MILHO SAFRINHA EM CONSÓRCIO COM ALTERNATIVAS DE OUTONO- INVERNO PARA PRODUÇÃO DE PALHA E GRÃOS, EM MS, EM 2005

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Transcrição:

MILHO SAFRINHA EM CONSÓRCIO COM ALTERNATIVAS DE OUTONO- INVERNO PARA PRODUÇÃO DE PALHA E GRÃOS, EM MS, EM 2005 Gessi Ceccon (1), Luís Armando Zago Machado (2), Luiz Alberto Staut (3) Introdução As alterações no sistema de manejo do solo, como a adoção do sistema plantio direto (SPD), e a substituição do trigo pelo milho no outono-inverno promoveram mudanças significativas na utilização de máquinas e plantas para cobertura de solo. Os resíduos vegetais na superfície protegem o solo do aquecimento excessivo e da perda de água, devido à alta refletividade da radiação solar e baixa condutividade térmica dos mesmos, proporcionando ainda menor amplitude térmica diária (Johnson & Lowery, 1985), sendo benéficos nas regiões de clima tropical. A cobertura de inverno desempenha importante papel no controle de plantas invasoras. Espécies visando a cobertura do solo, em Mato Grosso do Sul, destacam-se: a aveia (Pitol, 1988), o sorgo (Machado et al., 2004), o milheto (Kichel & Miranda, 2000) e o nabo (Hernani et al., 1995), observadas as particularidades regionais. O cultivo em consórcio é um sistema em que numa mesma área são implantadas duas ou mais espécies, convivendo juntas, parte ou todo seu ciclo, possibilitando aumento de produtividade (Portes et al., 2003). Trata-se de uma prática antiga e desenvolvida com bastante eficiência, com milho e feijão, e recentemente o consórcio é também conhecido como mistura de milho com outras gramíneas, inclusive no outono-inverno (Soares et al., 2000). Amado et al. (1999), observaram maior fornecimento de nitrogênio para o milho quando este foi precedido do consórcio aveia + ervilhaca, que promoveu incremento na produtividade de milho. Para Portes et al. (2003), o cultivo de uma gramínea com uma leguminosa proporcionou aumento no teor de nitrogênio no sistema. 1 Pesquisador, Embrapa Agropecuária Oeste, BR 163, km 253,6 Caixa postal 661, CEP 79804-970, Dourados, MS. ceccon@cpao.embrapa.br; 2 Pesquisador, Embrapa Agropecuária Oeste, BR 163, km 253,6 Caixa postal 661, CEP 79804-970, Dourados, MS. zago@cpao.embrapa.br; 3 Pesquisador, Embrapa Agropecuária Oeste, BR 163, km 253,6 Caixa postal 661, CEP 79804-970, Dourados, MS. staut@cpao.embrapa.br.

Nas condições de cerrado, o consórcio de gramíneas (braquiária + milho, sorgo ou arroz) é uma alternativa que reduz custos para implantação do pasto e a forragem produzida é de melhor qualidade. O trabalho tem a premissa de unir os benefícios da consorciação de culturas, com a utilização das mesmas máquinas utilizadas na implantação da sucessão predominante, mantendo a cultura de rendimento econômico e na mesma operação de semeadura introduzir culturas intercalares para produção de palha. O presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar espécies no outonoinverno visando a produção de palha e grãos em sistema plantio direto no MS. O clima da região, segundo a classificação climática de Köppen, é do tipo Cfa/Cwa. A precipitação média anual é de 1.750 a 2.000 mm. O relevo é predominantemente plano e suavemente ondulado (Mato Grosso do Sul, 1990). Material e métodos Os experimentos foram implantados em Dourados (11/03/05) e São Gabriel do Oeste (15/03/05), em solos com aptidão agrícola e, em Batayporã (15/04/05), em solos com aptidão intermediária, entre lavoura e pastagem. A colheita de grãos do milho e a massa das alternativas foi realizada em 26/07/05 em Dourados, 03/08/05 em São Gabriel do Oeste e 25/08/05 em Batayporã. Em São Gabriel do Oeste foi necessário ressemear a Crotalária juncea e o feijão guandu devido a uma aplicação indevida de herbicida atrazine e, com isso seu desempenho foi afetado. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com três repetições, em parcelas de 8,1m x 10m. Os tratamentos foram: milho solteiro - testemunha (T1), milho + Panicum maximum cv. Tanzânia (T2), milho + Brachiaria brizantha (T3), milho + Brachiaria ruziziensis(t4), milho + Crotalária juncea (T5) milho + feijão guandu (T6), sorgo forrageiro Santa Elisa 38 (T7) e Brachiaria ruziziensis (T8). O milho safrinha foi semeado mecanicamente, em linhas espaçadas de 0,90m e as espécies em consórcio implantadas manualmente na entrelinha do milho. O sorgo Santa Elisa (T7) e a Braquiária ruziziensis (T8), solteiros, foram implantados com 0,45 m entre linhas. A adubação foi realizada apenas na linha do milho, aplicando-se 300 kg ha -1 da fórmula 8-20- 20. Utilizou-se o híbrido duplo BRS 2020.

