CP). Culpa na comparticipação (art.29º do CP). 2.5. O erro sobre o papel do comparticipante: proposta de solução. 2.6. O concurso entre várias formas de comparticipação no mesmo facto. IV. O crime negligente 1. Fundamento de punibilidade do comportamento negligentes. 2. O facto típico negligente. 2.1. A violação objectiva de um dever de cuidado. Espécies de negligência: negligência consciente e inconsciente (artº15 do CP). Graus de negligência: negligência simples e negligência grosseira. 2.2. A capacidade do agente para cumprir o dever. 2.3. A imputação objectiva nos crimes negligentes de resultado - remissão. 3. O facto ilícito negligente. 3.1. Desvalor da acção e desvalor do resultado. 3.2. Particularidades das causas de exclusão da ilicitude: a dispensa do elemento subjectivo. 5. O facto culposo negligente. 5.1. O problema da consciência da ilicitude no facto negligente. 5.2. Causas de exclusão da culpa e causas de desculpa: especificidades. 6. A comparticipação no crime negligente: co-autoria e autoria mediata apreciação crítica. 7

V. Concurso de crimes 1. Distinção entre o concurso aparente e o concurso de crimes: a precedência lógica do primeiro. 2. O concurso de crimes: noção e regime jurídico (arts. 30 nº1, 77 e 78 do CP). 3. A pena do concurso de crimes. 4. O crime continuado: unidade natural e unidade jurídica de acção. Elementos do crime continuado (artº30 ns. 2 e 3). Punibilidade do crime continuado (artº79). 8

BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL I. BIBLIOGRAFIA PORTUGUESA 1. Manuais e Lições CAVALEIRO DE FERREIRA, Manuel, Direito Penal Português - Parte Geral, ed. Verbo, Lisboa, vol. I, 1981, vol. II, 1982 CAVALEIRO DE FERREIRA, Manuel,, Lições de Direito Penal - Parte Geral, I, ed. Verbo, Lisboa, 1992 CORREIA, Eduardo, Direito Criminal, 2 vols., ed. Almedina, Coimbra, 1971 FARIA COSTA, José, Noções fundamentais de Direito Penal, 3ª ed., Coimbra Editora, 2012 FIGUEIREDO DIAS, Jorge, Direito Penal, Parte Geral, I, 2ª ed., Coimbra Editora, 2007 MARQUES DA SILVA, Germano, Direito Penal Português teoria do crime, ed. Universidade Católica, 2012 PALMA, Maria Fernanda, Direito Penal - Parte Geral, ed. AAFDL, Lisboa, 1994 (incomp.) PALMA, Maria Fernanda, Direito Penal Parte Geral, vol. II, ed. AAFDL, Lisboa, 2001 (incomp.) PALMA, Maria Fernanda, Direito Penal Parte Geral: a teoria geral da infracção como teoria da decisão penal, ed. AAFDL, 2013 TAIPA DE CARVALHO, Américo, Direito Penal, Parte Geral, Coimbra Editora, 2008 2. Monografias ALBUQUERQUE, Paulo Pinto de, Introdução à actual discussão sobre o problema da culpa em Direito Penal, ed. Almedina, Coimbra, 1994 ALMEIDA, Carlota Pizarro de, Modelos de inimputabilidade: da teoria à prática, ed. Almedina, Coimbra, 2000 ANTUNES, Maria João, O internamento de imputáveis em estabelecimentos destinados a inimputáveis, Coimbra Editora, 1993 ANTUNES, Maria João, Medida de segurança de internamento e facto de inimputável em razão de anomalia psíquica, Coimbra Editora, 2003 BELEZA, Teresa/PINTO, Frederico da Costa, O regime legal do erro e as normas penais em branco, ed. Almedina, Coimbra, 1999 9

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