As avaliações de massa seca das alternativas, inclusive do milho safrinha, foram realizadas em duas linhas de seis metros, colhendo-se as espigas do milho e, cortando-se as plantas a 0,10 m de altura e, sendo a massa quantificada. Dessa amostra foi retirado uma subamostra para secagem em estufa a 60ºC, para determinação do rendimento de massa seca. A altura de plantas foi realizada em três plantas por parcela, no milho e na alternativa em consórcio. Os resultados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Scott-knott ao nível de 5% de probabilidade. Resultados e discussão A altura de plantas do milho não foi afetada pela presença da alternativa em consórcio nos três locais avaliados, assim como o rendimento de massa da parte aérea e o rendimento de grãos também não apresentaram diferença estatística significativa (Tabelas 1, 2 e 3). Esses resultados demonstram que a implantação da alternativa em consórcio, no mesmo dia da semeadura do milho, com adubação apenas no milho é uma possibilidade para viabilizar o rendimento de grãos de milho e de palha pela espécie alternativa. Tabela 1. Características do milho safrinha e das espécies alternativas em consórcio, em Dourados, MS, 2005....m......kg ha -1... Milho safrinha (Testemunha) 1,81 0,88 1,81a 8.838a 8.838 8.838b 3.685 Milho safrinha+ Panicum tanzânia 1,78 0,91 1,30b 1.678c 9.257 10.411a 3.490 Milho safrinha+brachiaria brizantha 1,75 0,87 1,31b 2.105c 8.342 10.447a 3.391 Milho safrinha+ Brachiaria ruziziensis 1,74 0,89 1,01c 2.333c 8.687 11.021a 3.185 Milho safrinha+crotalaria juncea 1,77 0,92 1,72a 1.693c 7.769 9.463b 3.239 Milho safrinha+guandu 1,76 0,93 1,43b 1.111 c 9.100 9.853b 2.864 Sorgo Santa Elisa (solteiro) * * 1,75a 4.798b * 4.798c * Brachiaria ruziziensis (solteira) * * 0,85d 2.484c * 2.484d * Média 1,77 0,90 1,40 3.130 8.665 8.414 3.309 C.V.(%) 6,2 8,3 8,1 19,6 11,4 10,3 8,8

Salienta-se que o milho safrinha foi a espécie alternativa que mais produziu massa da parte aérea (palha + sabugo), demonstrando a sua importância no sistema. Contudo, quando somados os valores de massa do milho com a massa da alternativa (Tabelas 1, 2 e 3). Tabela 2. Características do milho safrinha e das espécies alternativas em consórcio, em São Gabriel do Oeste, MS, 2005....m......kg ha -1... Milho safrinha (Testemunha) 1,65 0,88 1,65a 7.796a 7.796 7.796 b 4.563 Milho safrinha+ Panicum tanzânia 1,85 0,95 1,08c 1.767d 6.964 8.732 a 4.754 Milho safrinha+brachiaria brizanta 1,77 0,92 0,98c 2.751c 6.937 9.688 a 4.180 Milho safrinha+brachiaria ruziziensis 1,63 0,90 0,96c 1.696d 6.363 8.060 b 3.811 Milho safrinha+crotalaria juncea 1,64 0,95 0,50d 161e 6.752 6.914b 4.418 Milho safrinha+guandu 1,64 0,93 0,48d 364e 7.367 7.731 b 4.565 Sorgo Santa Elisa (solteiro) * * 1,37b 2.962c * 2.962 c * Brachiaria ruziziensis (solteira) * * 0,98c 3.964b * 3.964c * Média 1,70 0,92 1,00 2.683 7.030 6.981 4.382 C.V.(%) 6,0 6,0 9,8 14,9 11,0 10,9 6,4 Tabela 3. Características do milho safrinha e das espécies alternativas em consórcio, em Batayporã, MS, 2005 m...kg ha -1... Milho safrinha (Testemunha) 1,57 0,79 1,57a 6.144a 6.144 6.144b 2.204 Milho safrinha+ Panicum tanzânia 1,53 0,71 0,70c 1.021d 5.855 6.877a 2.992 Milho safrinha+brachiaria brizanta 1,51 0,63 0,70c 1.584c 5.284 6.869a 1.694 Milho safrinha+brachiaria ruziziensis 1,51 0,81 0,68c 1.317c 6.140 7.457a 1.847 Milho safrinha+crotalaria juncea 1,50 0,69 0,64c 860d 6.620 7.480a 1.942 Milho safrinha+guandu 1,65 0,74 0,52d 500d 5.368 5.869b 2.638 Sorgo Santa Elisa (solteiro) * * 0,90b 3.626b * 3.626c * Brachiaria ruziziensis (solteira) * * 0,58d 1.823c * 1.823d * Média 1,55 0,73 0,79 2.109 5.902 5.768 2.220 C.V.(%) 7,9 12,5 7,0 21,3 11,1 11,1 26,3

Conclusão Diante dos resultados pode-se concluir que o consórcio de milho safrinha com outras espécies é uma importante alternativa para produção de palha e grãos, podendo viabilizar o sistema plantio direto na Região Centro-Oeste do Brasil. Referências AMADO, T. J. C.; MIELNICZUCK, J.; FERNANDES, S. B. V.; BAYER, C. Culturas de cobertura, acúmulo de nitrogênio total no solo e produtividade de milho. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, v.23, p.679-686. 1999. HERNANI, L. C.; ENDRES, V. C.; PITOL, C.; SALTON, J. C. Adubos verdes de outono/inverno no Mato Grosso do Sul. Dourados: EMBRAPA-CPAO, 1995. 93 p. (EMBRAPA-CPAO. Documentos, 4). JOHNSON, M. D.; LOWERY, B. Effect of three conservation tillage practices on soil temperature and thermal properties. Soil Science Society of America Journal, Madison, v. 49, p. 1547-1552, 1985. KICHEL, A. N.; MIRANDA, C. H. B. Uso do milheto como planta forrageira. Campo Grande, MS: Embrapa Gado de Corte, 2000. 7 p. (Embrapa Gado de Corte. Gado de Corte Divulga, 46). MACHADO, L. A. Z.; ASSIS, P. G. G. de; PALOMBO, C. Sorgo para pastejo/corte e cobertura do solo no período de outono/inverno (safrinha) em Mato Grosso do Sul. Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste, 2004. 19 p. (Embrapa Agropecuária Oeste. Boletim de pesquisa e desenvolvimento, 16). MATO GROSSO DO SUL. Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral. multireferencial. Campo Grande, 1990. 28 p. Atlas MATOS, R. P. ; LAZARINI, E.; SILVA, J. A. da; CAVALLARO JÚNIOR, M. L. Efeito de sistemas de preparo do solo, culturas de cobertura e rotação de culturas, nas culturas de milho e soja. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE FERTILIDADE DO SOLO E NUTRIÇÃO DE PLANTAS, 25.; REUNIÃO BRASILEIRA SOBRE MICORRIZAS, 9.; SIMPÓSIO BRASILEIRO DE MICROBIOLOGIA DO SOLO, 7.; REUNIÃO BRASILEIRA DE BIOLOGIA DO SOLO, 4., 2002, Rio de Janeiro. FERTBIO 2002: [Programa e resumos]. Rio de Janeiro: UFRRJ: Embrapa Solos; Itaguaí: Embrapa Agrobiologia, 2002. 1 CD-ROM. PITOL, C. A cultura da aveia no Mato Grosso do Sul. Maracaju: COTRIJUI, 1988. 34 p. (COTRIJUI. Boletim técnico, 2). PORTES, T. de A.; CARVALHO, S. I. C. de ; KLUTHCOUSKI, J. Aspectos fisiológicos das plantas cultivadas e análise de crescimento da Brachiaria consorciada com cereais. In: KLUTHCOUSKI, J.; STONE, L. F.; AIDAR, H. (Ed.). Integração lavoura-pecuária. Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, 2003 p. 303-330. SOARES,D. M.; DELPELOSO, M. J.; KLUTHCOUSKI, J.; GANDOLFI, L. C.; FARIA, D. J. de. Tecnologia para o sistema consórcio de milho com feijão no plantio de inverno. Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, 2000. 51 p.